Fanfic: Você está sozinho, parceiro! | Tema: The Walking Dead
Lee corria o mais rápido que podia em direção a casa na qual estavam usando como abrigo temporário, empurrando violentamente ou matando brutalmente todo e qualquer zumbi que ficava em seu caminho, sem nunca diminuir sua velocidade ou hesitar algum passo.
Havia dito para Molly tocar um dos sinos de igreja na direção contrária da qual corria, ela havia dito para ele que era assim que ela se movimentava pela cidade quando estavam no esgoto. A garota concordou e também foi correndo cumprir com sua parte.
Não sabia a quanto tempo estava correndo, mas finalmente conseguiu ver a casa. Seus olhos se arregalaram e ele reduziu a velocidade, hesitante, olhando para o grande número de zumbis que estavam em frente e dos barulhos de tiro que acoavam pela rua.
Amaldiçoando mentalmente a hora em que havia decidido sair daquela casa, ele avança tão rápido quanto antes, empunhando seu facão e procurando por qualquer alma viva que conseguisse encontrar.
Lee pula sobre o muro, aterrizando no quintal da casa e varrendo seus olhos pelo lugar, encontrando alguns corpos baleados no chão, com armas ainda em suas mãos.
Rapidamente, Lee pega uma pistola de um dos corpos, e entra na casa, atirando contra os dois homens que estavam prestes a subir as escadas, matando ambos com tiros certeiros na cabeça.
Subiu as escadas correndo, analisando com olhos nervosos a situação a sua frente, apenas um dos homens de crawford ainda estava de pé, ao redor, mais uns quatro ou cinco corpos, mortos recentemente a tiros.
Disparou mais uma vez, acertando a nuca do homem.
Ofegante, Lee procura por qualquer um dos membros de seu grupo, e começa a ficar mais desesperado ao não ver ninguém.
Lee- Clementine??!! Carley??!!
Gritou, olhando para todos os lados com certo desespero, até ouvir um barulho, seguido de uma voz, vindo do sótão.
Duck- Lee!! Aqui em cima!!!
O garoto gritou, e Lee correu imediatamente até o fim do corredor, puxou a cordinha da escada e subiu a passos apressados até o sótão, olhando para as quatro pessoas que devolviam o olhar para ele. Ben parecia chocado, e aliviado ao mesmo tempo, sua mão estava sobre um ferimento em seu ombro, manchado de sangue. Crista tinha um olhar preocupado em seu rosto, mas também de interesse, obviamente fazendo várias perguntas em sua cabeça, também ferida, tinha sua mão sobre a lateral de seu abdome, por sorte, não parecia ser nada grave. Omid tinha um sorriso, misturado com uma expressão de dor enquanto segurava sua perna ferida.
Lee- Onde está Clementine?! Kenny?! Carley?!
Perguntou, se virando para Duck, sendo o único, aparentemente, ileso dali, sem sair da escada, pronto para descer pela mesma e sair correndo para procurar pelos outros.
Duck- Pai e Carley saíram dizendo que iam manter a maioria dos bandidos ocupados, viemos aqui pra cima porque acabou a munição, não sabemos onde Clementine está, ela disse pelo rádio a algum tempo atrás que estava no hotel onde os pais dela estavam hospedados, um homem está com ela.
O garoto dizia rápido, jogando o rádio em direção a Lee, que o pegou ainda no ar, e olhou fixo para Duck, ouvindo atenciosamente o que o garoto dizia. Assim que o mesmo terminou, Lee tirou sua mochila das costas e entregou para Duck, que estava mais perto de si.
Lee- Ai dentro tem munição, comida e um mapa, esperem por mim e o restante no lugar marcado de azul, caso nós não aparecermos lá em duas horas, sigam para o local marcado de vermelho, tem um carro cheio de suprimentos escondido na floresta.
Também disse rápido, ignorando o olhar de protesto que Crista lhe mandou, e olhando sério no fundo dos olhos de Duck, que o encarava de volta.
Crista-Lee...- Tentou.
Lee- Duck! - Cortou – Você é o único que está em boas condições aqui, lembre-se do que eu falei, você ser pequeno não quer dizer nada, você tem um papel importante nesse grupo, como todos os outros, eu estou confiando essa tarefa a você!
Não desviou o olhar, encarando Duck firmemente, que assim como ele, o encarou, entendendo o que Lee dizia, e a responsabilidade que tinha em suas costas no momento.
Qualquer outra criança estaria desesperada numa situação como aquela, confusa, amedrontada, mas Duck parecia bem certo e confiante do que fazer.
Duck- Deixa comigo!
Acenou. Satisfeito com a resposta, Lee desceu as escadas e pegou uma escopeta no caminho, das mãos de um dos homens mortos.
Seu próximo objeto era chegar o mais rápido possível até o hotel que Clementine estava.
