Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação
Dulce: Você acha que consegue encarar o elevador? — Dulce perguntou ao entrarmos no prédio de fachada amarela. Christian e Maite tinham nos deixado lá antes de retornar para casa. — Tô exausta. Não consigo enfrentar seis andares de escada.
Christopher: Claro. — Embora sua pergunta tenha me deixado confuso. Não demorou para que eu descobrisse o motivo. Assim que entrei no elevador, percebi que muito havia mudado. As grades foram substituídas por maciças paredes de metal. Não havia uma única janela.
Dulce pressionou um botão no painel, e o número seis se iluminou em um tom rosado.
Christopher: Por que sempre tem um botão?
Dulce: Onde?
Christopher: Em tudo. Já nem sei quantos vi hoje. — Eu ainda não compreendia a fixação da humanidade daquela época por botões e luzes.
Esfreguei a testa quando as portas se fecharam. Tudo bem, era apenas um lugar apertado sem janelas. O ar continuava fluindo. Meus pulmões continuavam trabalhando. Nada de mais. Não havia razão para supor que eu não conseguiria respirar, já que Dulce respirava normalmente. Uma fina camada de suor recobriu minha pele e a tontura me fez apoiar em uma das paredes frias.
Dulce me observou com atenção e então se lançou sobre o painel de números, apertando freneticamente um botão que tinha um desenho de dois triângulos equiláteros separados por uma linha, dando a ideia de um olho.
Dulce: Ah, Christopher, desculpa. Não dá mais.
Com um solavanco, senti que nos movíamos para cima. Tentei manter a atenção no funcionamento da máquina e assim me distrair da sensação agonizante de estar me afogando em pleno ar. Roldanas. E cabos grossos, para poder suportar o peso da estrutura e de seus ocupantes. Ao menos dois cabos: um para tração e outro de comando. Os botões provavelmente substituíam as alavancas que eu conhecia.
Misericordiosamente as portas se abriram para revelar um pequeno átrio com quatro portas. Eu me lancei para fora daquela caixa, buscando ar. Ali fora, ele chegava ao fundo dos meus pulmões.
Dulce se aproximou e, ficando na pontinha dos pés, esticou-se para beijar meu queixo.
Dulce: Tá legal, acho que você tem mesmo claustrofobia. Vamos evitar o elevador daqui pra frente, tá bem?
Christopher: Humm — foi minha resposta. Mas o que eu podia dizer a ela? Que não conseguia respirar dentro daquela coisa?
Dulce pegou no bolso da calça a chave que Christian lhe dera e a encaixou na porta, abrindo-a. Com um toque de seus dedos em uma tecla presa à parede, a sala se iluminou de maneira desconfortável. Era quase dia ali dentro.
Se cheguei a pensar que aquela cidade era um verdadeiro caos, era porque ainda não tinha entrado no apartamento de Dulce. Tudo estava fora do lugar. Receoso com o que pudesse ter causado tamanha desordem, eu trouxe Dulce para trás, usando meu corpo para protegê-la.
Dulce: A Maite não estava de brincadeira quando disse que tudo estava “do jeitinho que eu deixei”. — Ela examinou o ambiente por sobre meu ombro, bastante sem jeito.
Christopher: O que aconteceu aqui?
Dulce: Bom, é... hã... É assim que a nossa casa vai ficar se a Madalena pedir as contas.
Christopher: Ah. — Relaxei a postura e tentei não rir. Tentei mesmo.
Dulce me contornou e começou a andar pela sala, olhando sua casa como que pela primeira vez, um dedo correndo pelo encosto do sofá.
Dulce: Nunca pensei que voltaria a ver este apartamento — murmurou, contemplativa.
Christopher: Nunca imaginei que um dia eu veria seu apartamento.
Meu comentário a trouxe de volta de onde quer que estivesse. Então ela analisou o ambiente e corou, disparando em direção a uma mesa. Ao menos as pernas de madeira se pareciam com as de uma mesa. O tampo estava coberto por todo tipo de coisa, então eu não tinha como ter certeza. Ela abraçou um punhado de itens — roupas, na maioria — e olhou em volta, como se procurasse um lugar melhor.
Franziu a testa e acabou colocando tudo de volta na mesa.
Dulce: Tá legal. Você já sabe que eu não sou muito boa com organização.
Dei alguns passos, analisando o aposento.
Christopher: Então era aqui que você morava. — Levei as mãos aos bolsos da calça.
