Fanfics Brasil - Capítulo 31 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 31

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O homem com o rosto marcado por uma larga cicatriz na lateral da testa estava sentado a meu lado e me analisava muito de perto. Ele soltou um pesado suspiro enquanto eu tentava, sem sucesso, me lembrar de como tinha ido parar na cadeia.


****: Pensei que você tivesse entrado em coma ou alguma coisa assim — disse ele. — Dizem que não é bom bater a cabeça e dormir.


Christopher: Eu não estava dormindo. Estava... — O quê? O que eu estava fazendo antes de aquele sujeito começar a me sacudir? — Eu bati a cabeça?


Ah, sim. E com muita força, a julgar pelo latejamento na parte de trás do meu crânio. Seria essa a razão pela qual eu não conseguia me lembrar de como tinha sido detido?


Inferno. Será que eu havia arrumado confusão no casamento de Sebastian? Dulce arrancaria minha cabeça. Anahí também.


O sujeito a meu lado continuou a me examinar com atenção, sua boca se tornando uma apertada linha pálida, o olhar irritado e, de certa maneira, pesaroso também.


****: Cacete*. Já começou. — Sacudiu a cabeça.


Christopher: O que começou?


Antes que ele pudesse responder, o barulho de travas sendo abertas e de chaves se agitando capturou minha atenção. Um homem em uma estranha camisa preta de mangas curtas e calças escuras apertadas demais para sua saúde surgiu do outro lado das grades. Fiquei de pé no instante em que ele encaixou a chave na tranca.


****: Aê, língua solta. Cê tá livre.


Olhei do guarda para meu companheiro de cela.


****: É, é com você mesmo, cara. — O preso exibiu os dentes, ainda me observando, os joelhos separados, as mãos caídas entre eles. Não pude deixar de notar que suas roupas, apesar de diferentes das do policial, seguiam um estilo semelhante. — Vou dar mais um tempo por aqui.


Curioso. Aqueles dois sujeitos falavam da mesma maneira que Dulce.


****: Vamos logo com isso. Eu não tenho o dia todo — vociferou o guarda.


Avancei em direção à liberdade, mas me detive e olhei por sobre o ombro. O rapaz com a cicatriz já não sorria.


****: Boa sorte, Christopher.


Franzi a testa. Se ele sabia meu nome, então era provável que eu estivesse preso havia certo tempo. Maldição, o que havia acontecido?


Eu o encarei, esperando uma explicação para que eu ao menos pudesse entender em que tipo de problema havia me metido, mas ele não devolveu nada, tampouco teve tempo de dar qualquer esclarecimento.


****: Andando! Vamos. — O guarda me puxou para fora da cela, em direção ao que deduzi ser a saída.


Eu o segui pelo corredor malcheiroso, atento a tudo. Contei seis celas, todas ocupadas. Aquela onde eu fora trancafiado era a única com menos de dez ocupantes. Cada um dos detentos lidava a seu modo com a privação da liberdade, exibindo todo tipo de expressão: tédio, raiva, cansaço, descaso, medo. Havia apenas uma coisa que os tornava semelhantes a meus olhos: as roupas. Usavam calças em vários tons de azul, de modelos diferentes, e uma espécie de camisa de mangas curtas e sem botões que mais parecia roupa de baixo do que algo a ser mostrado em público. Alguns poucos ainda vestiam camisas como eu as conhecia, embora mais justas do que eu estava habituado. Olhei para baixo, para meu próprio corpo, e franzi a testa ao constatar como eu estava vestido.


Definitivamente, não era o que eu usara no casamento de meu primo.


O guarda abriu a porta de ferro maciça no fim do corredor, e me deparei com uma sala bem iluminada e arejada, repleta de mesas bagunçadas com... não sei ao certo o que era aquilo. Nem tive tempo de examinar mais de perto, pois um corpo delgado e quente colidiu com o meu.


