Fanfics Brasil - Capítulo 95 Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy)

Fanfic: Destinado (3ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy, Romance, Adaptação


Capítulo: Capítulo 95

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Nada enlouquece mais um homem do que sua mulher estar grávida.


Ainda me lembrava dos gemidos de dor abafados de Dulce. Levou horas para que Maite nascesse, muito mais do que minha sanidade podia aguentar. Talvez por esse motivo fossem as mulheres a passar por isso. Homens não tinham a serenidade necessária para enfrentar um tormento como esse sem perder as estribeiras.


Dulce ficara trancada naquele quarto por quase oito horas e eu fora impedido de entrar. Então, naturalmente, me mantive do lado de fora, perdendo a cabeça e esmurrando a porta.


Sr. Gomes: Senhor Uckermann, por que não se senta um pouco? — meu mordomo sugerira pela décima vez. — Um parto é sempre demorado.


Christopher: Ela está em agonia faz mais de oito horas!


Sr. Gomes: E a sua mãe ficou em agonia por quatorze para trazê-lo a este mundo — ele proferiu, enervantemente calmo.


Bufei, socando a porta com raiva. Queria entrar naquele quarto. Queria poder ser capaz de fazer Dulce parar de sentir dor. Queria nunca a ter tocado e colocado em tamanho sofrimento.


Sr. Gomes: O senhor não vai conseguir entrar.


Christopher: Eu sei — murmurei, deixando a cabeça bater contra o painel de madeira.


Sr. Gomes: Sente-se um pouco, Christopher. Ou então talvez queira seguir as instruções da senhora Madalena. A galinha está à sua espera na cozinha.


Eu o fitei com raiva.


Christopher: Que o diabo carregue a maldita galinha! Eu não acredito em uma estupidez dessas. — Já bastava ter acreditado na maldição.


Sr. Gomes: Muito bem, então faça o que todo futuro pai faz para não perder o juízo enquanto espera.— Ele me estendeu um copo cheio de conhaque. — Vamos, não seja turrão.


Aceitei a bebida com pouca gentileza e a virei de uma vez. O líquido desceu queimando por minhas entranhas, e aquilo foi bom. Se Dulce sofria, eu deveria arder também.


Seu choramingo atravessou a porta e chegou a meus ouvidos como a lâmina de uma faca.


Por todos os infernos, alguém tinha de fazer alguma coisa por ela! Porque, claramente, o inútil do doutor Almeida não a estava ajudando em nada.


Sr. Gomes: Senhor Uckermann... — Gomes chamou, ao mesmo tempo em que um grito que era mais um gemido que qualquer outra coisa reverberou pela casa toda.


Christopher: Madalena, abra esta porta! — Tomei distância e colidi com toda a força que pude contra o maldito painel.


Sr. Gomes: Senhor, pare. Vai se machucar!


Como se isso importasse. Tomei mais distância e investi novamente. A madeira e meu ombro gritaram em protesto.


Sr. Gomes: Meu bom Deus! O senhor perdeu o juízo?


Christopher: Possivelmente, Gomes. — Tomei fôlego e me preparei para colidir contra a porta uma vez mais quando ela se abriu de repente. Passei por ela sem hesitar, e meu coração disparou enquanto eu atravessava o quarto para chegar até Dulce.


Ela estava pálida, os olhos injetados. Os cabelos desordenados se grudavam em sua testa suada. Parecia tão frágil ali naquela cama, mas um pequeno sorriso curvou seus lábios secos quando me viu.


Não me lembro de tudo o que aconteceu depois. Madalena continuou falando, o médico dando ordens a minha esposa, e tenho quase certeza de que ela me pediu para tratá-la como uma de minhas éguas. Era como um nevoeiro espesso, e tudo o que registrei foram os olhos de Dulce.


Dulce: A gente já passou por um monte de coisas. — Sua respiração estava curta.


Christopher: Muitas.


Dulce: Não queria que você ficasse de fora dessa, que, eu acho, vai ser a maior delas. — E tentou sorrir em meio à dor.


Eu teria caído de joelhos diante dela se não a segurasse em meus braços.


Christopher: Dulce...


Ela cravou as unhas no braço que eu mantinha ao redor de seus ombros, apertando a mandíbula quando a dor a atingiu com força. Ela se contorceu de leve, um grito baixo ecoando pelo quarto enquanto fazia todo o trabalho sozinha.


Então veio o choro. Um lamento que me doeu na alma — e que ainda doía toda vez que eu o ouvia. O pacotinho, fonte do berreiro, retorcia-se nos braços de Madalena. Uma menina. Madalena dissera que era uma menina.


