Fanfics Brasil - Sonhos Parte II Portões da Retribuição - Akalyana

Fanfic: Portões da Retribuição - Akalyana | Tema: Fantasia, raças


Capítulo: Sonhos Parte II

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“Eu não tenho muito tempo, Akalyana.” Novamente ele me chama assim, será que sou essa tal Akalyana, o nome é lindo e estala em minha mente. Akalyana. Será que me chamo Akalyana?


Mas por que ele não tem tempo? Por que sua voz está cansada? O estranho não está bem? Ele se chama mesmo Zane? Por que as dúvidas me assolam dessa maneira?


Queria poder acalmar o estranho, dizer que ele tem tempo. Porque eu tenho tempo para ele. Ele me era tão familiar, mais do que a cachoeira.


- Zane? – Arrisco com uma voz baixa, mas sustento seu olhar. Não sei porque, mas não quero que ele deixe de me olhar. Quero ser vista...arrisco tocada?


- Vejo que se recorda de alguma coisa, isso é bom Akalyana. Suas memórias estão voltando e aos poucos isso também é ruim. Tenho pouco tempo, meu amor. E preciso contar exatamente o que precisa saber nesse momento e guiar seus passos para o que precisa fazer nesse momento. Compreende minhas palavras? Do que se lembra? – Suas palavras atingem minha mente aos poucos, que memórias ele fala? Como assim saber e fazer? O que é bom ou ruim? Porque ele me deixa tão confusa?


- Chuva, muita chuva. Vazio e você ou pelo menos alguém igual a você, me tirou daquela rua. Cuidou de mim. E me lembro de apenas isso, toda vez que tento mais, minha cabeça dói muito e acabo desmaiando. A última vez, você cuidou de mim. – E como se eu tivesse botões e não pensamentos próprios, as palavras dele apenas incitaram que eu respondesse as suas perguntas, por mais dúvidas que tivesse. Mais uma vez ele tinha sido mais forte que eu. Como para ilustrar, coloquei as mãos sobre minha cabeça, ressaltando as fortes dores que sentia quando tentava me lembrar de algo.


- Isso é o retorno do feitiço, as dores servem como um escudo para sua mente. Quanto mais forte for, significa que está perto de descobrir algo, quanto a esse jovem que se mostra parecido comigo, é verdade. Poderia te contar de muitas maneiras, mas deverá seguir sozinha Akalyana. Como disse meu tempo é curto e preciso contar o que precisa saber e o que precisa fazer.


“Preciso que saiba de três coisas muito importantes: 1º Confie apenas em mim ou nos que forem iguais a mim, podem aparecer mais em seu caminho. Não fique confusa e confie em seu coração, todos nós apenas temos um objetivo, ficar ao seu lado e ajuda-la. Existem outros que podem se passar por mim e querer machuca-la, sempre lembre da cachoeira. Nós somos diferentes e só você pode definir como. 2º Saiba que é muito forte, muito mais do que imagina e o calor que você sente não é mentira, é real e está apenas esperando por você. Ele pode te dizer mais de nós do que pensa. 3º Confie em seus sonhos e em suas visões. Dentro de você está a resposta. Eu preciso de você. Eu moro dentro do seu coração, lembre-se disso. Na hora certa saberá porquê.


Agora preciso que faça três coisas muito importantes: 1ª Leve todas as cópias que achar minhas pelo seu caminho consigo, não deixe nenhuma que encontrar só. Todas fazem parte de mim e precisam de você. Não deixe que nos afastem, não deixe dúvidas entre nós. Confie em mim. Lembre-se da 1ª regra quando a dúvida ou o medo lhe invadir. 2º Ache a espada, só ela pode me trazer para você. Só você Akalyana pode quebrar sua própria magia. 3º Não importa o que aconteça, fique longe dos Portões da Retribuição. Enquanto não estiver de posse do meu coração e da espada, fuja de qualquer menção aos Portões. Eu não estarei com você e não poderei ajuda-la novamente. 


Eu sei que deve parecer confuso para você, mas preciso que acredite em mim, que confie em mim. Você sentiu tudo que aconteceu na cachoeira, jamais lhe machucaria. Afinal tudo que houve, foi apenas o resultado do amor incontrolável que sinto por você. E que no meu calvário, sei que sente por mim. Mesmo não sabendo agora. 


Vendo-te assim assustada e confusa, apenas faz sangrar o buraco que um dia chamei coração. Sinto muito, não era para ser assim. Eu só queria que soubesse o quanto eu te amo e lhe desejo e não importa quanto sofrimento, quanta dor eu vá sentir por esse sentimento que nutro.


