Fanfics Brasil - Capítulo 21 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 21

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A algazarra naquele lugar era infernal, e ao que parecia todo aquele barulho incomodava apenas a mim. As pessoas passavam — falando sozinhas com a mão na orelha — como se nada estivesse acontecendo, como se fossem imunes à cacofonia. Também não davam a mínima atenção às carruagens sem cavalos — seriam os tais carros, que Dulce tinha mencionado certa vez? —, os quais produziam zunidos de todos os tipos, dos mais agudos aos mais graves.


E havia o cheiro. Não era nada que eu reconhecesse.


Dulce e eu nos sentamos devagar. Eu me preparava para ajudá-la a ficar de pé quando um homem que falava com a mão quase passou por cima dela.


****: Put/a que pari/u! Saiam do meu caminho! Esses pedintes me tiram do sério, viu? Não, não foi isso que eu pedi. Por que não anota o que estou falando, porr/a?


Christopher: Isso não é jeito de... — Comecei a me levantar na intenção de socá-lo até lhe ensinar bons modos, mas Dulce, delicada como sempre, devolveu um alto e claro:


Dulce: Vai se fode/r, babaca!


Christopher: Dulce! — censurei, embora eu mesmo tivesse pensado em algo semelhante.


Dulce: Ah, aqui a gente se vira como dá. Vai se acostumando. Vamos, Christopher. Levanta daí ou vou ter que enfiar meu punho no nariz de algum idiota mal-educado. — Ela fitou o homem, que seguiu em frente sem parecer ter escutado.


Eu me pus de pé, então ajudei Dulce:, correndo as mãos por seu corpo.


Christopher: Você está bem? Se feriu?


Dulce: Não. Tá tudo bem. E você?


Alguém esbarrou nela, jogando-a para a frente. Eu a segurei firme pelos ombros, endireitando-a, e rapidamente me voltei em direção ao suposto cavalheiro, que nem mesmo se dera o trabalho de se desculpar.


Dulce me deteve pelo braço.


Dulce: Opa, peraí, senhor Esquentadinho. É assim mesmo por aqui. Tô acostumada com os encontrões. Foi daqui que eu vim, lembra?


Muito a contragosto, fiz que sim com a cabeça.


Dulce: Você tá bem? — ela repetiu.


Christopher: Eu... não sei ao certo.


Observei a cidade caótica do século vinte e um. Se passa muito tempo pensando no futuro, conjeturei, é próprio do ser humano. Porém, mesmo com tudo o que Dulce antecipara, mesmo eu tendo informações que a maioria das pessoas que eu conhecia não tinha, o que eu via me deixou sem palavras. Como era possível que o mundo tivesse mudado tanto em tão pouco tempo? Menos de duzentos anos separavam aquele mundo do meu. Não era tanto assim, se você parasse para pensar. Como as construções podiam ter ganhado tanta altura? Como os veículos podiam ser tão pequenos e velozes? E as roupas... bem, haviam encolhido e muito, embora nem as damas nem os cavalheiros parecessem constrangidos ao exibir tanta pele. E como as pessoas se tornaram tão... tão... apressadas e pouco corteses?


Não. Nem em um milhão de anos eu teria imaginado que era aquilo que o futuro guardava.


Christopher: Eu não consigo pensar direito — respondi, por fim. — Muito barulho, muitas cores e... esse cheiro.


Dulce: Acho melhor a gente nem saber. — Ela tomou meu rosto entre as mãos, tentando capturar minha atenção. — Olha, Christopher, eu sei quanto você se sente confuso e desorientado agora, e como tudo isso parece assustador e... bom, surreal. Mas eu estou aqui, tá? Nós vamos passar por isso juntos. Vai ser igualzinho à primeira vez.


Não pude evitar sorrir.


Christopher: Isso significa que terei de conquistá-la novamente?


Os cantos de sua boca se curvaram para cima também.


Dulce: Não. Mas também não vou me opor, se quiser tentar a sorte.


****: Olha, mamãe! Um príncipe e uma princesa! — Uma garotinha de pouco mais de um metro, com cabelos castanhos brilhantes, apontava para nós.


****: Não aponta, Juliana. É feio. — A mãe, um tanto sem graça, arrastou a menina para longe. Eu as analisei enquanto se afastavam. A mulher vestia algo estranho, uma espécie de camisa larga colorida que ia até os joelhos. A criança usava suspensórios e calças que mal alcançavam seus tornozelos finos.


Dulce: Humm... Ela tem razão. — Dulce tocou a saia longa de seu vestido verde. — Acho melhor trocarmos de roupa. Não podemos procurar Anahí vestidos desse jeito. Ninguém nos levaria a sério.


Christopher: Sabe onde começar a procurá-la? — Naturalmente, eu não fazia ideia.


Dulce: É claro que sei. E vamos rezar pra que eu esteja certa.


Christopher: Tudo bem. Para onde devo levá-la?


Dulce: Não tenho mais casa aqui desde que parei de pagar o aluguel, imagino. Então, acho que vou ter que pedir emprestado de novo.


