Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação
O táxi parou em frente a um prédio alto cinzento. Contei doze janelas. A rua estava menos apinhada que antes, como se o centro do caos tivesse ficado para trás. Gostei do lugar.
****: Trinta paus — avisou a motorista, batendo o dedo em uma placa preta onde piscava o número trinta em um vibrante e luminoso laranja.
Dulce: Me dá só um segundo? — Dulce me empurrou para fora do carro de aluguel, já que a condutora não desceu para abrir a porta.
Dulce seguiu direto para a entrada do prédio, mas, em vez de entrar, dirigiu-se a uma caixa prateada presa à parede do edifício. Apertou um círculo azul e uma sineta ecoou pela rua.
Dulce: Por favor, esteja em casa — murmurou, mordendo o lábio inferior.
****: Alô! — berrou a caixa.
Dei um pulo, automaticamente passando os braços na cintura de Dulce e a puxando para longe do que quer que fosse aquilo.
Ela deu risada, desprendendo-se com delicadeza.
Dulce: Tá tudo bem. Juro! — ela me garantiu, ao mesmo tempo em que a caixa falante berrava um “Alôôu?”.
Dulce voltou a se aproximar da parede, a diversão estampada nos cantos da boca.
Dulce: E aí? Será que pode me emprestar uma grana?
****: Mas era só o que me faltava. Pedintes agora interfonam?
Já que minha esposa gargalhou, achei que ela não corria nenhum risco. Mas, diabos, ela estava falando com uma caixa! E o mais espantoso era que a caixa respondia! Um meio de comunicação, certamente, como Dulce me dissera uma vez. Como o telefone.
Talvez aquilo até fosse um telefone.
Dulce: Caramba, Maite! Tá certo que eu tô sem um tostão, mas me chamar de pedinte já é demais! Sempre devolvi o que peguei emprestado. Hã... Exceto as roupas.
A caixa ficou em silêncio. Então se seguiu o ruído de coisas batendo contra a parede. E passos pesados e rápidos.
Maite: Dulceeee! — A voz agora veio do alto.
Dulce: Maite! — Minha esposa olhou para cima e eu acompanhei seu olhar, colocando a mão na frente dos olhos para protegê-los do sol. Debruçada no balcão do terceiro andar, a jovem bonita que eu vira uma vez por meio de fotos gritou um “Aimeudeeeeeeeeeeeeeee...” antes de desaparecer de vista.
Christopher: Suponho que esta seja Maite. — Coloquei as mãos nos bolsos da calça.
Dulce: A grana já tá vindo! — Dulce acenou para a condutora, que assentiu uma vez. — Você vai adorar a Maite, Christopher.
Christopher: É claro que vou. Será um prazer conhecer sua família. — Pois era isso que aquela jovem era.
Minha esposa fez que sim, os olhos subitamente brilhantes. Então, um borrão de tecido azul, rosa e púrpura passou pela porta de vidro alta e se chocou em cheio com Dulce.
Maite: Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! — Maite pulava abraçada a Dulce.
Dulce: Eu sei! Eu sei! Eu sei! — Dulce respondia em seu pescoço. — Também morri de saudade de você!
Maite se afastou um pouco, mas manteve as mãos nos ombros de minha esposa.
Maite: Eu recebi suas cartas. Fico obcecada esperando o carteiro agora. O Christian até quis me levar num psi...
****: Cadê minha grana, moça? — A motorista do táxi se debruçou na janela, interrompendo o reencontro das duas amigas. — O taxímetro ainda tá correndo.
Maite: Aqui! O dinheiro tá aqui! — Maite estendeu um punhado de notas de papel, parecidas com as que Dulce me mostrara tempos antes.
Então ela me notou. E seus olhos, que pareciam ainda mais cristalinos em contraste com os cílios longos e escuros, estavam fixos em mim. Sua boca se abriu e ela tentou dizer alguma coisa, mas precisou de algumas tentativas.
Maite: Christopher — ela arfou.
Endireitei os ombros e sorri para ela.
Christopher: É um prazer finalmente conhecê-la, senhora Maite. — Fiz uma mesura.
Seu olhar perdeu o foco e um rubor suave coloriu suas bochechas. Ela piscou e então sacudiu a cabeça. Seus cachos dançavam.
Maite: Ai, meu Deus do céu! — Ela olhou para Dulce, deixando-me confuso. Eu tinha feito algo errado?
Dulce: Eu sei — minha esposa suspirou. — Tem o mesmo efeito em mim.
Que efeito? Do que elas estavam falando?
Pigarreei e recomecei minha apresentação.
Christopher: Dulce fala muito sobre a senhora. Não imagina quanto estou honrado por finalmente ter o privilégio de...
Sem aviso, Maite se jogou sobre mim e enlaçou os braços em meu pescoço. Os babados de sua camisa florida fizeram cócegas em meu nariz.
