Fanfics Brasil - Capítulo 46 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 46

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Dulce enviou uma mensagem para a amiga, usando o aparelho celular que Maite lhe dera mais cedo, contando sobre minha teoria. Maite respondeu quase que instantaneamente. Acompanhei, maravilhado, o novo sistema de correspondência. Era inacreditável que uma coisa tão pequenina como aquela pudesse localizar pessoas e transmitir recados. Sem mensageiros, sem extravios, sem atrasos. Tudo instantâneo, como que por magia.


Então Dulce avistou uma banca de jornal perto da esquina. O grande caixote metálico tinha um varal coberto de revistas coloridas, com retratos realistas de pessoas, paisagens, bichos. Os jornais se amontoavam em uma pequena estante logo na entrada. E na lateral do lado de fora, preso à estrutura da barraca, havia um mapa da cidade.


Dulce apontava as áreas onde deveríamos procurar. Ela se endireitou, colocando as mãos na cintura, enquanto examinava a região.


Dulce: Tudo bem. Somando o espaço dos dois bairros vizinhos, num raio de cinco quilômetros além do limite, temos um total de vinte e cinco quilômetros quadrados.


Christopher: Que inferno. — Vinte e cinco quilômetros quadrados era uma área muito grande. Seria como procurar uma agulha em um palheiro.


Dulce: É melhor que a cidade inteira. — Ela tentou não soar desanimada, mas falhou.


A papelaria que ela mencionara mais cedo ficava ali perto, em uma rua bastante movimentada. Não perdemos tempo e entramos.


****: Posso ajudar? — um jovem usando um avental preto perguntou assim que meus pés tocaram o piso claro da loja. O cheiro ali era incrível, um misto de madeira, papel e solvente que aguçou meus sentidos.


Christopher: Sim, nós precisamos de cola — respondi.


Dulce: E de um pincel largo — acrescentou Dulce.


****: Pra lambe-lambe?


Para o quê?


Dulce: É. — Ela pegou um dos retratos sob meu braço e estendeu a ele. — E preciso de mais cópias disso aqui. Umas quinhentas devem dar.


****: Tá certo. Vou pegar tudo pra vocês enquanto as cópias ficam prontas. — O jovem se afastou, indo para trás de um balcão comprido.


A meu lado, uma pequena e estreita estante capturou minha atenção. Havia inúmeras bisnagas de tinta a óleo. Peguei uma delas. Blue ice. Examinei outras. Deep sky blue. Dodger blue. Medium slate blue. Cup flower blue.


Christopher: Diabos. Quantos tons de azul existem agora? — pensei em voz alta.


Dulce: Humm... Sei lá. Uns trinta? — Dulce tentou, remexendo nas bisnagas.


Christopher: Trinta? — O que havia acontecido com o mundo? O artista não preparava mais suas próprias cores? Elas eram padronizadas?


Um rapaz com fios brancos saindo das orelhas se aproximou e nos pediu licença.


Nós lhe demos espaço e eu o observei pegar três bisnagas — três tons diferentes de verde. Aparentemente, aquele garoto não se importava que alguém se metesse com as suas tintas.


****: Aqui, é só pagar no caixa ali na frente. — O jovem de avental retornou, entregando-me uma cesta azul de material curioso. Dentro dela estavam um envelope gordo recheado de cópias do retrato, um grande tubo branco de cola e um pincel de cabo amarelo.


Christopher: Obrigado. Fico grato pela rapidez.


Suas bochechas adquiriram um suave tom rosado.


****: O que é isso! Não foi trabalho nenhum. — E sorriu de leve.


Dulce: Ah, pelo amor de Deus! — Dulce revirou os olhos e me puxou para a entrada do estabelecimento, até o balcão baixo de madeira, onde coloquei as compras.


****: Cinquenta e oito e noventa — o rapaz de óculos atrás do balcão disse, depois de batucar os dedos em um... bem... computador, suspeitei, já que a máquina cheia de teclas com uma tela colorida se assemelhava à que a investigadora Santana usara para formalizar o desaparecimento de Anahí.


