Fanfics Brasil - Capítulo 65 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 65

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Quando abri os olhos, meu coração batia rápido, a respiração estava curta.


Meu corpo se portava como se eu estivesse em grande perigo. Esfreguei o rosto, tentando acalmar a pulsação e ajustar a vista. Um suave calor me envolvia o peito. Baixei o olhar e me deparei com o emaranhado ondulado de...


Deus do céu!


Cobri o rosto com as mãos, amaldiçoando-me. Por todos os demônios, aquilo não podia ter acontecido.


Com muito cuidado, afastei sua cabeça para o lado e escorreguei para a beirada da cama, tentando ser silencioso para não acordar Dulce.


Não funcionou.


Dulce: Christopher? — Ela se ergueu sobre os cotovelos, o lençol branco escorrendo por suas costas como se fosse líquido. Sua voz estava rouca pelo sono, seus olhos duas fendas estreitas, os cabelos selvagens como nunca, caindo feito duas cortinas douradas sobre os seios. Ela estava nua. Como eu.


Eu devia estar sonhando. Sim, sem dúvida se tratava de um sonho.


Que outra explicação haveria para que aquela mulher estivesse em minha cama?


Bastou uma olhada ao redor para que eu reformulasse o pensamento.


Que outra explicação haveria para que aquela mulher estivesse naquela cama, fosse de quem fosse?


Um sonho. Era isso.


Tinha de ser.


Dulce: O que faz aí? — ela perguntou.


Christopher: Ainda estou tentando decidir.


Dulce: Que horas são? — Ela se esticou em direção à mesa de cabeceira. Os cabelos escorregaram, revelando um dos seios.


Meu Deus, era ainda mais perfeito do que eu imaginara! Do tamanho certo, com o rosado mamilo intumescido no ar frio da manhã. Tentei desviar o olhar, tentei mesmo, mas me flagrei pensando em... em nada muito cavalheiresco, para ser honesto. E, ora, mas que inferno, era de manhã. É sabido que os homens tendem a acordar em “alerta” sem nem precisar de estímulos. Com aquela visão? Foi instantâneo.


Levantei-me, tentando ao máximo cobrir a orgulhosa ereção que me saltava dos quadris. O quarto era pequeno, e minha percepção de espaço estava ligeiramente alterada — quem poderia me culpar? Eu tinha acordado nu em pelo ao lado de uma Dulce igualmente nua! Acabei por bater o pé na base do criado-mudo. Xingando baixo, sentei-me na cama, envolvendo com uma das mãos o dedão latejante enquanto Dulce soltava uma risadinha.


Foi assim que eu soube. Quando a topada me fez soltar uma quantidade de imprecações das quais não me orgulhava muito, eu soube que aquilo não se tratava de uma ilusão. Eu realmente estava naquele aposento com Dulce. Eu havia feito amor com aquela mulher. Pela primeira vez, devo ressaltar. E, ca*ralho, não me lembrava de absolutamente nada. Como chegamos ali, o momento em que lhe tirara a roupa... e todo o restante pelo qual eu ansiava desde que pusera os olhos nela. Nada!


Olhei para ela me perguntando se estivera bêbado na noite passada. Tinha passado dos limites a ponto de minha memória se apagar como o toco de uma vela?


Deus do céu, não! Eu não podia ter me embebedado tanto a ponto de não me lembrar da noite mais importante da minha vida — assumindo que ela realmente tivesse se entregado a mim, claro. Mas, ora, estávamos nus. O que mais poderíamos ter feito?


Christopher: Senhorita Dulce, eu...


Dulce: Do que me chamou? — Ela se sentou lentamente, a mão procurando o lençol para cobrir-lhe os seios, os olhos muito abertos.


Acabei grunhindo. Eu não podia não lembrar. Isso seria o mesmo que tratá-la como uma mulher qualquer, quando na verdade ela significava o mundo para mim. Deixei a cabeça tombar para trás e encarei o teto, tentando recordar o que havia feito na noite passada, mas tudo o que me vinha eram cenas soltas e nada esclarecedoras de um jantar, depois do qual cada um de nós terminou em seu próprio quarto. Quartos em minha casa, adicionei, fitando o teto. Por que diabos alguém pregara um prato ali?


Pressionei os lábios com força. Eu tinha um assunto mais urgente a resolver do que tentar descobrir onde tínhamos passado a noite.


Christopher: Eu... não sei o que lhe dizer, senhorita Dulce, exceto que lamento muito por tê-la colocado nesta situação delicada. Não sei o que me motivou a... — tive de clarear a garganta — a seduzi-la na noite passada. Apenas posso supor que o desejo que sinto por você tenha sobrepujado quaisquer outros anseios.


Dulce: Não... — ela sussurrou, desamparada.