Nada e nem ninguém me afastará de você. Cada parte do meu corpo pode ser arrancada, cada gota de sangue exaurida e mesmo assim eu ainda caminharei ao seu lado.


Nem mesmo a morte pode me tirar de você, enquanto me quiser, enquanto sonhar comigo eu sempre estarei ao seu lado, por ti Akalyana vivi mil anos e por ti viverei mais mil. Minha vida e as de minhas cópias são apenas para zelar pela tua paz, teu sorriso naquela cachoeira me fez ser o ser mais feliz deste imenso planeta. Pude naquele dia conhecer as emoções que o Criador deu aos humanos.


Eu te quero pra mim enquanto minha essência brilhar, e mesmo que seja apenas uma faísca ela brilhará. Eu não consigo existir num grão de areia, sem você Akalyana Senhora do Fogo de Semântis. Sou teu enquanto o tempo girar em todos os mundos e em todas as criações...” – Ele disse aquelas palavras para mim e eu só queria chorar, mas meus olhos estavam cravados nele e meu corpo estacado naquela cama.


Todas as perguntas, as dúvidas, tudo que ele me explicou morreram silenciosamente perante aquelas palavras, o poder daquelas palavras. O estranho que eu agora chamava Zane, declarava irrevogavelmente sua afeição, seu amor eterno por mim sua Akalyana.


O brilho que vi naqueles olhos aquela noite. Estavam presentes ali. Meu coração pulava freneticamente, minhas mãos suavam. O calor que eu sentia antes, veio com força total. Não estava conseguindo controlar.


Eu queria chorar e abraça-lo, e ficar ali para sempre. Casa, a sensação era de voltar para casa. EU precisava dele, loucamente eu precisava e não me pergunte por que, eu só sei que precisava.


Ele me puxava, por favor, eu queria dizer, fique comigo. Ele me quer, não importa como ou por que, ele apenas me quer. Ele vai me proteger. Eu preciso saber mais, eu preciso querer mais. Eu só sei que preciso dele, assim como o ar que eu respiro. Num beco molhado, num banheiro quente ou num quarto irritantemente branco. Ou numa cachoeira. Eu só preciso dele ali comigo para sempre.


Ele se levantou e tocou meus cabelos, e chorou. As lágrimas apenas corriam pelo seu rosto e senti que sua imagem ficava mais fraca, eu quis acreditar ser a luz e não notei quando eu mesma chorei.


Chorei por tudo que eu não sabia e queria saber. Chorei por tudo que eu queria pra mim e não poderia ter. Chorei por ele, porque ele chorava. Chorei porque sabia que tudo que havia me dito era verdade, por mais insano que pudesse parecer e chorei porque eu iria vê-lo sofrer de maneiras diferentes, em rostos diferentes iriamos sofrer. Então eu simplesmente toquei em sua mão, antes de vê-la parcialmente desaparecer em minha frente, e mais uma vez eu simplesmente chorei.


E aquele momento de tristeza e amor, que ele sentia por mim e que poderia desabrochar no meu peito se eu tivesse tempo, foi quebrado por um barulho ao longe que se aproximava com rapidez.


- Nosso tempo acabou. Eles me acharam mais rápido dessa vez, confie em mim. Preciso que siga tudo que eu disse e poderei ficar com você. Tentarei te ver de novo, mas siga seu coração. Agora relaxe e durma. Voltará para seu corpo onde estava sem dano algum. – Com essas palavras ele me deitou na cama e me cobriu com o lençol.


Os passos se tornaram mais próximos e iminentes na porta, o pavor tomou conta de mim. Não queria voltar e deixar ele, se tudo fosse verdade poderiam machuca-lo. Eu morreria com isso, não sei por que, mas sua dor é minha dor. Vendo meu pânico crescer, ele me acalmou.


- Não se preocupe, eu ficarei bem. Eles não podem mais me fazer mal, você cuidou disso. Você me protegeu e agora eu protegerei você. – Afagou meus cabelos enquanto o sono preenchia minha cabeça, estava sonolenta e minha visão escurecia. Mas antes, num reflexo que não sei dizer de onde, pequenas palavras saíram da minha boca.


- Eu faria tudo de novo. Por você Zane. – Com essas palavras, mais uma lágrima escorreu de meus olhos e eu os fechei por medo.


Não pude ver sua reação, pois um estrondo abalou a porta e a mesma veio abaixo. Não pude ver seus rostos. Apenas escutava vozes e gritos que ficavam distantes.


Antes de a escuridão me buscar por completo, o último som que ouvi foi às sábias palavras de Zane, como um mantra a me guiar, como na cachoeira.


- Senti sua falta, Akalyana...



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Autor(a): akalyana

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