Diabos, de que serviam bolsos tão apertados? Desisti deles.
Dulce: Meu palacete de quarenta e dois metros quadrados — Dulce abriu os braços. — Gostaria de conhecer minha propriedade, senhor Uckermann? Tá certo que não é exatamente minha, mas você pegou o espírito da coisa.
Christopher: Sou todo seu. — Sorri para ela. Ela foi para o centro da sala, chutando para baixo da mesinha de centro uma roupa de baixo de renda branca que estava no caminho. Com o rosto sério, ajeitou suas ondas antes de começar.
Dulce: Bem, aqui temos a incrível sala de estar, jantar, TV, escritório e... hã... depósito de coisas cujo destino ainda não foi decidido.
Christopher: Muito aconchegante. — Lutei contra o riso.
Pegando-me pela mão, ela me puxou e dois passos depois se deteve diante de uma porta aberta. Acionou a tecla na parede. A luz preencheu o ambiente.
Dulce: E aqui é a cozinha. O lugar menos frequentado desta casa.
Christopher: É bastante...
Dulce: ... pequena? — ela arriscou, arqueando as sobrancelhas.
Christopher: Diferente. O que é isto?
Dulce: Ah, é a geladeira. — Ela abriu a porta e uma luz se acendeu. Deus do céu, tudo tinha luz própria no futuro? — Serve pra guardar comida — apontou para as prateleiras quase vazias —, mas a Maite deve ter tirado tudo daí pra não estragar. Olha, temos refrigerante! E aquele ali é o micro-ondas, a invenção mais importante da humanidade.
Christopher: Humm... — murmurei, observando a caixa retangular para onde ela apontava, repleta de (que surpresa) mais botões. Mas, se ela dizia que era importante, devia ser mesmo. Perdi as contas de quantas vezes a ouvi mencionar o utensílio.
Voltamos para a sala, mas ela seguiu em frente, até outra porta.
Dulce: Meu quarto. — E me puxou para dentro.
Eu não sabia o que encontraria ali. Não fazia ideia do que esperar do quarto de uma mulher moderna. No entanto, aquele foi o cômodo que menos me espantou.
A cama era alta, parecia confortável e, surpreendentemente, estava arrumada. O armário tinha uma das portas recoberta por um espelho e ia até o teto. Todas as portas estavam abertas. Roupas se penduravam e ameaçavam cair de uma das gavetas. Havia muita coisa sobre a mesa de cabeceira. Livros, na maioria. E, entre eles, um retrato. Eu o peguei, percorrendo com o dedo o lindo rosto da jovem sorridente espremida entre um casal.
Dulce: Meus pais — Dulce disse por sobre meu ombro. — Essa foto foi tirada quando fiquei sabendo que tinha conseguido entrar na faculdade.
Christopher: Quantos anos tinha?
Dulce: Dezessete.
Christopher: Você se parece com a sua mãe. — Sobretudo o sorriso. A mulher tinha os cabelos castanhos e lisos, mas os traços delicados do queixo e do nariz eram inegavelmente semelhantes aos da filha. Seu pai trazia uma bagunça de cachos dourados sobre a cabeça, mas os traços eram duros, e a única semelhança que encontrei com Dulce foi o olhar.
Dulce: Verdade? Sempre achei que fosse mais parecida com meu pai, por causa do cabelo. Quer ver uma coisa maluca?
Christopher: Uma a mais, uma a menos, que diferença fará? — brinquei, colocando o retrato de volta no lugar.
Isso a fez ficar séria.
Dulce: Eu sei quanto isso tudo deve estar sendo difícil pra você, quanto deve estar confuso. Deve ser ainda pior do que foi pra mim, porque pelo menos eu não tive amnésia.
Christopher: Você me contou a respeito de muito do que vi hoje. Preciso admitir, porém, que muitas dessas coisas não são como eu havia imaginado.
Ela me abraçou pela cintura, enterrando o rosto em meu peito.
Dulce: Quando esse pesadelo vai acabar, Christopher? Só quero que a Anahí esteja bem, que possamos encontrá-la logo e então voltar para casa. Estou preocupada com a nossa Maite.
Christopher: Pareceria estranho se eu dissesse que eu também? — Eu tentava me convencer de que Madalena era mais do que capaz de cuidar de um bebê. Ela fizera isso com Anahí desde o dia de seu nascimento. Ainda assim, eu queria ter certeza de que minha filha estava sendo bem cuidada. Eu podia não me lembrar dela, mas o sentimento estava ali.
