Fanfics Brasil - Capítulo 81 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 81

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Ela me deu as costas e começou a se afastar. Eu estava prestes a ir atrás dela, mas por alguma razão ela se deteve a poucos passos, os cabelos ondulando nas costas. Sem se virar, perguntou:


Dulce: Está tendo um desfile ou coisa parecida por aqui?


Uma carruagem se aproximava. Maldição, era o senhor Albuquerque. E o cocheiro já havia notado a dama. Eu não queria ter de bater nele. Juro que não.


Mas, se ele olhasse para a jovem de qualquer maneira que não fosse respeitosa, eu o sovaria como a uma massa de pão. Na verdade, seria melhor se ele nem voltasse os olhos na direção dela. O mesmo valia para o senhor Albuquerque e para qualquer cavalheiro que o acompanhasse.


A jovem fez uma pergunta sobre o destino da carruagem. Agitado, dei uma resposta qualquer, mas a dama de maneiras e linguagem peculiares me interrompeu. Não que isso já tivesse acontecido antes.


De onde ela vem?, eu quis saber. Seu sotaque era totalmente estranho para mim, assim como a maioria de suas palavras.


Não tive tempo de ponderar sobre o assunto, já que a carruagem parou na estrada antes que eu pudesse levar a jovem para longe de olhares curiosos — o cocheiro quase caiu do assento ao observá-la. O rosto do senhor Albuquerque apareceu na janela e não tardou a adquirir um tom rosado na pele e um arquear de apreciação nas sobrancelhas. Era só o que faltava!


Eu os encarei de maxilar trincado, colocando-me à frente da garota. Era tudo o que me restara para protegê-la. Isso fez os dois homens perceberem que se excediam; o cocheiro se virou para o outro lado, e o senhor Albuquerque ao menos teve a decência de baixar os olhos, envergonhado.


Sr. Albuquerque: Está tudo bem, senhor Uckermann? Algum problema? — perguntou ele.


Christopher: Esta jovem foi assaltada, senhor Albuquerque. Vou levá-la para minha casa. A pobre tem um ferimento na cabeça.


Ele ofereceu ajuda, espiando a garota curiosa, que se inclinava para o lado e dava uma boa olhada na cena, fazendo-me engolir uma imprecação. No entanto, havia algo que ele poderia fazer: sem cerimônia, pedi que avisasse ao médico da vila que eu precisaria de seus serviços. Ele concordou prontamente.


Sr. Albuquerque: Avise-me se precisar de mais alguma ajuda — falou, antes de acenar para o cocheiro e de partirem em alta velocidade.


Apenas quando vi a carruagem fazer a curva e sumir de vista me permiti respirar. Virei-me para a jovem:


Christopher: Podemos ir, senhorita?


Seu rosto estava ainda mais pálido, a boca escancarada em um O mudo.


Dulce: O que está acontecendo aqui? — Sua voz tremeu quando voltou a falar.


Christopher: Não tenho certeza se a compreendi.


Dulce: Por que você fala desse jeito estranho, tá vestido com essas roupas e tem carruagens passando pela estrada?


Ah, senhor. Ela estava sofrendo dos nervos. Eu já ouvira falar disso. Era grave e precisava de muito repouso e silêncio para se curar. E ela encontraria as duas coisas em minha propriedade. Eu garantiria isso.


Insisti que a jovem fosse razoável e aceitasse minha ajuda. Tentei alcançá-la, mas ela se afastou. Assustada, desconfiada, zangada e, não pude deixar de notar, absurdamente encantadora.


Dulce: Não vou pra sua casa, ficou doido? Eu sei lá o que você pretende fazer comigo? Você pode muito bem ser um psicopata que quer me cortar em pedacinhos e me guardar dentro do freezer pra comer aos poucos. Não sabe em que ano estamos?


Christopher: Estamos no ano de 1830 e garanto-lhe que sou um homem de bem. — Perdi a paciência. Já dera provas de que não lhe faria nenhum mal. Está certo, só Deus sabia o que aqueles malditos assaltantes haviam feito com ela, mas ela precisava me diferenciar deles. Simplesmente precisava nos colocar em categorias diferentes. E o que diabos era um freezer? — Não tenho outra intenção que não seja ajudá-la!