Duas senhoras passaram por mim. Ambas sorriam enquanto me examinavam.


Fiz uma mesura — ainda que estivesse um pouco atordoado, os bons modos sempre falavam mais alto. Dulce me puxou em direção à rua.


Christopher: Dulce, não! — Eu a puxei de volta. Não parecia seguro.


Ela manteve o braço livre esticado.


Dulce: Calma. Só estou chamando um táxi. Um carro de aluguel. — Quase no mesmo instante, um daqueles veículos parou bem perto dela. — Vamos?


Examinei o táxi. Era baixo, com rodas pequenas demais e feito de metal.


Aproximei-me, tocando a carroceria fria, sólida e perfeitamente lisa.


Christopher: Nossa!


Dulce revirou os olhos.


Dulce: Homens... — Então abriu a porta e esperou. — Vem, Christopher.


Olhei para ela e fechei a cara.


Christopher: Isso não está certo. Sou eu quem deve ajudá-la a entrar, não o contrário.


Ela piscou.


Dulce: Hã... Tudo bem. — Fechou a porta e deu um passo para o lado.


****: Vocês vão entrar ou não? O taxímetro já tá correndo — avisou o condutor, atrás de um círculo preto. Uma mulher.


Dulce: Só um segundo — respondeu minha esposa.


Observei a porta e encontrei uma espécie de alavanca oculta. Pressionando-a para cima, ela se abriu. Ah.


Christopher: Minha senhora. — Fiz uma reverência.


Dulce ainda ria enquanto se acomodava. Eu a acompanhei, mas não foi fácil. Era baixo demais, e o espaço interno era minúsculo. Não dava para se levantar, muito menos para esticar as pernas. Fiquei com os joelhos presos entre os dois assentos. O dianteiro estava de costas para mim, pois a condutora ia ali dentro também. No entanto, tenho de admitir que a ideia de uma janela frontal era bastante engenhosa. E os bancos eram muito confortáveis.


Dulce se esticou sobre mim e puxou a porta que eu, equivocadamente, deixei aberta, enquanto dizia um endereço à condutora. A mulher deu uma boa olhada em mim por meio de um pequeno espelho preso ao teto do táxi. Algo a divertia. Lancei a ela um olhar interrogativo, e o mais intenso tom de rosa coloriu suas bochechas antes que ela desviasse o olhar. Então o movimento aconteceu, e foi de imediato registrado por meu estômago. A náusea era leve, apenas um incômodo, fácil de ignorar. Dulce já me explicara sobre motores movidos a combustível, mas eu jamais teria imaginado tamanha força e velocidade.


Christopher: Espantoso!


Dulce: Sério? Você acha mesmo?


Voltei-me para ela.


Christopher: É um pouco apertado aqui dentro, mas é inegavelmente esplêndido. E a ideia de uma janela bem à frente é bastante agradável.


Dulce me fitou com confusão.


Christopher: Por que está me olhando assim? — Segurei a mão dela.


Ela sacudiu a cabeça, um pequeno sorriso nos lábios.


Dulce: De todas as reações que você podia ter, de todas as diferenças que podia apontar, você escolheu se maravilhar...


Christopher: Posso falar sobre as diferenças, se preferir.


E podia mesmo. O mundo que passava voando pela janela era tão diferente que era quase impossível encontrar algo que eu reconhecesse. No entanto, não era isso o que mais me chamava atenção. Não. Eram as pessoas. Elas passavam umas pelas outras sem se notar, cumprimentar, sorrir. Como se fossem completos estranhos. A julgar pela altura das construções que bloqueavam a linha do horizonte, bem podia ser isso mesmo. E minha irmã estava ali, em algum lugar.


Será que uma dessas pessoas apressadas a tinha notado? Será que alguma delas havia parado para lhe oferecer ajuda? Deus do céu, eu rezava que sim.


Dulce: Prefiro que me diga o que realmente pensa — disse Dulce, achando graça. — E nem sei por que me surpreendi. Você sempre agiu assim comigo. Me aceitou da forma como sou e nunca se assustou. Só ficou... deslumbrado.


Foi a minha vez de sorrir.


Christopher: Meu deslumbramento por você não pode ser comparado com o que estou sentindo agora. Isto tudo é a evolução. Minha cabeça dói, pois estou tentando entender como foi que chegamos a tanto. — Apontei para a janela. — Agora, no que diz respeito a você, meu amor, não há o que tentar entender. Como eu poderia não me sentir fascinado por você? Você é extraordinária, única, Dulce.


Dulce: Aqui eu não sou, não — ela resmungou baixinho.


Eu estava pronto para dizer que ela estava enganada quando a condutora se virou e disse:


****: Olhaí! Eu também me chamo Dulce.


Minha esposa soltou um longo suspiro, virando o rosto para a janela lateral. Então algo lhe atraiu a atenção e ela começou a discutir com a jovem condutora. O percurso que esta escolhera fazer era o mais longo e caro, segundo minha mulher.


************************************


 


 


Continua...



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Autor(a): delenavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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