Fanfics Brasil - Você fez um monstro Até que o Amor nos Separe (Faberry)

Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee


Capítulo: Você fez um monstro

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Posso ser tolerante com o seu conselho


Mas esteja avisado, eu prendo como um vício


Ponto por ponto


Você me remenda e então me rasga


Ponto por ponto


 Você fez um monstro


Quinn estava voltando para a área VIP depois de ter procurado Rachel por todo lugar. Ela queria se desculpar, dizer a noiva que os amigos não agiriam mais assim. E além de todos os motivos, tinha uma força de vontade em Quinn que só queria ficar perto de Rachel.


Assim que adentrou na área vip viu Rachel dar passos acelerados na sua direção. Pela expressão preocupada de Rachel, algo tinha acontecido. Se fosse alguns dos seus amigos a perturbando...


—Rachel? –perguntou Quinn com preocupação.


—Quinn, precisamos conversar! –Rachel apoiou suas mãos nos ombros da loira.


—Rachel, Quinn –Disse Sam as fazendo se virar. -Esse é meu amigo Finn. Aquele que eu pedi pra vir, lembra?


Quinn até mesmo parou de respirar. Não era possível que aquele idiota arrisque a perder seu dinheiro vindo aqui. Não. Ele não a amava tanto assim para rejeitar aquele dinheiro, Quinn pode ver isso nos olhos eles.


E também viu a surpresa dele de encontra-las ali. Talvez não tivesse sido um plano arquitetado. Talvez fosse apenas o universo dando um soco na cara de Quinn por tramar nas costas de sua noiva.


—Finn. –Quinn saboreou o nome em seus lábios como se fosse um vinho –Não é um nome muito comum, não é mesmo?


—Sou o único que conheço –Hudson abaixou a cabeça, ainda constrangido pela situação. E assim encontro os olhos de Rachel cravados nele. -Rachel.


—Olá Finn –Rachel cumprimentou com secura.


Ela não queria falar com ele, muito menos tê-lo ali. A noite já estava problemática demais com Quinn e Rachel percebeu que desde que ele chegou Quinn não soltava sua mão.


—Com licença, minha noiva quer me contar alguma coisa –Quinn disse entre dentes afastando Rachel para um canto isolado.


Quinn encurralou Rachel em uma parede e colocou o braço na lateral do rosto dela para que parassem estar apenas conversando como um casal normal. Mas se estivessem tão perto de Quinn como Rachel veriam chamas de ódios crisparem em seus olhos verdes.


—Você me disse para não convidar minhas amigas, mas está tudo bem seu Ex estar aqui –acusou a loira.


—Isso é culpa do seu amiguinho Sam, foi ele quem chamou –defendeu-se Rachel sussurrando. – E como é que os dois se conheceram? Finn nunca me disse nada.


Rachel lembrou-se que Finn havia comentado sobre um investidor novo que tinha encontrado. Sua última viagem foi para conhece-lo. Coincidentemente o investidor tinha que ser o melhor amigo de Quinn.


Rachel gargalharia se a loira não estivesse tão furiosa.


E tão perto...


Seus cabelos dourados sempre tão alinhados no trabalho estavam revoltos, como uma juba. Rachel se viu desejando afundar os dedos em suas madeixas. Seu corpo vibrou com o pensamento.


Hiram não podia ter a prendido com alguém menos atraente?


—Rachel. –Quinn disse lentamente. –Eu quero ele fora daqui.


—Calma. Talvez ele nem soubesse que a festa era pra nós.


—Eu vi o jeito que ele te olhou. Ele sabia muito bem.


—Só acalme-se está bem? Não tem porque fazer uma cena. Você e eu não somos um casal de verdade e nem mesmo sente ciúmes de mim –Rachel deu um sorriso sem graça.


Ela sempre julgava Quinn dizendo que a Fabray não era humana, que seu coração era de ferro. Mas queria que Quinn a provasse o contrário. Claro que não era necessário uma cena de ciúmes... mas apenas uma demonstração de que ao menos se importava com Rachel já estava de bom tamanho.


