Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação

Angelique: Oh, céus, Sebastian! — Angelique se levantou com alguma dificuldade e se abraçou ao marido com desespero. — Minha amiga não pode ter feito uma coisa dessas! Não pode ter arruinado sua reputação desta maneira!

A menos que toda aquela fúria que dominara Anahí tivesse outra razão. Que Dulce tivesse entendido tudo errado e o coração de minha irmã pertencesse a outro.

Mas, diabos, a quem?

Não, não, não. Anahí era transparente como uma taça de cristal, não sabia manipular ou ludibriar. Todos os seus sentimentos sempre terminavam expostos em seus francos olhos azuis. Ela estava apaixonada pelo maldito Alfonso, disso eu estava certo.

Dulce: Gente, calma aí. — Dulce começou a abanar Ninel, que parecia a ponto de passar mal. — Anahí não é uma adolescente rebelde pra fugir de casa assim. Isso foi só uma ideia que me ocorreu, já que ela e o Christopher se desentenderam. Além do mais...

Angelique: Oh, Dulce, querida! Você não compreendeu — gemeu Angelique, no ombro do marido. — Anahí fugiu!

****: A senhorita Anahí fugiu?

Virei-me em direção à voz masculina que eu ouvira com muita frequência no último ano e meio. Alfonso estava ao lado do mordomo, que não tivera tempo de anunciar sua chegada. O rosto do rapaz estava branco, os olhos vazios, o chapéu pendia de sua mão.

Ah, por tudo que é mais sagrado!

Ele ouvir parte da conversa e começar a fazer suposições era tudo de que eu não precisava agora. E, obviamente, sua presença ali comprovava que, se Anahí fugira, não tinha sido com ele.

Alfonso: A senhorita Anahí fugiu? — repetiu ele, a voz um pouco mais firme.

Sebastian: Ah, inferno — murmurou Sebastian, olhando para o recém-chegado.

Dulce: Acho que tá mais pra dando um tempo na casa de uma amiga — tentou Dulce.

Alfonso: Dando um tempo? — Alfonso pareceu não entender. Sacudiu a cabeça. — Acabo de passar por sua propriedade, senhor Uckermann, e fui informado de que a senhorita Anahí estava aqui. A senhorita Anahí... Ela... Ela fugiu?

Aquilo não podia estar acontecendo. Não podia ser real. Se fosse, eu teria de encarar a obscura realidade de que falhara com Anahí. E de que eu não tinha a menor ideia de onde minha irmã havia se metido.

Christopher: Eu não sei, William. — Trinquei a mandíbula. — Realmente não sei.

Ninel: Oh, meu bom Deus! É claro que ela fugiu! — grasnou Ninel. Parecendo ter recuperado as forças, a mulher ficou em pé. — Aquela menina ingrata! Manchando o nome da família a troco de um capricho impensado. Oh, que escândalo será! Jamais seremos aceitos em parte alguma!

Dulce: Calma aí, caramba! — Dulce se colocou na frente da mulher, para impedir que ela se aproximasse de Alfonso. — Também não precisa exagerar. Acho que a Anahí só está tentando colocar a cabeça no lugar. Poxa vida, quem é que ficaria feliz por ser forçada a casar? Ahhhhh... casar com o cara que ela ama, é claro — adicionou depressa, relanceando Alfonso. — Ela não fugiu, apenas se afastou pra pensar. Não há motivo para ter fugido.

Ninel: Creio que o correto não seja especular os motivos, e sim com quem, senhora Uckermann — alfinetou Ninel.

Dulce finalmente compreendeu, e buscou meus olhos. Engoli em seco, na tentativa inútil de me livrar do nó que se alojara em minha garganta.

Christopher: Não. Anahí não faria uma tolice dessas! — Eu realmente esperava que não! — Conheço minha irmã, e sei que ela jamais seria tão tola a ponto de abandonar todos que ama para viver uma aventura.

Alfonso balançou e buscou apoio no encosto de uma cadeira. O rapaz parecia prestes a vomitar no tapete da sala a qualquer momento.

Ninel: Não se iluda, meu sobrinho. Anahí é uma Uckermann. Corre fogo em suas veias. Nas de todos vocês. E o comportamento dela ontem no baile provou isso.

Angelique: Oh, não diga isso, minha sogra! — Angelique se desprendeu de Sebastian. — Anahí sempre foi muito ajuizada. Deve ter tido seus motivos para...

Alfonso: Fugiu. Anahí fugiu — Alfonso murmurou, os olhos perdidos, a voz tão baixa que quase não pude ouvi-lo. — Ela preferiu a ruína a se casar comigo.

Ninel: Ora, é mesmo? — Ninel fitou a nora. — E quais seriam esses motivos, Angelique? Fogo na...

