Fanfics Brasil - Tabuleiro Minha Rainha

Fanfic: Minha Rainha | Tema: Romance erótico


Capítulo: Tabuleiro

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Capítulo 1



 



Tabuleiro



 



New York



 


     Sou Daryl Cooper, um nova-iorquino alto, pardo, forte, de cabelos castanhos e olhos da mesma cor. Me denomino Rei da maior organização de assassinos profissionais, The King. A vida é como um tabuleiro de xadrez. É necessário conhecimento e estratégia para chegar ao topo, por isso estou nele. Nós exterminamos qualquer um que passe da linha, sem nos importarmos com seu “título”. Não importa quem seja, ou quantos seguranças tenha, no final eu sempre acerto o meu alvo.


     Mas para todo rei tem sempre aqueles que ajudaram a chegar no poder. Afinal, não tem como subir sozinho.


     — Relatório — falo, entrando no bar.


     Nesse momento, estou no meio de uma missão. Para encontrar e arrancar informações de Frederick Gomes. Um homem que roubou milhões da empresa errada. O meu contratante pediu para fazê-lo falar e exterminá-lo.


     — Ele está com mais seguranças do que o previsto — a voz do Jean, uma das minhas Torres, soa no meu fone.


     Minhas Torres são: Jean, um homem magro de 1,70, cujos cabelos são castanhos e tem os olhos verdes. Sempre com uma cara fechada, tentando bancar o durão, mas quem o conhece de verdade não consegue levá-lo tão a sério, pois é um dos brincalhões da equipe; Alan, um ruivo sardento de cabelos cacheados, olhos cor de mel e músculos aparentes, que destrói corações onde passa, ele é o mais novo da equipe, quem o vê a primeira vez pensa que é um modelo engomadinho metido a bad boy, mas, na verdade, é o mais tímido de todos nós, muito gentil com quem faz o mesmo com ele, mas se o tirar do sério, o terá como seu pior pesadelo — Os que cometeram esse erro não estão mais vivos para contar história — Normalmente jogos de xadrez só tem duas Torres. Porém esse é o meu tabuleiro, eu sou o único Rei e faço minhas próprias regras. Dito isso, lhes apresento Sam, minha última Torre. Com quase dois metros de altura, ele tem uma cara fechada, que intimida qualquer um que o encare, cabelos lisos sempre impecáveis num topete para o lado, fios negros assim como a cor dos olhos. Com o porte físico de um jogador de futebol americano. Diferente do Jean, ele realmente é durão e tem pavio muito curto.


      Minhas Torres ficam na entrada e avisam quando o nosso alvo se aproxima. Eles vigiam o perímetro, ficando de olhos bem abertos, observando quem entra e quem sai.


     — O alvo avistou a isca, chefe — Gustavo.


     Os Cavalos são: Jhony, um brutamontes negro, de dois metros de altura com algumas cicatrizes aparentes, cabeça raspada, metido a palhaço da turma, ele é meio inconsequente às vezes, mas tem uma mira excelente; Gustavo, alto, forte, tem uma tatuagem tribal subindo pelo braço esquerdo que vai até o peito, loiro dos olhos azuis, com a aparência típica ao de um alemão, diferente do Jhony, ele é um homem de poucas palavras, mas adora piadinhas de baixo calão. Principalmente se quem está contando elas é o palhaço da turma.


     Eles ficam escondidos, com a munição necessária para exterminar o nosso alvo à distância, se precisar. Além de cuidar das câmeras e hackear sistemas.


     — Ele acabou de se sentar no bar — Lisa.


     Os Bispos são: Lisa, seus cabelos são curtos, liso ondulado, cor loiro escuro, uma moça alta, de pele bronzeada, olhos castanhos, magra de curvas medianas, que gosta de seduzir os homens com a sua beleza, mas seus relacionamentos não duram muito tempo, ela até quer ter um compromisso sério, mas não tem sorte no amor; Mary, uma mulher muito linda, negra, de 1,80, com o corpo robusto, cabelos longos, pretos e olhos verdes. Assim como os olhos, Mary é uma mulher brilhante, muito carismática e inteligente, uma médica diplomada, cujos traumas do passado e o desejo de vingança — assim como todos da equipe — a fizeram chegar até a mim. Sempre muito carismática e disposta a ajudar se precisar.


     Lisa e Mary são as minhas observadoras dentro dos locais, e normalmente ficam perto da minha rainha — são suas melhores amigas também — Elas ficam expostas, atendendo ou distraindo o público. Mas não deixe as aparências de boas moças te enganarem, elas são rápidas e precisas quando o assunto é lutar, e extremamente frias quando vão tirar a vida de alguém.