Dulce: Nem um pouco estranho. — A voz de Dulce tremeu. Pressenti que ela estava à beira de perder o controle.
Christopher: O que pretendia me mostrar antes? — perguntei, querendo mudar o rumo de seus pensamentos.
E os meus. Havia muito rondando minha cabeça. A preocupação com Anahí, com a filha de quem eu não me lembrava e, sobretudo, com Dulce. O que estava se passando em sua cabeça naquele instante?
Dulce: Ah, é. — Dulce se desvencilhou de mim, inspirando fundo algumas vezes. Quando pareceu voltar ao controle das emoções, inclinou-se e abriu a gaveta do criado-mudo. De lá de dentro retirou um papel obscurecido pelo tempo e me entregou. — Você escreveu pra mim.
A tal carta que ela sempre mencionava. Aquela que a fizera lutar por mim com unhas e dentes. Aquela da qual eu não tinha lembrança, pois acontecera em um futuro que jamais chegou a existir.
Desdobrei a folha com cuidado para não rasgar o papel frágil. Então, franzi a testa.
Christopher: Mas está em branco.
Dulce: O quê? Impossível! — Dulce o pegou e o examinou dos dois lados. — Mas... mas... estava aqui! Com a sua caligrafia linda e tudo!
Christopher: Talvez você esteja confundindo com outro papel.
Dulce: Não! É esse, Christopher, tenho certeza. Guardei aqui na cabeceira, porque assim eu sentia que você estava comigo e... — Ela mordeu o lábio inferior com força, os olhos fixos na folha, como se esperasse algo surgir na página.
Suspirei, exausto, e delicadamente retirei a suposta carta de suas mãos. Dulce me encarou, aturdida.
Christopher: Escute, você está muito cansada, precisa dormir. Ficar pensando nesta carta só vai deixá-la ainda mais confusa.
Dulce: Mas...
Pressionei um dedo sobre seus lábios macios.
Christopher: Amanhã você vai encontrar uma explicação razoável para o que aconteceu. Agora, se me mostrar como, terei um imenso prazer em lhe preparar um banho quente.
Dulce: Aqui não tem muito isso de preparar o banho. Mas você tá certo, acho. Minha cabeça tá dando um nó. Vamos lá, vou te mostrar o banheiro.
Naturalmente, não era nada parecido com o que eu havia imaginado. As paredes revestidas de azulejos brancos sem nenhum desenho faziam o pequenino ambiente parecer mais amplo. Havia um toucador, uma bica sobre ele, um vaso que eu deduzi ser a tão sonhada privada de Dulce. Uma cortina florida cortava o banheiro ao meio. Eu a afastei e dei uma espiada.
Dulce: Chuveiro. — Dulce se apoiou em minha cintura para alcançar uma alavanca.
Assim que ela a girou, a água começou a jorrar de uma espécie de regador preso a um cano que saía da parede. Estendi a mão sob o fluxo. Água quente, como ela um dia prometera.
Christopher: Extraordinário!
Colocando as mãos em minha cintura, Dulce agarrou a estranha camisa que eu vestia, suspendendo-a. Ajudei puxando o tecido pela gola. Ela o amassou até formar uma bola enquanto permanecíamos assim, olhando um para o outro, e por um momento achei que ela fosse sair para me dar privacidade. Mas eu não precisava de privacidade, precisava de Dulce.
Como de costume, não tive de dizer uma palavra. Ela me compreendia e também parecia precisar de mim. Não sei ao certo qual de nós dois agiu primeiro. Em um instante estávamos em pé de frente um para o outro. No seguinte? Dulce estava enrolada em mim, os braços em meu pescoço e as deliciosas pernas em meus quadris...
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Autor(a): delenavondy
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Segundo Dulce, as roupas que eu vestia quando cheguei ao século vinte e um ficaram na casa de Maite e Christian, pois estivemos lá antes. Então, depois que saímos do banho, ela se enfiou em uma daquelas camisas de mangas curtas — camisetas, ela me explicou — e me arranjou um roupão branco decorado com corações verm ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 108
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vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00
O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele
delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56
<3
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vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21
AFF que perfeito sua fic♥️ amei amei amei
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taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42
Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre 🙈
delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50
Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos
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mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04
Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss
delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37
já já posto mais...
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47
ansiosa pelos proximos
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36
quero mais
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28
voltaaaaaa
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21
kd vc ?
delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17
Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09
pelo amor de deus
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01
mais mais mais