Dulce: Christopher! Ah, graças a Deus! — Dulce me abraçou pela cintura, afundando a cabeça em meu peito. Então se afastou e correu as mãos por meu tórax, procurando alguma coisa. Uma garantia de que eu estava inteiro, desconfiei.


Quando percebeu que eu não estava ferido, suspirou e voltou a me abraçar.


Christopher: O que faz aqui? — Eu não sabia o que estava acontecendo, mas estava certo de que não a queria perto daquele lugar imundo. — Não deveria estar aqui, Dulce.


Dulce: Como se eu pudesse te deixar sozinho. — Ela ergueu a cabeça. — O delegado te liberou. Tive que inventar uma história de que você era estrangeiro e perdeu o passaporte para justificar a falta de documentos. Como você não cometeu de fato um crime, ele deixou o assunto pra lá. Já tá tudo resolvido.


Christopher: Dulce, espere. O que você...


Dulce: Não podemos esperar. Só quero tirar você daqui logo.


Acompanhados pelo guarda, eu e Dulce fomos guiados a um balcão, e o rapaz pegou um saco transparente e o jogou em minha direção. Dentro dele, meus pertences colidiram com o objeto cuja existência me aterrorizava na mesma proporção em que me despertava gratidão: a máquina do tempo de Dulce.


Dulce: Tudo certo? Podemos ir? — Dulce perguntou a ele, impaciente.


Christopher: Podem. Mantenha seu marido longe de confusão daqui em diante.


A máquina do tempo havia retornado.


Dulce: Vou fazer isso. Vem, Christopher.


Dulce me arrastou para o lado de fora do prédio. Meio entorpecido, não pude formular uma pergunta coerente. E havia muitas querendo irromper aquela névoa confusa. Onde estávamos? Por que eu tinha sido preso? Por que ela estava usando calças? Por que as pessoas naquele lugar se pareciam mais com Dulce do que comigo? Por que aquela máquina do tempo estava em meu bolso?


Eu precisava fazer essas perguntas e me assegurar de que aquilo era um pesadelo, pois a única conclusão que meu cérebro conseguia encontrar não me agradava. Nem um pouco.


Assim que coloquei os pés para fora da sede da guarda, o que surgiu rente à linha do horizonte me deixou perplexo. Não havia horizonte algum. Aquela linha onde a terra e o céu se unem estava obstruída por um amontoado de altos edifícios que quase tocavam as nuvens.


Dulce: Fiquei com tanto medo que te machucassem. — Dulce me abraçou com força.


Engolindo em seco, segurei-a gentilmente pelos ombros e a afastei para poder olhar dentro de seus olhos.


Christopher: Meu amor, me diga onde estamos.


Dulce: Não sei o nome deste bairro. Mas não é longe da casa da Maite.


Maite? A melhor amiga de Dulce? Aquela Maite?


Não. Se fosse àquela jovem que Dulce se referia, então minhas suspeitas se confirmariam e eu teria de admitir que aquilo não era um pesadelo, e sim, de maneira impossível e absurda, o...


Maite: Finalmente! Eu já estava ficando velha aqui com toda essa demora! — A mulher cujo rosto eu vira apenas uma vez, por meio de um aparelho celular comum, surgiu na minha frente.


Aquela era Maite, em carne e osso. A amiga de Dulce estava ali, a um metro de mim, tão real quanto as roupas esquisitas que cobriam meu corpo.


Maite: Você tá bem? — ela me perguntou.


Dulce: Um tanto confuso — murmurei, atordoado. — Em demasia, para ser franco.


Maite: Posso imaginar. — A jovem (que não deveria estar diante de mim de modo algum) apertou meu ombro como se fôssemos velhos conhecidos. Como se ao menos já tivéssemos sido apresentados.


Bem, aquilo respondia às minhas perguntas, não?


