Fanfics Brasil - Capítulo 50 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 50

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Acontecera em uma bonita tarde de outono, o que não me parecia justo.


Estávamos dançando sob a sombra do cedro onde a estrada faz a curva, sua máquina do tempo fornecendo a música. A mesma canção que Dulce cantara para mim logo depois que fizemos amor pela primeira vez.


Ela tentava me ensinar a dançar de acordo com seus costumes, e fiz o melhor que pude, apesar de perturbado com a presença daquela máquina misteriosa.


Dulce: Agora, um de cada vez — instruiu ela, começando a balançar. A lateral de sua testa descansou em minha bochecha, seu corpo se colou ao meu de alto a baixo.


Eu sentia tudo e ao mesmo tempo não sentia nada abaixo do pescoço. Como se meu corpo estivesse ligado ao dela.


Christopher: Gosto desta dança — sussurrei em seus cabelos. — Gosto muito, realmente.


O sol se punha no horizonte, tingindo o céu de rosa, laranja e lilás, pássaros cantavam na copa da árvore e até mesmo Storm se aquietara. Eu a segurei com mais força, e Dulce deixou escapar um resmungo que era mais um suspiro contente que uma censura. Não poderia haver momento mais certo que aquele.


Então endireitei os ombros, respirei fundo e me coloquei na beirada do precipício.


Christopher: Dulce, tenho que falar com você. Pretendia ter essa conversa depois que o baile terminasse, mas as coisas não saíram como eu esperava.


Dulce: Tudo bem. Tem algo errado?


Christopher: Sim... e não. — Eu me fartara de seu corpo como um refugiado no deserto noites antes, mas seu dedo ainda permanecia nu. Esse era o problema.


Dulce: Não entendi, Christopher.


Christopher: Você sabe como me sinto, não sabe? Com relação a você?


Dulce: Acho que sei. — Mas não parecia estar certa disso.


Christopher: Eu a amo, Dulce. Vou amá-la para sempre. Não tenho mais escolha. Mas acho que você deixou bem claro que me odeia — tentei brincar.


Depois de fugir do baile, eu a tinha encontrado encharcada e fria naquele mesmo local. Ela brigara comigo, mandara-me embora, afirmara me odiar por eu não ter acreditado que ela tinha vindo do futuro.


Christopher: Você sabe que eu te amo. Loucamente. Desesperadamente. — E seu olhar também me dizia isso.


Fechei os olhos, saboreando as palavras, e deixei minha testa se colar à dela. Meu coração batia rápido, cavalgava, zumbindo em meus ouvidos tão alto que eu já não conseguia ouvir a canção que nos embalava.


Christopher: Então... — Tomei coragem. — Vamos imaginar por um momento que você possa ficar aqui, se quiser.


Dulce: Tudo bem.


Christopher: E que quisesse viver aqui para sempre... — Ah, diabos, aquele não era o jeito certo de lhe oferecer minha mão. Que belo pateta eu me mostrava.


Dulce: Não entendo aonde você quer chegar.


Tomei fôlego.


Christopher: Imaginando que isso fosse possível, você poder e querer ficar aqui, e desconsiderando o fato de que me conhece há pouco mais de dez dias, você...


Dulce: Eu...?


Não estávamos mais dançando, e ela me encarava com evidente ansiedade.


Christopher: Dulce, acredita que eu possa fazê-la feliz?


Dulce: Muito feliz. A garota mais feliz do mundo! — O sorriso que esticou seus lábios aqueceu meu peito. — A garota mais feliz de qualquer século!


Christopher: Poderia ser feliz aqui? Pensei que detestasse este lugar. — Sobretudo depois que descobri sua origem.


Dulce: Detestava. Mas minha perspectiva mudou muito depois que te conheci melhor. Não é mais tão ruim assim...


O retumbar em meus ouvidos agora era tão alto que eu tinha de me esforçar para ouvi-la. Faça a pergunta! Faça a maldita pergunta!


Christopher: Então, se pudesse ficar comigo, se pudesse ser minha... por toda a vida. Se...


