Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação
Allanis: Acho que você vai gostar das instalações, Christopher. — Allanis sorriu, esperando por mim. — Todos os professores elogiam. Temos tudo o que é importante aqui. Materiais de qualidade, professores capacitados e muita paixão pelo que fazemos. Muita paixão mesmo. — E então pousou a mão em meu braço, sem que eu o tivesse lhe oferecido.
Ah.
Mas que inferno.
Afastei-me de seu toque, olhando rapidamente para Dulce, mais à frente. Irada nem chegava perto de descrevê-la.
Christopher: Começo a compreender — murmurei. — Um tanto tarde demais, ao que parece. Dulce, espere!
Ela apressou o passo, pisando duro, indo em frente sem olhar para trás.
Christopher: Senhorita Dulce — chamei de novo.
Dulce: Eu vou olhar por aí. — Ela não se virou. — Por que você não vai com a Allanis até a sala de artes pra entender melhor de que tipo de paixão ela tá falando?
Christopher: Por favor, senhorita Dulce, espere.
Mas ela não se deteve. Seguiu em frente e dobrou o corredor. Depois subiu a larga escadaria e se enfiou na primeira porta que encontrou. Passei pelo batente antes que ela pudesse fechá-la. Partituras e pedestais estavam espalhados por todo o ambiente. Uma sala de música.
Christopher: Por favor, senhorita, olhe para mim.
Teimosa como era, ela permaneceu de costas, os braços cruzados com insolência. Segurei-a pelos ombros e a fiz girar sobre os calcanhares.
Christopher: Eu não sabia! — murmurei.
Dulce: Não? — Havia tanta mágoa naquela única sílaba. E isso deveria ter me feito sentir mal, mas tudo o que fiz foi começar a sorrir. Ela estava enciumada. Ela se importava. Ainda havia uma chance, mesmo que aquela aliança em seu pescoço dissesse o oposto.
Christopher: É claro que eu não sabia. Como poderia se...
Allanis: Ah, vocês bem que podiam ter dito que queriam conhecer a sala de música primeiro. — Allanis foi entrando e se apoiou em uma das cadeiras.
Dulce tentou se esquivar de minhas mãos, mas eu a tomei pela cintura, pressionando-a junto a mim, buscando seus olhos. Ela os desviou.
Allanis: Temos oito turmas completas — continuou a jovem. — De violão a violino. Você gosta de música, Christopher?
Dulce: Ai, meu Deus! — Dulce arfou.
Eu a estudei, tentando desvendar qual era o problema agora. Seu olhar estava fixo na parede dos fundos. Procurei o que atraíra tanto sua atenção. E encontrei.
Christopher: Anahí — murmurei.
Allanis: É linda, né? — tagarelou Allanis, batendo a ponta das unhas no encosto da cadeira. — Todo mundo se encanta com ela.
Dulce: Você viu essa menina? — Dulce perguntou, sem tirar os olhos da tela pendurada na parede.
Allanis: Claro que não, doida! Esses aí são os patronos do conservatório. É gente do século dezoito!
Christopher: Dezenove — eu a corrigi.
Ela apenas ergueu os ombros.
Allanis: Aquele é Sebastian Uckermann, e a garota é a esposa dele, Anahí. Eles eram primos, sabe, mas se casaram mesmo assim.
Dulce: Não! — gritou Dulce, ao mesmo tempo em que eu perguntava:
Christopher: O quê? Isso é um equívoco. — Só podia ser. No retrato, Anahí, em um vestido azul de mangas curtas, os cabelos para o alto como de costume, estava sentada em uma cadeira. Sebastian, em pé, descansava a mão no ombro dela. Ele estava sério, altivo, e parecia contente. Já minha irmã...
Dulce: Ela está infeliz — Dulce murmurou, ecoando meus pensamentos. O brilho nos olhos de Anahí se apagara. Era triste olhar para ela.
Allanis: Parece, né? — comentou Allanis. — Muitos dos nossos estudantes de artes usam Anahí como musa. Eles tentam capturar a melancolia de seu olhar, mas não conseguem. Esse retrato foi feito pelo irmão dela logo depois do casamento.
Dulce: C-como...? — Dulce gaguejou, o olhar fixo no quadro.