Afinal se Quinn dissesse que não se importava com a presença de Quinn isso daria brecha para Quinn a obrigar a estar na presença de suas exs namoradas.


E Rachel não tinha o coração de ferro, nem conseguiria fingir que aquilo não a aborreceria.


—Não tenho ciúmes –a negação foi tão rápida que estava obvio que era uma mentira.


Quinn torceu para que Rachel não tivesse prestado atenção.


—Ótimo –Rachel realmente não tinha percebido. -Vamos enfrentar essa situação juntas, tudo bem?


Mesmo que Quinn não merecesse, pensou Rachel. Afinal ela tinha permitido as provocações de seus amigos sem falar nada, e ainda a acusou de ter chamado Finn. O que Rachel deveria fazer era cruzar os braços e deixar Finn e Quinn se resolverem.


Mas a morena não conseguia ser assim tão fria. Finn era um problema dela e Quinn não precisava lidar com isso em seu lugar. E também, havia uma parte da Berry que temia por Finn. Não fisicamente, pois Quinn era mais fraca que alguém do tamanho de Finn.


Porém Quinn era mais poderosa que qualquer um ali. E se tivesse um mínimo de crueldade de Hiram Berry, Finn não conseguiria vender nem mesmo um par de meias.  


—Claro. Só me deixe fazer uma coisa –Quinn segurou Rachel com força e colou os lábios em sua boca.


Rachel prendeu a respiração. O choque preenchendo todo seu corpo. Os lábios de Quinn Fabray estavam grudados no dela. Ela estava beijando Quinn Fabray!


Bem, tecnicamente era um selinho. Quinn não avançou, sua boca não se moveu. E aquilo incomodou Rachel. Oras, a mulherenga Quinn Fabray estava simplesmente lhe dando um selinho? Qual era o problema dela?


Rachel então fechou os olhos e estava pronta para reivindicar o beijo quando Quinn se afastou. E o gosto que ficou em sua boca era a decepção.


—Por que? –Questionou Rachel tentando esconder a decepção.


Por que não continuou? Por que não me beijou de verdade? Essas perguntas ficaram presas na garganta de Berry.


—Pra que ele não tenha dúvidas que real ou não você é minha –Quinn acariciou o rosto da morena e deu um sorriso confiante.


Quinn estava orgulhosa pelo autocontrole que empenhou. Ela queria beijar Rachel desde que se conheceram, afundar seus dedos no cabelos escuros e sentir a doçura daqueles lábios. Já Rachel nunca demonstrou que quisesse isso. Então tudo que fez foi mostrar a Finn que a relação delas também era física, mesmo não sendo.


E Quinn suprimiu sua vontade com muito esforço. Assim Rachel não iria se ofender com sua ousadia e Finn entenderia o recado.


Encenação. Tudo era encenação, repetia Rachel em sua cabeça. A encenação naquele casamento seria tanta que Rachel pensou em se candidatar ao Oscar.


(...)


Quinn e Rachel ficaram juntas pela maior parte da noite.Para evitar Finn e mostrar que Rachel não o queria mais, concordaram em encenar serem o tipo casal que está radiante com o casamento. Que estavam apaixonadas.


 A loira mantinha-se abraçada ao corpo da noiva, e em alguns momentos alguns beijos eram depositados em sua bochecha. Rachel não sabia como reagir a não ser aproveitando o momento. Aproveitando que os braços de Quinn a faziam sentir-se segura e adorada. Que o corpo de Quinn atrás do seu era confortável e que adorava ouvir Quinn sussurrar em sua orelha, coisa que não era possível com Finn. E aos poucos Rachel se dava conta que não estava apenas encenando que estava feliz ali com Quinn, que aquilo de fato era uma realidade.


Uma perigosa realidade.


—Preciso ver como Camila está –disse Rachel se deslichando dos braços de Quinn.


