Fanfic: Ísis - Estrela do Alvorecer | Tema: Fantasia, raças, anjos, demônios, vampiros

A classe de Ísis era ampla, sentava na janela na última mesa sozinha. Nunca foi muito de conversa, motivo pelo qual não fez muitas amizades, era o último dia e a noite seria a formatura.

Sentou em sua costumeira cadeira e esperou a professora e orientadora da classe, a Sra Amber começar o discurso de responsabilidade civil e sua mente vagou até o incidente com Luccas, seu estômago embrulhava lembrando da cena.

Nunca entendeu a obsessão que ele tinha. Desde o 1º ano corria atrás dela, já mandou presentes, flores, cartas, pediu-a em namoro para ofensa maior das patricinhas apaixonadas por ele e em todas às vezes Ísis negava. 

Seu coração pertencia a outro, era um sentimento diferente e um pouco confuso, mas não conseguia considerar ser tocada por outra pessoa que não seu admirador. Mesmo sabendo que esse pensamento poderia ser bizarro, já que nunca havia visto a pessoa ou mesmo conversado com ela.

Contudo, não era possível em sua mente que alguém com discursos tão amorosos, quisesse feri-la ou mesmo mentisse sobre suas palavras. Embora ela soubesse, que poderia estar sendo muito ingênua.

Ao final do discurso, os alunos foram gradualmente encaminhados a sala dos diplomas, como emancipada e maior de idade Ísis teve sua solicitação atendida e pode pegar seu diploma antes dos demais e assim dispensada da colação de grau e festa para os formandos.

No atual momento ela não queria nada de festa, despediu-se de seus colegas, aqueles mais afetuosos obviamente foram poucos, quando chegou em sua orientadora, a mesma começou a chorar o que impressionou Ísis. 

— Minha querida, estou orgulhosa de você. Desse novo passo em sua vida, sei que não é fácil sozinha, mas é de longe a mais brilhante aluna que tive o prazer de ensinar. Você pode ser o que quiser escolha sabiamente em sua vida, minha filha — Disse a velha senhora Amber, com seu rosto gordo com bochechas rosadas.

Seus largos e expansivos olhos castanhos transbordavam sinceridade e afeto. Ísis se espantou com aquelas palavras de carinho, apenas sorriu e abraçou a velha orientadora, que espantada com o gesto da garota, que sempre fora tímida, retribuiu o afeto sabendo que seria o último.

— Eu já escolhi professora. Sei exatamente o quero para minha vida, muito obrigada por suas palavras, nos últimos quatro anos foi a sua orientação e apoio que me fizeram chegar onde cheguei. Obrigada por estar comigo e me permitir chegar até aqui. — Ísis se desvencilhou do abraço da senhora a ponto de ver mais lágrimas caírem, agora de seu próprio rosto. 

Ela foi feliz naquela escola, mesmo tendo pouco contato com todos, sua felicidade sempre foi assim: simples, silenciosa e era disso que gostava.

No final de todas as despedidas e munida de seu diploma, avançou os degraus da escola virando uma última vez para sua despedida silenciosa da adolescência, e no portão pode ver uma silhueta masculina encostada no muro um pouco afastado de onde estava.

Sentiu um calafrio percorrer sua espinha e se apressou a sair dali. Nunca deu atenção a pressentimentos ou sexto sentido, mas o arrepio em sua espinha fez gelar seu corpo o que a deixou apreensiva e com esse sentimento quase correu pelas ruas do bairro em direção ao seu apartamento.

O homem recostado no muro sorriu quando viu a garota praticamente correr após olhá-lo, como estava afastada ela provavelmente não poderia reconhece-lo, mas não podia imaginar como estava excitado. Ele amava aquela garota mais do que tudo em sua vida, como animal farejava sua presa há milhas de distância.

Seu amor havia virado obsessão, muitos poderia dizer até doença. Nos últimos 4 anos ele vigiou cada passo dela, cada movimento, mas nunca teve coragem de se aproximar, pois, temia a rejeição, mas não agora que Ísis havia se formado, sabia que não apareceria na festa de colação de grau e, portanto, ninguém desconfiaria se ele não estivesse também.

Ele se apaixonou por aqueles imensos olhos azuis no momento em que ela pediu ajuda em um trabalho, ficou imaginando-a sem roupa em todos os momentos que esteve perto dela.

Sabia que era virgem devido ao pouco contato e timidez em relação aos outros alunos e ele seria seu primeiro homem, ela querendo ou não. Em sua vida não havia opção de escolha, ela seria dele e ponto final.

Afinal de contas, ele era tudo que uma mulher podia querer: um professor altamente reconhecido na cidade, líder da comunidade em vários pontos e um homem de moral conhecida e de boa índole, jamais teve uma mancha em sua reputação e caso acontecesse alguma coisa, ninguém acreditaria em uma adolescente solitária.

Ele havia planejado cada passo, e por isso precisava que ela se formasse. Com sorte ela se renderia aos seus encantos e se apaixonaria por ele, ensinaria como foder do jeito que ele queria, e nunca se cansaria dela, ficariam juntos para sempre, mas obviamente que não publicamente, mas ele faria de um jeito que ficaria bom para ambos.