Atirando por cima da lata de lixo na qual tomava cobertura, Carley geme de dor ao sentir seu braço latejar, mais especificamente, o ferimento de bala em seu ombro. Tinha certeza de que a bala ainda estava lá dentro, mas devido as circunstâncias, não tinha tempo de tentar tirá-la.
Ao olhar para o lado, ela observa Kenny atirar contra os homens, dando para ela uma abertura para que a mesma pudesse correr em sua direção.
Kenny- Cacete!! Eles não acabam mais!! Mas o que diabos eles querem??!!
Gritou irritado, observando o fuzil em suas mãos ficar sem munição, e sem escolhas, ele pega a pistola em sua cintura, ainda tendo um pente de balas da mesma.
Carley- Não dá pra ficar aqui, vamos atrair a cidade toda pra cima da gente se isso continuar!
Gritou de volta, tentando abrir a porta dos fundos de um prédio.
Eles haviam corrido pelas ruas de Savannah, evitando serem baleados e ainda matando os zumbis que apareciam em sua frente, ambos estavam cansados, e Carley estava ferida. A situação deles não estava muito boa, além de que ainda tinham alguns homens atrás deles.
Kenny- Como está indo com essa por…
Foi interrompido pela súbita aparição de um dos homens que os perseguiam, ele tentou esfaquear Kenny na região de seu abdome, porém, ele foi mais rápido e desviou para o lado, atirando contra seu atacante, dois tiros, um em seu peito, e o outro na cabeça.
Antes que ele pudesse fazer outra coisa, foi surpreendido por um soco em sua face, mandando-o para trás, e, acidentalmente, largando sua pistola.
Carley o olhou assustada, mirando sua pistola em direção ao homem que o atacou, porém, a mesma xinga alto ao ver que estava sem munição. Uma dor aguda se formou em sua face, e seu pequeno corpo foi de encontro ao chão, ela nem teve tempo de raciocinar direito e sentiu um par de mãos se enrolarem em seu pescoço, apertando forte.
A mulher começou a se debater desesperadamente, olhando fundo nos olhos do homem que a enforcava. Ela parou de tentar puxar os braços do homem, colocou uma de suas mãos na face dele enquanto procurava por algo útil com a mão livre.
Sem hesitar, ela fura o olho do bandido sobre si, que grita em dor e perde suas forças em seus braços, aproveitando, Carley pega um tijolo jogado ao seu lado, e o bate contra a cabeça do homem, que cai para lado com sangue escorrendo pela sua face.
Se levantando, arfando forte, Carley se posiciona em cima do homem e começa a bater violentamente com o tijolo em sua cabeça, sangue espirrou em abundância para todos os lados, manchando o chão ao redor, as roupas e a face de Carley com aquele vermelho carmesim.
Ela ofegava, olhando para o que havia sobrado do que antes era um crânio abaixo de si, pensou em se levantar, porém, sentiu uma dor aguda em sua lateral, muito mais forte do que qualquer outra dor que já havia sentido na vida.
Seu corpo cai para o lado, e seus olhos olham tenebrosos para o que causava aquela dor.
Uma faca estava fincada em sua lateral, uma mão segurava firmemente a empunhadura da lâmina.
Ela gemeu alto ao sentir a faca ser retirada de seu corpo com violência, e olhou em câmera lenta o homem fincar a lâmina em seu estômago novamente.
Ela não conseguiu nem gritar, as poucas forças que tinham estavam a abandonando, e aquela dor lacerante que sentira estava começando a amenizar, o que, para ela, era um tanto irônico.
Como repórter, sempre imaginou que morrer esfaqueado era algo extremamente doloroso, ela sempre ficava com esse pensamento quando cobria um caso assim, porém, era exatamente o oposto, dóis bastante por um tempo, mas a medida que seu corpo vai ficando fraco, menos dor você sente, era mais pacífico do que havia imaginado.
Seus olhos cansados olharam para Kenny mais uma vez, ele havia conseguido matar o homem que o atacara mais cedo, mas estava tendo problemas com o bandido que o atacava agora, o mesmo que havia esfaqueado Carley duas vezes.
Ele esfaqueou Kenny em sua coxa, e parecia tentar enforcá-lo no momento.
Carley sentiu que precisava fazer algo, não queria morrer tendo a sua última visão a cena de Kenny sendo assassinado, mesmo ele tendo feito umas ações dignas de uma passagem grátis para o inferno.
Seus olhos esverdeados caíram sobre a arma a poucos centímetros do seu corpo, a mesma que Kenny estava usando minutos atrás, e usando as poucas forças que tinha, ela se arrastou até a arma.
Apesar de seus olhos se focarem no objeto a sua frente, sua mente era inundada de memórias desses últimos meses.
Como tudo começou.
Quando conheceu Doug, sendo salva por ele no momento.
Quando entrou desesperada no carro de Glenn, que parecia mais desesperado que ela e Doug juntos.
Quando conheceu Lee em pessoa na farmácia dos seus pais.