Ela precisava de um tempo longe da loira. Um tempo para recuperar-se e lembrar que nada daquilo era verdade. Quinn não seria carinhosa sempre, nem mesmo demonstraria aquele afeto. E talvez Quinn nem a desejasse o suficiente para lhe dar um beijo decente.


—Tudo bem, estarei te esperando –Quinn deu um beijo longo na bochecha de Rachel.


A morena saiu sem dizer mais nada, mas sua mão estava na bochecha beijada por Quinn como se quisesse guardar a sensação.


Quinn ficou triste ao vê-la partir. Estava aproveitando demais a proximidade, apesar de lembrar-se constantemente que aquilo era atuação e não podia se aprofundar. Porém ter Rachel tão perto de si, com a bunda dela constantemente roçando o seu... Se não fosse treinada para ter autocontrole já teria colocado tudo em risco e cedido ao desejo de ter o corpo da morena em cima, em baixo, de todas as formas que poderia fodê-la...


—Podemos conversar? –uma voz surgiu em suas costas dissipando seus pensamentos eróticos.


E sua excitação foi substituída pelo ódio.


 –Hudson... –disse em um tom cortante se virando para encara-lo.


—Antes que venha me dizer qualquer coisa, eu não sabia que essa festa era pra vocês –O homem ergueu as mãos.


—Sabe, Hudson, eu não sou a presidente da Lux porque meu pai deu esse cargo. Eu lutei por ele, conquistei, assim como farei com Rachel. E eu sei muito bem quando alguém está mentindo pra mim –Quinn sabia muito bem identificar a expressão de culpa em alguém.


E o rosto de Finn estava carregado de medo por arriscar a aposta e um esforço de fingir que era inocente.


—Eu só preciso vê-la pela última vez –pediu com desespero. –Para me despedir.


Quinn o encarava friamente. Claro que poderia ter todo seu dinheiro de volta e acabar com a marca de Finn. Porém algo se iluminou em sua cabeça: ela poderia verificar como Rachel reage a Finn e se os dois ainda estão conectados.


Era baixo testar Rachel dessa maneira, mas Quinn sabia que se a morena ainda sentisse algo pelo homem o casamento sempre estaria em risco de ser arruinado. Agora se tivesse superado como dizia, Finn teria seu coração partido aquela noite e não a procuraria mais.


—Apenas esta noite –Quinn decretou. –E aproveite enquanto estou sendo bondosa.


Finn sentiu-se eufórico e nem mesmo esperou Quinn dizer mais nada antes de virar-se.


E dar de cara com Santana acompanhada de Britt.  


—Bem que eu senti um cheiro de gente podre – Santana usou seu tom cruel. –Então Finnutil invade festas privadas agora.


—Fui convidado, Santana –Finn ergueu o queixo. –Deveria usar esse dinheiro que tanto esbanja para comprar educação.


—Eu deveria fazer uma doação a você e te comprar caráter –Santana apontou. –E faça o favor de ficar longe da minha prima. Ela já está livre de você.


—Você deveria calar essa sua boca de vadia!


—Hey! –Brittany entrou na frente da esposa e empurrou Finn. – Não fale assim como ela.


—Eu tenho mais o que fazer do que perder tempo com vocês – Finn se desviou do casal e começou a seguir em direção a Rachel.


—Por que esse idiota ainda não foi arrastado daqui pelos seguranças? –questionou Santana se aproximando de Quinn.


—Ele quer se despedir da Rachel –Quinn fixou seus olhos no homem, pronta para observar cada ação dele, e como Rachel iria refletir a essas ações.


—E você vai deixar? –Brittany questionou assustada. Afinal Finn era ex de Rachel, e aquela era uma festa em comemoração a elas. Era estranho a atitude de Quinn.


—Não vejo nada de mal nisso – a loira deu ombros, mantendo sua concentração.


