Fanfics Brasil - Capítulo 54 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 54

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****: A ressonância não aponta nada de anormal. Não há concussão — disse o jovem médico que examinava retratos coloridos.


Do meu cérebro! Como diabos aquilo era possível?


Dulce: Tem certeza, doutor? — insistiu Dulce.


Mais cedo, depois de Dulce se recuperar, ela me enfiou dentro de seu carro e então partimos em direção ao hospital. Tivemos de fazer uma parada para “encher o tanque”. Isso significava que o veículo precisava ser abastecido com o combustível que o fazia andar sem carecer da força de cavalos. O mundo passava depressa pela janela, mas não rápido o suficiente para que eu não percebesse as mudanças. Foi desorientador. Não ajudou muito que Dulce — minha esposa, ao que parecia — estivesse em meio a uma crise de nervos e mal ouvisse as perguntas que eu fazia. A preocupação de que algo pudesse estar errado com minha cabeça a deixara em pânico.


Então chegamos ao hospital, um prédio imenso, mais largo que alto. Dulce discutiu com a atendente, pois a moça exigia meus documentos. Dulce inventou uma história um tanto descabida, alegando que eu era estrangeiro e havia perdido todos os documentos. Quando a garota titubeou, ameaçou ligar para a embaixada da Inglaterra e acusar a Santa Casa de negligência para com um cidadão britânico. Aquilo funcionou tão bem que logo eu estava sendo examinado pelo médico, jovem demais para saber o que estava dizendo. Depois, apesar de meus protestos, fui conduzido para uma sala naquele grande complexo. Havia uma espécie de máquina lá dentro, uma caverna branca com uma esteira acolchoada nem um pouco confortável onde fui forçado a me deitar.


****: Se não parar de se mexer, vou ter que sedá-lo! — avisou a enfermeira ao amarrar minha cabeça.


Eu não queria nada daquilo. Queria me levantar e sair correndo, mas a expressão alarmada de Dulce me fez ficar quieto e obedecer às ordens da mulher. Além disso, eu queria entender por que o último ano e oito meses tinham desaparecido de minhas lembranças. Era esse o período que Sofia assegurava que eu tinha esquecido.


Foi difícil me manter imóvel quando a esteira começou a se mover, levando-me para dentro da caverna. Então houve muito barulho e luzes verdes que incidiam sobre minhas pupilas. Fechei os olhos com força, trincando o maxilar e cerrando os punhos, mantendo-me quieto o melhor que pude. Assim que o tal exame terminou e fui libertado das tiras que me prendiam à esteira, voltamos até o consultório do médico e lá esperamos por quase dois quartos de hora.


****: Sim, tenho certeza — o médico assegurou a Dulce, examinando as imagens presas a uma grande caixa iluminada. — A amnésia provavelmente é fruto de algum trauma psicológico. Fisicamente, está tudo bem com o seu marido.


Dulce: Mas ele começou a esquecer as coisas depois de receber a pancada! Tem certeza mesmo que não tem nada aí?


Ele lançou um olhar enviesado para Dulce.


****: Tenho. Há algum fator novo que tenha alterado sua rotina? — Ele se voltou para mim. — Algum trauma ou problema que possa ter causado a perda de memória?


Dei de ombros, impaciente para sair dali.


Christopher: Como posso saber se não me lembro dos últimos dias?


****: Certo. — Ele coçou a cabeça, parecendo sem graça.


Dulce: A irmã dele está desaparecida. — Dulce começou a se remexer na cadeira.


Eu fiquei de pé. Meu coração batia rápido.


Christopher: O quê? O que aconteceu com Anahí?


****: Aí está. — O médico sorriu, mas eu não queria ouvir o que ele tinha a dizer. O que havia acontecido com Anahí? Onde ela estava?


Quando percebi que estava no século vinte e um, comecei a questionar Dulce. Ela dera voltas, mais preocupada com a perda de memória do que em responder às minhas perguntas. Em momento algum ela mencionara que Anahí estava desaparecida.


Por que diabos estávamos perdendo tempo naquele consultório quando minha irmã estava perdida?


Dulce me lançou um olhar suplicante, enquanto o médico voltava a falar.


****: O que o seu marido precisa é de um pouco de repouso e descanso. Vou receitar algumas vitaminas que podem ajudar, mas a cura para a amnésia depende apenas do corpo dele. Assim que conseguir relaxar, a memória voltará naturalmente. — Ele pegou um bloco de papel e começou a rabiscar.


