Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação

Chegamos ao prédio de Dulce ao mesmo tempo em que um casal passava pela porta de vidro.

Dulce: Maite, graças a Deus! — suspirou Dulce, beijando a jovem. O rapaz a seu lado tinha quase a minha altura e parecia abatido. Seu sorriso, porém, era franco.

Presumi que eles fossem os amigos de quem Dulce sempre falava.

Maite: Já ia te ligar — disse Maite, voltando a entrar no prédio. — Onde é que vocês estavam? Pensei que íamos procurar a Anahí juntos.

Christian: Descobriram alguma coisa? — perguntou-me o rapaz (Christian, eu desconfiava), como se fôssemos conhecidos. E talvez fôssemos mesmo.

Christopher: Não exatamente — respondi a ele. — Mas acredito que haja uma possibilidade.

Christian: Como assim?

Dulce revirou os olhos.

Dulce: Temos que devolver para o hospital a ficha que o Christopher roubou ontem, Christian.

Maite: Ai, meu Deus. Eles descobriram? — Maite levou a mão à boca.

Dulce negou com a cabeça.

Dulce: Não, mas sem ela não conseguem investigar quem foi que assinou a alta. Vão cruzar informações... — E então contou a eles o que a senhorita Natália havia dito.

Dulce esticou a mão para abrir uma porta, mas eu me antecipei, abrindo-a e revelando uma larga escadaria.

Dulce: Valeu — ela sorriu ao passar.

Christian: Mas por que vocês foram para o hospital tão cedo? — Christian me perguntou assim que começamos a subir os degraus.

Christopher: Porque parece que eu estou com amnésia.

Christian: Por*ra, cara. Ainda? — E com isso se confirmou minha teoria de que já havíamos sido apresentados.

Christopher: Ao que parece, acordei pior e Dulce me arrastou para o hospital. Não que ela tenha me dado a oportunidade de dizer não.

Dulce , dois degraus à frente, apenas ergueu os ombros, nada arrependida. E, dado o resultado da visita ao hospital, eu também não estava.

Maite: Estou quase arrastando o Christian pra lá também — Maite disse a Dulce. — Ele queimou de febre quase a noite toda.

Christian: Já falei que é só uma gripe, Maite. — Porém, ao chegar ao sexto andar, Christian tinha dificuldade para respirar.

Dulce abriu a porta de sua casa antes que eu pudesse fazer isso e correu para o quarto onde eu acordara naquela manhã. Christian se largou no sofá, a testa reluzindo de suor, a respiração curta, custosa. Maite se juntou a ele, colocando a mão em sua testa.

Maite: Você tá um pouquinho quente.

Christian: Seis lances de escada — ele se limitou a responder.

Dulce: Tudo bem, tá aqui. — Dulce voltou para a sala, nas mãos um papel marcado por vincos. — Agora só preciso pensar em um jeito de devolver isso sem acabar presa.

Christopher: Você não vai devolver nada. — Em duas passadas largas eu estava ao lado dela e gentilmente tomei o documento de suas mãos. — Eu roubei, Dulce. Eu devolvo. E acho que o mais simples seria entregá-lo à senhorita Natália. Assim não corremos o risco de ele se perder novamente.

Dulce: E você vai dizer o que pra ela? — Dulce colocou as mãos na cintura, o queixo apontando para o alto com atrevimento. — Olha aqui o papel que eu afanei ontem?

Christopher: E por que não? Certamente ela entenderá que agi movido pelo desespero e não por uma fraqueza de caráter.

Christian: Ele tá certo — concordou Christian.

Dulce mordeu o lábio, em dúvida.

Dulce: O médico disse que você precisa descansar, Christopher.

Christopher: Não preciso de descanso. — Dobrei e guardei o papel no bolso da calça. — E você está louca se imaginou, mesmo por um momento, que eu ia permitir que se arriscasse sozinha.

Dulce: Christopher...

Christopher: Dulce, ouça. — Tomei seu rosto entre as mãos. — Não há nada de errado comigo. Você ouviu o médico. E Anahí está aqui em algum lugar. É minha obrigação encontrá-la. Ela deve estar confusa. — Deus do céu, eu nem queria pensar no que poderia estar acontecendo com ela naquele instante.

Dulce: Mas, Christopher, você não tá bem!

Christopher: Minha cabeça não está bem, só isso! A amnésia pode ser fruto de preocupação. Assim que encontrarmos Anahí, a preocupação não existirá mais.

Maite: Faz sentido, Dulce — ajudou Maite. — Nem eu ando dormindo direito por causa do sumiço da Anahí. E eu nem a conheço.

Dulce apertou os lábios, debatendo consigo mesma, e percebi que ela entendera meu ponto.

Dulce: Tudo bem — gemeu, desamparada. — Então vamos comprar as vitaminas que o médico receitou e aí...

Christopher: Não preciso de vitaminas — atalhei.

Dulce: Eu sempre tomei os remédios que o doutor Almeida me dava sem reclamar! — Dulce estreitou os olhos, as mãos apoiadas nos quadris de novo, o narizinho petulante apontando para o alto. Fiz um esforço imenso para não a arrastar para perto e beijá-la.

Christopher: Pelo que eu me lembro, você reclamou, sim. Aliás, só tomou láudano enquanto estava desacordada.

Dulce: Disso você se lembra! — ela bufou.

Ergui os ombros, desculpando-me.

Christopher: Não preciso de nada além de saber que minha irmã não corre perigo.

Dulce: Tá legal — ela disse, vencida. — Vamos fazer do seu jeito e torcer para ninguém ligar para a polícia.

Christian começou a tossir, de início mais pausadamente, em seguida em uma sucessão rápida que lhe deixou com o rosto escarlate. Maite deu leves tapinhas em suas costas.

Dulce: Vou pegar água — Dulce disparou para a cozinha.

Sem saber o que fazer para ajudar, ofereci o lenço a ele. Christian o levou à boca, lutando para controlar a crise e tentar respirar. Assim que foi capaz, deixou-se afundar nas almofadas do sofá, os olhos lacrimejando.

Maite: Tá tudo bem? — Maite perguntou, acariciando seus cabelos.

Ele fez que sim, como qualquer homem de valor. Sua aparência, porém, o contradizia.

Christian: Valeu, cara. — E me devolveu o lenço.

Dulce retornou à sala com um copo de água. Maite lhe disse alguma coisa, mas não pude ouvir. Minha atenção estava no lenço. Havia agora uma mancha rubra maculando o tecido branco. Uma mancha que fez meus pelos ficarem de pé e meu estômago embrulhar.

Uma palma delicada pousou sobre meu antebraço. Ergui os olhos e encontrei os de Dulce. Minha expressão devia espelhar meu temor, pois ela empalideceu.

Dulce: O que foi? — indagou.

Voltei a fitar o lenço, o sangue. Aquele tinha sido um dos sinais da doença que levara meu pai deste mundo.

Christopher: Temos que levar Christian ao médico, Dulce. Agora!

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Continua...