Fanfic: O Príncipe Mercante de Braavos (Viserys Self Insert) | Tema: Game of Thrones, A Song of Ice and Fire, A Guerra dos Tronos

 Eu não possuo "Crônicas de Gelo e Fogo"(Livro) nem "Game of Thrones" (série da HBO). Autoria dos lugares e personagens pertencem somente a Jorginho (R. R. Martin).

Viserys

João respirou fundo enquanto esperava na ante-sala pela reunião com os Chaveiros do Banco de Ferro.

Foi um longo processo que o levou até aqui. Mal dá para acreditar que ele conseguiu construir uma usina de processamento de Cal usando a tecnologia primitiva que ele tinha disponível.

Primeiro ele coletou o que pôde de conchas de mariscos e ostras jogados fora. Os meninos e meninas de rua que João alistou foram de grande ajuda.

Todos os dias toneladas de mariscos, ostras e outros restos são jogados fora. Conchas de animais marinhos que são matéria prima para obtenção de Carbonato, Hidróxido e Óxido de Cálcio.

Carbonato de cálcio (CaCO3) é uma substância comum encontrada em rochas, pérolas e conchas. 

João começou pedindo que Rocco esmagasse conchas (e algumas algas marinhas) recolhidas em um pó fino. Em seguida, com a ajuda de água salgada e uma peneira ele removeu areia e impurezas do composto. Mesmo o eletroímã ajudou a retirar impurezas metálicas contidas na mistura.

Em seguida eles coletaram lama e restos de vegetação seca. João cavou uma base triangular e colocou três telhas de cerâmica sobre os vãos. Em seguida ele misturou a lama com barbante água e mergulhou a palha seca até que ficasse coberta de lama; 

Em seguida, eles cobriram as telhas com camadas dessa massa de lama e vegetação, até que chegassem à altura dos ombros de João, em seguida eles puseram palha e lenha seca dentro e deixaram queimar por seis horas.

Na manhã seguinte a lama havia secado e as fibras vegetais endurecido. Criando um forno de barro com insolação térmica para calcinação. Um forno industrial feito com tecnologia rudimentar!

Um soprador lateral ajudou a manter a temperatura alta, em seguida João iniciou o processo de calcinação, que é utilizar a alta temperatura do forno para fazer com que o Carbonato de Cálcio das conchas perdesse átomos de cálcio e oxigênio, formando Cal e gás carbônico.

CaCO3 (s) → CaO (s) + CO2 (g)

Cal é extremamente reativo, e o pó faz mal a saúde quando inalado. Para reforçar aos meninos o quanto é importante ter cuidado com esse elemento, João simplesmente jogou uma lasca de cal em um canal, fazendo com que todos se assustam quando o material explode em contacto com a água. Agora as crianças provavelmente pensam que João é algum tipo de bruxo, mas ao menos eles têm cuidado perto do material.

Compóstos a base de Cálcio são a coisa mais importante necessária para uma civilização tecnológica. Entre outras coisas eles servem para:

Agricultura: O pó de carbonato de cálcio pode ser combinado com sujeira para remover íons de hidrogênio e "neutralizar" o ph do solo, ou seja, reduzir a acidez do solo para que possa suportar melhor o crescimento da safra.

Construção: Cozinhar carbonato de cálcio com areia cria argamassa, um material de construção simples. Ele também é um dos elementos base do cimento, material que João pretende produzir para suas futuras construções.

Higiene Pessoal: carbonato de cálcio coletado de algas marinhas pode ser combinado com óleo para criar sabão. A higiene em um mundo sem medicina é a chave para a sobrevivência. Hidróxido de cálcio é também base para condicionadores e substitui o hidróxido de sódio em alisamento capilar.

Artigos de Escritório: O Banco de Ferro produz um papel amarelado e de pouca qualidade para seus documentos de curto alcance e missivas internas. Joao pretende dar um “upgrade” por utilizar cal no processamento da celulose e papel, para regenerar a soda cáustica e para branquear as polpas de papel, junto com outros reagentes, criando o “papel branco” que conhecemos no mundo moderno;

Culinária: Pode também ser usado para reforçar a ração de suínos, criando bacon mais gordinho! Cal é um ingrediente indispensável no refino e clareamento de açúcar, ele também é usado no processo de produção do bacalhau! O bacalhau seco é encharcado com uma mistura de hidróxido de cálcio e soda cáustica para produzir um filé de peixe robusto e macio!

Armas: Devido a sua reação vigorosa quando em contato com a água, pode causar irritação severa quando inalada, ingerida, ou em contato com os olhos. Em 80 d.C., ao enfrentar um inimigo refugiado em cavernas inacessíveis na Hispânia, o general romano Quinto Sertório dispersou nuvens de cal a fim de asfixiá-los. Uma tática similar foi utilizada para lidar com uma revolta armada de plebeus na China, em 178 d.C., em que carros de guerra dispersaram cal nas multidões. No início do reinado de Henrique III, a marinha inglesa derrotou uma frota francesa cegando-a com cal. É possível que o material seja utilizado na produção de Fogovivo que Aerys, o Rei Louco, tanto gostava.