Peguei o travesseiro, cobri o quadril com ele e fiquei de pé. Contornei a cama até ficar de frente para ela e me coloquei sobre um joelho. Admito, não era a melhor maneira nem o momento mais apropriado para lhe oferecer minha mão, mas tive de aproveitar a rodada de cartas que me coube e fazer bom uso dela.


Christopher: Dulce — peguei sua mão esquerda. — Desde que a conheci, não faço outra coisa que não seja pensar na senhorita. Por isso me ofereço por inteiro a você, meu corpo, minha alma e meu coração. E imploro que aceite se tornar minha esposa.


Ela fechou os olhos. Duas lágrimas silenciosas escorreram por seu rosto. Aquilo não podia ser bom. Nada bom.


Christopher: Não quero que pense que estou lhe oferecendo minha mão apenas por... pelo que aconteceu — adicionei depressa. — Estou esperando pelo momento certo há dias.


Esperei sobre um joelho, o travesseiro cobrindo parte de minha nudez, o coração na garganta. Quando ela finalmente reabriu os olhos, parecia devastada. E me diria não, sem dúvida. Ela me entregara seu corpo, mas não seu coração. Eu jamais o alcançaria, não é?


Dulce: Christopher, eu... vem cá.


Tentando manter o orgulho — e falhando miseravelmente —, ajeitei melhor o travesseiro e me sentei na beirada do colchão, esperando que ela verbalizasse sua recusa.


Dulce: Quero que você me escute, ok? — Apertou meus dedos entre os seus. — Apenas ouça tudo até eu terminar.


Christopher: Certamente. — Minha expressão deve ter revelado minha agonia, pois ela gemeu, prendeu o lençol entre os braços e acariciou meu queixo com a mão livre.


Dulce: Eu amo você, Christopher. E a minha resposta é sim. Sempre será sim, não importa quantas vezes você pergunte.


Christopher: Dulce... — Envolvi sua mão com a minha, trazendo-a para os meus lábios. E me detive.


Havia uma maldita aliança em seu dedo.


Dulce: E era isso que eu pretendia te contar. Nós já casamos. — Ela deliberadamente tocou meu dedo anular, onde uma aliança idêntica à dela reluzia, orgulhosa.


Christopher: O quê?! — Eu devia ter fumado todo o ópio da vila na noite anterior. E como diabos consegui me casar tão rapidamente, sem correr os proclamas e...


Espere um momento.


Isso significava que Dulce era minha esposa?


Dulce: Tudo bem, só respira. Vai ficar tudo bem, tá? Só me escuta. — Então Dulce se pôs a narrar uma história cheia de palavras que não me diziam nada. Estávamos casados havia mais de um ano e meio. Isso foi tudo o que consegui compreender.


Christopher: Onde estamos? — balbuciei.


Dulce: No lugar onde eu vivi minha vida toda. No... humm... futuro.


Christopher: Futuro — repeti devagar.


Ela me avaliou por um momento antes de estreitar os olhos, parecendo ligeiramente aborrecida. Apenas isso, nada além disso. Nada que deixasse transparecer que ela havia perdido o juízo.


A menos que ela tivesse fumado ópio também e ainda estivesse fora de si.


Dulce: Não faça isso de novo, Christopher. Eu não estou louca.


Christopher: Eu não...


Dulce: Você anda tendo lapsos de memória e se esquecendo de umas coisas.


Christopher: Coisas como fazer amor com você? — Busquei seu olhar. — Como me casar com você? Como tudo... isso? — Abri os braços. O travesseiro ameaçou cair, então voltei a pressioná-lo contra o quadril.


Dulce ergueu as mãos em uma súplica.


Dulce: Tudo bem, tenta não pirar, tá bom? Vou explicar tudo com mais calma.


Quanto mais ela falava, menos sentido fazia. Fada madrinha, viagem no tempo, suborno de padre, guerra de rolhas, Anahí sendo sequestrada, uma garotinha concebida quando ela retornara para mim.


Ela havia partido?


E eu era pai?


Eu me lembrava das vitaminas que minha mãe me obrigava a engolir quando eu não passava de um garotinho, das broncas que ela me dava toda vez que me apanhava voltando de uma pescaria às escondidas, da vez em que me arrebentei em uma cerca por achar que já estava pronto para praticar saltos com um cavalo, das conversas infinitas com meu pai, das terríveis aulas de alemão. Eu me lembrava de cada um de meus arrendatários, dos números que escrevera pela última vez no livro-caixa... ou ao menos achava que lembrava. Mas não me recordava de nada do que Dulce dizia. Ou ela estava brincando comigo, ou aquilo tudo realmente acontecera, pois nem mesmo o mais louco dos seres seria capaz de criar algo com tantos requintes de estranheza e detalhes descabidos. E, a julgar pela seriedade de sua expressão, a segunda opção era a mais plausível, embora meu cérebro discordasse.


Ainda assim, mesmo com todos aqueles fatos absurdos pairando em minha mente, outro fato, um que trouxe um sorriso bobo a meu rosto, dominou meus pensamentos.