     — Boa noite, senhorita — ouço no fone o Frederick falando com a peça mais poderosa do meu tabuleiro. — Sou Frederick Gomes, gostaria de me acompanhar numa bebida?


     Me sento atrás dele e a Lisa me serve.


     Meus Peões são civis disfarçados que rondam o bar. Eles são menos habilidosos do que minha equipe principal, mesmo assim não deixam de ser bons.


     — Boa noite, Sr. Gomes — ela fala sensualmente. — Eu adoraria.


     Essa é a Ally Moore, minha Rainha. Ela não é só a peça mais poderosa que eu tenho, mas é também a mulher mais sexy e atraente que um homem pode encontrar.


     Ela é branquinha e diferente do restante da equipe principal, Ally esqueceu de crescer e tem apenas 1,55 de altura. Sexy, bela, seus olhos são um mel dourado, cabelos chocolate, estilo long bob lisos, que encanta o mais ingênuo dos homens. Dona de um corpo robusto, cheio de curvas, que chama atenção onde passa. Além de beleza, Ally é brilhante quando se trata de estratégia e luta. Digamos que a minha rainha tem tudo e mais um pouco. Para mim ela é perfeita em absolutamente tudo.


     — Não me chame de senhor — ele sorri, se aproximando dela, se afastando dos seguranças atrás dele. — Pode me chamar de Fred se quiser.


     Ela dá um lindo sorriso e coloca o cabelo atrás da orelha, fingindo estar envergonhada.


     — Bom, Fred, eu me chamo Margareth — o olha. — Mas pode me chamar de Meg.


     Travo o meu maxilar, vendo ele passar o braço na cintura dela.


     — Não tinha nome melhor pra inventar? — Jhony dá risada no fone. — Está sem criatividade?


     O Frederick a chama para dançar, Ally aceita e disfarçadamente dá o dedo pro Jhony.


     — Quem disse que eu estou ali? — acha graça.


     Ela fica tensa e começa a dançar uma música latina com o nosso alvo.


     — Onde você está? — me irrito.


     — Acabei de subir no telhado, chefe.


     Aperto o copo de tequila que estou segurando, com raiva.


     — Por que desfez a formação? — disfarço, levando o copo até a boca.


     — Estou dando apoio às Torres. Parece que tem algo de errado com o movimento aqui fora, mas não se preocupe, a Mary tomou o meu lugar.


     — Minha Rainha está sem um Bispo e um Cavalo a menos?


     Respiro fundo e dou um sorriso sarcástico.


     — Se algo der errado — coloco o copo na mesa. — Vou deixar a Ally decidir o destino de vocês.


     — Vocês? — falam em uníssono.


     Os seguranças notam um súbito espanto dos meus peões e ficam em alerta.


     — Não se preocupem, Peões — peço outra bebida para Lisa. — Estava falando com a equipe principal.


     Olho a mão do Fred descendo nas costas da Ally e dou risada.


     Você está querendo tocar num terreno perigoso, Frederick — preparo minha arma. — Não posso deixar isso acontecer.


     — Xeque-mate! — atiro, acertando em cheio a cabeça do Gomes.


     O tiroteio se inicia e as pessoas saem do bar gritando. Lisa tira a arma de baixo da mesa, me cobrindo.


     — Eu preciso de reforço! — Ally grita, mandando bala.


     Corro na sua direção atirando e me escondo atrás da mesa, a vendo sozinha, matando os homens do Gomes.


     Com socos, chutes e uma Magnum 44, minha rainha voa neles, desviando das balas, usando o corpo de um como escudo. Lisa se aproxima para tentar ajudá-la, mas acaba tendo que enfrentar um homem que tem quase o dobro da sua altura.


     — Merda! — Ally grita, quando as munições acabam e vai pro mano a mano.


     Ela taca a arma na cara de um, dá uma joelhada na cabeça de outro e eu atiro no rapaz que vem atrás dela.


     — Vem! — a puxo para mim e nos escondemos atrás da coluna, que é preenchida por balas.


     — Chegou em boa hora — passa a mão na minha cintura, pegando uma arma.


     — Torres, segunda formação! — falo. — Bispos, recuem e vão pela direita! Peões, se aproximem para nos dar tempo!


     — Sim chefe! — falam em uníssono.


     Eles me obedecem e nós recarregamos as armas.


     — Eu precisava de uma faca — olho a quantidade de balas que tenho.


     — Vamos limpar esse lugar, chefinho! — levanta a perna, me mostrando a adaga na sua cinta-liga.


     — Já começou a flertar comigo? — pego a faca.


