Fanfics Brasil - Capítulo 8 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 8

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Uma vez, eu tinha uns dez anos, meu pai viajou por alguns dias a fim de comprar uma nova matriz para o estábulo. Minha mãe sempre sentia sua falta e ficava andando pela casa aos suspiros. Aquilo me deixava maluco, então resolvi sair.


Encontrei alguns garotos da vila no caminho e decidimos pescar no riacho perto de casa. A pescaria não rendeu muito — a menos que contássemos o sapo que consegui pegar —, e imagino que a culpa tenha sido nossa, já que entramos na água e demos início a uma guerra de lama.


O sol já estava baixo quando voltei para casa com o sapo no bolso e as roupas duras de lama. Naturalmente, esquivei-me das entradas principais, correndo para a lateral do edifício. O alçapão que havia na adega dava sobre a sala de música e tinha o tamanho exato para que eu pudesse passar por ele.


Alexandra: Ora, mas vejam só — exclamou a voz de minha mãe assim que levantei a portinhola. Eu só podia ver seus sapatos e a barra de seu vestido amarelo. — Parece que temos um ratinho aqui.


Fugir estava fora de questão. Eu tinha dez anos, já cavalgava sozinho e até havia tomado pontos na cabeça uns meses antes. Era um homem! E homens não fogem da mãe.


Prendendo a respiração, saí de meu esconderijo, mas mantive o olhar no chão, onde os nacos de argila que se desprendiam de minha roupa caíam e explodiam, sujando o assoalho.


Alexandra: Oh, Christopher... — ela suspirou.


Christopher: Eu fui pescar com os garotos. — Cruzei as mãos nas costas.


Alexandra: Estou vendo. Imagino que o peixe tenha lhe dado uma canseira danada e arrastado você pela margem do rio por muitos metros, para justificar toda esta imundície.


Christopher: Humm... Foi quase isso.


Ela estalou a língua.


Alexandra: Quantas vezes eu já disse que não quero você naquele riacho, Christopher? Há buracos profundos e raízes. Você pode enroscar o pé em uma delas e se afogar!


Christopher: Mas eu nado muito bem! O papai disse que eu sou quase um peixe.


Alexandra: Um peixinho coberto de lama até a raiz dos cabelos. — Ela pegou minha mão e a examinou. — Vá para o banho e se livre de toda esta sujeira. Vou conferir suas orelhas e unhas mais tarde.


Christopher: Sim, senhora.


Fiz a volta, o olhar em minhas botas sujas, mas ela me impediu de ir para o quarto colocando um dedo sob meu queixo, obrigando-me a encontrar seu olhar azul. Seus cabelos pálidos estavam presos em um penteado repleto de caracóis.


Alexandra: Prometa que não voltará ao riacho sozinho.


Christopher: Mas, mãe...


Alexandra: Prometa, Christopher.


Christopher: Está bem! Não voltarei lá sem uma babá!


Ela riu, fazendo aparecer duas covinhas em suas bochechas.


Alexandra: Quando fica zangado assim, lembra-me tanto o seu pai. Ele tem essa mesma expressão quando eu o expulso do quarto por estar emporcalhando o piso. Parece que toda a areia do estábulo volta para casa com ele. Com vocês dois! — Ela observou o chão cheio de terra.


Acabei sorrindo, o peito estufado. Se havia alguém neste mundo a quem eu queria me assemelhar, esse homem era Víctor Uckermann.


Minha mãe depositou um beijo em minha testa.


Alexandra: Vá se lavar.


Eu estava quase na porta quando ela disse:


Alexandra: E livre-se do sapo que está no seu bolso antes que Madalena o veja e desmaie como da outra vez.