Dulce: Sim — ela respondeu antes que eu concluísse. Seus olhos brilharam úmidos com as lágrimas que subitamente lhe brotaram. — Se eu pudesse, seria sim.


Eu a beijei. Foi inevitável. Eu explodiria se não a beijasse. Tudo o que estava represado dentro de mim por tanto tempo extravasou em um beijo que beirou a violência. Dulce retribuiu com doçura, paixão e algo mais. Ela desejava ficar.


Não partiria, se tivesse escolha. E, diabos, eu encontraria um modo de fazer com que tivesse essa escolha, mesmo que fosse a última coisa que eu fizesse na vida.


Algo interrompeu nosso beijo. Storm subitamente se alvoroçou, relinchando feito louco, sapateando na grama com raiva. Sofia relanceou sua bolsa de couro e só então percebi que a música havia cessado.


Christopher: Acho que isto o assustou. — Indiquei a máquina do tempo, que agora zumbia.


Ela olhou para o agitado Storm e depois para mim. Estremeceu em meus braços.


Dulce: Melhor ver o que é de uma vez. Ele vai continuar vibrando até que eu leia o que está escrito.


Apesar de minha resistência, antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela tocou meu rosto e me beijou a boca, soltando-se de meu abraço.


E então aconteceu.


Dulce caminhou até a bolsa e pegou a caixinha, examinando-a. Ergueu os olhos repletos do mais puro terror e gritou. Eu me precipitei em sua direção no mesmo instante.


Christopher: Dulce!


O urro de Storm foi gutural.


Eu estava a um passo dela quando a luz ofuscante me deixou cego. Continuei em frente, os braços estendidos, tateando sem ver. Meus dedos encontraram a casca fria do cedro.


Christopher: Não. Não. Não. — Ela não podia desaparecer assim, como mágica, não podia me deixar quando não queria mais. — Dulce!


Acabei tropeçando em sua bolsa e caí, batendo forte contra o solo. O ar foi expulso de meus pulmões. Rolei para o lado, tentando respirar, mas sufocava, e não estava certo se era devido à queda. A explosão de luz me deixou cego, e eu me arrastei pela grama, buscando-a, o braço ainda esticado.


Christopher: Dulce...


Mesmo que eu ainda visse tudo borrado, ainda que esticasse o braço até quase desprendê-lo do corpo, mesmo que pudesse gritar até os pulmões estourarem, sabia que não encontraria nada. Sabia disso porque meu peito havia silenciado minutos atrás.


Ela voltaria. Tinha de voltar! Por isso me recusei a deixar aquele lugar. Juntei seus pertences e fiquei ali, esperando por ela, até que a noite caiu. O clima tinha mudado, e o vento forte fazia as folhas caídas a meus pés alcançarem voo e se prenderem em minhas roupas. Não demorou muito para que a chuva desabasse, como lágrimas vindas do céu.


Dulce tinha...


Não. Não. Não!


Lutei contra a compreensão, contra qualquer lógica, contra a dor que ameaçava fincar suas garras e dentes no local onde meu coração costumava estar.


Eu não podia pensar. Não podia me permitir sentir.


Encharcado até as botas, eu tremia às convulsões quando Storm encostou o focinho em minhas costas, me empurrando para a frente. Vamos para casa, parecia me dizer.


Christopher: Me deixe em paz — cuspi, afastando-me dele.


O cavalo se aproximou de novo, cabeça abaixada, resfolegando de leve. Em nada parecia o demônio selvagem que eu adquirira meses antes. Ele me cutucou novamente, dessa vez em minha cintura.


Christopher: Me deixa em paz, ca*ralho!


O animal abaixou a cabeçorra, como se também sofresse.


Fechei os olhos, levando um punho cerrado à cabeça, tentando lutar contra todos aqueles sentimentos que guerreavam dentro de mim, procurando libertação.


Trincando o maxilar, joguei a bolsa de Dulce no lombo de Storm, alcancei as rédeas e o montei. Cutuquei suas costelas com as solas das botas e gritei um comando. Storm saiu em disparada, lembrando-me do motivo pelo qual eu o escolhera. Nenhum outro era mais veloz que aquele demônio de quatro patas.


