Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação
Christopher: Você sempre morou aqui? — perguntei.
Dulce: A vida toda. Nasci e cresci aqui.
Christopher: Nunca imaginei que o mundo pudesse mudar tanto.
Por quê? Por que ela ficara tão mexida ao ver meu retrato ao lado do de Belinda? A resposta parecia óbvia, e tive medo de ter esperanças.
Andamos mais um pouco, sem saber ao certo nosso destino, até que avistei uma pequena praça. Um grupo de cavalheiros na esquina conversava e fumava despreocupadamente. Eu não sabia de que tipo de sujeitos se tratava, e não toleraria se faltassem com o respeito a Dulce. Como não poderia bater neles e protegê-la ao mesmo tempo, preferi mudar o curso e dar a volta na praça, afastando Dulce de possíveis olhares maliciosos.
Passamos por um banco cinzento; um imponente cedro estava mais atrás e, por alguma razão, pareceu-me dolorosamente familiar.
Christopher: Quer se sentar por um instante? — ofereci.
Seus grandes olhos castanhos encontraram os meus, questionando, mas sua cabeça balançou afirmativamente. Eu a ajudei a se sentar e me acomodei a seu lado, impondo certa distância entre nós. Uma agitação sem sentido se apoderou de mim.
Não estava certo. Aquilo não estava certo.
Levantei-me em um rompante.
Dulce: O que foi? — perguntou Dulce.
Christopher: Não é nada.
Dulce: Não parece nada.
Minha cabeça começou a doer. Esfreguei a testa, tentando me livrar do desconforto, mas em nada ajudou. Relanceei o velho cedro.
Christopher: Venha aqui. — Estendi a mão para ela, que aceitou, ficando em pé.
Desviando de uma pedra, levei-a pelo gramado e parei sob a copa da árvore.
Dulce me examinou com a testa franzida. Eu mesmo devia ter uma expressão muito parecida enquanto a ajudava a se sentar na grama. Ajeitando-me a seu lado, ombros colados, aquela inquietação começou a ceder.
Christopher: Assim está melhor — pensei em voz alta.
Ela não disse nada, apenas continuou me observando como se buscasse respostas.
Dulce: Christopher, por que me trouxe aqui? — ela perguntou em voz baixa.
Christopher: Eu não sei, senhorita.
A decepção tingiu suas faces pálidas, e ela estremeceu de leve. Levei a mão à gola do casaco, na intenção de oferecê-lo a ela para que se aquecesse, apenas para lembrar que não havia casaco algum.
Christopher: Mas — prossegui — pareceu-me apropriado. Como se aqui fosse adequado para nós dois. Embora não faça nenhum sentido.
Ela ergueu a cabeça, e nossos rostos ficaram tão próximos um do outro que, se eu respirasse mais profundamente, meus lábios roçariam os dela.
Dulce: Faz sentido pra mim, Christopher. — Seu olhar estava preso ao meu, e não pude (e não quis) me desvencilhar dele. — Você nem faz ideia de quanto.
Ainda me fitando, Dulce chegou mais perto, até a lateral de seu corpo se colar totalmente ao meu, e deitou a cabeça em meu peito. Eu a abracei sem hesitar, e não resisti a deixar a cabeça pender sobre a dela, enfiando o nariz em seus cabelos. Ela tinha o perfume da primavera. Desejei que o mundo pudesse parar de girar por um instante e eu fosse capaz de viver naquele breve infinito. E, Deus, ela se encaixava tão perfeitamente em meus braços, como se tivesse sido feita para mim.
E ela é, um sussurro quase inaudível repercutiu por minha cabeça.
Diabos, era injusto que alguém a tivesse encontrado antes de mim, porque eu sabia — sentia — que era por ela que eu esperava. Eu conhecia muitas damas havia tanto tempo, algumas até que foram bastante claras em suas intenções e insinuações. Sempre dispostas e disponíveis. Qualquer uma daria uma boa esposa, dedicada à família, saberia guiar Anahí com maestria. E isso era tudo. A única que fazia aquela tormenta dentro de mim se acalmar ou se inflamar era Dulce. Também era a única que não estava disposta nem disponível.
Christopher: Senhorita, onde está seu noivo?
Dulce: Hã?
Toquei a aliança que pendia de seu colar.
Dulce: Ah. Perto, Christopher. Não o bastante, mas ainda está aqui. — Ela ergueu os olhos. — E eu sei que uma hora dessas ele vai voltar pra mim.
A tristeza em seu semblante amainou um pouco, o que era a intenção daquele passeio, certo? Então por que eu sentia como se meu peito estivesse oco?
Alcancei o relógio no bolso da calça, a fim de ter uma desculpa para desviar o olhar do dela.
Encrespei o cenho. Que estranho. Aquele não era o meu relógio. Era muito bonito, de linhas elegantes e prata polida, com um bonito entalhe do símbolo do infinito no exterior. Virando-o nas mãos, abri a parte traseira na esperança de encontrar algo que indicasse como ele viera parar em meu bolso.
E acabei encontrando. Havia uma inscrição. Uma jura de amor junto às minhas iniciais, e na assinatura as iniciais de Dulce.
Por que ela tinha me dado aquilo? Não sabia que um presente como aquele selava um compromisso quase indissolúvel? Como podia ter dado aquele relógio estando comprometida com outro?
A menos que...
Observei meus dedos em torno do relógio. Uma fina linha pálida marcava meu dedo anular.
A menos que o idiota ausente não estivesse exatamente ausente.