     — Eu não fiz nada — ela cola no meu corpo, desabotoando o meu cinto. Olho para baixo, admirando seu belo decote, com um sorriso pervertido no rosto.


     Mordo os lábios, sentindo suas mãozinhas passarem em volta da minha cintura. Ally dá uma piscadinha e avança nos homens.


     — Ela adora me provocar! — rosno excitado.


     Saio do lugar e começo a atirar.


     — Agrr!


     Ally atira e bate nos homens com a fivela do meu cinto como se fosse um chicote.


     — Sua masoquista! — acho graça e começo a usar a faca.


     Um por um, os homens do Gomes vão caindo.


     — Não nessa vida! — ela esfaqueia o rapaz e joga a faca na minha direção.


     Me espanto, e o cara atrás de mim recebe a facada no meio dos olhos. Nós corremos e nos escondemos atrás do balcão, evitando as balas que voam em nossa direção.


     — Eu tenho mais uma arma, chefinho — sorri, tirando uma pistola no meio dos seios.


     Ao ver isso, aproveito da situação.


     — Eu posso conferir se você não esqueceu mais alguma aí? — olho pros seus montes.


     Ela recarrega, me dando um sorrisinho travesso.


     — Só tenho essa — sussurra me provocando.


     Ally se ajoelha atirando, deixando os seios na direção do meu rosto.


     — Isso é para alegrar o meu dia? — mordo os lábios. — Confesso que acordei meio triste essa manhã.


     — Se concentra, chefinho!


     — Eu estou me concentrando — os admiro. — Só estou verificando se está tudo bem com eles.


     Lambo os lábios, olhando o quanto são redondinhos.


     — Chefinho, tem uma última faca na minha coxa, pega e me ajuda aqui!


     Que corpinho gostoso a minha rainha tem! — a devoro com os olhos.


     — Chefinho! — me chama atenção.


     — Desculpa, eu não estava prestando atenção — porque estou ocupado demais te despindo com os olhos.


     Ela bufa e coloca mão dentro do vestido, tirando uma faca.


     — De onde você tirou isso? — me espanto.


     — Da minha coxa! — me entrega. — Eu vou pela direita e você vai pela esquerda.


     Concordo e me levanto. Ally corre para cima de um brutamonte que tem o dobro do seu tamanho e largura. Eu corto a cabeça do que estava enfrentando e jogo a faca, acertando o cara que ela estava espancando.


     — Acabou... — Lisa suspira.


     Nós respiramos aliviados, então minha rainha pega o celular e liga para equipe de limpeza.


     — Chefe! — Gustavo se pronuncia. — Parece que mataram o nosso homem!


     Olho pro corpo do Frederick esticado no chão.


     — Eu sei, fui eu que fiz isso — falo como quem não quer nada.


     — Mas o plano... — Jhony me olha perdido.


     — O plano foi um fiasco! — Ally se aproxima, irritada.


     Ela está muito nervosa!


     — É, mas... — Jhony tenta se explicar.


     — Você me deixou na mão! — grita olhando para ele. — Me deixou sem um Cavalo e um Bispo, eu quase fui esfaqueada por sua causa!


     Jhony olha para baixo e Ally cruza os braços, olhando nos olhos dele — é muito engraçado ver um marmanjo desse tamanho levando uma bronca dela.


     — Quem te disse que poderia desfazer a formação, soldado?! — grita.


Ele fica mudo.


     — Se não fosse pelo chefe, eu teria morrido! — aponta o dedo na cara dele. — Você me deixou na mão quando eu mais precisei!


     — Calma, nervosinha — me aproximo deles. — Não vai acontecer de novo.


     — Fica na tua, chefinho! — me encara. — Minha conversa é com ele!


     E mais uma coisa que esqueci de mencionar. Quando está nervosa, ela briga até comigo. É a única que tem coragem para me desafiar.


     — Todos vocês! — aponta pro pessoal. — Treinamento intensivo às 6h da manhã!


     O pessoal começa a resmungar e eu cruzo os braços, achando graça.


     Ela fica tão linda quando está nervosa.


     — Mas quem errou foram eles — Lisa fala. — Por que a gente também tem que pagar?


     — Com exceção do chefinho, todos vocês estão ficando fracos! — olha pra loira. — Eu sei muito bem que você doma homens maiores do que aquele — Lisa dá um sorrisinho sacana. — Jean, Alan e Sam, se estavam precisando de ajuda, significa que não estão treinando o suficiente! — os encara. — Mary e Gustavo, a mira de vocês estava uma vergonha! — eles abaixam a cabeça. — E Jhony!


     Olha para cima o encarando.


