Fanfic: Portões da Retribuição - Akalyana | Tema: Fantasia, raças

Mexi-me pela primeira vez na banheira, e olhei em volta. Um lugar amplo e muito bonito. Uma torneira enorme estava situada nos meus pés, enchendo a banheira. Estava fascinada pelo barulho e como a água era morna e cristalina.

Olhei meu corpo, alguns pontos onde a água batia estava rosa. Eu não sentia dor ali, me levantei e joguei o casaco no chão. 

Olhei em volta e vi um grande espelho na parede, era amplo e oval. Saí da água e me virei para ele.

A imagem que me olhou de volta era uma moça jovem e bonita. Sua face estava rosada, seus lábios vermelhos e seus olhos, dois pequenos pedaços do céu. Um tom de azul muito claro. Um emaranhado de fios negros se enroscavam pelo corpo, passei os dedos pela minha boca e vi a imagem repetir o gesto e as bochechas coraram.

Mechas caiam grudadas no peito da imagem. Olhei pra baixo, e vi o mesmo cacho enroscado no meu seio direito. Segui meus dedos mais abaixo, minha pele parecia macia ao toque e extremamente clara, um olhar mais profundo poderia enxergar minhas veias.

Meus dedos percorreram a extensão abaixo dos meus seios, minha barriga ondulava conforme minha respiração, olhei a imagem no espelho e ela me sorriu de volta, enquanto os dedos seguiam os meus. Eu não sabia que estava sorrindo.

Senti algo morno nos meus pés, água. A banheira transbordava e era uma sensação maravilhosa, como se meus pés estivessem sendo massageados por ela.

Meus dedos continuaram seu caminho, passando pelos meus cabelos que não tinha reparado até aquele momento, eram mais que imensos, eram enormes, abaixo do meu quadril. Todos grudados ao corpo, molhados e pesados.

Passei os dedos pelas mechas na minha cintura, cachos perfeitamente negros e sedosos. Toquei mais abaixo, continuei mirando a imagem no espelho e mais meus dedos desciam. Existia uma outra coisa que eu queria tocar, estava escondida. Meu rosto ardeu.

Meus dedos estavam no começo da minha coxa, e então aconteceu.

A porta do banheiro foi escancarada e o estranho estava novamente no banheiro, com várias toalhas na mão, me olhando totalmente vermelho.

E eu com a mão espalmada na minha coxa direita, sendo minimamente tapada por meus cabelos. Consciente que estava nua, de pé em frente a um espelho.

Ele continuou a me olhar, dando um passo em minha direção e depois parou. Estrelas começaram a brilhar na minha vista e meus olhos piscaram.

Cada passo que ele dava em minha direção, mais estrelas. Um zunido atravessou minha cabeça me fazendo fechar os olhos. Gemi com a dor instantânea que me atingiu como um soco. Queria saber o que ia acontecer. Encostei a mão no espelho, buscando apoio. A minha cabeça parecia que estava sendo rasgada ao meio. Mais forte que antes na rua. Estava quente, me sentia quente e sem ar. 

Abri meus olhos a ponto de vê-lo, quase a um palmo de mim. A distância era curta demais, puxei o ar, me sentindo sufocada. Mais um soco na cabeça, a dor era insuportável.

Olhei em seus olhos mais uma vez e tudo ficou preto. De novo.