Fanfics Brasil - Capítulo 15 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 15

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Madalena, com uma ansiosa Maite nos braços, trouxe-a para perto da mãe.


Madalena: Patrão, o senhor Herrera deve se juntar aos senhores no almoço?


Christopher: É muito provável, senhora. — Inclinei-me para minha filha a fim de lhe dar um beijo antes de sair. Ela foi mais rápida e enfiou um punhado de farelo em minha boca.


Madalena: Ah, senhor Uckermann, me perdoe — apressou-se a governanta, dando tapinhas em meu paletó para livrá-lo das centenas de migalhas.


Christopher: Humm... Mingau de aveia, bolo e... humm... baba. Gostoso.


Maite: Bábábábá — Maite respondeu satisfeita.


Dulce ainda ria ao levar nossa filha para o banho. Meu humor, porém, diferia e muito do dela. Minhas mãos suavam, e o coração já estava aos pulos apenas por pensar naquela coisa em meu escritório. Por isso não perdi tempo e fui direto para lá, onde me sentei à mesa e tomei fôlego. A chave estava pendurada na gaveta, exatamente como eu a deixara. Girei-a e então puxei a argola com certa brutalidade.


O celular não estava em nenhum lugar à vista.


Tateei o conteúdo da gaveta, amassando documentos importantes, alguns sem tanta importância assim, derrubando potes de nanquim ainda fechados. E isso foi tudo o que eu encontrei. Abri a segunda gaveta, depois a terceira, sem um único vislumbre do celular. Onde ele estava? Não podia ter simplesmente desaparecido.


Tirei a gaveta das corrediças, apoiando-a na mesa, e me pus a revirar seu conteúdo. Tinha de estar ali.


Gomes: Perdeu alguma coisa, senhor Uckermann? — Gomes surgiu no vão da porta.


Para onde? Para onde aquela coisa poderia ter ido? Objetos inanimados não saem andando por aí.


Um arrepio gélido percorreu minha coluna. Deus do céu, será que algum dos criados o tinha encontrado?


Christopher: Senhor Gomes. — Minha voz saiu áspera. — Alguém mexeu em minha mesa esta manhã?


Meu mordomo entrou no escritório, o queixo apontando para cima.


Gomes: De maneira alguma, senhor Uckermann. Sou o único, além da família e da senhora Madalena, que tem permissão para entrar neste cômodo. Garanto que não estive aqui até este momento. E a senhora Madalena estava ocupada demais no fogão. Está faltando alguma coisa?


Se ninguém entrara ali, então... então...


Christopher: Desapareceu! — A maldita coisa tinha desaparecido! Da mesma maneira apavorante como surgira, ela se fora.


Deixei-me cair na cadeira, tonto de alívio. Meu peito se expandiu enquanto eu afrouxava a gravata e voltava a encher os pulmões.


Gomes: Senhor, se algo sumiu, o senhor deve me dizer. Não permitirei que larápios se esgueirem pelos corredores da casa. Não enquanto ela estiver sob os meus cuidados. Revirarei cada canto, se necessário, até encontrar o que quer que lhe tenha sido furtado.


Christopher: Não, senhor Gomes. Não era nada importante. E receio que eu mesmo tenha sido o responsável pelo sumiço. Devo ter perdido e não percebi até este momento.


Gomes: Está certo disso, patrão?


Christopher: Sim, estou. Obrigado, Gomes.


O homem titubeou, mas acatou a dispensa. Enquanto eu o via se afastar, fiquei grato por não ter dito uma palavra a Dulce sobre o retorno da máquina do tempo.


Dulce: Espero que esteja pensando em mim enquanto sorri desse jeito — Dulce disse, recostada ao batente. Havia um pequeno sorriso em seus olhos.


Ela havia se livrado do avental. O vestido cor de jade de mangas curtas fazia um contraste interessante com sua pele clara e enfatizava as mechas douradas de seus cabelos. Ela prendera apenas uma parte deles, então suas ondas caíam livres em seus ombros, terminando pouco abaixo dos seios. Meus dedos se moveram sobre o tampo da mesa, acompanhando o contorno de sua silhueta. Deus, eu queria muito desenhá-la naquele instante.


Minha paixão pela pintura, acredito, nasceu comigo. Tornou-se mais acentuada nos anos da adolescência, quando o conflito de sentimentos era impossível de traduzir em palavras. Mas algo acontecia quando eu colocava a tinta sobre a tela, como se aquele zumbido em minha cabeça se calasse. Até tomei aulas com um artista local por um curto período. Então meus pais se foram, e com eles a vontade de pintar. O desejo de despejar no tecido meus sentimentos e percepções retornou anos depois, quando eu já estava na faculdade e passava dois ou três dias por semana longe de casa, tendo a solidão como companhia. Jamais gostei de retratar pessoas, porém. Faltavam-me talento e delicadeza para capturar todas as nuances da personalidade humana.


Então Dulce apareceu e com ela uma necessidade quase doentia de retratá-la. O desejo de pintá-la ultrapassava o âmbito pessoal. Minha paixão e adoração materializavam-se em telas com as quais eu jamais ficava totalmente satisfeito, e, no entanto, não era capaz de me impedir de criá-las. Era como se, de alguma maneira, desenhá-la a tornasse mais real, mais minha.


Eu me levantei, contornei a mesa e a trouxe para dentro.


Christopher: Em quem mais, meu amor?


Dulce: E aí? Resolveu o seu problema misterioso?