E foi então que ela começou a gargalhar de um jeito tão escandaloso e natural como há muito eu não via em uma dama. Meu rosto esquentou. Não tenho certeza se de vergonha por ser motivo de escárnio ou — embaraçosamente, devo acrescentar — por conseguir fazê-la rir daquela maneira.


Dulce: Mil... Mil... oitocentos e trinta! — ela articulou em meio à crise de riso. — Boa piada! Muito engraçada mesmo!


Christopher: Não lhe contei piada alguma.


Dulce: Então acha que eu tenho cara de idiota!


Engoli um gemido. Por quê? Por que ela não poderia ser como as outras damas que eu conhecia e aceitar minha ajuda? Qual o motivo para tanta petulância? E por que, em nome de Deus, eu gostei tanto disso?


Depois de argumentar que minha única intenção era ajudá-la, afinal fora em minhas terras que ela havia sido atacada — querendo ou não, eu me tornara o responsável por ela daquele momento em diante —, ela acabou aceitando meu auxílio. Secou as lágrimas de diversão que se empoçavam naqueles olhos castanhos antes que eu pudesse lhe oferecer o lenço.


Dulce: Tá bom, maluco. Vamos até sua casa. Láááá no século dezenove!


Ignorei seu comentário disparatado e indiquei o cavalo. Ela se aproximou de Meia-Noite, mas se deteve. Parecia estar com medo. Lutei para não bufar e me fiz útil, ajudando-a a subir. Entretanto, no instante em que nossa pele se encontrou de novo, aquele grito infernal em minha cabeça retornou.


Ela hesitou por um instante, os olhos nos meus, a testa encrespada em confusão, então piscou uma vez e tomou impulso para montar o cavalo. Tive de me esticar e segurá-la pelo cotovelo para que não caísse do outro lado, pois, ao que parecia, sua habilidade na arte da montaria era inexistente. Eu não quis olhar para suas pernas — bem, quis sim, mas a questão é que não devia querer —, porém como poderia não ter notado a vastidão de pele nua e lisa praticamente colada ao meu rosto?


Maldito fosse o sujeito que ousou lhe tirar a roupa.


Maldito fosse o sujeito que ousou tocá-la!


Sacudi a cabeça e a alertei para que se segurasse, metendo o pé no estribo. A garota se agarrou à sela, resmungando um “opa!” quando esta balançou sob meu peso. Passei o braço por sua cintura, pretendendo lhe oferecer alguma segurança. Ao menos eu tentava me convencer de que aquele era o motivo do abraço. Não tinha relação alguma com sua pele quente e macia se grudando em mim. Muito menos com o fato de cada curva dela se acomodar perfeitamente aos contornos ásperos e duros de meu corpo. E, naturalmente, nada tinha a ver com seu delicado perfume me embriagando os sentidos. De maneira alguma.


Dulce: Você precisa mesmo me apertar tanto? — Ela se agitou em meus braços, o quadril roçando o meu e... Diabos, um homem simplesmente não consegue evitar que certas reações físicas aconteçam.


Praguejando baixo, afastei-me dela o pouco que pude, esporeei o cavalo e pela primeira vez desde que me tornara adulto me senti tentado a dar ouvidos aos conselhos de meu mordomo e ir até a cidade, ao estabelecimento da senhorita Anne Marie — de cuja existência Anahí não fazia ideia, e eu preferia que permanecesse assim — em busca de algum alívio. Era bobagem, eu sabia disso.


O tipo de fome que eu sentia agora era diferente daquela a que estava habituado.


Esta era específica. Quando se tem fome de um bom filé, é idiotice tentar enganar o estômago com legumes. Ele pode até se aquietar por um tempo, mas a fome não cessa até que se lhe dê o que ele quer. E eu estava faminto por aquela jovem.


Christopher: Posso soltá-la, se estiver disposta a cair e bater a cabeça novamente.


Ela se prendeu em meu braço como uma gata assustada, e eu acabei rindo.