—Você está testando Rachel. –Constatou Rachel. Aquele era o modo como Quinn regia seus negócios, sempre observando uma situação de risco para saber até onde conseguiria aguentar. Santana ficou descontente em ver que Quinn fazia isso também em sua vida pessoal   -Quer ver se ela realmente terminou com ele?


—Uau. Quinn... –Brittany não sabia o que dizer. Apenas sentia-se triste por Quinn são tão insegura a ponto de fazer algo assim.


—Vamos embora, Brit. Já cansei desse draminha. –Santana não conseguiu fingir que aquilo não a revoltava. Rachel merecia ser levada a serio, e ela acreditava plenamente na prima que seu relacionamento com Finn tinha terminado. Estava na hora de Quinn aprender a confiar. Por isso segurou o braço da amiga e disse com seriedade –E você, cuidado, um casamento não é como uma empresa. Não crie uma situação onde quem tem mais a perder é você.


(...)


Rachel não havia achado Camila e quando virou-se para voltar a Quinn deu de cara com o Finn.


—O que está fazendo aqui? –questionou com raiva.


Nunca pensou que um dia sentira-se tão avessa a presença de Finn. Ele costumava ser sua pessoa favorita no mundo, aquele a quem sempre confiava e sabia que a receberia de braços abertos.


Bem, isso foi antes dele lhe dizer coisas horríveis e virar as costas daquele jeito.


—Queria te ver. Como terminamos, as coisas que eu disse...


—Não me diga que não eram verdadeiras porque eram sim! E você teve tempo de sobra pra se arrepender e me ligar. Não aparecer hoje e criar uma cena com Quinn!


—Desculpe, esqueci que agora ela está brincando de marionete com você –O olhar de Finn exibia sua fúria.


—Olha Finn, já tem coisa demais acontecendo comigo agora. Não dá pra lidar com você!


Finn pensava o contrário e por isso começou a se desculpar incansavelmente.


Rachel por um momento percebeu que algo estava errado. Que as desculpas de Finn já não lhe interessavam e seu desejo interior era voltar para Quinn. Para os braços de Quinn.


Estaria ela então perdendo interesse em Finn?


E se interessando pela QUINN FABRAY?!


(...)


—Uma tequila pelo seus pensamentos –Lauren ofereceu a bebida a amiga.


Quinn entornou o copo em um só gole. Ela assistia o desenrolar da cena de Finn e de Rachel com atenção. Santana, como sempre, tinha dado algo para Quinn pensar e agora em vez de estar ansiosa para analisar a situação Quinn estava com medo de flagrar ato de carinho. De descobrir que estaria se casando com alguém que tem o coração em outro lugar.


—Ela ainda o ama? – questionou seu pensamento em voz alta.


—Ela não está com cara de quem está feliz em vê-lo.


Rachel revirou os olhos pela terceira vez enquanto conversava com Finn, o que deixava obvio sua aversão com a presença do homem.


—Isso não responde minha pergunta.


—Por que se importa? – Lauren fez uma careta. – Disse que não vai ama-la mesmo.


—Ele era a razão do porque ela queria desistir do contrato.  


—Ela nunca disse isso, Quinn. E Rachel é uma mulher independente demais pra se arriscar tanto por um homem.


—Eu não sou um homem, Lauren – a questão acedeu na mente da loira.


—Tem a parte mais importante de um. –Lauren deu um sorriso sacana.  –Ou que julgam ser a mais importante.


—E se ela não for atraída por mulheres? Nunca cheguei a perguntar se isso importava. Talvez ela tenha repulsa e por isso não quer ser vista casada com uma mulher.


—Quinn, pare de criar teorias na sua cabeça. Se está com dúvidas, pergunte.


—Acha que ela me dirá a verdade?


—Ela não tem o porquê mentir –Lauren deu de ombros –E o pouco que eu conheço da futura Sra. Fabray duvido que ela vá esconder o que pensa só pra não te magoar.