Dulce: Aquele idiota não precisava ter acertado sua cabeça com tanta força — reclamou Dulce, levando a mão ao local dolorido em minha nuca. Seu toque foi tão gentil que mal o senti.


Puxei seu braço e aprisionei sua mão em meu peito, buscando seus olhos.


Christopher: Dulce, me diga por quê, em nome de Deus, estamos no seu tempo.


A boca de minha esposa se abriu e ela piscou algumas vezes.


Dulce: O... o que você quer dizer?


Christopher: Como viemos para cá? — Embora a presença do celular deixasse tudo muito óbvio. — Por que estamos aqui? E por que eu acabei sendo preso?


Dulce: Você não... lembra? — Sua voz mal passou de um sussurro.


Neguei com a cabeça.


Maite: Ah, cacete* — resmungou Maite, estalando a língua.


Dulce me fitava em completo horror, muda. Acariciei seu cabelo com a mão livre, pois era a única coisa que eu podia fazer por ela naquele momento.


Christopher: Nós deveríamos estar em casa — falei em voz baixa. — Você não deve se agitar muito, por causa do nosso... — Levei a mão a sua barriga. Estava plana. Totalmente plana. — O quê...? Onde está o nosso...


Não. Não, não, não.


Ainda ontem Dulce estava bem, com um apetite que deixara até mesmo a mim perplexo, o calombo em sua cintura já evidente e orgulhosamente se insinuando na seda do vestido que usara nas bodas de Sebastian e Angelique.


E agora não havia mais nada.


Dulce: Christopher, você tá me assustando. Você sabe muito bem que eu não tô grávida. A Maite já nos deixa malucos, imagine ter mais um bebê em casa agora. Nós não estamos preparados para aumentar a família.


Christopher: Maite? — O nome fez meu coração voar. Eu gostava daquele nome.


E o que ela estava me dizendo? Que o nosso bebê tinha nascido em algum momento entre a noite de ontem e esta manhã insana?


Entretanto, o que perguntei a ela foi:


Christopher: Nós temos uma menininha?


Ela recuou um passo, a mão que eu segurava junto ao peito caindo ao lado do corpo.


Maite: Tudo bem. Fica calma, Dulce. — Nina acariciou o braço de minha esposa. — Desorientação é super normal, ainda mais depois de tomar uma pancada daquelas na cabeça. Não precisa pirar!


Dulce: Eu não tô pirando! — gritou Dulce, o olhar fixo no meu.


Maite: Tá sim! Ele só tá atordoado. Logo a memória dele volta ao normal.


Christopher: Eu perdi a memória? — Isso explicava muita coisa. — Quanto tempo? Há quanto tempo estou sem memória?


Maite: Tem umas... três horas? — Maite olhou para Dulce, que ainda tinha os olhos fixos em mim.


Levou um tempo para que minha esposa perguntasse, com a voz instável:


Dulce: Qual é a última coisa de que se lembra?


Revirei a cabeça em busca de informações. Havia um grande hiato no que se referia aos últimos acontecimentos.


Christopher: Fomos ao casamento de Sebastian. Voltamos tarde. Apesar de cansada, você estava agitada e alegre demais para dormir, então nós... Bem... — Senti as bochechas esquentarem com a lembrança. O que me fez questionar minha suposta falta de memória.


Dulce: Isso é a última coisa de que você se lembra? — O horror drenou a cor de suas faces.


Christopher: Sim.


Dulce: Pouco mais de um ano — Dulce engoliu com dificuldade. — Isso aconteceu faz pouco mais de um ano. Você esqueceu do último ano inteiro!


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Autor(a): delenavondy

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Christopher: Então o nosso bebê está bem? Ela... — corrigi-me, lembrando que Dulce havia mencionado o sexo. — Ela está bem? Nossa filha nasceu bem? Tem saúde? Dulce: Maite é saudável, muito levada para alguém que só tem dez meses, e tão linda que chega a doer o coração da gente. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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