Nitrato de potássio criado a partir do esmagamento de conchas marinhas misturadas com vários outros ingredientes cria a pólvora. Mas João tinha planos de guardar o segredo da pólvora por enquanto, para que isso não caia em mãos erradas.

“Príncipe Viserys, permita-me acompanhá-lo, os Chaveiros irão recebê-lo agora...” Disse um funcionário do Banco. Aquele que chamam de Dorytos, agora muito mais afável depois da vergonha da manhã.

Tycho Nestoris

“Vejo que finalmente se habilitou a nos dar vossa graça, Chaveiro Nestoris…”

Nestoris franziu. “Um Guardião da Chave nunca se atrasa, caro Chaveiro, nem se adianta, ele chega exatamente a hora que quer chegar.” Respondeu com firmeza.

“Tragam o cliente!”

Nestoris viu Dorytos Pahlus entrar escoltando o príncipe, ele parecia bem mais ameno após o incidente. O príncipe montou uma estrutura em um tripé e olhou para os membros do conclave em antecipação.

Após um breve aceno de cabeça ele pôs se a falar.

“Estimados Guardiões da chave, eu não vou tomar seu precioso tempo, meu nome é Viserys Targaryen e tenho uma proposta de negócios para o Banco.” Disse o homenzinho.

À medida que Viserys falava duas coisas ficaram óbvias aos membros do Conclave. A primeira, essa não é algum tipo de trote ou brincadeira de mal gosto, a segunda, ao contrário das expectativas, o príncipe não deseja um empréstimo ou apoio político do Banco para retomar o Trono. Pelo contrário, ele defende que, independente de quem se sentar no Trono de Westeros, é provável que a economia dos 7 reinos demore para se recuperar. E que eventualmente, o novo Rei iria buscar formas de financiar essa recuperação, como por exemplo, um empréstimo junto ao Banco de Braavos.

“É facto conhecido que, infelizmente, lorde Quellon Greyjoy está a adoecer. O bom lorde trouxe prosperidade às Ilhas de Ferro, e sua frota mercante é a maior já vista nos 7 Reinos… Infelizmente, seu herdeiro Balon não cultiva o mesmo apreço pela prosperidade que o bom Lorde Quellon, e é um fato conhecido como este detesta ao preço do Ouro, da política econômica de seu pai e é adepto do preço de Ferro, e tudo que isso implica...”

“Um momento, estás a insinuar que as Ilhas de Ferro correm o risco de reverter a pirataria?” Perguntou um dos membros da bancada.

“Bem, é fato que as Galés e Naulongas construídas para a frota mercante de Quellon podem ser facilmente convertidas em belonaves com relativa facilidade, e a economia nas Ilhas de Ferro é baseada em serventura indenturar, que é uma forma de escravidão. Uma vez que Ballon farejar que o controle dos Baratheons nos Reinos é fraco com a Frota Real destruída e as relações entre os Tyrells e a Coroa ainda instáveis é provável que a Frota de Arbor não seja mobilizada a Tempo, ele poderia facilmente lançar um ataque nas costas de Westeros. Mas isso é claro é mera probabilidade. Qual a chance de ele ter uma mudança de coração e aceitar viver pacificamente em harmonia?" Disse o moleque em tom de deboche.

Nestoris a esse ponto tinha total certeza que Viserys não era uma criança comum. Mesmo o Lorde do Mar teria dificuldade em organizar tal argumento acerca da situação política dos Reinos, quanto menos um menino de o quê? Dez nome-dias? 

Seria ele um homem-sem-face? Difícilmente, por que a Casa do Preto e Branco se daria ao trabalho de assumir a identidade do príncipe exilado quando tudo que eles se importam é com assassínios e o culto do Deus de Mil Faces? Nestoris não era tolo, qualquer que seja a entidade controlando esse... esse… Homunculo, certamente tem uma mente voltada para negócios.

“E é por isso que eu peço ao Banco de ferro que espere. Tendo falhada a minha previsão, sintam-se livres para me ignorar ou fazer o que quiserem com os itens que eu trouxe, mas se as coisas acabarem como o previsto, eu vos proponho isso!” O príncipe pôs a mão em um pequeno baú e removeu a Coroa da Rainha Rhaella.

"Guardem esse patrimônio como uma… Garantia. Uma precaução caso o Trono de Ferro eventualmente se endivide a ponto de não poder honrar com os juros. Tendo em mãos essa coroa, eventualmente o Banco poderia vir a apoiar um futuro contentor ao Trono que seja mais… Sensível a importância de se manter as finanças do reino sãs e aos credores satisfeitos.”

‘Ah, então essa é a intenção’ Pensou Nestoris.

“E essa pessoa sensível seria o príncipe, imagino?” Perguntou um dos Guardiões.

“Eu? Preferencialmente não, eu não quero nada com aquele trono desconfortável e amaldiçoado, mas se isso garantisse a sobrevivência de minha irmã, eu aceito jogar qualquer jogo que o Banco de Ferro quiser jogar. Com uma condição.”

“Qual seria essa condição?” Perguntou Nestoris, cada  vez mais interessado.

“Viserys e os Targaryen devem desaparecer da face da terra!” Disse o príncipe.