Allanis: Ah, sabe como é. Sebastian foi fazer uma visita ao primo logo que ele se casou, e Anahí já estava crescida. Ele a pediu em casamento alguns dias depois e ela aceitou.
Christopher: Não é possível. — Anahí e Sebastian? Não que eu não gostasse de meu primo, mas jamais detectara inclinação alguma de sua parte. Naturalmente, na última vez em que ele vira minha irmã, ela não passava de uma criança, mas ainda assim.
Dulce: Mas não foi desse jeito que aconteceu! — Dulce gemeu, em desespero.
Allanis: Ei, só estou contando o que eu sei. O senhor Christopher Uckermann casou, depois foi a vez da Anahí. Ela nunca foi uma grande musicista, mas amava a música e passava boa parte de seus dias se dedicando a isso. Uma família talentosa, esses Uckermann. Você precisa ver os quadros que o irmão pintava. Um mais bonito que o outro. Tem um de um cavalo que eu amo! Se quiser ver, está na sala dedicada à história da família. Acho interessante você conhecer, Christopher. O trabalho de Uckermann é muito intrigante. E não é legal vocês terem o mesmo nome? Ei, você tá meio verde, garota. — Ela se aproximou de Dulce.
De fato, Dulce parecia a ponto de vomitar.
Christopher: Poderia arrumar uma taça de vinho, senhorita Allanis? Faria bem a ela.
Allanis: Vinho? Rá! Se o dono descobre que eu tô servindo vinho aqui, me manda pra rua na hora!
Christopher: Água, então? — tentei.
A jovem incomum hesitou por um segundo.
Allanis: Tá... Tudo bem, mas, se ela for vomitar, é melhor não fazer isso nas partituras ou eu tô ferrada.
Assim que ficamos sozinhos, Dulce se agarrou à gola de minha camisa.
Dulce: Isso não pode ter acontecido, Christopher! Não pode!
Christopher: Também não consigo acreditar. Sebastian tem a minha idade! O que estava pensando ao pedir a mão de Anahí? Ela é apenas uma menina, e aquele...
Dulce: Esse não é o ponto! Sebastian casou com a Angelique, a Anahí está noiva do Alfonso. Tá tudo errado!
Christopher: Minha irmã está o quê? — Primeiro ela estava desaparecida, agora noiva?
Dulce suspirou, esfregando a testa.
Dulce: Desculpa. Esqueci que você não lembra. Mas confie em mim, Christopher. Sei exatamente como cada história deve acontecer. Anahí e Sebastian não ficam juntos. Isso tudo é um erro!
Christopher: Certamente é. Eu jamais permitiria que Anahí noivasse aos quinze anos!
Dulce: Ela já tem dezessete.
Christopher: O quê?! — Mas que diabos!
Dulce: Eu disse, você esqueceu um bocado de coisas. Mas isso não importa agora. Como esse quadro é possível? — E apontou para a tela.
Analisei a pintura por um instante.
Christopher: Reconheço as pinceladas. É algo que eu posso ter pintado, mas acho que a senhorita Allanis se equivocou.
Dulce: Então somos dois. Vamos dar uma olhada por aí e ver se descobrimos por que esse quadro foi pintado. Ela disse que tinha uma sala com a história da família, não disse? Talvez lá possamos encontrar alguma pista dessa maluquice toda.
Eu concordei, pois era exatamente nisso que estava pensando. Abri a porta e dei passagem para ela. Abrimos algumas outras no corredor, mas a maioria dava para salas com muitas cadeiras.
Dulce: Por que você disse para a Allanis que eu era sua mulher? — Dulce perguntou, examinando mais uma saleta.
Christopher: Sendo franco, senhorita?
Ela voltou a atenção para mim.
Dulce: É claro.
Christopher: Foi a primeira coisa que me ocorreu.
Dulce: Ah. — O brilho em seus olhos se extinguiu.
Christopher: Mas — prossegui —, já que precisei mentir, optei por uma mentira que eu gostaria que fosse verdade.
Dulce: G-gostaria? — Ela me observou por um instante, mordendo o lábio inferior.
Dei um passo, dizimando a distância entre nós. Dulce elevou o queixo para me fitar. Seus longos cabelos se balançaram nas costas.