Resmungando, fui até o jardim e deixei o sapo sob uma das roseiras. Por um infortúnio do destino, Madalena escolheu justo aquela tarde para colher flores e fazer um novo arranjo para o quarto de minha mãe, já que esta fora acometida por uma de suas crises de enxaqueca. E foi uma infeliz coincidência que o sapo tenha gostado da governanta e pulado em suas saias. Naturalmente, ela desmaiou e eu tive de ajudar Gomes a carregá-la para dentro.


Era um milagre que Madalena ainda trabalhasse para mim.


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Dr. Almeida: Onde está sua adorável esposa? — Almeida inquiriu, tirando-me do devaneio. — Não a vejo faz mais de um quarto de hora.


Christopher: Maite. — eu disse apenas, fazendo-o rir outra vez.


Almeida tinha verdadeira afeição por Dulce. E seu fascínio ia muito além da descoberta de que Dulce tinha vindo do futuro. É claro que o cientista dentro dele ainda buscava respostas, tentava encaixar em uma lógica todos os fatos ilógicos acerca da viagem no tempo. Tivemos longas conversas sobre o tema desde que ele me informara que estava a par da verdade. O deslumbramento de Almeida por Dulce provinha, antes, da admiração por seu caráter firme, por sua mente ímpar.


Dr. Almeida: É espantoso quanto sua filha e sua esposa se assemelham, Christopher. Nunca vi dois gênios tão idênticos.


Christopher: Sim, e isso é extraordinário. Na maior parte do tempo, pelo menos. — Tomei um bom gole de vinho. — Quando Dulce teima com alguma coisa, é difícil demovê-la de tal ideia. Eu diria impossível, Almeida. E, se continuar assim, Maite será ainda pior. Não sei se estou pronto para lidar com duas.


Ele escondeu o riso atrás da taça, antes de esvaziá-la. Quando voltou a falar, estava sério.


Dr. Almeida: Espero que nenhuma das duas precise de meus cuidados enquanto eu estiver fora. Vou acompanhar Júlio até a casa de meu irmão. Faz tempo que não o visito. Devo retornar dentro de uma semana, mas deixarei Alfonso encarregado de meu consultório.


Eu o fitei com divertimento.


Christopher: Naturalmente, isso nada tem a ver com o fato de seu pupilo não estar conseguindo conquistar a confiança dos pacientes com o senhor por perto.


Dr. Almeida: Naturalmente. — Ele sorriu de volta.


Uma comoção na porta da frente capturou minha atenção. Parada sob o batente, vestida de negro da cabeça aos pés, estava a viúva Miranda Mendoza. A mulher se mudara havia pouco de uma pequena província na Argentina para a vila, mas já causara grande estardalhaço. Sua beleza atraía a maioria dos homens, inclusive os casados. Corria à boca pequena que ela procurava um novo marido, pois o falecido lhe deixara apenas dívidas de jogo. No entanto, a história que se comentava nos recantos frequentados apenas pelos cavalheiros era outra. Ao que parecia, os problemas financeiros já não preocupavam a viúva, pois o senhor Albuquerque, um de meus vizinhos mais antigos, cuidara de tudo.


Dr. Almeida: Imagino que sua irmã não tenha ouvido os boatos quando convidou a senhora Mendoza para o baile — comentou Almeida.


Christopher: Sinceramente, espero que não, Alberto. Deve tê-la convidado por educação, sem saber a posição em que colocou a mãe de uma de suas mais queridas amigas. Presumo que eu deveria ter alertado Anahí, mas como tocar nesse assunto com uma menina?


Dr. Almeida: Compreendo, meu amigo.


A senhora Albuquerque, do outro lado do salão, observava com uma fúria desmedida a recém-chegada receber a atenção de diversos cavalheiros. Seu marido também mantinha o olhar na jovem viúva, e pouco fazia para ocultar seu deslumbramento.


Peguei o relógio no bolso do meu paletó e olhei para o mostrador. Já fazia mais de meia hora que Dulce fora colocar Maite para dormir.


Christopher: Com licença, doutor. Vou verificar se está tudo bem com Maite.