Christopher: O que aconteceu com Anahí? — perguntei a Dulce.


Dulce: Eu explico daqui a pouco. Prometo — ela murmurou.


Inquieto, esperei que o médico terminasse o que estava fazendo e me entregasse o papel. Sofia agradeceu e então saímos da sala para um corredor lotado.


Christopher: O que aconteceu com Anahí? — repeti assim que nos afastamos da porta.


Dulce: Ela encontrou a máquina do tempo e, bom... veio pra cá por engano.


Christopher: Como isso é possível, se você e aquele artefato sumiram no ar? — Se a máquina estivesse ao meu alcance, eu teria feito essa viagem muito antes. No momento em que Dulce partiu, para ser exato.


Ela soltou um longo suspiro.


Dulce: Tá legal, vou explicar desde o começo. Você não se lembra de eu ter voltado pra você, mas eu voltei. Encontrei a mulher que me vendeu o celular, que no fim das contas era minha fada madrinha. Aí ela...


Christopher: Fada madrinha?


Dulce: Eu sei. É meio difícil de acreditar, mas é o que ela é.


Se eu não estivesse naquele exato momento andando nos corredores brancos e frios, com botões e iluminação que não provinham de velas ou lanternas, poderia ter achado que Dulce tinha perdido o juízo.


Christopher: Prossiga — demandei.


Dulce: Aí ela me disse que eu havia nascido no tempo errado, e que estávamos no destino um do outro, então me deixou escolher onde eu queria viver. E eu escolhi você.


Eu a segurei pelo braço, obrigando-a a parar e me encarar. Um homem esbarrou em mim. Puxei Dulce para perto da parede.


Christopher: Você abandonou toda a sua vida por mim?


Os olhos dela cintilaram.


Dulce: Você me perguntou a mesma coisa quando eu voltei pra você, Christopher.


Franzi o cenho.


Christopher: E qual foi a sua resposta?


Dulce: Que eu abandonei todo o resto para ficar com a minha vida.


Se ouvir aquilo não colocou um nó na boca do estômago e fez meu coração galopar...


Christopher: E você é a minha, Dulce. — Toquei seu rosto.


Ela cobriu minha mão com a sua, apertando-a de encontro ao rosto.


Dulce: Eu sei. Então você me pediu em casamento e nós casamos duas semanas depois. A cerimônia quase não aconteceu, porque eu não sabia latim, aí você tentou subornar o padre Antônio.


Balancei a cabeça, sentindo o peito doer. Não conseguia me lembrar nem mesmo de tê-la pedido em casamento. A conversa que tivemos, repleta de hiatos, pouco antes de ela partir não poderia ser considerada um pedido de casamento.


Christopher: Como foi? — perguntei.


Dulce: Você se ofereceu para pagar a conta do telhado novo.


Christopher: O casamento. — Sacudi a cabeça. — Foi como você sonhava?


Dulce: Foi mais, Christopher. Você fez com que fosse ainda mais. — Ela desviou o olhar e começou a brincar com uma linha solta em sua roupa justa. Estava magoada. Eu não me lembrar dos últimos meses a magoava.


Eu quis socar alguma coisa. Minha própria cabeça, de preferência. Até que todos os parafusos soltos, que aquele médico e toda a sua tecnologia não conseguiram detectar, voltassem ao lugar.


Christopher: Venha cá. — Eu a puxei para perto e a abracei com força, tentando confortá-la. — Perdoe-me, Dulce. Desculpe-me por não lembrar.


Dulce: Não é culpa sua, Christopher. Não se desculpe, por favor.


Uma jovem oriental em vestes brancas passou por nós. Seu olhar encontrou o meu brevemente, antes de ela continuar em frente. Então se deteve poucos passos depois e se virou, encarando-me. Eu talvez devesse ter me envergonhado pela demonstração de afeto em público, mas naquele momento não podia me importar menos. Tudo o que me importava era Dulce. E encontrar Anahí, claro.


****: Hã... O-o-oi — disse a jovem, alisando os cabelos. Sua mão tremia ligeiramente.


Ora, também não era para tanto. Não era como se eu estivesse beijando Dulce de maneira escandalosa. Um abraço não era tão grave assim...