Peguei algumas moedas e coloquei sobre o balcão. Então, quando vi os olhos do caixa se alargarem, percebi que meu dinheiro não servia. Diabos!


Antes que eu pudesse pensar em uma solução, Dulce já tinha pegado o dinheiro no bolso da calça e desenrolava algumas notas.


Christopher: O que está fazendo, Dulce? — Trinquei a mandíbula.


Dulce: Pagando, ué!


Christopher: Não. — Capturei sua mão antes que ela entregasse as notas ao rapaz. — Isso é inaceitável.


Ela me lançou um olhar que eu conhecia muito bem.


Dulce: Seu dinheiro não serve aqui, Christopher. Você vai ter que aceitar o meu.


Ela não devia ter feito aquilo. E, para minha sorte ou tormento, ela fazia o tempo todo. Toda vez que eu a via daquele jeito — olhos reluzindo em desafio, lábios em um biquinho petulante, mãos nos quadris —, sentia um nó no abdome que rapidamente se contraía e descia para a região mais abaixo. Era difícil manter as mãos longe dela. E, por todos os infernos, ela adorava fazer aquilo quando estávamos em público, deixando-me louco para chegar em casa o mais rápido possível.


****: Uau! Isso é uma moeda de réis? — O garoto atrás do balcão pegou uma delas e a examinou com atenção.


Christopher: Sim! — Será que Dulce se equivocara e meu dinheiro tinha algum valor, afinal?


****: Caramba! Tá novinha! Onde conseguiu isso, cara? — Ele virou a moeda nos dedos. — Coleciono dinheiro antigo, mas nunca encontrei uma dessas pra comprar, ainda mais em tão bom estado. Quanto quer por ela?


Dulce: O quê? — perguntou Dulce, incrédula.


Ora, ora... Um sorriso satisfeito cresceu em meu rosto.


Christopher: Quanto estaria disposto a pagar?


****: Duzentos?


A boca de Dulce se escancarou, os olhos ficaram grandes demais para seu rosto delicado, então imaginei que fosse uma boa quantia.


Christopher: De acordo.


O garoto me entregou as notas e guardou a moeda em um saco transparente, depois no bolso. Sem precisar tocar no dinheiro de minha esposa, paguei pelas compras, peguei a sacola e o troco e deixei o estabelecimento com uma Dulce emburrada a meu lado.


Dulce: Não dá pra acreditar nisso! — ela resmungou. — Simplesmente não dá! Era pra você se atrapalhar todo, do mesmo jeito que eu me atrapalhei quando nos conhecemos!


Christopher: Posso me atrapalhar se preferir. E, sendo franco, não vai me custar nada.


Isso fez sua irritação amainar, e ela acabou rindo, pegando a cola e o pincel dentro da sacola.


Dulce: Nada disso. Só finge de vez em quando que você precisa de mim pra alguma coisa.


Segurei seu rosto entre as mãos. A sacola escorregou por meu braço, o peso das cópias fazendo-a balançar em meu cotovelo.


Christopher: Preciso de você o tempo todo, Dulce. — Acariciei seu queixo com os polegares. — Muito mais do que pode imaginar.


Seus olhos se tornaram duas estrelas incandescentes, as bochechas rosadas, a boca esticada em um sorriso de tirar o fôlego.


Dulce: Você nunca deixa de me surpreender, sabia? — E então se esticou na ponta dos pés para me beijar.


Imagino que eu devo ter corado, pois meu rosto ardia. No entanto, desconfiava que o motivo do rubor não fosse o elogio, tampouco aquele beijo em público.


Provinha do canto mais primitivo de minha alma. A alma de um homem em uma terra nova, descobrindo-se capaz de encontrar um caminho, mesmo quando tudo parece perdido.


Christopher: Por onde pretende começar? — Indiquei a cola quando ela se afastou.


Dulce decidiu que aquela rua era um bom lugar, já que era bastante movimentada. Espalhei a cola atrás de um cartaz com a ajuda do pincel e o fixei em um poste. Isso não havia mudado com o passar dos anos.