—Preciso aumentar seu salário –Quinn deu um sorriso a amiga. Se não fosse Lauren desenrolar seus pensamentos, Quinn seria uma pessoa muito mais fria.


—Realmente, ser sua engenheira e conselheira é um trabalho que ninguém gostaria de ter –Lauren retribuiu o sorriso e acariciou o ombro da loira.


—Por favor, não me digam que estão falando de trabalho –Rachel chegou até elas e tomou o copo ainda intacto da mão de Quinn.


—Claro que não! Estou perguntando pra Quinn quando você vai me apresentar sua amiga bonitinha –Lauren apontou para Camila que estava no bar, dançando de forma esquisita com outra mulher.


—Ela não é pra você, Lauren –Rachel encarou a mulher com seriedade.


—Por que? –Lauren questionou com um brilho nos olhos.


—Camila é toda romântica, uma menina. Você só vai machucar o coração dela e eu não vou deixar!


—Não devia ter dito isso, eu adoro um desafio –Lauren deu uma piscadela a Rachel e saiu em direção ao bar.


—Lauren! Lauren! Vai deixar ela fazer isso? –Rachel olhou com indignação para Quinn.  


—Nunca consegui impedir Lauren de conquistar uma mulher –Quinn ergueu os ombros–Mas talvez sua amiga saiba como rejeita-la.


—Espero –Rachel –Porque se Lauren brincar com ela você vai ter que encontrar uma nova engenheira.


—Por que? Vai me pedir pra demiti-la?


—Não –Rachel respondeu seria. –Eu vou matá-la mesmo. Com minhas próprias mãos.


—Que mulher violenta. Gostei. – Quinn voltou a tomar o corpo de Rachel nos baços e a abraçar como estavam antes.


Não por encenação, nem para afrontar Finn. Era só porque ela quis.


E ficou feliz porque Rachel não a afastou. Então não tinha repulsa pelo corpo da Quinn.


—Diz –Pediu Rachel.


—O que?


—O que está te incomodando. Diz –A Berry percebeu que havia algo incomodando Quinn.


—Rachel, você gosta de mulher? – a loira perguntou olhando nos olhos da morena.


—O que?


—Você gosta de mulher? Você não liga com o fato de que sou uma mulher e você só tenha namorado um homem e....


—Não me importo com isso. Que seja mulher. –Rachel ficou com as bochechas vermelhas.


—Mas só se relacionou com homens.  


—Um homem.  –Corrigiu –Mas isso não significa que não tive outras experiências.


Em um termino que ela e Finn tiveram anos atrás, Santana a levou para uma balada. Ela conheceu uma garota muito bonita, e seu corpo formigou estando perto dela. A garota tomou a atitude e beijou Rachel.


Rachel gostou... até demais.


—Então já esteve atraída por mulheres? –Quinn achou aquilo interessante. Então Rachel não era a filhinha contida que o papai Hiram queria.


—Sim –respondeu envergonhada.


—Já se sentiu atraída por mim? –Os braços de Quinn apertaram mais o corpo de Rachel contra o dela.


E isso fez o ar faltar nos pulmões da Berry. Ela não conseguia negar que Quinn Fabray mexia com a sua cabeça, que sua imaginação já tinha divagado algumas obscenidades entre as duas e que chegava a ser dolorido lutar contra a vontade de tocar na loira.


Mas ela nunca quis que Quinn soubesse disso. Tinha medo da Fabray pensar que ela era como as outras tolas que ficava aos seus pés.


—Quinn...


—Hey, Quinn! –Sam interrompeu as duas com sua voz estridente. – Archie vai virar dez doses de tequila. Você não pode perder.


—Você escutou –sussurrou Rachel –Não pode perder.


—Tem outra coisa mais interessante que não posso perder: sua resposta –Quinn tentou ignorar o amigo e arrancar a resposta de Rachel.


—Quinn! –Chamou Sam novamente.


—Vá! Não quero que me culpem por te monopolizar –Rachel aproveitou a distração de Quinn para escapar da armadilha de seus braços.