Dulce, que não havia percebido a presença da moça, olhou por sobre o ombro.


Dulce: Natália! — exclamou, surpresa, ao se virar. Eu a soltei, cruzando os braços nas costas.


Natália: Que coincidência encontrar vocês — a jovem disse. — Estava indo agora mesmo ligar para a Maite.


Dulce: Por quê? — quis saber Dulce. — Você tem alguma notícia da Anahí, Natália?


Ah, meu Deus, diz que tem!


Minha noiva... esposa... parecia conhecer a garota. E, a julgar pela forma como ela me olhava, suspeitei de que também já tínhamos sido apresentados.


 

 

 

Natália: Mais ou menos. Aconteceu uma coisa esquisita. — Natália se dirigia a Dulce, mas seu olhar às vezes vagava em minha direção. — A ficha de atendimento da menina desapareceu.


Dulce: Aaaaaah... Nossa, que coisa estranha! — Dulce tentou parecer chocada, mas eu a conhecia o suficiente para saber que fingia. Por quê? Por que ela tentava demonstrar que estava tão surpresa?


Natália: O documento ainda não havia sido digitalizado. Estão revirando todas as salas para ver se o encontram, sobretudo porque a polícia esteve aqui.


O que ela estava tentando dizer? Que Anahí estivera naquele hospital?


Dulce: Fica calmo. Ela estava bem — Dulce se se adiantou, pousando a mão em minha barriga para me manter no lugar, como se pudesse ler meus pensamentos. E suponho que pudesse mesmo. — Ela não estava ferida, apenas confusa.


Tentando controlar a respiração e sem entender direito o que a moça dizia, assenti para Dulce.


Christopher: A senhorita sabe de algo que possa nos levar até Anahí? — eu quis saber.


Dulce: Não. Se ainda tivéssemos a papelada, poderíamos cruzar as informações com as de outros pacientes e tentar descobrir alguma coisa. De repente quem a levou estava acompanhando outro paciente, ou foi atendido... sei lá. Mas sem isso não podemos fazer nada.


Dulce: A ficha dela deve estar em algum lugar — garantiu Dulce.


Natália: Tomara! A detetive Santana está no nosso pé. Ameaçou até investigar se alguém aqui está ligado ao tráfico de pessoas, caso essa bendita ficha não apareça.


Dulce: Merda — murmurou Dulce. — Hã... Continuem procurando. E me avise se tiver novidades. Temos que ir agora. Valeu, Natália.


Natália: Sinto muito, foi tudo o que eu consegui. E, por favor, não contem a ninguém que eu andei xeretando. Posso perder o emprego.


Dulce: Fica tranquila. Ninguém vai saber de nada. Obrigada mesmo. — Dulce começou a me empurrar. Disparamos pelos corredores como se o prédio estivesse em chamas. Acabamos esbarrando em várias pessoas na urgência de achar a saída do prédio.


Christopher: Qual o motivo de estarmos com tanta pressa? — perguntei a ela quando chegamos à calçada.


Dulce: Porque nós precisamos da ficha da Anahí! Droga! — ela reclamou ao tropeçar em uma pedra do calçamento. Segurei-a pelo ombro, impedindo que caísse.


Christopher: E você sabe onde ela está?


Dulce: Claro que eu sei, Christopher. Tá no criado-mudo do meu quarto.


Christopher: O quê? Como foi parar lá?


Dulce: Nós roubamos ontem. E agora tenho que pensar em como vamos devolver.


Eu me detive. Dulce tentou seguir em frente, mas, como estávamos de mãos dadas, foi obrigada a parar. Eu a encarei sem acreditar.


Dulce: Nem me olha assim! A ideia foi sua! — E apontou um dedo imperioso para mim.


Diabos. Aquele mundo, aliado ao desaparecimento de Anahí, não estava fazendo bem algum para minha cabeça. Absolutamente.


 


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Autor(a): delenavondy

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Chegamos ao prédio de Dulce ao mesmo tempo em que um casal passava pela porta de vidro. Dulce: Maite, graças a Deus! — suspirou Dulce, beijando a jovem. O rapaz a seu lado tinha quase a minha altura e parecia abatido. Seu sorriso, porém, era franco. Presumi que eles fossem os amigos de quem Dulce sempre falava. Maite: Já ia te ligar &mdas ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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