Christopher: Sim, eu... humm... — Eu tinha de dizer alguma coisa a ela. Mas o quê? Avistei a papelada dentro da gaveta abandonada sobre a mesa, subitamente inspirado. Além do mais, eu realmente precisava falar com ela sobre aquele assunto. — Está tudo resolvido, mas eu queria sua opinião sobre isso.


Pegando-a pelo cotovelo, conduzi-a para a poltrona, mas Dulce tropeçou em algo no caminho, e por sorte consegui segurá-la antes que se estatelasse. Ela se abaixou e pegou o livro no qual tropeçara. Shakespeare. Eu devia ter derrubado quando joguei a gaveta sobre a mesa.


Dulce: E é sobre Shakespeare que você quer minha opinião? — Ela me entregou o livro, uma das sobrancelhas arqueadas.


Christopher: Não desta vez. Anahí é quem está lendo. Quero sua opinião sobre isso. — Coloquei o exemplar na mesa e entreguei o folheto a ela.


Dulce: O que é isso?


Christopher: É o retrato de uma casa.


Dulce: Percebi. Parece aquela mansão que você me mostrou uma vez. A que pretendia comprar pra Anahí.


Christopher: Exatamente.


Ela ergueu os olhos do papel.


Dulce: Você chegou a comprar?


Balancei a cabeça.


Christopher: Você desapareceu e eu acabei perdendo o negócio. Mas há alguns meses o novo morador decidiu colocá-la à venda de novo. Parece que está afundado até o pescoço em dívidas. Ele veio me procurar, pois sabia que eu tinha interesse na propriedade. E, com todas aquelas visitas do Alfonso... Bem, eu estava esperando algo como o que aconteceu ontem à noite. Fiquei de pensar no assunto. O que você acha?


Dulce: Bom, é uma casa bem grande. E será ótimo, já que eles terão uma porção de filhos. Acho que a Anahí vai amar. Ainda mais porque fica aqui pertinho e nós nos veríamos sempre.


Christopher: Não sei se isso seria um atrativo para ela no momento — murmurei.


Dulce acariciou meu braço.


Dulce: Vocês vão se acertar. Ela te adora. Vai acabar te perdoando.


Soltei o ar com força, colocando as mãos nos bolsos da calça.


Christopher: Então você concorda com ela.


Dulce deixou o retrato de lado e girou, apoiando os quadris na mesa.


Dulce: Pra mim é tudo muito esquisito, Christopher. Quer dizer, Anahí vai ter que casar porque foi flagrada dando uns amassos no namorado? Eu e você fomos muito mais longe do que isso e ninguém nos obrigou a nada.


Christopher: Dulce...


Dulce: Eu sei! — ela interrompeu. — Sei desse lance de reputação e honra. Também sei que você ia me pedir em casamento antes de isso acontecer. Mas...


Christopher: Mas você não acha justo — completei por ela.


Ela encolheu os ombros e se endireitou, chegando perto o suficiente para apoiar as mãos em minha cintura. Seu rosto se elevou em direção ao meu.


Dulce: Não, eu não acho, Christopher.


Christopher: Também não estou certo sobre ontem. — Esfreguei a testa com força. — Não quero que minha irmã se torne uma pária da sociedade. Tampouco desejo sua infelicidade.


Seus profundos olhos castanhos se fixaram nos meus.


Dulce: Tá pensando em desfazer o noivado?


Christopher: Não sei. Eu encontrei Anahí esta madrugada. Acabamos discutindo. Entendi o que ela está sentindo, mas também sei como ela vai se sentir se eu permitir que ela desmanche o noivado. Anahí será muito infeliz quando as pessoas pararem de tratá-la com respeito.


Ela fez uma careta.


Dulce: É, isso ia acabar com ela, e eu não acho que...


Madalena: Com licença, senhores — Madalena escolheu esse momento para entrar no escritório, interrompendo o que quer que Dulce fosse dizer. A mulher retorcia o avental freneticamente. — Os senhores viram a senhorita Anahí?


Dulce: Não — respondeu Dulce.


Christopher: Ainda não a vi hoje. Pensei que estivesse dormindo.


Madalena: Minha Nossa Senhora! — A mulher esfregou o rosto com a ponta do avental.


Como se pressentíssemos algo, Dulce e eu nos endireitamos ao mesmo tempo.


Dulce: O que foi, Madalena? Desembucha — ordenou Dulce.


Madalena: Fui até o quarto da senhorita Anahí levar seu café da manhã, já que passou muito da hora de sair da cama, mas... ela não estava lá. E a cama ainda estava feita. Acho que a m-menina Anahí não dormiu em casa.


Christopher: Não pode ser — refutei de imediato. — Encontrei Anahí esta madrugada.


Madalena: Mas, senhor, já a procurei por toda a casa e ela não se encontra em parte alguma! A senhorita Anahí sumiu! Oh, minha Virgem Santíssima! Alguém a raptou novamente!


Dulce: Não acho que foi isso o que aconteceu, Madalena. — Os olhos de Dulce buscaram os meus, seu rosto se contorcendo em uma expressão preocupada. — Anahí ficou muito abalada com a história do noivado forçado. — Sua voz estava baixa quando disse: — Acho que ela fugiu de casa.


Por todos os infernos!


************************************


 


 


 


Continua...



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Autor(a): delenavondy

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Dulce: Christopher, eu acho que Anahí fugiu de casa — repetiu Dulce, diante do meu silêncio estarrecido. Dois dias antes, eu teria dito que minha esposa havia perdido o juízo, que Anahí nunca faria algo remotamente parecido com fugir de casa. Eu também teria apostado minha vida que ela jamais colocaria sua reputação em r ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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