Fanfics Brasil - Capítulo 72 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 72

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Dulce falou pouco a caminho do hospital, tão perdida estava em pensamentos.


Minha situação não era muito diferente, sobretudo quando eu olhava pela janela do carro — era assim que ela chamava aquele veículo que se movia sozinho.


Aquela cidade era ainda mais impressionante vista do chão, e havia algo, uma informação que eu sabia estar ali em algum lugar, mas não era capaz de discernir. No entanto, não era isso que preenchia minha cabeça. Não, o que estava me tirando a paz era o fato de que passei a viagem toda guerreando contra o pensamento odioso e pouco honroso de que, se o tal Christian estivesse gravemente doente, Dulce poderia ficar livre.


Que belo calhorda eu tinha me tornado.


Cerca de três quartos de hora depois, entramos no grande edifício de vidraças altas e portas largas. Dulce trouxera uma maleta e eu me ofereci para carregar para ela.


Ela foi entrando nas instalações sem esperar que eu lhe oferecesse o braço, mas me puxou pela mão e se dirigiu a uma área onde as letras UTI se penduravam no teto. Uma mulher nos informou que o tal Christian não estava mais ali. Tinha sido removido para outro local. Então seguimos para o segundo andar e o encontramos na porta de número 243.


Dulce parou e bateu.


Maite: Entra — disse uma voz feminina.


Eu respirei fundo, abri a porta e dei passagem a ela.


Dentro do quarto bem iluminado, a jovem de olhos castanhos saiu de perto da cama onde um homenzarrão estava deitado e, para meu espanto, agarrou-se a meu pescoço.


Maite: Obrigada, Christopher. Meu Deus do céu, obrigada! — murmurou em meu peito.


Um tanto sem jeito — e sem ter ideia de como ela me conhecia —, acabei dando leves tapinhas em seus ombros.


Christopher: Eu... humm...


Dulce: O Christian melhorou, Maite? — indagou Dulce.


Ah. Dulce mencionara esse nome uma vez. Aquela devia ser sua melhor amiga.


Maite: Muito! Ainda tem febre, mas está mais baixa e os intervalos estão ficando maiores. E isso graças ao Christopher. — Ela fixou aqueles olhos de joias em mim. — Se não fosse por você, eu nem sei o que teria acontecido. Você salvou o meu Christian, Christopher. Se eu já te amava antes, agora amo dez vezes mais!


O seu Christian? Então esse tal de Christian não era o homem com quem Dulce estava comprometida?


Era bom eu estar perto de um mancebo ou teria tombado no chão, já que minhas pernas ameaçaram se dobrar de alívio.


Dulce: Trouxe pra você. — Dulce pegou a bolsa que eu carregava para ela e entregou à amiga. — Tem roupas e produtos de higiene, além de uns lanchinhos.


Maite: Valeu, Dulce.


Christian: Eu não sei se gosto da ideia de você ficar dizendo que ama outro cara bem na minha frente — veio a voz abafada do sujeito sobre a cama, logo seguida por uma crise de tosse. Ele tinha uma máscara tapando parte do rosto, a pele coberta de manchas avermelhadas, sobretudo na região do pescoço. Alguns caroços também estavam aparentes. Havia apenas uma doença que eu conhecia que apresentava aqueles sintomas. Meu. Deus.


Maite: Deixa de ser besta! — Maite colocou a maleta na mesinha ao lado da porta e fitou a amiga. — Meu exame deu negativo.


Dulce: Graças a Deus — suspirou Dulce, abraçando-a.


Maite: É. O médico disse que o Christian pode receber visitas, mas não podemos tocar nas lesões ou ter contato com qualquer secreção — explicou Maite. — Não é bom vocês chegarem muito perto.


Minha atenção continuava no rapaz. Algumas das manchas haviam supurado, tornando-se feridas úmidas e, eu podia apostar, muito doloridas. Mormo.


Christopher: Meu bom Deus — murmurei.


