Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação
Segundo Dulce, as roupas que eu vestia quando cheguei ao século vinte e um ficaram na casa de Maite e Christian, pois estivemos lá antes. Então, depois que saímos do banho, ela se enfiou em uma daquelas camisas de mangas curtas — camisetas, ela me explicou — e me arranjou um roupão branco decorado com corações vermelhos, já que nenhuma de suas roupas coube em mim. Nunca estive mais ridículo em toda a minha vida.
Dulce penteava os cabelos, examinando-me de alto a baixo, e começou a rir, confirmando minhas suspeitas.
Dulce: A gente precisa arrumar roupas pra você.
Christopher: Concordo. Minha masculinidade está agonizando dentro disto aqui.
Ela riu ainda mais, derrubando o pente. Agachei-me para pegá-lo e o devolvi a ela.
Dulce: Valeu. Vou colocar a calça e a camiseta pra lavar e então vamos pra cama, onde você poderá se livrar do roupão fofinho e salvar sua virilidade.
Christopher: Eu pretendia fazer o retrato de Anahí antes.
Dulce: Mas você está exausto, Christopher.
Christopher: Não vem ao caso. Não podemos perder tempo.
Ela jogou o pente sobre a pia.
Dulce: É, tem razão. — Pegou nossas roupas molhadas, retirou tudo o que encontrou nos bolsos, inclusive o celular, secou os objetos e então saiu.
Fui para a sala e recolhi algumas peças de roupa do sofá, colocando-as sobre a mesa, pois aquele parecia ser o lugar favorito de Dulce para guardar a maior parte delas. Ela retornou instantes depois.
Christopher: Onde encontro papel e grafite? — perguntei.
Dulce: Grafite eu não tenho. Serve um lápis? — Ela se pôs a vasculhar a bagunça sobre a mesa.
Acabei rindo.
Christopher: Explique-me por que você preferia guardar suas roupas na mesa de jantar.
Dulce: Não é que eu preferisse. — Seu rosto se retorceu em uma careta. — Mas eu sempre chegava em casa bem tarde. Comia alguma coisa e caía na cama. Vivia prometendo que ia arrumar tudo no fim de semana, mas nunca cumpria a promessa. Aqui, serve esse papel?
A folha estava amassada e tinha algo escrito no verso.
“Prezada srta. Dulce Saviñón, não confirmamos o pagamento da fatura do seu Visa...”
Dulce: Ah, esse não. — Tirou-o de minha mão e continuou procurando. Um caderno surgiu. — Eu sabia que tinha um. Agora o lápis. — Ela foi até a estante de livros, a única coisa que parecia seguir alguma ordem ali. — Tinha um aqui em algum lugar...
Enquanto ela procurava, flagrei-me perguntando o que poderia ocupá-la tanto nos fins de semana que a impediam de arrumar a casa. Não que Dulce não gostasse de ordem; ela só não sabia o que fazer com ela.
Dulce: Aqui. — Ela me estendeu o lápis e percebeu que meus pensamentos divagavam. — O que foi?
Christopher: Estava me perguntando como você passava seus fins de semana.
Dulce: Ah, lendo, vendo TV, às vezes saía com a Maite e Christian.
Christopher: Os homens com os quais você... hã... — Inferno, eu não queria perguntar. Na verdade, preferia nem pensar nisso, muito obrigado. Mas a curiosidade acabou falando mais alto. — Os homens com quem se envolveu nunca a visitavam?
Ela riu.
Dulce: Meu Deus, não! Nem foram tantos homens assim. Mas todos, sem exceção, eram idiotas.
Eu não poderia discordar dela. Se a deixaram escapar, não passavam de tolos completamente cegos.
Dulce: Então a minha vida se limitava a trabalho — prosseguiu —, algumas saídas com meus poucos amigos, livros e internet.
Christopher: Parece solitário.
Dulce: É, era, sim. Mas aí eu te encontrei. — Ela me beijou de leve e em seguida me arrastou para o sofá.
Nós nos acomodamos e eu tentei convencê-la a ir se deitar. Não que tenha funcionado. Quando foi que consegui convencer Dulce a fazer alguma coisa?
Dulce: Não gosto de ir pra cama sem você. Vou ficar aqui, bem quietinha, Christopher. Você nem vai perceber que eu estou do seu lado.
Christopher: Não é com isso que estou preocupado. Você parece estar a ponto de desmaiar.
Dulce: É que... — Ela encolheu os ombros, o dedo acompanhando a trama do tecido do sofá. — A Maite não me sai da cabeça, Christopher. Se eu ficar sozinha, vou ficar fantasiando um monte de absurdos, e aí...
Joguei o caderno sobre a mesa.
Christopher: Está tudo bem. — Passei um braço por seu ombro e a puxei para perto, beijando-lhe a testa. — Eu entendo. Mas não precisa se preocupar, meu amor. Maite está sendo bem cuidada. Além disso, iremos para casa antes que ela possa sentir nossa falta. Agora vamos para a cama. Posso fazer o retrato de Anahí amanhã.