—Iremos continuar essa conversa! –disse a Fabray quando a noiva acenou para ela.


—Vem! Você vai ter todo o tempo do mundo com a sua noiva depois –Sam a pegou pelo braço e a arrastou de volta ao grupo de amigos.


O que Sam não entendia é que Quinn queria mais. E que os amigos lhe parecia terrivelmente inconvenientes para ela naquele momento


(...)


Quinn se esforçava para esconder o tedio. Não conseguia aproveitar a presença dos amigos, porque não era ali que queria estar. Rachel havia sumido de seu campo de visão e Quinn temeu que a morena tivesse ido embora sem ao menos avisar. As duas estavam tão próximas, por que Quinn estava ali com todos aqueles bêbados em vez de aproveitar um pouco mais sua noiva?


Céus, ela estava ficando patética. Estava ficando tão fissurada em Rachel quanto Santana em Brittany. Era só desejo, pensou Quinn, era seu corpo querendo o corpo da Berry.


—Então, casada hein? –Marley foi até Quinn, que estava sentada em uma almofada, e sentou ao seu lado com as pernas bem próximas a da loira.


—Sim.


—Vai ser exclusiva ou será um casamento aberto como o meu e Kitty? –Marley acariciou o braço da Fabray.


As duas sempre se pegavam nas festas, caso Quinn não encontrasse algo novo. Kitty não se importava, porque o investimento que Quinn fazia em sua empresa supria qualquer ônus que o affair causasse.


Mas naquela noite Quinn percebeu que a atitude era errada. Não pela forma que Kitty e Marley se relacionavam, isso era entre elas, mas Quinn e Rachel.


Se Quinn não queria ver Rachel com Finn, ela também deveria fazer o mesmo e parar de ter seus casos fora do noivado. Ela iria se casar e esperava lealdade de sua esposa. Então ela também passaria a ser leal.


—Nós duas... não vai mais acontecer –Quinn retirou a mão da amiga e  lhe deu um sorriso de desculpas.


—Uau. Quinn Fabray será exclusiva – Marley não conseguiu disfarçar o tom de decepção. - Mas acho que sua noiva não pensa assim.


—Por que? –aquilo chamou a atenção de Quinn.


—Acabei de vê–la subindo com o amigo de Sam lá pra cima.


Quinn não disse mais nenhuma palavra e saiu em direção ao terraço.


Tudo agora rodopiava em sua mente enquanto subia as escadas. Santana tinha razão, droga! Rachel provavelmente estava com Finn, beijando Finn ou talvez... Aquilo enfureceu a loira. Rachel não podia lhe trair dessa forma!


Mas antes de abrir a porta pode ouvir a voz de Rachel em alto tom:


—Finn, pare, eu estou com Quinn, iremos nos casar e eu não quero...Finn! Pare! Ai.


Quinn chutou a porta e quase correndo se colocou na frente de Rachel antes que Finn pudesse dar mais um passo.


Rachel estava no chão, segurando seu pulso. Mesmo com pouca iluminação Quinn pode ver as marcas dos dedos de Finn em seu braço.


Isso deixou Quinn tão furiosa que ela sentiu vontade de mata-lo.


—Fique longe dela –Vociferou entredentes.


—Pronto, sua dona chegou! –Finn disse para Rachel.


A morena se levantou e ficou atrás de Quinn, segurando o braço da loira com a mão que não estava ferida. Ela percebeu o quanto Quinn tremia e teve medo que a loira fosse para cima do homem.


Finn era enorme e Quinn se machucaria. Rachel sentiu seu coração doer só de pensar na possibilidade de Quinn ferida.


—Acho melhor você ir embora, Finn –pediu Rachel.


—Está tudo indo muito bem até você aparecer! –Acusou o homem apontando para Finn.