O olhar de Christian encontrou o meu.


Christian: Eu sei. Fiquei uma gracinha nessa camisola. — Os cantos de seus olhos se enrugaram. Ele sorria sob a máscara transparente.


Christopher: Uma belezinha. — Apesar do alerta da jovem, não resisti e me aproximei da cama. — No momento, estou lutando para não perder meu coração — tentei brincar para ocultar meu pesar. Que inferno! O rapaz parecia ter a mesma idade que eu! E, no entanto, seu futuro se perdera no momento em que ele se encontrara com o mormo.


Christian: É o que todos dizem.


Dulce se juntou a mim, ficando a meu lado. A mão se encostou à minha. Sem parecer ter consciência do que fazia, seu dedo procurou o meu. Abri a mão e tomei a dela, nossos dedos se tornando um embolado tal qual um novelo de lã.


Ela sorriu para o rapaz.


Dulce: Você quase nos matou de susto, sabia?


Christian: E isso serviu de lição. Melhor deixar os cavalos para o Christopher. — Ele pigarreou, então fez uma careta. — Poderiam me dar um pouco de água?


Christopher: É claro. — Mas a jarra sobre a mesa ao lado da cama estava seca.


Maite: Vou pegar mais no corredor e já volto — anunciou Maite, alcançando o recipiente e indo em direção ao corredor. Ela mal acabara de fechar a porta quando esta se abriu de novo e um jovem entrou. Ele vestia um longo paletó branco e tinha uma maleta nas mãos.


****: Que bom vê-lo acordado, Christian — disse ao entrar.


Christian: Pode acreditar que eu também estou feliz com isso, doutor Inácio.


****: Vim apenas checar seus sinais vitais. Já reportei seu caso à vigilância sanitária. Eles virão falar com você ainda hoje.


Christian: Preciso olhar minha agenda e verificar se não tenho nenhum compromisso para hoje... — ele brincou.


Dulce: Humm... Eu vou ajudar a Maite — Dulce se apressou em direção à porta para dar privacidade a Christian, enquanto o médico calçava luvas brancas e removia a camisola de seus ombros feridos.


Afastei-me da cama para lhes dar espaço e sentei-me na cadeira ao lado de uma mesinha logo na entrada do quarto. Havia jornais sobre ela. Coloridos e repletos de retratos muito vivos, devo ressaltar. Curioso, empurrei para o lado a maleta que Dulce trouxera e peguei um deles, examinando a imagem de perto.


Minúsculos pontinhos se juntavam para formar o retrato. Uma técnica que não reconheci, mas achei muito interessante. Ergui o olhar para a manchete, mas acabei lendo o cabeçalho.


Oito de novembro de 2011.


Fui para a página seguinte. O erro estava em todas as folhas.


A imagem de um... ah, eu não fazia ideia do que era aquilo... surgiu em preto e branco quando fechei a impressão. Sobre a figura, a seguinte frase:


Rússia lança sonda para explorar Fobos, a maior lua de Marte, retomando missões ao Planeta Vermelho


Christopher: O quê?! — Levantei-me da cadeira.


O artigo sob aquela manchete? Dizia que uma espaçonave chegaria ao planeta Marte. Marte! Bom Deus!


Christian: O que foi? O dólar disparou outra vez? — Christian perguntou, enquanto o médico examinava suas costas.


Sacudi a cabeça, não querendo interromper o exame.


****: É um pouco cedo — disse o doutor, ao retirar as luvas e descartá-las em um cesto de lixo. — Mas arrisco dizer que você está totalmente fora de perigo. A medicação está funcionando, seu corpo está reagindo bem. O mormo está cedendo.


Medicação? Havia medicação para mormo? E realmente podia combater a doença?


Voltei a olhar o cabeçalho do jornal ainda em minhas mãos.


Oito de novembro de 2011.