Ele aquiesceu e eu me retirei da sala discretamente. No corredor, encontrei alguns empregados alvoroçados pelo caminho, mas passaram por mim quase sem me notar. A música ecoava por toda a casa, abafando os sons de meus passos.


Ao chegar ao quarto de nossa filha, conjugado ao nosso, notei a porta entreaberta e toquei a maçaneta, empurrando-a ligeiramente.


O quarto que inicialmente fora destinado a mim tão logo me casei — e Dulce se opôs veementemente à ideia — tinha sido redecorado. O papel de parede agora trazia delicados buquês em pálidos tons de rosa, e a colcha sobre a cama estreita recostada à parede tinha a mesma estampa. As cortinas combinavam com o dossel sobre o berço, no mesmo rosa suave das rendas que saíam por debaixo do colchão. Uma poltrona dourada fora disposta entre o berço e a cômoda de laca branca.


Dulce estava no centro do aposento, as saias de seu vestido azul-escuro chiando de encontro ao piso conforme ela embalava nossa filha.


Dulce: Não sei quanto o mundo é bom, mas ele está melhor desde que você chegou e explicou o mundo pra mim — cantarolava. — Não sei se esse mundo está são, mas pro mundo que eu vim já não era. Meu mundo não teria razão se não fosse a Maite...


Maite amava aquela canção. Dulce tinha me contado que era criação de um famoso músico de seu antigo tempo, e me ensinara a letra, substituindo o nome da filha do compositor pelo da nossa. Até mesmo Anahí a aprendera. Tudo para fazer Maite dormir com mais facilidade. Fazia pouco tempo que ela finalmente se rendera ao sono durante a noite, em parte graças à descoberta de Dulce por seu gosto musical, em parte pelas dezenas de chupetas.


Entrei e fechei a porta sem fazer barulho. Dulce ergueu os olhos e sorriu.


Aproximei-me dela, abraçando-a por trás, deixando a cabeça pender sobre seus cabelos perfumados, presos em um coque frouxo que lhe caía tão bem. Dessa posição pude acompanhar a luta da menininha contra o cansaço. Suas piscadas eram pesadas e desfocadas, mas ela tentava bravamente se manter acordada. O movimento da chupeta continuava frenético.


Começamos a balançar devagar, uma dança marcada pelo cantarolar de Dulce.


Não levou muito tempo para que minha menininha se rendesse. Minha esposa deixou a voz morrer pouco a pouco, mas continuamos a dançar. Os olhos de Maite permaneceram fechados, a chupeta amarela se movia para a frente e para trás em uma cadência suave agora. Soltei Dulce e a ajudei a colocar Maite no berço. Então ficamos ali, lado a lado, admirando nossa obra-prima. Passei um braço por sua cintura, trazendo-a para mais perto. Permanecemos assim até que Madalena bateu à porta de leve. Ela ficaria velando o sono de Maite, pois temia que a algazarra do baile pudesse acordá-la.


Dulce e eu deixamos o quarto na pontinha dos pés. Já no corredor, ela levou a mão à nuca, massageando-a.


Dulce: Essa correria do baile quase me deixa louca. Não sei como as pessoas daqui suportam isso várias vezes ao ano.


Eu me coloquei a suas costas e levei as mãos a seu pescoço, fazendo movimentos circulares com os polegares.


Dulce: Ah, meu Deus, isso é o céu, Christopher — ela gemeu, tombando a cabeça para o lado.


Christopher: Você está sobrecarregada. Precisa de descanso. O que acha de retomarmos nosso plano de uma lua de mel?


Dulce se virou, os olhos muito abertos.


Dulce: Você tá falando sério?


Logo após o casamento — e foi logo após mesmo —, fui informado sobre uma suposta maldição que estava matando as jovens recém-casadas. Na época, pareceu-me lógico adiar a viagem. Depois, quando tudo foi explicado e ficamos livres para ir aonde quiséssemos, Maite aconteceu, e mais uma vez a viagem foi adiada.