Os braços pequeninos se agitavam, tremendo, o choro potente preenchendo o quarto todo, cada recanto de meu cérebro, de meu coração. Enquanto eu buscava seu rosto, senti como se caísse em um abismo infinito, apaixonando-me perdidamente por aquela criança.


Logo aconteceria com Sebastian. Mas não naquela tarde. Angelique ainda tinha alguns meses pela frente. Rezei para que Almeida estivesse certo e Alfonso fosse brilhante em suas habilidades médicas.


Anahí retornou com uma bandeja, e a única que aceitou o chá foi Ninel.


Minha tia estava furiosa com ela, a julgar pelo olhar que lhe lançou, mas, se Anahí notou, não deixou transparecer.


Dulce se levantou e foi se sentar ao lado de minha irmã, provavelmente tentando distrair Anahí dos próprios pensamentos. Eu fiquei de pé e fui até o aparador.


Enchi um copo de conhaque e o levei para Sebastian, parado em frente à lareira fitando o vazio. Ele precisou de um tempo para perceber minha presença.


Sem dizer uma palavra, estendi-lhe o copo. Ele relanceou a bebida como se não entendesse o que deveria fazer com ela.


Christopher: Beba — ajudei.


Ele virou tudo em um trago só. Fez uma careta quando engoliu e então mirou o copo vazio.


Sebastian: O que eu faço agora, Christopher?


Christopher: Tente não perder a cabeça. Angelique vai precisar de você quando estiver bem.


Sebastian: Mas e se ela não... — Sacudiu a cabeça. — Deus do céu! Alfonso é só um garoto!


Pousei a mão em seu ombro e o apertei uma vez.


Christopher: Tenha fé nele — me ouvi dizendo. — Almeida não o tomou como pupilo em vão. Ele sabe o que está fazendo.


Sebastian: É melhor que saiba.


O silêncio se abateu sobre a sala e foi rompido apenas por um espirro de Dulce.


Pareceram-me horas até Alfonso adentrar o aposento e relancear Sebastian.


Sebastian: Minha esposa...? — foi tudo o que meu primo conseguiu perguntar.


Alfonso assentiu com firmeza.


Alfonso: Ela quer vê-lo.


Soltei um longo suspiro de alívio enquanto ouvia Ninel murmurar um “graças ao bom Deus”. Sebastian tropeçou nos próprios pés na urgência de chegar logo ao quarto onde estava Angelique. Alfonso se afastou da porta, dando-lhe passagem.


Ninel: Espere, Sebastian! Minha norinha pode precisar de meus cuidados! — Ninel se apressou atrás dele.


Sr. Boyer: Eu sou o pai dela. Se Angelique precisar de alguém, será de mim! — O senhor Boyer se levantou e os dois dispararam atrás de meu primo, que pareceu acordar de seu torpor e se adiantou, ganhando distância.


Anahí: Ela está bem? — Anahí perguntou ao noivo.


Alfonso: Sim. Teve um sangramento em decorrência do esforço excessivo. Angelique anda muito agitada e precisa de repouso pelas próximas semanas. Mas ela e o bebê estão bem. Senhorita Anahí, posso falar-lhe em particular?


Anahí buscou meu olhar, como se pedisse permissão. Anuí e ela se levantou, alisando as saias com os dedos trêmulos.


Anahí: É claro, senhor Herrera.


Ele fez uma mesura para Dulce antes de acompanhar minha irmã a certa distância até a porta lateral, que dava para um iluminado jardim.


Dulce: E agora tudo volta ao lugar — murmurou Dulce.


Christopher: Parece que sim. — Afastei os olhos da janela e fui me sentar ao lado dela. 


Dulce: Ainda bem que o Alfonso sabia o que estava fazendo. Tinha me esquecido de como a gravidez é assustadora.


Christopher: Eu não. Mas espero que da próxima vez possamos nos sair melhor.


Dulce se inclinou para trás para me encarar com os olhos esbugalhados.


Dulce: Você está falando sério? Vamos tentar mais um bebê?


Christopher: Se você quiser. — Enlacei os dedos nos dela. — Andei pensando que seria bom se Maite tivesse um irmão. Ou uma irmã. Nós tivemos vidas muito parecidas, Dulce. Você e eu. Ambos ficamos órfãos cedo demais, tivemos que lidar com os problemas adultos antes da hora. Mas a diferença é que você esteve sozinha e eu não. Eu mantive parte da minha família. Se algo nos acontecer algum dia, não gostaria de deixar nossa filha completamente sozinha.