Dulce: Acha que vai funcionar? — ela me perguntou.


Christopher: Estou certo que sim. — Mas, a julgar pelas pessoas que passavam e mal dirigiam um olhar ao retrato, tive minhas dúvidas.


Ainda assim, porque não havia alternativa, seguimos entrando em estabelecimentos, perguntando por Anahí, deixando cartazes, colando-os nos postes a cada tanto, rezando para que alguém que soubesse o paradeiro de minha irmã os notasse e entrasse em contato.


O sol estava a pino quando paramos para almoçar em uma barraca sobre a calçada. Dulce a chamou de “carrinho de hot dog”.


Dulce: Você vai adorar isso — ela me disse, antes de pedir dois completos com batata extra.


Paguei pela comida e as bebidas em latas com o dinheiro que conseguira na papelaria — não sem que Dulce discutisse.


Dulce: Mas eu posso pagar! — ela reclamou. — Além disso, a gente precisa economizar. Nunca se sabe se vai acontecer um imprevisto!


Christopher: Se isso acontecer, então usaremos o seu dinheiro. — Entreguei uma nota ao dono da barraca.


Dulce: Droga, Christopher! — Ela pegou as bebidas e foi se sentar em um jogo de mesa metálica de aparência muito desconfortável. Mal caberiam dois pratos... se aquela comida fosse servida em um. O hot dog, um sanduíche quente, com uma espécie de linguiça fina e muito molho — um deles o ketchup, que eu provara no dedo de Dulce tempos atrás —, era servido em um saco branco fino, mas resistente. Assim que me juntei a ela, observei Dulce arregaçar a embalagem e a copiei. Logo na primeira mordida, o sabor explodiu em minha língua e minha barriga se eriçou, à espera de mais. Abocanhei um grande pedaço. O pão macio se desmanchou e o molho respingou em minha camisa. Tentei limpá-la com o dedo, mas apenas fiz mais sujeira. Dulce deu risada, esfregando o tecido com um guardanapo feito de papel. A mancha laranja, porém, recusou-se a desaparecer.


Christopher: Desculpe — murmurei. — É difícil segurar o sanduíche neste saco.


Dulce: Não se desculpe. Estou adorando. É como assistir à Maite comer. Exceto que você ainda não jogou comida em mim. — E então sua expressão mudou, e ela soltou um suspiro que era puro desalento ao enredar os dedos em um delicado relicário que lhe pendia no colo. Quando ela comprara aquilo?


E sua amiga Maite não é grande demais para isso?, eu me perguntei.


Limpei a mão e o rosto usando o guardanapo e estiquei o braço, apertando os dedos ao redor dos seus, desejando desesperadamente fazer com que aquela dor em seu rosto fosse embora.


Christopher: Posso jogar comida em você também, se isso a fizer feliz. Você sabe que para mim é sempre um prazer lhe ser útil.


Seus olhos se iluminaram, a tristeza cedendo aos poucos.


Dulce: Valeu, Christopher. Não sei o que seria de mim se você não estivesse aqui agora. Acho que eu já teria perdido a cabeça.


Christopher: Ah, mas você não pode. Já basta a minha não estar funcionando direito.


Dulce: Ainda acho que deveríamos procurar um médico pra você. — Suas sobrancelhas se arquearam.


Christopher: Discordo. Não há razão nem tempo para isso.


Ela bufou e voltou a comer. Terminei o meu sanduíche e ataquei o que restara do dela. A bebida em lata, porém, não me agradou muito. Doce em demasia.


Retomamos nossa busca sem perder tempo. Em meio a nossas andanças, passamos em frente a uma loja que me atraiu a atenção. Uma poltrona de mogno forrada de cetim vermelho estava sendo reposicionada na alta vitrine.


Outras peças também atraíram meu olhar, e pela primeira vez desde que acordei naquele mundo eu sabia dizer o nome de cada um dos objetos sem precisar de ajuda.


Humm.... Aquilo podia resolver a questão do “imprevisto” que tanto me incomodava desde que Dulce o mencionara. Levei minha noi... esposa para a frente da loja.