     — Da próxima vez que desfizer a formação sem o consentimento do chefe — cruza os braços. — Vai começar a treinar 4h da manhã!


     Ele abre a boca sem entender.


     — Mas não era 6h?


     — Pra você é 5h! — o fuzila. — Não pense que vai receber o mesmo castigo que eles, Jhony. Pois com você eu vou pegar pesado.


     A equipe de limpeza chega e ela vai até eles.


     — Vamos pra casa, pessoal — chamo. — Amanhã vocês têm que acordar cedo.


     Eles começam a resmungar e eu vou em direção do carro dando risada.


     Nós moramos todos juntos, na minha mansão. Com “nós” quero dizer a minha equipe principal. Eles são a minha família, confio minha vida nas mãos deles. Então, por mais que estejam irritados com o castigo que a Ally deu, logo, logo isso passa. Pois já estão acostumados com o seu temperamento.


     No caminho de volta para casa, ela veio comigo, me dando o relatório completo da missão, e começamos a bolar um plano, para encontrar as informações que o nosso contratante pediu. A minha rainha é muito inteligente e habilidosa, por isso se tornou o meu braço direito nos negócios.


     — Vocês demoraram — William sorri para gente, encostado na sua minivan.


     Nós saímos do carro e os meus sobrinhos vieram correndo me abraçar.


     — Tio Dary, tio Dary — Hermione pula animada e eu a pego no colo sorrindo.


     William é o meu irmão gêmeo idêntico, é professor da sua própria academia de artes marciais. Ele é casado e tem duas crianças lindas. A mais nova se chama Hermione e o mais velho, Bruce. Meu irmão tem uma bela família e sempre me visita quando pode.


     — Princesinha... — a abraço. — Nossa! Mione, como você cresceu!


     — E fiquei mais bonita também — mexe nos cabelos.


     Nós damos risadas e a Ally abraça o Bruce.


     — Você está tão fofo — beija suas bochechas. — Está copiando o estilo bad boy do papai?


     — Só que mais bonito, gata! — Bruce dá uma piscadinha.


     — Já está me jogando charminho? — minha rainha o enche de beijinhos.


     Ele dá um largo sorriso recebendo os beijos dela e eu cerro os olhos o encarando.


     Moleque safado!


     — Até parece! — William acha graça. — Esse garoto vai ter que ralar muito pra chegar ao meu nível!


     Nós caímos na gargalhada.


     — Parece que tem outro a caminho — Bella, esposa do meu irmão, sai do carro, acariciando a barriga de 5 meses.


     Bella Clark, é uma mulher baixinha com uma aparência angelical. Seus cabelos são castanhos, lisos e longos, tem os olhos cor de avelã e leva algumas cicatrizes pelo corpo. Ela é muito fofa e um amor de pessoa. O que faz o meu irmão parecer um bobão apaixonado quando está perto dela.


     — Você está linda — Ally a abraça.


     — Aí meu pai! — Lisa chega com o restante do pessoal. — Você está um arraso, mulher! — corre entusiasmada para abraçar minha cunhada.


     — Até parece! Nem cresceu direito — Bella dá um sorrisinho meigo.


     — Sua barriga a está muito linda — Mary sorri.


     — Verdade — Ally sorri, descansando a mão na barriga da Bella. — Está se mexendo... — dá risada.


     — Viu só, meu amor — William a abraça por trás. — Eu te disse que você estava um charme essa manhã.


     Vou na direção deles, segurando a Hermione no colo.


     — Você comprou uma minivan? — arregalo os olhos.


     — Quando você tiver filhos, vai precisar de uma também!


     — Meu time de basquete não vai andar de minivan, não! — sorrio.


     — Time de basquete? — Alan se assusta.


     — Ele já escolheu até os nomes! — William brinca.


     Nós conversamos e rimos um com outro.


     — Vejo vocês no tatame amanhã — Ally dá um aceno sorrindo.


     — E a noite das garotas? — Mary a chama.


     — Fica para outro dia — sobe na sua moto e vai embora.


     O pessoal se espalha, as meninas entram com as crianças. William, Jhony e eu ficamos sentados na beira da piscina conversando.


     — Ela parecia meio triste — Jhony comenta.


     — Claro, você estragou a missão! — o encaro.


     Minha rainha é muito perfeccionista, não gosta quando as coisas dão errado, então de vez em quando ela dá uma volta para esfriar a cabeça.


     — Acho que o seu time de basquete a assustou! — Jhony acha graça.


     — Vocês já estão... — William insinua.


     Nego com a cabeça, sorrindo.


     — Qual é, chefe. Vocês já devem ter se pegado uma vez.


     — Não, isso nunca aconteceu — suspiro.