Christopher: Calem a boca! — gritei.

O silêncio caiu sobre a sala, e Ninel, de fato, desabou de volta no sofá, os olhos muito abertos.

Dulce: Muito bem — Dulce sorriu para mim, agradecendo. — Agora que todos estão prestando atenção, vamos esclarecer algumas coisas. A primeira: Anahí ficou de amasso com o Alfonso, pois gosta muito dele. A segunda: ela ficou furiosa com o Christopher, uma vez que ele a viu cometer uma indiscrição e o decepcionou. E ela me disse que odeia decepcioná-lo. Terceira: é óbvio, ela também ficou bastante put... humm... brava com o Alfonso porque ele a pediu em casamento.

Alfonso: O quê? — Alfonso deixou cair o chapéu.

Dulce revirou os olhos.

Dulce: Olha, Alfonso, você é um cara muito legal, mas eu já te falei que as mulheres não sabem ler mentes. Custava ter demonstrado só um pouquinho de alegria, que você queria realmente pedi-la em casamento, em vez de parecer que estava apenas tentando não ser enforcado pelo Christopher?

Alfonso: Mas o senhor Uckermann não me permitia respirar!

Christopher: Não me culpe — resmunguei. — Foi você quem começou isso ao levar minha irmã para o jardim. Você sabia que existia a possibilidade de ser enforcado.

Alfonso: Sim, eu sabia. — Ele fez uma careta, então voltou a atenção para Dulce. — E como eu poderia dizer qualquer coisa a Anahí com seu marido bem ali, ouvindo tudo? — Ele se abaixou e pegou o chapéu.

Ela ergueu os ombros.

Dulce: Você podia ter dado um jeito. Um sorriso, uma piscada...

Alfonso: E então o seu marido me mataria ali mesmo. — Ele abriu os braços, em sinal de impotência.

Dulce me fitou, uma sobrancelha arqueada.

Christopher: Certamente mataria. — Anuí com a cabeça.

Dulce: Fica quieto, Christopher... — Ela me lançou um olhar afiado antes de voltar a atenção ao garoto. — Enfim. Essa foi a impressão que ela teve, Alfonso. Que você a pediu em casamento apenas porque era a coisa certa a fazer. E ela gosta demais de você para ficar feliz com isso.

Alfonso: Onde ela está? — Ele deu um passo à frente. — Posso pensar em mil maneiras de provar a ela quanto eu a adoro... a amo. Eu amo a senhorita Anahí desde a primeira vez em que a vi, senhora Uckermann.

Christopher: Pelo amor de Deus — bufei, esfregando o rosto.

Dulce, no entanto, apreciou toda aquela falação e sorriu para ele.

Dulce: Você só precisa dizer isso a ela, Alfonso.

Christopher: O que nos traz de volta ao problema inicial — rugi, impaciente. — Para onde Anahí foi? Onde ela pode ter passado a noite? A vila é muito distante para ela ter ido a pé.

Sebastian: Algum cavalo desapareceu do estábulo? — Sebastian me perguntou.

Christopher: Não sei, não cheguei a pensar nisso antes, mas imagino que Isaac teria me dito alguma coisa se um deles tivesse sumido.

Dulce: Então ela só pode ter ido a pé — Dulce concluiu.

Christopher: Ah, inferno! — Por que não pensei nisso antes? Duas cercas e pouco mais de vinte minutos de caminhada era tudo o que separava Anahí de um teto. — Ela foi para a casa dos Boyer.

Angelique: Oh, sim, senhor Uckermann! — Angelique pousou a mão sobre a barriga inchada. — Papai e mamãe certamente a receberam! Devem até ter enviado um bilhete a esta hora, avisando que ela se encontra em segurança.

Ninel: Vocês estão perdendo tempo. — Ninel alisou os cabelos. — Anahí estará longe quando se derem conta da verdade.

Sebastian: E qual seria a verdade, mamãe? — Sebastian perguntou, sem ânimo.

Ninel: Ora, Sebastian. Ficou claro que este cavalheiro — apontou para Alfonso — não era o que Anahí queria.

Dulce: Para com isso, dona Ninel — interveio Dulce. — A senhora não pode ficar pensando essas coisas da Anahí sem saber o que aconteceu. E você, Alfonso, fique frio e tente pensar com coerência. Anahí é a vítima, não a culpada dessa história.

E, se eu tivesse ouvido seus protestos, nada disso estaria acontecendo.

Christopher: Ficar discutindo não nos levará a lugar algum. Vou até a casa dos Boyer — anunciei. — Vamos, Dulce.

Sebastian: Mandem notícias assim que for possível — Sebastian pediu.

**************************************