Eu precisava mostrar aquele jornal a Dulce. Precisava perguntar a ela se a data naquele papel estava certa. Eu já estava na porta, a mão na maçaneta, quando me detive.


Ela já sabia, não é?


A maneira hesitante como sempre se referiu ao lugar onde vivia, as palavras vagas ao descrevê-lo. Agora fazia sentido. Ela nunca dissera nada porque ninguém acreditaria. Nem mesmo eu.


O médico terminou o exame e prometeu que voltaria mais tarde. Antes de sair, parou diante de mim e sorriu.


****: Obrigado, Christopher. Se não fosse por sua sugestão, eu teria perdido um paciente. É muito chato quando isso acontece.


Christopher: Sobretudo para o paciente — ouvi-me dizer. Inúmeras perguntas giravam em minha cabeça, deixando-me tonto a ponto de ser obrigado a me apoiar no encosto da cadeira para conter o atordoamento.


O médico ainda ria ao deixar o quarto.


Christian: Então você salvou a minha vida — Christian disse.


Christopher: Não vejo como. — Ainda mais porque eu tinha acabado de conhecê-lo e...


Espere um pouco. “Se não fosse por sua sugestão, eu teria perdido um paciente”, dissera o médico. Isso significava que eu já o conhecia? O mesmo acontecia com Maite e Christian?


Era possível. Havia uma lacuna em minhas memórias que eu não conseguia preencher.


Christian: Deixa disso, cara. Eu sei que é por sua causa que eu ainda tô aqui. E eu... não sei como te agradecer. Vou te dever para sempre, Christopher. Você tem em mim um irmão agora. Mexeu com você, mexeu comigo. — Com o punho fechado, ele bateu duas vezes no peito, sobre o coração, então esticou dois dedos em minha direção.


Christopher: Humm... Eu fico grato, suponho.


Ele franziu a testa.


Christian: Você não lembra de ter dito para o médico que o que eu tinha não era pneumonia, e sim mormo, não é?


Christopher: Não. — Coloquei as mãos nos bolsos da calça ao me aproximar da cama.


Diabos, eram apertados demais. Além disso, havia uma caixinha de papelão ali dentro.


A porta se abriu. Maite e Dulce retornaram.


Maite: Aqui, meu amor. Trouxe um pouco de gelo também.


Afastei-me da cama para que Maite pudesse cuidar dele. Percebendo a fadiga de Christian, sugeri a Dulce que o deixássemos descansar.


Dulce: É, nós temos mesmo que ir — ela concordou antes de se dirigir à amiga. — Maite, me liga a qualquer momento. Não me deixe sem notícias.


Maite: Pode deixar. — E beijou o rosto de Dulce.


Christian: Pode ir tranquila, Dul. — Christian pegou uma pedra de gelo e afastou a máscara do rosto. — Não vai ser dessa vez que eu vou bater as botas.


Dulce: Ainda bem — ela disse, soprando-lhe um beijo. — Vê se melhora logo.


Despedi-me de Maite, em seguida de Christian. Antes que eu pudesse me afastar, porém, ele me chamou de volta.


Christian: Se cuida, cara — disse com intensidade.


Christopher: Você também... cara. Adeus.


Christian: Boa sorte com a sua irmã.


Minha irmã? O que Anahí tinha a ver com tudo aquilo?


Já estávamos do lado de fora do quarto quando Dulce perguntou:


Dulce: Você já se deu conta de que salvou a vida do Christian? — E me fitou com os olhos cintilando feito duas estrelas. — Nunca tinha ouvido falar nessa tal mormo.


Ou é esse tal mormo?


Christopher: Quando você pretendia me contar que veio do futuro? — soltei, impaciente.


Ela se encolheu.


Dulce: Agora...?


Christopher: Por que não me contou antes? — bufei, correndo a mão pelos cabelos e lutando contra a urgência de sacudi-la. E depois beijá-la.


Dulce: Porque você não reagiu bem das outras vezes. Eu só queria te proteger, de algum jeito.