     Infelizmente...


     — Sério?! — se espanta. — Nem umazinha?


     Olho pro Jhony, negando com a cabeça.


     — Nossa! — abre a boca, espantado. — Do tanto que vocês flertam, pensei que já tinha rolado alguma coisa.


     — Eles flertam, é? — William dá um sorrisinho de lado.


     — Flertar é pouco! — Jhony acha graça. — Eles quase se pegam em todas as missões!


     — Não é bem assim! — levanto a sobrancelha.


     — Não é? — Jhony coça a garganta afinando a voz. — “Eu tenho mais uma arma chefinho” — depois engrossa a voz. — “Eu posso conferir se você não tem mais uma aí?”


     Eles dão risada.


     — Ela tirou uma arma do meio dos seios! — me indigno. — Só queria revistá-la para ter certeza se não tinha mais alguma.


     Nós caímos na risada.


     — O que vocês mais fazem é flertar! — fala entre risos. — Mas hoje você deu mole.


     — Como assim? — pergunto sem entender.


     — “Chefinho, tem uma última faca na minha coxa, pega e me ajuda aqui!” — afina a voz. — Cara, ela te deu liberdade pra pegar a faca e tu não fez nada?


     — O quê?! — me espanto.


     — Você estava olhando para onde, quando ela falou isso? — Jhony levanta a sobrancelha.


     — Como você sabe de tudo que acontece? — William se vira para o moreno.


     — Escutamos tudo pelo fone. Eles flertam como se não estivéssemos ouvindo nada!


     — Como assim me deu liberdade? — pergunto.


     — Ela falou pra você! — aponta para mim. — Pegar a faca na coxa dela e não falou qual coxa que era!


Merda!


     — Não pegou por quê? — William se vira para mim.


     — Me distraí com os seios dela na minha cara.


     Eles me olham de canto.


     — Não nesse sentido — reviro os olhos.


     — Pois é — Jhony sorri. — Teve a chance de tocar nela, mas ficou só olhando.


     Os dois caem na risada.


     Eu sou muito burro — coloco a mão na cabeça.


     — Me diz uma coisa — Jhony olha em volta. — Não atirou no Frederick só por que ela corria perigo, não é mesmo?


     Cerro os olhos.


     — Ele estava querendo tocar na bunda dela. O último que tentou fazer isso, ela arrancou o braço dele fora!


     O Jhony sorri negando com a cabeça.


     — Você não me engana, chefe. Sei muito bem que estava com ciúmes.


Reviro os olhos.


     — Ele sente ciúmes dela, é? — William dá um sorrisinho de lado. — Pensei que era só com o Bruce...


     — Ciúmes é pouco! — arregala os olhos. — Se morde todinho quando ela tem que encantar os caras nas missões.


     — Você não tem que dormir cedo? — o encaro. — Seu treinamento começa às 5h da manhã.


     — Vai deixá-la fazer isso comigo? — me olha com cara de choro.


     Concordo com a cabeça.


     — Minha rainha quase morreu por sua causa! — o encaro. — Se eu não tivesse ajudado, ela iria virar peneira.


     — Desculpa chefe — resmunga. — Eu não faço mais isso, mas não deixa a Ally me castigar. Eu sei que você pode fazê-la mudar de ideia.


     Mas que choradeira.


     — Eu posso, mas não quero — dou um sorriso. — Se continuar chorando, vou fazer entrar num mano a mano com ela.


     — Boa noite! — ele se despede e corre pro quarto.


     William cai na gargalhada.


     — Ela é tão assustadora assim? — fala entre risos.


     — O único que consegue entrar no mano a mano com a Ally sou eu — acho graça. — Depois de mim, ela é a mais forte da equipe.


     — Pelo tamanho dela não parece isso — cai na risada. — Não acredito que o Jhony perderia pra Ally.


     Levanto a sobrancelha sorrindo.


     — Você quer apostar?


     — Agora ficou interessante — ele se aproxima com um sorriso no rosto.


     — Você acredita mesmo que a minha rainha não dá conta do Jhony?


     — Não acredito! — balança a cabeça. — Se ela consegue acabar com um cara do seu tamanho, também consegue acabar com você!


     Caio na gargalhada.


     — Eu aposto que a Ally ganha do Jhony, mas não ganha de mim — estendo a mão.


     — Tá apostado! — ele aperta minha mão.


     Tem que ser muito ingênuo para aceitar uma aposta dessa. Minha rainha pode ser forte, mas ela não é mais forte do que o seu rei!






O restante do livro já está disponível na Amazon e nas principais plataformas de leitura.




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Autor(a): Amane_Anne

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