Dulce: Não tente nenhuma gracinha — falou, em um tom deliciosamente irritado que fez muito pouco por minha sanidade. — Eu sei alguns golpes de jiu-jítsu. Quebro seu nariz em dois tempos!


Apesar da ameaça — tão doce e quase infantil —, percebi que ela voltara a falar coisas sem nexo, o que varreu de minha mente toda aquela porcaria pouco honrosa.


Christopher: Estou, de fato, muito preocupado com sua cabeça, senhorita. Não está dizendo palavras coerentes. A senhorita precisa ver o doutor Almeida.


Dulce: É... Acho que você tem razão. Preciso muito. Muito mesmo!


Então ordenei que Meia-Noite voasse pela estrada. Em menos de dez minutos eu a ajudava a desmontar em frente a minha casa. Sua atenção, porém, estava na fachada.


Christopher: Por aqui. — Eu a conduzi para dentro, segurando seu cotovelo.


Andamos apenas alguns metros antes de Gomes nos interceptar. Justamente quem eu queria ver.


Christopher: Senhor Gomes, prepare o quarto de hóspedes. Já mandei chamar o doutor Almeida. Onde está a senhora Madalena?


Sr. Gomes: Por Deus, senhor Uckermann! O que houve? — O olhar do homem se prendeu na jovem a meu lado, o assombramento lhe esticando a cara toda.


Anahí entrou na sala, acompanhada da senhorita Angelique.


Anahí: Meu irmão, voc... Oh! — Ambas notaram a presença da jovem de imediato.


Minha irmã levou a mão à boca enquanto sua amiga soltava um gritinho agudo que fez minha cabeça latejar.


Madalena: Mas que gritaria é... — Madalena apareceu, secando as mãos no avental, e sua reação ao ver a jovem ferida foi semelhante à das garotas. — Oh, minha Virgem Santíssima!


Christopher: Senhora Madalena, prepare um chá e o leve ao quarto de hóspedes. — Voltei-me para a jovem, que analisava tudo boquiaberta. — Deseja comer alguma coisa?


Ela negou com a cabeça, mas não tenho certeza se chegou a ouvir minha pergunta.


Anahí se antecipou e me abraçou, cheia de saudade e preocupação.


Anahí: Meu irmão, o que está havendo? Você está bem? Quem é esta jovem?


Christopher: Estou ótimo, Christopher. E não sei quem ela é. Eu a encontrei caída em nossas terras. Foi vítima de um assalto, suponho.


Ela arfou, afastando-se um pouco, mas me segurou pelos ombros.


Anahí: Assalto, aqui? Tão perto da nossa casa?


Christopher: Receio que sim.


Anahí: Por Deus, Christopher! — Suas mãos se apertaram contra o peito, os olhos esbugalhados de pavor.


Christopher: Não se preocupe, Anahí. Estou aqui. Nada de mau vai lhe acontecer. — Então me dirigi a meu mordomo. — Mande alguns criados percorrerem a propriedade, e outro para avisar a guarda. Quero ser informado caso surja qualquer...


Anahí: Oh, céus, Christopher! — exclamou Anahí. — A pobrezinha vai cair desmaiada!


A jovem oscilou para a frente. Eu me adiantei e a peguei no colo quando seu corpo se rendia à exaustão. O pedaço de tecido que lhe cobria os quadris subiu um pouco e eu imediatamente fitei Gomes. Mas ele desviara o olhar muito antes disso.


Deixei as três mulheres matraqueando na sala e atravessei a casa com aquela bela jovem de língua afiada e olhar misterioso inconsciente em meus braços.


Christopher: Não se preocupe — murmurei para ela, embora não pudesse me ouvir. — Vou cuidar de você. Ficará bem. Está em casa agora...


Um solavanco me arrancou de onde quer que eu estivesse e me lançou ao inferno. Perdi o equilíbrio e cambaleei como um bêbado enquanto minha mente entrava em colapso. Então me vi no centro de uma praça tomada de pessoas vestidas de maneira estranha e quase imprópria, gritando feito loucas. Havia explosões, corre-corre, gritos. Muitos gritos.


Onde diabos eu havia me metido?


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Autor(a): delenavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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