Christopher: Você me ama — murmurei. — Se aceitou se casar comigo, então me ama.


Seu olhar se tornou doce, apaixonado.


Dulce: Ah, eu amo, Christopher. Tipo, loucamente!


Se ouvir isso não fez meu peito inflar como o de um pavão...


Christopher: Eu pretendia pedi-la em casamento. Ainda ontem... — Esfreguei a testa quando a memória me falhou. — Fiz um esboço do anel que eu... — Ela me mostrou a mão esquerda, girando a pedra que estava na direção de sua palma. O anel em formato de flor que eu havia idealizado. — Ah. Bem, parece que fui bem-sucedido.


Dulce: É, você foi.


Ela se arrastou sobre o colchão, uma das mãos se prendeu em meus cabelos, e não hesitei em trazê-la para mais perto. Minha pulsação disparou quando nossos lábios se colaram e eu senti sua doçura. Um beijo que, pela primeira vez, não continha incerteza de sua parte. Ou não, corrigi depressa. Quantas vezes eu a tivera em meus braços assim, entregue? Eu esperava que tivessem sido muitas.


E, mesmo ouvindo tudo o que ela contara, que estávamos casados havia mais de um ano, aquela era a primeira vez que eu tinha Dulce em meus braços sem roupa alguma. Diabos, era a primeira vez que eu tinha uma mulher sem roupa alguma em meus braços, ponto.


Algo começou a zunir. De início pensei que fosse apenas em minha cabeça, já que meu sangue fervilhava e sibilava em minhas orelhas, mas Dulce se deteve, então ela também tinha ouvido. Uma sineta irritante e alta que se repetia sem cessar.


A fonte do ruído era uma pequena caixa preta deixada sobre a cômoda. A coisa se acendeu como uma brasa. Ela se apartou de mim com uma careta e desceu da cama, o lençol que lhe cobria o corpo caindo ao chão.


Um chiado me escapou da garganta. Aquilo podia já ter acontecido centenas de vezes — milhares, com sorte —, mas aquela era a primeira vez de que eu me lembrava.


Dulce me olhou por sobre o ombro. Um minúsculo sorriso lhe curvava os lábios.


Dulce: Você não pode me olhar desse jeito, Christopher. Senão não sairemos deste quarto antes da noite cair.


Christopher: Não consigo evitar. Eu poderia passar o restante de meus dias olhando para você e ainda não seria suficiente para mim.


Ela se deteve, a diversão em seu rosto dando lugar a outra coisa.


Dulce: Você disse algo parecido na nossa noite de núpcias — murmurou, com a voz embargada.


Eu me levantei, ainda segurando o travesseiro sobre os quadris. Chegando mais perto, mantive os olhos atrelados aos dela e, meu Deus, eles me diziam tudo aquilo que eu não conseguia lembrar.


Christopher: Eu também disse que a amo mais que qualquer coisa neste mundo? Porque eu a amo, Dulce. Amo tanto que me dói.


Ela fez que sim, os lábios entreabertos, a respiração se tornando superficial. A minha não estava diferente. Ao que parecia, minha cabeça não andava boa, mas meu corpo tinha suas próprias memórias e se recordava de Dulce com muita exatidão.


Inclinei-me para beijá-la.


A maldita sineta voltou a tocar. Dulce piscou algumas vezes e então sacudiu a cabeça, indo até a cômoda para pegar a fonte daquele ruído infernal. Ela levou a caixinha preta à orelha.


Dulce: Oi. Sou eu, Dulce.


Christopher: Eu sei que é você — eu disse a ela, confuso.


Dulce: Telefone... — Ela apontou para o retângulo, como se aquilo fizesse algum sentido. Antes que eu pudesse questionar, seu corpo se retesou, a boca se entreabriu em um o mudo, os olhos muito largos. — Ah, não, Maite. Como é que ele tá agora? Tá legal, fica calma. Estamos indo pra aí.


Ela afastou a caixinha da cabeça e, com um movimento do polegar, fez a coisa se apagar.


Dulce: O Christian piorou. Teve que ser internado. A febre voltou com tudo, e apareceram umas bolotas por todo o corpo. O tratamento parece que não tá fazendo efeito. — Seu rosto estava pálido.


Maite e Christian. Os amigos de Dulce naquele mundo. Não era de espantar que ela estivesse tão alarmada.


Christopher: Como podemos ajudar?


Ela sacudiu a cabeça.


Dulce: Não sei, Christopher. Acho melhor irmos pra lá e ver se podemos fazer alguma coisa por ele ou pela Maite. Ela está muito assustada. Vou chamar um táxi enquanto a gente se arruma.


Táxi?


Mesmo sem saber do que ela falava, aquiesci, a cabeça latejando.


 


 


**********************************


 


Continua...



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Autor(a): delenavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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