Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação

Encontramos a porta da casa de Sebastian e Angelique escancarada. Ninguém notou nossa presença. O senhor Boyer estava sentado à janela, examinando o relógio. Meu primo andava de um lado para o outro, parecendo um animal enjaulado. Eu conhecia aquela sensação.

Christopher: Sebastian — chamei.

Ele se virou um instante depois. Seu rosto estava lívido, mas um sorriso curvou seus lábios. Sobretudo ao se deter em Anahí.

Sebastian: Aí estão vocês. — Ele se apressou em nos cumprimentar, atravessando a sala a largas passadas. — Meu sogro me disse ainda agora que vocês haviam retornado. Lamento por não ter ido visitá-los. Minha esposa... — Ele esfregou o rosto. — Há algo errado, Christopher.

Christopher: Eu deduzi quando vi Ranolfo batendo à porta do doutor Almeida. Passamos em casa apenas para deixar Maite.

Anahí: O que está acontecendo, Sebastian? — Anahí quis saber.

Sebastian: Quem dera eu soubesse! Ela está... sangrando muito, e eu temo... — Ele friccionou o esterno, como se lhe doesse. — O doutor Almeida não está, viajou para visitar o irmão. O único médico na vila é o senhor... doutor Herrera, suponho que seja esse o tratamento adequado agora. E ele não estava em casa! A senhora Herbert piorou e ele foi até a pensão ver o que poderia fazer por ela. E eu preciso dele aqui!

Dulce: O que aconteceu com a senhora Herbert? — Dulce indagou.

Sr. Boyer: Então não soube? — O senhor Boyer se levantou. — Ah, minha querida, a senhora Herbert está acamada já faz três dias, ardendo em febre. O doutor Herrera tem feito o que pode pela velha viúva, mas não acredito que ele possa salvá-la. Nem o doutor Almeida, com toda a sua experiência, poderia.

Anahí: Pobrezinha — Anahí murmurou.

Dulce: Eu preciso visitá-la — Dulce me disse, preocupada. — Ela estava gripada quando nos vimos na sexta passada, mas não achei que fosse tão sério assim.

Sr. Boyer: Em se tratando de...

Inesperadamente, Alfonso entrou na sala, pisando duro e interrompendo o que quer que o senhor Boyer fosse dizer. Anahí se virou devagar, as mãos retorcidas em um nó na altura da cintura. Ele se deteve assim que a viu. Com os olhos presos nela, fez uma curta e fria mesura, que Anahí retribuiu com elegância.

Sebastian: Alfonso, graças a Deus! — Sebastian estava ao lado dele no breve instante de uma batida de coração. — Angelique precisa de você!

Alfonso: Eu... — Com algum custo, ele desviou o olhar de minha irmã. — Me leve até ela. Prometo que farei tudo o que puder.

Sebastian: Por aqui — Sebastian indicou com o braço, então os dois desapareceram pela porta.

Sr. Boyer: Não aguento esperar notícias aqui! — disse o senhor Boyer, indo atrás dos dois.

Anahí: Eu... vou até a cozinha. — Anahí mantinha o olhar na porta por onde seu noivo acabara de passar. — Ninguém nunca se lembra de preparar um chá de erva-doce para acalmar os nervos em momentos como este.

Christopher: Talvez porque conhaque funcione melhor e já venha pronto? Ai! — resmunguei quando Dulce acertou o cotovelo em minhas costelas doloridas.

Dulce: É uma boa ideia, Anahí — ela disse à cunhada.

Então Anahí deixou a sala, indo na direção oposta à de Alfonso.

Christopher: Não sei se você se lembra — eu disse a Dulce , massageando o local onde ela me acertara —, mas ainda ontem eu fui derrubado por um cavalo.

Dulce: Você não percebeu que a Anahí só estava procurando uma desculpa para sair da sala? Ela ficou mexida com o reencontro. E o Alfonso não ajudou muito. Tá certo que só Deus sabe o que ele anda pensando sobre o sumiço dela. E aquela história de que fomos todos juntos não vai colar com ele. Ele sabe que é mentira.

Christopher: Eu tinha a intenção de falar com ele, mas Anahí se recusa a permitir. Quer resolver tudo sozinha. — Cruzei os braços e estiquei as pernas.

Dulce: Eles se gostam, uma hora vão acabar se entendendo. O Alfonso deve estar precisando de um pouquinho mais de tempo. Logo tudo vai se ajeitar. Vamos dar tempo a ele.

Christopher: E se o tempo não servir de nada? — eu quis saber.

Ela ponderou por um momento antes de dizer:

Dulce: Aí você pode dar uma boa surra nele.

Não me parecia ruim. De modo algum. Caso Alfonso continuasse a magoar Anahí, eu acertaria as contas com ele. Ela poderia ficar brava comigo depois.

Não levou muito tempo para que Sebastian retornasse, pálido feito uma vela.

Ninel e o senhor Boyer o acompanhavam. O rosto de minha tia demonstrou alegria em nos ver, surpreendendo-me.

Ninel: Oh, então é verdade. Vocês voltaram, meu sobrinho. E encontraram Anahí! Onde ela está? Ou melhor, onde esteve?

Christopher: Acredito, tia Ninel, que não seja o melhor momento para discutirmos esse assunto. Anahí está bem, isso é tudo o que importa.

Ela relanceou o senhor Boyer e assentiu.

Dulce: Como é que tá a Angelique? — Dulce indagou.

Ninel: Chorando no colo da mãe — minha tia comentou, ressentida, antes de se sentar na poltrona cor de vinho.

Sr. Boyer: Se o seu filho tivesse mantido as mãos longe de minha menina, ela não estaria chorando agora! — resmungou o senhor Boyer, sem compreender que o rancor de minha tia não era pelo choro de sua filha, mas porque ela preferira o colo da mãe ao dela.

Porém Ninel era como um predador: uma vez cutucada, não largaria a presa por nada.

Ninel: Ora, meu senhor. Francamente acredita que foi o meu Sebastian quem seduziu a sua filha? Está claro que foi ela quem o seduziu. Meu filho era um excelente partido! O melhor deste país, atrevo-me a dizer. Ele só está casado hoje por uma artimanha de sua filha!

Sr. Boyer: Isso não é verdade! — contrapôs o pai de Angelique, rubro como um tomate.

Sebastian: Se vocês dois não calarem a boca agora — interveio meu primo, o rosto contorcido pela fúria —, eu seguirei o exemplo do doutor Herrera e os expulsarei desta sala. Eu juro!

Christopher: Ele os colocou para fora? — Isso também acontecera comigo. E quase me deixara louco.

Sebastian: A mim e à minha mãe. — Alfonso esfregou o rosto. — Ela não parava de falar.

E não é que naquele instante eu simpatizei um pouco mais com o garoto?

Dulce disfarçou o riso com um ataque de tosse.

Ninel: Aquele moleque insolente. — Ninel abriu o leque e começou a abanar-se, os lábios apertados em uma linha fina. Ela e o senhor Boyer se calaram, e eu acompanhei o vaivém de Sebastian, sabendo muito bem o tipo de aflição na qual ele estava imerso.

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