Dulce: Quando? — perguntou, ansiosa.


Christopher: Quando o quê?


Dulce: Quando podemos tentar um irmãozinho para a Maite? Porque eu também não quero que ela se sinta solitária, Christopher. Quero para ela o que você e a Anahí têm. E eu achei que teria um trabalhão pra te convencer a ter outro bebê, pois toda vez que alguém menciona o nascimento de Maite você se encolhe todo. Então quando? Quando podemos começar a tentar fazer outro bebê?


Christopher: Dulce... — Balancei a cabeça, rindo, mas tive de mudar de posição no sofá. — Se dá conta de que acabou de me pedir para fazer amor com você?


Dulce: E daí?


Acabei gemendo.


Christopher: Como espera que eu pense em qualquer coisa que seja de agora em diante?


Ela deu risada no exato instante em que Alfonso e Anahí retornaram. Minha irmã não parecia contente como imaginei que estaria. Nem um pouco.


Alfonso: Bem... Devo partir agora. — Alfonso disse, depois de um instante de silêncio embaraçoso.


Dulce: Não quer esperar um pouco mais? A Anahí preparou um chá — Dulce se apressou, levantando-se. Também fiquei de pé.


Alfonso: Lamento, mas não posso ficar, senhora Uckermann. Preciso ir ao velório da senhora Herbert.


Dulce: O quê? — Dulce ficou imóvel, os braços caídos ao lado do corpo. — O que você disse? Ela... ela...


Alfonso: Por Deus, senhora Uckermann, me perdoe. — O rapaz coçou a nuca e praguejou. — Esqueci que a viúva Herbert a ajudava na fábrica.


Dulce: O que... o que...


Christopher: O que aconteceu com ela? — Abracei a cintura de Dulce e a trouxe para mais perto, pois ela parecia oscilar.


Alfonso: O mesmo de sempre, senhor Uckermann. — O rapaz esfregou o rosto e bufou. — Uma gripe que se tornou um pesadelo.


Meu Deus.


Dulce: Mas ela não pode ter morrido. — Os olhos de Dulce ficaram marejados. — Ela estava... ela...


Alfonso: Lamento por minha falta de tato, senhora Uckermann — murmurou Alfonso. — Receio ter tido um dia repleto de altos e baixos. — Então fitou Anahí de canto de olho. Minha irmã desviou o olhar. — Eu... os verei em breve. Com sua licença.


Ele se despediu e partiu imediatamente. Dulce deixou escapar um soluço.


Anahí: Eu sinto muito, Dulce. — Anahí se aproximou e a beijou, apertando-lhe as mãos.


Christopher: Lamento muito, meu amor — murmurei em seus cabelos.


Dulce: Ela era uma mulher tão bacana, Christopher. Durona, mas era só fachada. Ela vivia levando bolinhos pras garotas na fábrica e... Ah, meu Deus... — Dulce escondeu o rosto em meu peito. Abaixei a cabeça e beijei sua testa.


Então paralisei.


Sua temperatura não estava certa.


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Autor(a): delenavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:06:00

    O Ucker é um verdadeiro príncipe ♥️ quase chorei com ele

    • delenavondy Postado em 04/11/2021 - 18:20:56

      <3

  • vondy_dulcete Postado em 03/11/2021 - 15:05:21

    AFF que perfeito sua fic&#9829;&#65039; amei amei amei

  • taianetcn1992 Postado em 02/11/2021 - 07:53:42

    Aí meu deus, ameiii essa maratona, já quero mais como sempre &#128584;

    • delenavondy Postado em 02/11/2021 - 21:13:50

      Que bom <3 Vou terminar hoje os últimos capítulos

  • mandinha.bb Postado em 29/10/2021 - 14:22:04

    Estou megamente ansiosa por mais, sinto que logo eles encontram a Any, ainda mais agora que o Ucker recobriu a memória e acho que o cara que estava preso com o Ucker tem algo no meio, esse amigo dele deve estar com a pessoa que está com a Any, muito estranho o comportamento dele... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • delenavondy Postado em 30/10/2021 - 00:24:37

      já já posto mais...

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:47

    ansiosa pelos proximos

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:36

    quero mais

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:28

    voltaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:21

    kd vc ?

    • delenavondy Postado em 29/10/2021 - 00:17:17

      Desculpe, estou meio ocupada esses dias. Mas amanhã trago mais capítulo ok !

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:09

    pelo amor de deus

  • taianetcn1992 Postado em 28/10/2021 - 05:32:01

    mais mais mais


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