Fanfics Brasil - Dias Antigos - 02 O oásis perdido de Cattaleya

Fanfic: O oásis perdido de Cattaleya | Tema: Fantasia, raças, anjos, demônios, vampiros, mxtx, mdzs


Capítulo: Dias Antigos - 02

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Ouvindo o antigo apelido de Dianxia, a futura sacerdotisa abre um sorriso enquanto o festival de cachos ruivos ao seu lado se posta a correr pelo grande salão, pulando nos braços da autora da fala.


E lá estava ela sua melhor amiga Dierênia filha da Casa de Brânia, junto com suas outras três amigas, Brianna de Lunares e também ruiva como seu pequeno nabo, Yennefer da Casa de Valar e por último e não menos importante, Allana sua guarda pessoal da Casa de Solares.


Todos eram amigas desde que se entendiam por gente, escolhidas a dedo pelo pai dela para sua proteção e amizade, algo como um antigo elo das famílias, mesmo alguns dos reinos sendo contra, principalmente com a eminência de uma guerra e conflitos.


Mas isso nunca passou no coração delas, eram amigas acima de qualquer coisa, estudavam juntas, treinavam magia arcana, espirital e marcial juntas e acima de tudo eram confidentes umas das outras.


Seu pequeno nabo se sentia feliz e relaxada com elas por perto, desde a morte da rainha no fatídico nascimento da pequena, os dias tem sido mais felizes com às cinco amigas unidas. Entre risadas, às quatro se ajoelharam perante a mulher prestando sua honraria e lealdade perante aquele momento.


— Pensei que Dianxia não nos queria com ela. — Um pequeno muxoxo saia dos lábios de Dierência, aquela beldade loira de olhos da cor do céu e um corpo que arrancava suspiros por onde passasse. Vinda desde pequena do reino de Brânia, sua beleza era conhecida em todos às quatro nações.


E igualdade sua ferocidade, abominava a ideia de ser submetida a um homem ou temer uma força que não a dela, por isso, treinava exaustivamente com os melhores professores que ouro e joias pudessem comprar. 


A mulher de branco riu, uma risada gostosa e balançava a cabeça abraçando as demais. - Isso jamais aconteceria, onde estou minhas irmãs também estarão. O que seria de uma rainha, sem suas conselheiras? — Suas palavras arrancaram olhos arregalados de espanto das quatro mulheres, comentários audíveis em todo o salão e mal sabia ela, que o começo de sua tragédia.


- Sua Alteza, nós ficamos honradas com o pedido, contudo isso não seria apropriado. Somos de povos distantes, estamos ao seu lado pelo simples gostar e não ambicionamos nada. Isso se deve ao conselho atual, que vem cuidando de Solares com toda presteza desde a ausência do rei. — Diz Brianna.


A morena não era burra, tentava ser política enquanto observava as expressões dos atuais anciões, não era desconhecido que eles desejavam um lugar ao lado do trono real de Solares, por mais que amasse sua amiga, ainda não acreditava como ela conseguia ser tão burra.


Seus longos cabelos negros eram presos em tranças que caiam por suas costas, vestia um traje militar devido ao seu treino durante o dia, seus lindos olhos castanhos escuros emolduravam um rosto em forma de coração, uma beleza notável e que só tinha olhos para sua amiga e sonhadoramente uma possível amante, Yenneffer.


Em seu reino não era tabu duas mulheres se amarem e se tornarem uma só, mas enquanto seus anos de ouro não se apresentassem, era quase impossível declarar seu amor. Acreditava que não era correspondida, já que Yenneffer passava boa parte do tempo enterrada em livros e magias e Brianna em espadas.


Contudo, a ruiva era sua estrela guia e a amava e desejava mais do que a própria ar, a única que havia confessado seu amor era para a futura sacerdotisa de Solares e sabia que o segredo seria mantido. Embora soubesse que Dierênia suspeitava, mas respeitava o silêncio, mesmo porque havia rumores de um certo herdeiro interessado em suas habilidades.


E Allana, era indiferente. Contando que não seja com ela, estava tudo bem. Mas era fiel, se alguém precisava, arrancaria cabeças sem nem piscar os olhos. No final das contas, suas amigas eram tudo que tinha e possua um medo enorme de perder isso, se declarando para Yennefer, porém, não era covarde.


Com suas palavras, a sacerdotisa ri de forma gostosa e seus olhos faíscam, enquanto isso Yenneffer toma a palavra, seguindo com o pequeno nabo igualmente ruivo em seus braços, a pequena princesa, tinha uma facilidade absurda com ela.


Com um sorriso debochado e de concordância, seu olhar afiado passa pela multidão como os calando, ela sentia as emoções e dava crédito a sacerdotisa. Pois, seu anúncio perante todos, era apenas um aviso. Caso algo acontecesse, os culpados seriam os conselheiros antigos que invejavam o cargo.


“Ótima jogada, sua alteza. Contudo, cuidado. As sombras fazem mais do que falam.” Pensava Yennefer. — Sua Alteza está consciente Brianna, acredito que falo por todas e somos honradas e aceitamos de bom grado. Que o ritual começasse, nós cuidaremos da pequena dama. Seka nossa Luz, Sacerdotisa do Sol de Solares. — Com essas palavras ela cumprimentou com a cabeça sua senhora e partiu ficando na lateral direita do trono, com a menina e suas demais amigas.


Alguns proclames e discursos foram feitos e assim o ritual foi iniciando, no auge do Sol todas as paredes de vidro foram abertas iluminando todo o ambiente, a luz brilhava contra o branco do vestido e o Sumo Sacerdote, começava os ditados.