Maite: Você é de verdade! — Ela desfez o abraço, mas continuou segurando meus braços. — Você é mesmo real! E, caramba, é ainda mais gostoso do que eu tinha imaginado. E mais alto também. É daqui que vem todo o borogodó do Christian, então. Minha Nossa Senhora, Dulce! Agora entendo por que você nem pensou duas vezes pra ir viver com ele.
Foi a minha vez de ruborizar. Eu não havia entendido patavinas do que ela dissera, mas tinha a impressão de que acabara de me elogiar. E eu não estava habituado a ser tocado daquela maneira por ninguém, exceto Dulce e às vezes Anahí. No entanto, temi magoá-la se me esquivasse.
Quais eram as regras daquele lugar?
Se eu levasse em conta tudo o que sabia sobre Dulce, poderia deduzir que não havia muitas.
Já que Maite o mencionara, minha curiosidade acerca de Christian se intensificou ainda mais. Pouco depois do nascimento de Maite, Dulce descobrira algo a respeito de nossos futuros descendentes. Christian, o marido de sua melhor amiga, era um deles. Naturalmente, meu cérebro ultrapassado demorou mais que o dela para compreender tudo. O fato de Dulce ter convivido com ele por tanto tempo dificultava as coisas para mim. Ela, no entanto, seguia uma linha de raciocínio maluca como tudo o que a cercava. Por um capricho do destino, Dulce fora colocada no tempo errado. Em vez de ter nascido na primeira década do século dezenove, como eu, nasceu no ano de mil novecentos e oitenta e cinco. Tudo o que vivera a levara ao momento em que deveria fazer a escolha que decidiria seu destino. E ela me escolheu. Christian era fruto dessa escolha.
Dulce: O Christian tá em casa? — perguntou Dulce, como se adivinhasse o rumo de meus pensamentos. — Ele tá bem?
Maite: Tá na academia dando aula. — Maite me soltou.
Ajeitei as roupas e tentei me recompor. Era assim que as pessoas se cumprimentavam agora, com toda aquela intimidade? Deus do céu, por muito menos eu ficava constrangido. Beijar Dulce em público ainda me causava certo embaraço — apesar de isso nunca ter me detido, é claro.
Maite: Ele fica por lá até o fim da tarde, mas vou ligar avisando que vocês estão aqui. — Maite puxou a amiga para um abraço. — Nem acredito que eu tô te vendo de novo, Dulce!
Dulce: Eu também, Maite.
Maite: Como é que vocês vieram parar aqui? É uma visita? Férias ou...
Dulce: Uma missão de resgate — completei.
Maite: Ih, não gostei disso. — Maite fez uma careta. — Como assim, missão de resgate?
Dulce: Bom... — Dulce afastou alguns fios de cabelo que lhe caíam no rosto e os prendeu atrás da orelha. — Nós estávamos vivendo nosso felizes para sempre e...
Christopher: Ainda estamos — eu a corrigi.
Ela fixou aqueles olhos castanhos em mim.
Dulce: É. Ainda estamos. E o motivo de estarmos aqui é a Anahí.
Maite: Não entendi — Maite soltou Dulce. — O que a Anahí tem a ver com vocês terem vindo para cá?
Dulce: Longa história. E vou explicar tudo com calma depois, mas basicamente o celular voltou, a Anahí encontrou, veio pra cá por engano e nós temos que achá-la de qualquer jeito. Só que eu tô vestida assim. — Ela abriu os braços para que a amiga visse seu vestido. Era um de meus favoritos. O tecido era encorpado, aderindo a seu torso em todos os lugares certos, e a saia balançava levemente quando ela andava, de modo que vez ou outra me permitia vislumbrar um de seus tornozelos bem feitos.
Maite: Pelo menos você não foi parar na ala psiquiátrica dessa vez. E a Anahí também tá aqui?
Dulce e eu assentimos.
Maite: Deus, que confusão! — Sacudiu a cabeça. — Vamos subir e aí vocês me explicam tudo direito.
Naturalmente, ofereci o braço às duas. Dulce o aceitou sem hesitar. Já Maite...
Maite: O quê? O que eu devo fazer? — Ela olhou para Dulce, em pânico.
Dulce: Apenas me imite.
Maite: Certo. — Ela pegou meu cotovelo.
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Autor(a): delenavondy
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Levei as duas para dentro do edifício. Logo na entrada, reparei na mobília colorida e florida destoando da nudez das paredes brancas. Franzi a testa. Será que os quadros não existiam mais? Ou apenas haviam caído em desuso? Maite: Agora vamos lá, Dulce. Comece a falar. Se você está aqui, é porque encontrou a fada ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 108
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vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00
O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele
delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56
<3
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vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21
AFF que perfeito sua fic♥️ amei amei amei
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taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42
Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre 🙈
delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50
Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos
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mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04
Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss
delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37
já já posto mais...
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47
ansiosa pelos proximos
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36
quero mais
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28
voltaaaaaa
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21
kd vc ?
delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17
Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09
pelo amor de deus
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01
mais mais mais