Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação
Christopher: Encontrou um o quê? — perguntei, mais alto do que pretendia.
Delegado Cerqueira: Um parente, amigo, conhecido. — Ele ergueu os ombros. — Não sei ao certo. Mas estou mais do que satisfeito por ter aquela garota longe da minha delegacia. Ela causou um tremendo tumulto com toda aquela gritaria.
Christopher: Mas Anahí não conhece ninguém aqui! — Meu estômago embrulhou. — Quem a levou? Exijo que me diga!
Os olhos do sujeito se estreitaram ligeiramente em minha direção, enquanto Dulce pousou a mão em meu ombro.
Dulce: Calma aí — ela sussurrou.
Christopher: Como posso ter calma, Dulce, se este senhor me diz que Anahí foi levada por um parente e nós dois sabemos que ela não tem ninguém aqui?
Delegado Cerqueira: Se isso é tudo... — Ele voltou a atenção para o computador a sua frente, em uma mal-educada dispensa.
Cheguei ao limite.
Christopher: Isso é tudo? — Eu me aproximei da mesa. — Minha irmã tem apenas dezessete anos! Estamos falando de uma menina, perdida em uma cidade como esta, e levada por um “suposto” parente. E o senhor acha que isso é tudo? Que espécie de cavalheiro é o senhor?
Dulce: Christopher... — Dulce murmurou, puxando meu braço.
O sujeito ergueu lentamente os olhos para mim.
Delegado Cerqueira: Eu tenho mais o que fazer do que ficar paparicando meninas malucas. E a família a encontrou, não?
Christopher: O senhor ouviu o que eu disse? Nós somos a única família de que Anahí dispõe.
Delegado Cerqueira: É melhor se acalmar, filho, se não quiser se meter em confusão.
Dulce: Christopher, vamos embora. — Dulce me puxou para a porta. — Obrigada, doutor Cerqueira, nós...
Christopher: Mas eu já me meti em confusão! — Cuspi para o homem. — Minha irmã está nas mãos de alguém que mentiu para levá-la. Com que propósito? O senhor ao menos verificou a autenticidade do parentesco? Tentou descobrir por que Anahí estava tão assustada?
O rosto dele ficou rubro como um tomate.
Delegado Cerqueira: Está sugerindo que eu não sei fazer o meu trabalho?
Christopher: Não. Estou afirmando. O senhor colocou uma criança em risco por inaptidão ou desinteresse. E não estou certo sobre qual das duas hipóteses é a pior.
Levantando-se com certo estardalhaço, sempre me encarando, ele disse:
Delegado Cerqueira: Ah, é mesmo? É melhor eu exibir minhas habilidades, então. Você está preso por desacato!
Dulce: O quê? Não! — Dulce gritou. — O senhor não pode fazer isso!
Delegado Cerqueira: Faço o que eu quiser na minha delegacia. Pereira!
Aconteceu muito rápido. A porta se abriu e um homem entrou. O delegado ordenou que me prendesse. Mantive a calma quanto pude, mas, quando outro sujeito entrou e empurrou Dulce para o lado a fim de me pegar, vi tudo vermelho.
Com uma manobra rápida, acertei seu queixo com o cotovelo. Mas havia mais homens chegando, e um deles foi bem-sucedido em me agarrar pelo braço e torcê-lo nas costas.
Dulce: Christopher, não lute! — Dulce tentou se interpor entre mim e o policial. O delegado a impediu, plantando-se a sua frente. Ao menos isso. Ele não era totalmente incapaz, afinal.
O silvo de um porrete cortou o ar, e então não vi mais nada.
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Alguém batia em meu rosto.
****: Vamos, cara, acorda aí.
Tentei me mover, mas minha cabeça ameaçou explodir. Abri os olhos. Um rapaz estava curvado sobre mim, observando-me com a testa franzida.
****: Caramba, cara, que susto — disse ele. — Achei que você estava em coma.
Eu me sentei no chão grudento, gemendo, a mão na cabeça, que parecia pesar uma tonelada. A parte de trás estava dolorida, um galo já se formando. Diabos, o que tinham feito comigo?
****: É um saco quando acertam a cabeça, né? Mas a desorientação passa já, já. O que você aprontou? Por que eles te apagaram?