Dulce: Obrigada, Christopher.
Christopher: Por quê? — Seria possível? Aquela aliança que pendia em seu pescoço era minha?
Dulce: Por lutar por mim. — Dulce se aconchegou mais em meu peito.
Como se eu pudesse não lutar por ela, pensei. Eu teria mais sorte se tentasse fazer crescer pelos nos dentes usando a força da mente.
Acariciei seus cabelos enquanto me perguntava por que ela mentia sobre nós. E isso me fez pensar em tudo o que tinha visto naquela mansão. Sobretudo no que se referia a mim. A única maneira de me fazer desposar Belinda seria forçando-me a isso.
Christopher: Posso lhe fazer mais uma pergunta, senhorita? — indaguei.
Dulce: É claro.
Christopher: Você pareceu muito segura com relação ao futuro de minha irmã. Estou aqui me perguntando o motivo disso.
Ela se remexeu, endireitando as costas para poder ver meu rosto.
Dulce: Isso não é uma pergunta — falou, por fim.
Christopher: Por que não quer me contar?
Ela inspirou fundo, recostando-se no tronco da árvore, o olhar perdido a sua frente.
Dulce: Porque eu não quero te confundir ainda mais.
Christopher: Receio que não existam meios de eu ficar mais confuso do que estou agora.
Dulce: Ah, existem sim, Christopher. Pode acreditar que existem.
Christopher: Experimente. Não imagino que eu vá me sentir pior do que já estou me sentindo.
Ela encontrou uma linha na blusa e começou a puxá-la.
Dulce: Tudo bem. Você se lembra de quando eu apareci na sua vida? Tudo o que eu queria era voltar para casa.
Christopher: E cá estamos. — Assenti uma vez. — De alguma maneira.
Ela negou com a cabeça.
Dulce: Não, Christopher. Essa não é a primeira vez que eu volto. — Ela abandonou a linha e levou a mão ao bolso daquela saia ridiculamente minúscula. De lá, retirou um retângulo prateado e voltou a brincar com a linha. — Aconteceu poucos dias depois do baile na sua casa.
O maldito baile. Anahí não falava em outra coisa. Ela estava ansiosa pela data... que aparentemente já se fora havia muito tempo.
Christopher: E esse artefato...?
Dulce: É uma máquina do tempo. Foi por causa dela que eu voltei pra cá. A ironia é que eu consegui voltar quando já não queria mais.
Christopher: Por que não? — não pude evitar perguntar.
Dulce: Por sua causa. — Ela manteve os olhos no fiapo, que agora estava esganando seu dedo. — Então eu tentei de todo jeito retornar pra você. Isso aqui já não era pra mim. — Ergueu os ombros. — E, em uma das muitas ideias malucas que eu tive, visitei a sua casa, aqui neste tempo. Falei com um descendente de Anahí e ele me contou as histórias da família, o que tinha acontecido com você, com ela. É por isso que eu sei que o que vimos naquela mansão está errado.
Christopher: Tudo?
Ela assentiu. Não pude deixar de sentir alívio.
Dulce: O que eu não entendo é o que vimos agora há pouco, Christopher. Não bate com o que eu soube da outra vez. Muito menos com o que já vivemos. Está diferente.
Christopher: Diferente como?
Dulce: Quando eu falei com o Jonas, o tataraneto da Anahí, ele me contou sobre a paixão dela e do Alfonso, como eles foram felizes. Também me disse que você ficou tão arrasado com a minha partida que não conseguia... não pôde... — Ela sacudiu a cabeça, baixando o olhar. — Eu não gosto de lembrar disso.
Pelo buraco que se abriu em meu peito ao imaginar que nunca mais a veria, deduzi como aquela história acabaria.
Christopher: Acho que entendo.
Dulce: Por isso estou tão confusa. — Ela soltou um pesado suspiro. — O que nós vimos na mansão é completamente diferente. A Anahí casou com o Sebastian, você com a Belinda. Por quê? O que mudou?
Christopher: Não acredito que algo possa ter mudado a maneira como me sinto em relação a você. — Porque, depois de tê-la conhecido, minha vida nunca mais foi a mesma. Jamais seria. E eu queria que continuasse assim. O único jeito de aquilo que vimos na sala da mansão se tornar uma possibilidade seria se eu nunca a tivesse conhecido... se eu nunca tivesse posto os olhos em...
Não. Por favor, isso não!
Mas só podia ser. A simplicidade de tudo chegava a ser complexa.
Christopher: Meu Deus, não! — balbuciei, lutando por ar.
Dulce: O que foi? — perguntou Dulce. Eu a encarei, o tremor sacudindo meus ossos dentro da carne.
Era essa a razão de meus lapsos de memória, não era? Eu jamais poderia me lembrar daquilo que não tinha vivido. Não conseguia me lembrar do último ano e meio porque Dulce era grande parte dele. Meu destino estava se alterando, pois o passado não era mais como eu o deixara antes de viajar no tempo atrás de Anahí.
Por alguma razão, ele estava sendo reescrito.
E Dulce já não fazia parte dele.
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Autor(a): delenavondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 108
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vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00
O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele
delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56
<3
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vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21
AFF que perfeito sua fic♥️ amei amei amei
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taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42
Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre 🙈
delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50
Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos
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mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04
Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss
delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37
já já posto mais...
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47
ansiosa pelos proximos
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36
quero mais
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28
voltaaaaaa
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21
kd vc ?
delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17
Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09
pelo amor de deus
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taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01
mais mais mais