- Hoje anunciamos a escolhida pelos céus e pelo regente como a nova guia do reino de Solares e a mais forte dentre a Terra de Astria...que o espirito do Sol nos abençoe e conceda vida eterna…


Enquanto falava sua voz foi cortada por expressões de recusa… 


- ELA NÃO FOI ESCOLHIDA PELO SOL, OS ESPÍRITOS NÃO FALARA…


- COMO VOCÊ SABE QUE ELA FOI ESCOLHIDA, NÃO POR NÓS…


- FILHA DA TRAIDORA...CUIDA DA SEMENTE DO MAL…


- AS SOMBRAS IRÃO REINAR…


- ELA NÃO MERECE O TRONO…


Os ataques tinham como alvo ela, mas não tinham rostos e nem bocas, mas ela já estava acostumada com isso. Sua história familiar era muito pesada e poucos sabiam da verdade, olhou de relance para a multidão sem conseguir discernir os nomes, mas pode ver uma oscilação no ambiente.


Algo ínfimo, mas parecia como um véu sendo tocado, alguém estava manipulando aquilo, mas não conseguia saber quem. Automaticamente virou para Dierênia, que ficou a frente da princesa criança, enquanto Yenneffer recitava um encanto para acalmá-la, que começava a se agitar e seus olhos encher de água.


Com um rosto impassível e muito treinado, ela desce as escadas do trono com a luz brilhando em seu vestido e toca as mãos do sacerdote.


- Concordo com o povo, então que se faça a vontade do regente. Invoque os espíritos Sacerdote e que a cerimônia antiga comece.


Olhares de espanto e queixos caídos podem ser vistos, Dierênia e Allana franzem a testa em desgosto, o ritual antigo só foi feito uma única vez pela primeira sacerdotisa vinda do próprio Sol, enquanto sua filha.


As demais que foram feitos, acabaram matando o receptor e com isso foram banidas, a cerimônia consistia em uma infusão de ervas que alinhava o fluxo de energia do hospedeiro e fazia com sua ligação espiritual transcendente o céu e os deuses ocupassem seu corpo, realizando seu pronunciamento.


Isso poderia matar ou enaltecer a sacerdotisa, mas era aquilo ou a perseguição para seu pequeno nabo seria mortal. Ela não era sua irmã legítima, as histórias contam que sua mãe traiu o rei e com isso foi morta, mas não antes de dar à luz a menina. Um dos motivos de Solares odiar o reino de Lunares.


Mas ela sabia que era mais que isso, antes de ir embora sua mãe havia dito ser seu dever cuidar da criança, como irmã, sacerdotisa e ser humano. Ela era a verdadeira Sacerdotisa perdida da Lua, juntas iriam unir os reinos de Astria e todos prosperariam, ela era o significado da prosperidade e abundância.


Não fora concebida por uma traição, apenas o ventre de uma descendente do Sol poderia velar pela descente da Lua, mas seu marido tomado pelo ciúme fomentado pelos anciões e velhas intrigas, não ouviu a razão e nunca mais se ouviu falar da Rainha.


O rei partiu não muito tempo depois, dizem que a solidão e a culpa de ter sumido e não acredito na Rainha o consumiu ou o castigo do Sol, sendo encontrado queimado até as cinzas. Desde então, Solares é guiada por um regente e uma submissa sacerdotisa, que inteligentemente se mostrou um cordeiro, para poder sobreviver em uma sociedade cheia de cobras.


Ela aguardava pacientemente de olhos fechados com o rosto virado para o céu, sentindo o calor do Sol em sua pele, aqueles que sairam do alarme de espanto começaram a admirar sua beleza, como uma estátua fria do mais talentoso artista.


A beleza mais formidável de toda a Terra de Astria ainda era dela, com nome de flor, poder e técnica desconhecido, filho de um rei suicida, uma mãe traidora e com uma meia irmã bastarda, ela era conhecida pela sua ingenuidade, uma possível burrice e tolice.


Ela ria de assuntos importantes, fingia desconhecer técnicas de lutas, mal sabia ler e escrever corretamente e não tinha interesse em assuntos da corte, era isso que diziam dela. Como seria capaz de cuidar do reino? Seria um fantoche do conselho...apenas um rosto bonito sentado em uma cadeira bonita…


Mal sabiam eles, que o verdadeiro temor estava ali escondido. O lobo em pele de cordeiro, ela sabia economia, política e estratégia militar melhor do que ninguém. Conhecia seu povo, pois frequentemente ficava entre eles escondida, ajudava os mais pobres e necessitados.


Treinava escondida até altas horas, era plenamente consciente em técnicas de corpo a corpo, ataque a distância, longa distância, arco e flecha, armas brancas, magia arcana e espiritual. Tudo graças a cada uma de suas amigas, que a escondia, que lhe dava uma migalha de conhecimento roubado de outras tribos.


E aos livros, tesouros e diários de sua falecida mãe, que a ensinava como se portar para sobreviver até reinar, Allana conseguia roupas de servos e a escondia entre as ruas para saber o que seu povo pensava e precisava, Brianna era muito parecida de corpo consigo e se fazia passar por ela na janela de seu quarto junto com Yennefer para fingir que às duas irmãs estavam juntas.


E ela e seu pequeno nabo faziam tudo juntas, por mais que fosse criança, tinham um pacto. “O SOL PROTEGE A LUA E A LUA SE RENDE AO SOL”.


Sorrindo enquanto aguardava a mistura de ervas ficar pronta, se banhava como Sol.


“Está na hora do cordeiro abandonar a pele e finalmente se tornar o lobo mau…”



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Autor(a): akalyana

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