Dulce: Não! De jeito nenhum! — Ela se afastou para me encarar, as mãos apoiadas em meu peito. — Quanto antes tivermos o desenho da sua irmã, melhores serão nossas chances, e então poderemos ir pra casa mais depressa. Eu tô bem. Sério, Christopher. — E lutou o melhor que pôde para manter as emoções sob controle.
Tão corajosa. Tão frágil e ao mesmo tempo tão forte. Meus batimentos cardíacos pararam por um instante, então dispararam enquanto eu sentia como se caísse e me apaixonasse por ela outra vez.
E, decerto, eu não podia deixar de concordar com sua lógica. Então me obriguei a pegar o caderno, o abri à procura de uma página em branco e encontrei todas elas sem uso. Consegui algum espaço na mesa de centro e me inclinei. Dulce imitou meus movimentos, as mãos comprimidas nos joelhos, os olhos muito abertos, um minúsculo sorriso se insinuando nos olhos.
Ah. Dulce e seu estranho fetiche de me ver pintar. Bem, se isso a agradava, não seria eu quem lhe tiraria esse prazer. Mas confesso que era difícil me concentrar com seus olhos em mim.
Desenhar Anahí foi fácil, porém. Eu conhecia seu rosto desde sempre, e, enquanto seus traços surgiam no papel, eu rezava em silêncio para que, onde quer que ela se encontrasse, estivesse em segurança.
Conforme a hora ia passando, Dulce foi cedendo ao cansaço, bocejando cada vez com mais frequência.
Christopher: Venha aqui — eu disse, acomodando sua cabeça em meu colo depois de me certificar que o roupão nada exibia.
Dulce: Eu sonhei com isso — ela murmurou, olhando para algo que poderia ser uma TV, embora o formato fosse diferente do que eu vira no restaurante pouco mais cedo.
Christopher: Com o quê? Eu vestido com seu roupão de coraçõezinhos?
Dulce: Não. A gente exatamente nessa posição. — Ela então me fitou, o furinho em sua testa indicando que algo estava errado.
Christopher: E o que aconteceu no sonho?
Seu olhar adquiriu um brilho diferente, quase de medo. Mas então ela sacudiu a cabeça.
Dulce: Nada. Foi só um sonho bobo. — Ela se aconchegou a mim, bocejou e fechou os olhos.
Apoiando o caderno no braço do sofá, continuei a rabiscar. O rosto de Anahí foi tomando forma, profundidade e textura, e não demorou muito para que eu o finalizasse. Não lhe fazia justiça, por certo. Nem tinha a vivacidade de seu olhar, mas serviria a seu propósito.
Voltei-me para Dulce a fim de mostrar-lhe o resultado, mas ela tinha adormecido.
Deixei o caderno sobre a mesa de centro e escorreguei para o lado com delicadeza, tomando cuidado para não acordá-la. Tomei-a nos braços. Ela resmungou alguma coisa, mas não despertou. Levei-a para o quarto e a coloquei no colchão macio, jogando o lençol sobre ela.
Voltei para a sala e tentei apagar as luzes usando a tecla na parede. Com um único e simples toque, vi-me no mais completo breu. Apertei de novo e a luz voltou a se acender. Um invento e tanto a tal eletricidade.
Fiz o mesmo com as outras luzes da casa e voltei para o quarto. A luminosidade que vinha da janela me permitiu ver que Dulce havia se remexido, uma das pernas nuas estendida sobre o lençol. A camisa que vestia ainda agora jazia esquecida no chão. Suas ondas douradas estavam úmidas, portanto mais escuras, adquirindo um tom avermelhado, e se derramavam na fronha como cobre líquido.
Enquanto tirava o roupão ridículo, peguei-me estudando suas curvas e linhas. O artista em mim sempre estava disposto a retratar sua musa. Um artista que andava em falta, censurei-me. Ainda me aporrinhava não ter conseguido retratar Dulce em nossa noite de núpcias. Aquela imagem estava marcada a fogo em minha memória, e eu sentia que explodiria de frustração se não a colocasse na tela logo. Assim que voltarmos para casa, prometi ao me deitar na cama e me aconchegar ao corpo macio e quente de minha esposa adormecida. Eu a pintaria em uma tela pequena, que coubesse no cofre do quarto. Não dividiria aquela lembrança com mais ninguém, exceto ela. Assim que voltarmos para casa, eu a retratarei.
E isso vai acontecer amanhã, pensei, já imerso em uma espessa nuvem de torpor.
Encontraríamos Anahí e voltaríamos para nossa vida de antes no dia seguinte.
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Autor(a): delenavondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 108
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vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00
O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele
delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56
<3
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vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21
AFF que perfeito sua fic♥️ amei amei amei
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taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42
Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre 🙈
delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50
Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos
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mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04
Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss
delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37
já já posto mais...
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47
ansiosa pelos proximos
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36
quero mais
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28
voltaaaaaa
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21
kd vc ?
delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17
Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09
pelo amor de deus
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01
mais mais mais