Fanfics Brasil - Promessas Ísis - Estrela do Alvorecer

Fanfic: Ísis - Estrela do Alvorecer | Tema: Fantasia, raças, anjos, demônios, vampiros


Capítulo: Promessas

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Não muito longe dali, um homem muito bonito pegava a chave do seu recém-comprado apartamento em Seatle.


Retirou o paletó e sorriu, precisava estar nessa cidade. Isso o animava muito, a perspectiva de vê-la era enorme, mas não deveria deixar seus impulsos lhe cegar, para seu real objetivo.


Sua amada estava de volta e dessa vez seria dele, ela querendo ou não.


Arthur subiu as escadas de seu novo prédio como uma criança com um brinquedo novo, já havia solicitado que suas coisas fossem entregues diretamente no apartamento.


Escolheu uma pintura leve, contrastando com paredes vermelhas ao fundo. Poucos móveis ocupavam o lugar, divido com dois quartos, uma ampla sala e uma cozinha pequena e no final do corredor um banheiro que mesmo com pouco espaço, acomodava uma banheira rustica feita de madeira com pés de bronze, uma peça de colecionador exigência dele para fecharem a compra.


Todas as torneiras eram feitas de bronzes, Arthur fez questão de trocar todas. Avistou suas malas no quarto, e retirou algumas roupas e foi tomar seu primeiro banho naquela banheira imensa.


Com o toque da água quente em sua pele, fechou seus olhos se sua mente vagou até aqueles imensos olhos azuis, tão sinceros e tristes ao mesmo tempo.


Seu coração apertou com aquele sentimento tão conhecido de perda e amor reprimido, lembrou-se da pele alva contrastando com os longos cachos negros, o sorriso que transmitia docilidade.


Os beijos acalentados nas sombras de cada noite em que ele a desejou. Ele a amava, desde que se conhecia por gente. Micaela era sua paixão mais antiga e mais enraizada dentro de seu pobre coração.


Desde que descobrira esse sentimento a rondava, para provar suas intenções em tempos mais antigos, onde um homem não podia se aproximar demais de uma linda donzela, sem intenções verdadeiras.


Há 600 anos, ele a amou e a pediu em casamento, sua única resposta foi sua risada cristalina dizendo que eram bons amigos e que não poderiam estragar tudo assim. E a raiva assolou seu coração, não admitia que brincassem com seus sentimentos dessa forma, ele persistiu, a perseguiu, implorou que o deixasse amá-la, e em todas as vezes ela negava, dizendo o quanto eram amigos e que não poderia amá-lo. 


E a cada dia a tristeza morava mais em seu coração, e o ciúme se instalava mais profundamente dentro de si. Só pensava em Micaela, dia e noite. Não comia e não dormia, a queria para si e tentou subjugá-la, rasgou suas roupas na floresta, e a agrediu, sabia que se a possuísse ela seria obrigada a se casar, seu pai chefe da Tribo jamais deixaria que sua única filha fosse deflorada e ficasse por isso.


E em meio às lágrimas e os gritos de Micaela, antes de consumar seu ato sentiu uma dor aguda na cabeça, ela havia conseguido pegar uma pedra e o atingiu.


Praticamente nua ela correu pelas planícies em direção ao lago, como uma ninfa, e todos os dias de tortura pelo seu amor não correspondido se fizeram sentir, e seu corpo desabou sem forças deixando sua eterna amada ir embora, e ele soube que jamais iria ser como antes.


Depois de horas do ocorrido, ele acordou e se foi da tribo. Não conseguindo mais olhar nos olhos de sua amada, soube muito tempo depois que ela havia se apaixonado por um Rei, que governava o povo da montanha, que poucas pessoas conheciam e os rumores o perseguiam.


Algumas pessoas diziam que esse povo era estranho, pois nunca envelheciam ou morriam. Que tinham pactos com o povo da lua, e as fofocas, e a dor da rejeição assombravam Arhur, que decidiu voltar e recuperar que deveria ter sido seu por direito.


Encontrou uma Micaela diferente, mais bonita e mais jovem. Seus olhos brilhavam e o sorriso pairava em seus lábios, ela o encontrou e disse que o perdoava por tudo, que sabia como o amor era maravilhoso e desejava o mesmo a ele.


Toda raiva e o ódio guardado revoltaram-se dentro de seu coração e com passos duros, ele foi até a cidade da Montanha.


Lá seus piores medos se mostraram verdadeiros, sua amada havia firmado compromisso com um monstro e estava disposta a ser como eles e ele não podia fazer nada.


Vagou sozinho por dias, em desespero e choque, se sentia impotente pela situação e nenhum de seus apelos fazia Micaela mudar de idéia, ameaçou contar ao chefe da Tribo e recebeu um tapa como resposta.


Em meio a suas andanças sem rumo, conheceu uma irmã do povo da lua, que se afeiçoou ao rapaz. Ela se apaixonou e tentou curar as feridas do coração do jovem, que nunca esqueceu sua amada.


Quando Arthur estava resignado em sua apatia, recebeu a notícia da morte de Micaela e entrou em total desespero, sua então esposa sendo corrompida pelo ciúme e se sentindo usada, lançou uma maldição em seu amado e se jogou do penhasco logo depois.


Ele jamais seria feliz, o amor que um dia ele havia negado a bruxa, seria sempre negado a ele. Sua sina seria sempre estar próximo de sua amada, mas nunca a tê-la, ele viveria de restos para todo o sempre.


Certas lembranças eram dolorosas demais para revisitarem, Arthur se lembrou da noite que soube que Micaela tinha ido para sempre, sua dor só não era maior que seu amor. E assim foi, mesmo após tantos anos, ele ainda a queria se possível com mais ardor do que antes, e agora ele queria mais.


Levantando-se da banheira, vestiu seu roupão e foi em direção ao quarto do fundo. Um quarto grande, com as paredes forradas de quadros, tinha de todos os tamanhos e tipos, muitos abstratos.


Passou a mal em cada um, e beijo a assinatura de um deles “Devotada”. Sabia que o novo nome de sua amada era Ísis e que pintava. Desde que a descobriu vem seguindo seus passos, um pouco mais perto que o usual, pois a queria para si. Nunca pensou que ela pudesse ser tão parecida com sua amada Micaela.


Em passos curtos, se dirigiu a um quadro em especial que ele mesmo havia pintado, há muitos séculos atrás. Um quadro de Micaela, linda e altiva com o sorriso que lembrava as águas mais puras e cristalinas e com aqueles imensos olhos azuis sinceros, que pareciam engoli-lo, usando um vestido vermelho justo.


E no canto da moldura, uma fotografia pequena de Ísis indo para a escola, comprovando a semelhança estrondosa entre ambas, se alguém visse aquela foto pensaria que são gêmeas.


Sorrindo Arthur foi para sua janela, tinha planos para aquela garota, ele a queria para si e nada nem ninguém o impediria, não dessa vez, não após tanto tempo.


Passou a ponta dos dedos na moldura antiga e posou os lábios no quadro, um brilho de loucura apareceu em seus olhos, mesmo depois de 600 anos ele não conseguia esquecer, não conseguia deixar sua amada partir, ele precisava dela custe o que custar, ela só precisava entender e aceitar, ele não deixaria outras opções.


Sentou em uma cadeira olhando para o quadro antigo e dormir, sonhou com as promessas do passado, e com uma linda menina de olhos azuis dizendo estar esperando por ele há muito tempo...



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Autor(a): akalyana

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