—A marca dos seus dedos no pulso dela estão dizendo o contrário. Vá embora, antes que eu chame a segurança e eles te tiram daqui a força. –Quinn ergueu o celular, já programado para acionar a segurança do local através de um aplicativo. Ela sempre tinha isso, afinal era uma pessoa visada e a qualquer momento poderia precisar de segurança. Nunca pensou em usar até aquele momento   –Ai sua imagem fica manchada ao seu novo amiguinho Sam a quem tanto quer impressionar. E você, meu amigo, vai apodrecer em uma cadeia até que todo mundo que te conheça esqueça seu nome.


—Rach... –tentou pela última vez.


—Vá – a voz de Rachel foi carregada de ressentimento.


E aceitando sua derrota, Finn as deixou.


—Deixe–me ver –pediu Quinn segurando o braço de Rachel com carinho.


—Ele nunca foi violento –Rachel sentiu-se ainda pior quando virou seu pulso e pode perceber que sua pele começava a escurecer com as marcas dos dedos de Finn - Como pode fazer isso comigo?


—Ele está desesperado. Está perdendo a coisa mais preciosa que tem na vida patética dele –Quinn acariciou o rosto de Rachel, limpando as lagrimas que ela já não conseguia mais segurar.


Finn não tinha partido seu coração no restaurante, mas tinha partido agora. Ela ainda pensava que depois de um tempo os dois poderiam ter uma amizade. Porém uma agressão, ela nunca aceitaria aquilo.


—Eu não sou uma coisa, sou uma pessoa. E mesmo se não fosse para me casar com você, se eu escolhesse terminar isso não dá o direito de me tratar assim.


—Claro. –concordou Quinn –Está certa.


—Você me seguiu até aqui? –Rachel questionou. Não fazia nem mesmo dois minutos que Finn havia a levado ali para acertar tudo entre eles.


Rachel não queria ir, entretanto se não fizesse Finn entender de uma vez por todas que eles não iriam voltar o homem a perseguiria sempre.


—Já estava indo embora, queria lhe oferecer uma carona –Quinn mentiu porque não queria revelar sua desconfiança de Rachel. - Eu não iria interromper vocês, mas ai eu te escutei...


—Ainda bem que interrompeu.


 –Rachel, não estou dizendo quem tem que estar na sua vida ou não. Mas não acho que Finn seja uma pessoa que mereça seu afeto. – Se antes era por causa do medo da dimensão do relacionamento deles, agora era devido ao fato de Finn ser altamente perigoso a Rachel.


Quinn cuidaria disso e não era de uma maneira gentil como foi com o suborno.


—Ele não é assim –Rachel olhou para o próprio pulso –Mas depois de hoje quero ficar um bom tempo sem vê–lo.


—Não vou dizer fico triste por ele.


—Mentirosa –Rachel sorriu para a loira. Quinn já não tinha como negar o ciúmes –Disse que não tinha ciúmes.


—Não se vanglorie por isso –Quinn abraçou com cuidado e as duas ficaram entrelaçadas enquanto assistiam à vista da cidade.


Quinn refletiu o quão bom foi estar errada. A desconfiança dela em Rachel era infundada, a morena continuou firmando o relacionamento delas até mesmo quando ninguém mais podia ouvi-la. Rachel estava engajada tanto quanto Quinn para que a relação seguisse até mesmo sem o contrato.


Rachel era uma pessoa confiável e Quinn lhe devia isso.


—Precisamos mesmo voltar? – perguntou Rachel afogada com o sentimento inebriante que Quinn lhe dava. Era quente e confortável estar ali.


—Não.


—Não precisa ficar se não quiser. Seus amigos...


—Vão ter que entender que eles já não são as prioridades da minha noite –Quinn beijou sua testa e sussurrou em sua orelha. -Não quero voltar ao antes.


Rachel suspirou. Se Quinn estava ali, e não como os amigos, já era  a prova suficiente que elas não seriam como antes e isso era a certeza que Rachel precisava aquela noite. Por isso pode responder com tranquilidade:


—Eu também não.


 



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Autor(a): blacksweetheart

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