Dulce: O quê? — ela perguntou quando abri a porta para ela. Então reparou na imensa placa na fachada, com os dizeres “Galeria Renoir”. — Pretende comprar alguma coisa nesse antiquário?


Sorri para ela, segurando a porta para que entrasse.


Christopher: Não, meu amor. Eu pretendo vender.


Ela fechou a cara, cruzando os braços. Reprimi um grunhido.


Christopher: Dulce, de quanto dinheiro dispomos no momento?


Dulce: Não muito, mas... — Ela mordeu o lábio inferior, a testa encrespada. — Droga! — E passou pela porta a passos duros.


Um homem alto de cabelos castanhos veio nos receber.


****: Bom dia, como posso ajudá-los?


Christopher: Estaria interessado em adquirir algumas moedas antigas? — fui dizendo.


Ele arqueou as sobrancelhas.


****: Antigas quanto?


Peguei uma no bolso e entreguei a ele.


Christopher: Muito.


Ele a aproximou do rosto. Pareceu surpreso enquanto caminhava em direção a uma mesa nos fundos do antiquário, sinalizando para que o acompanhássemos. Dulce preferiu admirar os objetos à venda. Seu olhar era triste ao correr um dedo por um aparador de jacarandá muito semelhante ao que tínhamos na sala de música. Eu sabia exatamente como ela se sentia.


****: Não há muitas dessas por aí — o rapaz me disse. — É verdadeira?


Christopher: Tem a minha palavra, senhor.


****: Pode me chamar de Breno. E desculpa, cara, mas vou precisar de um pouco mais do que sua palavra. Não trabalhamos com artigos falsos.


Dulce: E essa cadeira do Elvis? — perguntou Dulce, examinando a peça de madeira.


Breno corou, remexendo-se no assento.


Breno: É um engano. Ela não tá à venda.


Ele pegou um pedaço de pedra de dentro de uma gaveta e esfregou a moeda que lhe dei. Em seguida, pingou um líquido na superfície arranhada e esperou.


Quando os riscos provaram que eu dizia a verdade, presumi, ele sorriu para mim.


Breno: Sensacional! Conheço um colecionador que vai ficar maluco por elas. Quantas você tem aí?


Joguei sobre a mesa tudo o que tinha nos bolsos, produzindo um tilintar suave.


Breno franziu a testa, admirado, e começou a contar as moedas. Quando terminou, pegou um objeto onde havia apenas números e começou a apertar os botões.


Breno: O que acha? — Ele empurrou a máquina para mim. Havia um número de quatro dígitos em um quadradinho.


Christopher: Parece bom.


Breno: Ótimo!


Dulce: Ai, meu Deus! — exclamou Dulce.


Em um piscar de olhos eu estava ao lado dela, procurando o que quer que a tivesse assustado. O problema, descobri, estava dentro de uma caixa de vidro.


Christopher: O que foi, meu amor?


Ela ergueu os olhos para mim. Assombro, ansiedade, medo, tudo ali em suas íris castanhas.


Dulce: Esses brincos! — ela apontou para a caixa.


Inclinei-me, examinando a dúzia de joias sobre uma almofada de cetim branco, sem compreender por que aquilo a teria alarmado tanto. Ela queria uma delas?


Então avistei um pequeno e discreto par de brincos. Delicadas garras douradas se engastavam à turquesa em formato de lágrima. Eu o reconheci de imediato.


Como poderia não reconhecer? Eu mesmo tinha comprado aqueles brincos, quatro anos antes.


Ergui os olhos para ela, em choque.


Christopher: São os brincos de Anahí!


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Autor(a): delenavondy

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Os brincos de turquesa, apesar de pequenos, pareciam dominar toda a vitrine, apagando o brilho das outras peças. Meu olhar se encontrou com o de Dulce, e um misto de esperança e apreensão dominou a nós dois. Voltei-me para Breno, que havia se levantado e se aproximava do mostrador, interessado. Christopher: Onde conseguiu estes brincos? — ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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