Encurtei as rédeas, inclinando-me para a frente e segurando firme a bolsa de Dulce. Storm acelerou ainda mais, até que senti que voávamos. As gotas de chuva se tornaram afiadas agulhas em minha pele, mas não importava. Cavalgamos feito loucos, tentando deixar a dor para trás, pulando cercas quando atravessávamos os limites de uma propriedade ou outra. Mesmo assim, eu começava a sentir.


Mais rápido, precisávamos ir mais rápido.


O céu se transformou em uma tela negra sem vida, alguns relâmpagos aqui e ali anunciando o fim do mundo. Do meu, ao menos.


Aticei o corcel, seu grande tórax se expandindo em busca de ar conforme ele acelerava mais. Diabos, eu acabaria matando-o naquele ritmo. Afrouxei as rédeas e o animal levou um tempo até perceber que deveria diminuir a velocidade.


Christopher: Pare.


Mas ele não parou. Continuou em frente, ainda que o ritmo agora fosse apenas um galope. Puxei as rédeas, tentando detê-lo. Storm não obedeceu.


Christopher: Pare, maldito cavalo dos infernos!


Em resposta, ele empinou, e tive de me agarrar ao largo pescoço para não cair.


Storm voltou a ficar sobre as quatro patas, mas eu não tinha forças para me levantar. Permaneci agarrado a seu pescoço, o conteúdo da bolsa de Dulce pressionado entre a sela e meu abdome.


Christopher: Pare — gemi em sua crina desgrenhada. — Apenas faça parar.


Seu relincho foi alto, algo parecido com uma lamúria. Abraçado a ele, lutei com todas as forças para manter tudo afastado, concentrando-me na respiração longa e pesada do cavalo. Foi quando as gotas que escorriam por meu rosto se tornaram quentes.


Muitas delas.


Não percebi que nos movíamos até divisar as luzes nas janelas de minha casa, maculando a escuridão. Storm tinha me levado para casa. Ele parou em frente às escadas e esperou. Passando a perna, que parecia pesar uma tonelada, sobre sua cabeça, abracei-me à bolsa e saltei. Minhas botas guincharam.


A porta se abriu.


Anahí: Christopher! — exclamou Anahí, juntando as saias nas mãos e vindo a meu encontro. — Oh, meu Deus, eu estava tão preocupada com vocês. Esse temporal não pode ser bom para a saúde de... — Então parou, olhando em volta. — Onde está Dulce?


Anahí se aproximou até estarmos separados por apenas dois degraus. Seu rosto estava marcado de preocupação e medo. Eu não fazia ideia do que o meu exibia.


Anahí: Meu irmão...?


Christopher: Ela... — O nó na garganta me impediu de continuar, e foi ali, nas escadas em frente à casa onde nasci e cresci, vendo-me refletido nas íris azuis da menina que se resumia a minha família, que minhas defesas entraram em colapso e ruíram.


Todas elas, pilar por pilar. Tudo dentro de mim foi sendo demolido até que o que me sustentava se tornou apenas uma espessa nuvem de poeira.


Meus joelhos encontraram o degrau molhado. A bolsa teve o mesmo destino.


Curvei-me para a frente, tentando deter o que estava por vir, mas não fui capaz.


Eu sentia. A dor, a ausência, tudo. Sentia de maneira tão visceral que me espantei que ainda continuasse a respirar.


Anahí: Christopher! — Anahí se abaixou, passando os braços ao meu redor, a mão buscando meu rosto. — Christopher, por favor, me diga o que está acontecendo. Onde está Dulce? O que houve?


Christopher: Ela... se foi — consegui dizer em um sussurro. — Ela se foi, Anahí... Nem ao menos teve a chance de... Eu não pude.... Não fui rápido o bastante...


A agonia me pegou e extravasou na forma de soluços. Afundei a cabeça nas mãos, os ombros se sacudindo com violência.


Dulce se fora.


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Autor(a): delenavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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