Christopher: Não sei ao certo. Imagino que eu não devia ter dito ao delegado o que penso a respeito de sua capacidade.
O homem sorriu largamente. A grossa cicatriz que ia de sua sobrancelha até a linha dos cabelos se distendeu, também parecendo sorrir.
****: Legal. Bom, bem-vindo ao paraíso. — E abriu os braços.
Observei a cela pequena. Havia uma cama de solteiro e algo parecido com um vaso em um canto. Nada mais.
****: Deixa eu te ajudar. — Ele me ofereceu a mão. Aceitei a ajuda. — Deus do céu, você é pesado feito um cavalo.
Christopher: Por que foi preso? — perguntei assim que consegui me levantar, mas minhas pernas não estavam funcionando direito. Sentei-me no colchão fino.
****: Nada de mais, uma coisa à toa.
Christopher: O que quer... — comecei, mas me detive assim que ouvi um alvoroço e uma voz muito familiar ecoar pelo corredor.
Dulce: ... não pode me impedir de falar com ele. Tá no código civil! — argumentava Dulce.
****: É código de processo penal — uma voz masculina ecoou.
Dulce: Tanto faz! Quero ver o meu marido agora! O delegado autorizou!
Fiquei de pé e cruzei meu cativeiro, meio instável, buscando apoio nas grades.
****: Senhora...
****: Ah, deixa ela ir, Pereira. É melhor. Chega de confusão por hoje — outro homem disse.
Dulce apareceu a minha frente sete segundos depois.
Dulce: Christopher! — Enfiou os braços pelas grades e tocou meu corpo em todos os lugares que pôde alcançar. — Você tá bem? Te machucaram muito?
Christopher: Você não deveria estar aqui, Dulce. Não a quero neste lugar!
Dulce: Eu precisava te ver. Estava preocupada. Aquele filho da mãe não precisava ter te atacado com tanta força. A Maite ligou pra um advogado amigo dela e ele tá com o delegado agora, ameaçando Deus e todo mundo. Ele acha que você foi vítima de abuso de autoridade e quer abrir um processo, mas eu só quero tirar você daqui.
Tomei seu rosto entre as mãos.
Christopher: Me perdoe, Dulce. Eu não queria que nada disso acontecesse. Apenas não posso acreditar que aquele homem tenha entregado Anahí a um...
Dulce: É, eu sei. — Ela virou a cabeça para o lado, beijando minha palma. O toque viajou por todo meu corpo e encontrou abrigo em meu peito. — A gente vai te tirar logo daqui, e aí vamos encontrar sua irmã nem que a gente tenha que revirar esta cidade do avesso. Você tá machucado, Christopher? Fala a verdade.
Christopher: Estou bem. Não se preocupe comigo.
Dulce: Como se isso fosse possível. — Por entre as barras de ferro, ela colou a testa em meu queixo.
Um sujeito vestindo uma camisa semelhante à da jovem que nos levara até a sala do delegado apareceu.
****: Tudo bem, dona. Já chega. A senhora já viu que ele tá vivo. Agora, por favor, me acompanhe.
Dulce olhou para ele e assentiu. Então voltou a atenção para mim.
Dulce: Daqui a pouco a gente se vê, tá bem?
Christopher: Apenas fique longe da delegacia.
Ela esticou o pescoço. Minha boca encontrou a dela. As grades esmagaram meu rosto, e temendo que pudessem ferir Dulce, não me demorei.
Pude ouvir seus passos se distanciando no corredor, a porta se fechando com um baque surdo.
****: Ela é muito linda. É sua namorada? — meu companheiro de cela perguntou, sentando-se no colchão sujo.
Christopher: Minha esposa.
Ele assoviou uma nota contínua e aguda, avaliando-me de cima a baixo.
Cansado, com a cabeça doendo como o inferno, decidi me sentar com ele.
****: Você engravidou ela?
Christopher: Sim, nós temos uma filha. — Recostei-me na parede. O galo em minha cabeça resvalou no reboco áspero. Engoli uma porção de impropérios.
****: Eu sabia. Só um maluco se casaria na sua idade por vontade própria.
Christopher: Mas eu me casei por vontade própria.
