Fanfics Brasil - Capítulo 52 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 52

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Tum-tum-tum.


Madalena: Senhor Uckermann, o senhor precisa sair deste quarto — resmungou minha governanta, pela décima vez na última hora. — Preciso arrumá-lo. O senhor está enfurnado aí dentro há três dias! Não ficarei surpresa se encontrar ratazanas roendo suas botas! — Tum-tum-tum! — Senhor Uckermann!


Levei o copo à boca, mas estava vazio outra vez. Alcancei a garrafa de conhaque e notei com amargura que estava quase seca também. Era apropriado. Tudo estava vazio desde que Dulce se fora.


Eu teria de mandar algum criado trazer mais bebida. Podia aproveitar que a senhora Madalena parecia disposta a colocar a porta abaixo e lhe pedir esse favor. Mas rapidamente descartei a ideia. Se a deixasse entrar, seria obrigado a suportar seu tagarelar incessante sobre meu mau comportamento nos últimos tempos e quanto isso magoava Anahí. E Madalena não precisava se dar esse trabalho — eu estava muito ciente de tudo isso. No entanto, permitir que minha irmã caçula assistisse à minha degradação não serviria de nada além de deixá-la ainda mais preocupada. Já bastava o susto que ela levara no mês passado, ao ir até a cidade me buscar na sede da guarda e me encontrar atrás das grades, com as roupas rasgadas, ainda bêbado e com um olho roxo e inchado como uma batata-doce. Por conta da expressão que vi em seu rosto — inquietação, repulsa, pena —, decidi que não passaria mais as noites me embebedando fora de casa.


Eu podia fazer isso ali mesmo, no conforto de minha casa, sem me meter em confusão. Mas era imprescindível que fosse longe dos olhos de Anahí. Se não podia poupá-la, ao menos a manteria na ignorância.


Madalena: Mas que praga de homem teimoso o senhor me saiu! Ainda bem que sua mãe não está aqui para vê-lo agora. A coitadinha não o criou para se tornar um bêbado sem...


Esvaziei o restante do líquido ambarino dentro do copo enquanto me desligava do falatório, parando em frente ao retrato de Dulce. Sacudi a cabeça. Eu a havia retratado de maneira tão medíocre. Tão imperfeita. Não tinha conseguido captar o brilho selvagem em seu olhar, muito menos a aura contagiante de seu sorriso.


O retrato era patético.


E era tudo que me restava dela.


Ela saíra de minha vida poucos dias depois de ter entrado nela, desaparecera da mesma maneira como surgira: rápida e inexplicavelmente. Desde então, eu buscava um modo de me juntar a ela. Nos últimos dois meses, eu tinha dedicado meus dias a pesquisas que nunca me levavam a nada, e as noites ao bom e velho conhaque, em uma tentativa de amortecer a dor em meu peito. Nenhuma das duas coisas tinha funcionado.


Admirei os olhos sem vida naquele retrato, e mais uma vez, como de costume, não me diziam nada, longe da profundidade dos originais. Ainda assim, também como de costume, não consegui me afastar da tela. Percorri com o olhar cada um de seus traços delicados, de novo e de novo e de novo. Nada me apavorava mais do que a possibilidade de um dia vir a esquecê-la. Causava-me náuseas a ideia de que o tempo pudesse apagá-la de minha memória, desbotar a maneira como seus olhos brilhavam quando sorria ou me impedir de invocar a imagem de seus lábios se abrindo naquele sorriso atrevido e encantador, que tinha o poder de fazer um homem se sentir consumido pelo fogo e ainda ser grato por isso.


Ora, mas que inferno! Era inconcebível que eu me esquecesse das curvas selvagens de seus cabelos ou do tom petulante que lhe dominava a voz sempre que me desafiava ou ficava furiosa. Então eu passava horas — dias, semanas, quem se importava! — naquele quarto que fora dela e que jamais pertenceria a outra pessoa. Ele ainda guardava seu cheiro.


Por quê? Por que ela tinha de ser levada para tão longe justo quando eu finalmente conseguira alcançar seu coração?


Virei o conhaque e deixei o copo ao lado da garrafa quase vazia. A bebida desceu queimando minha garganta e esôfago. Puxei a cadeira e joguei minha carcaça cansada sobre ela. Àquela altura a dor devia diminuir, todos me diziam. Mas estavam errados. Tão errados. Não havia alívio, exceto aquele artificial trazido pelo álcool ardendo minha goela e dissolvendo meu cérebro.


Ela estaria feliz?, eu me perguntava. Ainda que não quisesse partir, estaria feliz em seu mundo?


Eu não podia acreditar que estivesse enterrada na mesma agonia na qual eu me encontrava, então rezava. Rezava em silêncio, implorando que ela não sofresse, que tivesse me esquecido e seguido em frente. Eu teria dado minha vida em troca disso se tivesse escolha.


A forte batida na porta me arrancou de meus pensamentos. Diabos, Madalena não desistiria nunca?


Christopher: Vá embora.


As batidas se tornaram mais intensas. Tentei ignorá-las, mas eram insistentes e faziam minha cabeça latejar. O que um homem precisava fazer para ter um pouco de paz em sua própria casa?


Christopher: Já pedi para me deixar em paz!


As marteladas continuaram até que me irritei o bastante para atender a porta.


Christopher: Eu já disse para ir embora!


Mais linda do que eu poderia imaginar possível, com os cabelos repletos de cachos e um sorriso enorme nos lábios, Dulce sorria para mim.


Diabos, eu devia ter parado com a bebida. Agora estava tendo visões.


Se bem que, se isso a trouxe para mim, mesmo que apenas uma miragem, valera a pena. Minha Dulce imaginária parecia tão real que eu podia sentir seu perfume invadindo e anestesiando meu cérebro. Muito mais eficiente que todo aquele conhaque, de fato.


Dulce: Tem certeza? — ela sorriu. — Eu vim de tão longe! Mas se quiser que eu vá emb...


Levei menos de um segundo para agarrá-la. Ainda que fosse apenas uma alucinação, eu não a deixaria ir outra vez. Minha boca procurou a sua com desespero, como se eu estivesse morrendo e ela fosse o antídoto para minha agonia. E então, em meio à embriaguez causada pela combinação de conhaque e seu perfume, notei que a mulher em meus braços era substancial demais, quente demais, macia demais para existir apenas em minha imaginação.


Assim que senti sua boca pressionada contra a minha, o calor de seu corpo inflamando o meu, tudo dentro de mim voltou a funcionar. Em meu peito oco, algo que eu já dera por morto pulsou, estremeceu e por fim disparou, ensandecido.


Ela estava ali. Era real.


Dulce tinha voltado para mim.


Christopher: Você está aqui — falei, segurando seu rosto entre as mãos, temendo que ela pudesse ser levada para longe outra vez.


Dulce: Estou! Desculpe ter demorado tanto. Mas acreditaria se eu te dissesse que levei dois séculos para conseguir voltar?


Christopher: Como? — foi só o que pude perguntar. Embora não importasse realmente. Ela estava ali e isso era tudo o que eu precisava saber.


 


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Autor(a): delenavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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