Christopher: Por que não? Acho que posso me ausentar por uma semana. Creio que você também consiga ficar longe da sua fábrica por uns dias. E Maite pode ficar aos cuidados de Madalena e Anahí. Ela está maior agora — fui logo me apressando em dizer, pois no último outono, na noite de nosso primeiro aniversário de casamento, eu tinha levado Dulce para a cidade, onde jantamos e depois assistimos a um concerto. Nós dois estávamos exaustos da rotina de fraldas, mamadeiras e privação de sono, e aquela distração foi mais que bem-vinda.


Porém, como eu havia suspeitado, Dulce não conseguira se desligar totalmente de Maite e temia que a pequena fosse precisar dela.


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Christopher: Ela está bem — eu dissera ao perceber que o segundo ato começava e Dulce ainda não tinha conseguido prestar atenção em absolutamente nada. — A senhora Madalena ajudou minha mãe quando eu e Maite nascemos. Ela sabe lidar com crianças.


Dulce: Eu sei disso, ou jamais teria deixado nossa filha com ela. Mas é a primeira vez que a deixamos com alguém e... E se a Maite...


Christopher: O quê? — Um sorriso de diversão me curvou a boca. — O que uma bebezinha de quatro meses pode fazer além de chorar, encher as fraldas e mamar?


Dulce soltou um longo suspiro.


Dulce: Eu sei, eu sei. Só... estou um pouco insegura. E... sentindo muita saudade dela.


Christopher: É por isso que eu lhe comprei isto. — Alcancei o colar no bolso do meu paletó e o depositei em sua palma enluvada.


Ela examinou o relicário que pendia da corrente e teve de aproximá-lo do rosto, pois as tochas do camarote não forneciam muita luminosidade. Ao abri-lo, Dulce se surpreendeu ao ver em seu interior um retrato minúsculo de Maite.


Dulce: Foi você quem pintou isto?


Fiz que sim, sem jeito.


Christopher: Mas não sou bom com miniaturas. Podemos falar com um especialista ou...


Dulce: Não! Eu amei, Christopher! É tão ela! Os olhinhos brilham! Obrigada! — E me agarrou pelo pescoço, colando a boca na minha. Quando se afastou, foi para girar na cadeira e me oferecer seu lindo pescoço. Alguns vizinhos de balcão nos lançaram olhares reprovadores, mas Dulce não percebeu e eu não me importei.


Tudo o que eu queria era vê-la feliz, e, se me beijar em público a deixava feliz, não seria eu a impedi-la.


Prendi o novo cordão ao redor de seu delicado pescoço, demorando-me um pouco mais que o necessário, pois meus dedos se recusavam a parar de tocá-la.


Ela virou a cabeça, os olhos subitamente inflamados. Uma espécie de antecipação vibrou abaixo de meu umbigo. Deus do céu, como aquele maldito espetáculo custou a terminar. Deixamos o teatro antes de as cortinas se fecharem por completo e voamos para o hotel. Nunca duas quadras me pareceram tão distantes. Mas valeu a pena. Assim que nos vimos na privacidade do quarto, todo o acúmulo de desejo refreado pela interrupção de uma bebezinha exigente veio à tona, e a noite de amor se prolongou até a tarde seguinte.


Eu queria aquilo de novo, por isso a ideia de enfim termos uma lua de mel me parecia mais e mais tentadora.


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Autor(a): delenavondy

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Dulce: Você tá me dizendo que a gente finalmente pode ter uma lua de mel de verdade? Mesmo que seja curta? — Dulce não sabia se ria ou se ficava surpresa. Christopher: Estou. Uma lua de mel sem interrupções. Sem empregados aparecendo do nada, sem problemas a serem resolvidos, parentes intrometidos ou bebezinhas exigentes que gostam de ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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