Christopher: Ah, gostaria muito, Dulce. — Toquei seu queixo, simplesmente porque foi irresistível. Ela tremeu com o contato, despertando em mim um grito, um rugido que implorava que eu não parasse de tocá-la.
Uma porta bateu ali perto. Dulce pulou um metro longe.
Dulce: Temos que encontrar a sala certa antes que a Allanis volte. — E disparou corredor abaixo.
Tudo bem. Aquela reação era natural para ela. Nada que eu já não esperasse. O que eu não esperava era o que vi em seus olhos. Um tipo de sentimento tão precioso quanto raro. Tão casto quanto lascivo. Tão profundo e intenso que quase me pôs de joelhos.
Eu tinha de encontrar Anahí e me certificar de que ela estava a salvo. Depois disso? Faria tudo o que estivesse a meu alcance para conquistar Dulce.
Dulce: Aqui tem alguma coisa — ela disse ao investigar a quarta sala. Eu a segui, fechando a porta depois de passar por ela. — Não dá pra dizer que isso tudo não é real — Dulce murmurou, examinando a sala.
Christopher: Não, não dá. — Quadros que eu me lembrava de ter pintado estavam dispostos na parede e sobre cavaletes. De outros, porém, apesar de reconhecer como meus, eu não me lembrava em absoluto.
Dulce começou a remexer nas gavetas da mesa em frente à janela em busca de informação. Entretanto, tudo o que encontrou foram antigos documentos do conservatório. Decidi vasculhar as estantes. Em uma almofada de veludo verde, encontrei uma das pistolas que foram de meu avô. Eu a peguei, sentindo seu peso, deslizando a ponta dos dedos no cano decorado por um emaranhado de ramas. Era a mesma arma que agora estaria trancada junto a seu par em uma caixa de madeira, na última prateleira do armário de meu escritório?
Acabei esbarrando o braço em uma cristaleira. O chacoalhar dos vidros ecoou pela sala. Com a mão livre, eu a amparei, tentando deter o barulho. Havia algumas joias dentro da cristaleira, porcelanas e minúsculos retratos em molduras douradas. Muitos daqueles objetos pertenciam a minha família havia décadas. Foi estranho, de fato, olhar para minha própria história. Coloquei a pistola de volta em seu lugar para examinar melhor os objetos na cristaleira.
Dulce: Teve sorte aqui? — Dulce se juntou a mim, estudando os relicários. — Família Uckermann — leu ela. — Víctor Uckermann e Alexandra Bittencourt Uckermann. Seus pais eram lindos... Uau! Você se parece um bocado com seu pai. Gostaria de ter conhecido os dois.
Não pude reprimir o sorriso.
Christopher: Eles a teriam adorado antes mesmo que lhes dissesse olá.
Dulce: Aqui, Christopher. Olha! — Ela apontou para duas miniaturas. — SebastianUckermann II e Anahí Uckermann. Casados em 1832. Mas, cacete, isso não pode estar certo. — Ela se colou mais ao vidro. — O Sebastian casou em 1830. Deve ter algum outro retrato aqui da Angelique que explique m...
Ela se interrompeu no momento exato em que meus olhos também encontraram meu retrato. Uma miniatura delicada bem ao lado da de minha esposa.
E ela não era Dulce.
************************************
Autor(a): delenavondy
Este autor(a) escreve mais 14 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
O pequeno retrato ao lado do meu estava manchado, envelhecido, mas ainda assim fui capaz de reconhecer aquele rosto. Claro que reconheceria a menina que fora minha vizinha a vida toda. O que eu não compreendia era como ele poderia estar ali, ao lado do meu. Sim, a mãe dela deixara claro mais de uma vez seu desejo de unir a filha à família Uckerma ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 108
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00
O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele
delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56
<3
-
vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21
AFF que perfeito sua fic♥️ amei amei amei
-
taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42
Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre 🙈
delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50
Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos
-
mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04
Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss
delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37
já já posto mais...
-
taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47
ansiosa pelos proximos
-
taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36
quero mais
-
taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28
voltaaaaaa
-
taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21
kd vc ?
delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17
Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !
-
taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09
pelo amor de deus
-
taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01
mais mais mais