Christopher: Me proteger de... Outras vezes? — Então minha suspeita estava correta. Eu havia me esquecido muito mais do que a noite passada. — Senhorita, há quanto tempo estamos aqui?


Dulce: Cinco dias. Você anda tendo alguns lapsos de memória. É por isso que não se lembra de como chegamos aqui... e de mais algumas coisas.


Vasculhei a cabeça em busca de minha última memória antes de acordar em sua casa. Eu me lembrava de ter discutido com Dulce por conta de sua resistência em aceitar alguns vestidos de presente. Entretanto, olhando para ela agora, notei algumas coisas que antes me escaparam. Seus cabelos pareciam um pouco mais longos do que eu me lembrava. Seu rosto estava mais fino, mas seu corpo, talvez por culpa das roupas apertadas, parecia ligeiramente mais curvilíneo. Sobretudo a parte superior do corpo. Mudanças sutis que poderiam passar quase despercebidas. Sutis, sim, mas que não podiam ter acontecido no decorrer de uma noite.


Christopher: De quanto tempo estamos falando? — Escrutinei seu rosto, seu corpo, guardando na memória cada uma daquelas pequenas mudanças.


Dulce: Eu não sei mais, Christopher. Um ano e dez meses, acho. Talvez um pouco mais.


Christopher: O quê?!


Dulce: E é por isso que eu não queria te contar nada dessa vez. — Ela soltou um longo suspiro.


Christopher: Como nós viajamos no tempo?


Dulce: Já te expliquei isso antes.


Christopher: E quanto à aliança em seu colar?


Dulce: Expliquei isso também. — Ela fez uma careta.


Christopher: E vai explicar novamente?


Ela gemeu, olhando para a frente, enfiando as mãos nos bolsos daquele pequeno retalho que lhe cobria os quadris.


Dulce: Provavelmente só vai te deixar mais confuso.


Christopher: Você o ama?


Ela voltou os olhos para os meus no mesmo instante, sem hesitação alguma.


Dulce: Mais que qualquer coisa no mundo, Christopher.


Ouvir aquilo abriu um buraco em meu peito.


Christopher: E onde ele está agora? Por que não está aqui com você, compartilhando de sua angústia?


Dulce: Ele... — ela voltou a olhar para a frente — precisou se ausentar. Foi forçado a isso.


Christopher: Entendo. — Muito embora não entendesse. Que o diabo o carregasse, se era assim que ele costumava lidar com Dulce, deixando-a sozinha com um completo estranho que estava louco para estreitá-la nos braços. — Mas ele não está aqui agora.


Dulce: De certa maneira, eu diria que está, sim.


Christopher: Só há uma maneira, senhorita Dulce. E o único homem a seu lado sou eu.


Dulce: Dulce. Apenas Dulce, Christopher. — Ela empurrou os cabelos para trás, como se eles a irritassem ou a tivessem ofendido.


Christopher: Já me pediu isso antes.


Ela fixou os olhos nos meus.


Dulce: E você vive esquecendo.


Estávamos do lado de fora do prédio àquela altura. Ofereci o braço a ela e tentei lembrar onde ela havia deixado seu veículo.


Christopher: Senhorita, o que Christian quis dizer com “boa sorte com a sua irmã”?


Dulce: Ah... éééé... — resmungou Dulce, desviando os olhos para os sapatos vermelhos.


E foi assim que eu soube. Estar no futuro, ter perdido a memória, ter descoberto que Dulce estava noiva de outro homem? Não. Nenhuma dessas coisas era o meu maior problema.


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Autor(a): delenavondy

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O sol estava alto e o mormaço parecia me atingir de todos os lados, sobretudo do chão. Minha cabeça latejava, mas não tinha a ver com o calor fatigante. Era o sumiço de Anahí que estava me deixando louco. Christopher: Diga-me mais uma vez o que fizemos para tentar recuperá-la — supliquei a Dulce , puxando-a para o lado ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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