O homem deu risada.
****: Então você é mais doido do que eu tinha imaginado.
Christopher: Por que você foi preso? — insisti.
****: Eu... tinha esse trabalho. Fiz tudo direitinho. — Seu olhar se tornou vago, os cantos da boca curvaram-se levemente. Então seu semblante se anuviou enquanto ele mirava os olhos em mim. — Tudo mesmo, mas alguma coisa deu errado e... eu estraguei tudo. Agora estou sendo punido.
Franzi a testa.
Christopher: Você ainda não disse por que foi preso.
****: É uma história muito longa e muito chata que ia te fazer dormir em dois segundos. Mas eu não matei ninguém, fica tranquilo.
Já era alguma coisa. Voltei a encostar a cabeça na parede, tomando cuidado para não pressionar a parte dolorida.
****: O que aconteceu com a sua irmã? — o rapaz questionou, cruzando uma perna na altura do tornozelo.
Christopher: Por que quer saber?
Ele ergueu os ombros.
****: Tédio, acho. — Ele contemplou nossa cela. — Não me leva a mal, mas fiquei contente quando te jogaram aqui. Ficar sozinho é um saco.
Christopher: Ela... se perdeu. Minha irmã se perdeu.
****: E você não tem nenhuma ideia de onde ela possa estar? Nenhuma pista?
Christopher: Não, e desconfio que o delegado não pretende me ajudar a encontrar uma.
****: Ah.
Fechei os olhos. Por que alguém teria mentido dizendo que era parente de Anahí?
Que inferno. Eu não estava certo se queria descobrir a resposta.
****: E aí, como é a sua menina?
Christopher: Você é bastante curioso, não? — Abri os olhos.
Sua gargalhada reverberou por todo o complexo.
****: Já me acusaram de coisas bem piores.
Por alguma razão, aquele rapaz não me parecia um bandido. Havia uma dureza em seu semblante que se acentuava com a cicatriz, mas também havia bondade perceptível em seu olhar. Talvez o motivo pelo qual ele tinha sido preso fosse semelhante ao meu: apenas um mal-entendido.
Christopher: Maite é levada, manhosa, linda — falei por fim.
****: Ah. — Ele abriu um meio sorriso. — Você é um daqueles pais babões. Sabe, eu conheci um cara assim. Ele tinha três meninas que o enlouqueciam, mas era apaixonado por elas. Uma vez, a mais velha quebrou o braço e ele teve que... — O rapaz continuou falando, mas eu pouco ouvi.
Será que Madalena seria capaz de fazê-la dormir naquela noite? A governanta não conhecia a canção de ninar de que Maite tanto gostava. Como seria, então?
Ela choraria a noite toda, até adormecer de exaustão? Diabos, eu não suportava ouvir seu choro. Irracional, eu sei. Bebês choram o tempo todo. Mas era como se seu pranto estivesse conectado ao meu coração e, a cada vez que eu ouvia seu lamento, a cor do mundo parecesse desbotar. Eu a amava mais do que à própria vida. Fora assim desde a primeira vez em que ela me chutara, ainda dentro de Dulce.
Meu Deus, não permita que minha filha sofra.
Recostado na parede úmida, voltei a fechar os olhos com força. E comecei a cantarolar sua canção bem baixinho, desejando fervorosamente que de alguma maneira minha menininha pudesse me ouvir.
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Autor(a): delenavondy
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Dulce: Christopher? Acorda! Christopher! Christopher: Humm... — resmunguei, sem abrir os olhos. Dulce: Acorda, Christopher! É uma emergência! Saltei da cama imediatamente, tropecei em minhas botas e quase caí sobre a cômoda. Christopher: O quê? O que foi? — Ah, diabos, eu sabia que toda aquela agitação no casament ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 108
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vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00
O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele
delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56
<3
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vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21
AFF que perfeito sua fic♥️ amei amei amei
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taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42
Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre 🙈
delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50
Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos
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mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04
Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss
delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37
já já posto mais...
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47
ansiosa pelos proximos
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36
quero mais
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28
voltaaaaaa
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21
kd vc ?
delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17
Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09
pelo amor de deus
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01
mais mais mais