Os meses que ficou com ele naquele motel.
As conversas.
As brincadeiras com Clementine.
Suas pequenas mãos alcançaram o cabo da pistola, e ela ergue a arma trêmula, mirando-a em direção ao homem que ainda brigava com Kenny, sentindo que seus braços cederiam a qualquer momento.
Memórias invadiram sua mente mais uma vez.
Se lembrou de sua mãe, pai, dos namorados que teve, escola, faculdade, os momentos ruins e felizes que teve em seu trabalho.
Parecia que aquilo havia acontecido a tanto tempo, e ela sentia tanta saudade.
Por um lado, estava feliz que não ficaria naquele mundo por mais tempo, havia visto e feito coisas nas quais duvidava que conseguiria conviver em sua vida, ela não era tão forte quanto parecia. Feliz por se juntar a sua família, e ter seu descanso eterno, isso se não cair em sofrimento pelas coisas horríveis que fez.
Por outro lado, estava triste, não veria mais aquele doce sorriso de Clementine, nem brincaria com a garota em seu horário vago. Não conversaria mais com Lee, ou admiraria sua coragem, olhando para ele de longe e se inspirando nele, querendo ser como ele, mas nunca conseguindo.
Sua visão ficou turva, e com um suspiro fraco, ela aperta o gatilho, sentindo o coice da arma mais forte do que da primeira vez que atirou com uma.
Ela sorriu levemente ao ver o corpo do homem cair aos pés de Kenny, e até conseguiu ver o olhar desesperado e preocupado que ele lhe deu, mancando em sua direção e se ajoelhando em sua frente.
Ela se lembrou de quando Lee havia dito que havia perdoado as ações de Kenny, pois acreditava em segundas chances, e se perguntou, quando foi que ela havia perdoado Kenny, pois no momento, ela não sentia nenhum sentimento ruim em relação a ele, apenas sentia como se tirasse algo de seu peito, que a incomodava a muito tempo.
“É uma pena que eu não vou ver ele uma última vez”.
Pensou, tendo a imagem de Lee vívida em sua mente, se lembrando uma última vez da noite que tiveram juntos, antes que a escuridão a cercasse por completo, e ela sentisse seu corpo mais leve.
Até que depois de um tempo, ela não sentiu mais nada.
Lee observava ofegante a rua a sua frente, deveria ter centenas de zumbis, de esquina a esquina, e o hotel que Clementine era mantida refém estava bem no meio de tudo aquilo.
Ele olhou com certo pesar para aquele enorme número de zumbis, balançando a cabeça e suspirando forte.
“Pela frente não dá, vou tentar entrar pelos fundos”.
Pensou, correndo seus olhos pela rua atrás do hotel. Ela também estava infestada de zumbis, porém, não tanto em comparação com a outra rua.
Lee suspirou, ele não tinha tempo para ficar ali parado hesitante, muito menos tempo para esperar aqueles zumbis se dispersarem. Molly tocava um sino de igreja, mas muito longe dali para que os zumbis fossem atraídos, sem outra escolha, ele decide criar seu próprio caminho por entre os mortos.
Com seu facão em mãos, ele suspira mais uma vez, se preparando tanto fisicamente, quanto mentalmente para o que faria.
Então, ele correu pela rua, matando o primeiro zumbi que ficou em sua frente com seu facão, ignorando o sangue que espirrou em sua face e focando seus olhos nos outros zumbis.
Lee finca seu facão em mais um crânio podre, depois, ele agarra a cabeça do outro zumbi que se aproximava, e a joga contra a parede com força, esmagando parte de seu crânio e fazendo sangue, com alguns pedaços de cérebro, espirrarem para todos os lados, manchando ainda mais a sua roupa.
Ele virou, pegou seu facão, e correu novamente, empurrando os próximos zumbis a sua frente para o lado, e “atropelando” mais um que estava de costas para si.
Ele continuou com aquela matança por mais algum tempo, conseguindo alcançar a parte de trás do hotel, infelizmente, o muro era alto de mais para que ele pulasse.
Estava ofegante, cansado, mas ainda não havia desistido, e seus olhos procuravam nervosamente por um meio de entrar.
Ele então, focou seus olhos no telhado da loja ao lado, se ele conseguisse chegar até o mesmo, conseguiria pular para dentro da área do hotel, a queda seria meio alta, mas nada que ele não pudesse aguentar, provavelmente.
Um grunhido se fez presente atrás de si, e Lee se virou instintivamente, preparado para matar os próximos zumbis que se aproximavam.
Porém, seus olhos se arregalaram, e a confusão se fez presente em seus olhos ferozes. Os zumbis apenas andavam a sua frente, passando por si como se ele nem estivesse ali, alguns até mesmo esbarrando no mesmo, como se ele se fosse igual a eles.
“Mas que merda…?”
Pensou, foi então que um estalo ecoou pela sua mente, ele abaixou sua cabeça, olhando para o estado em que se encontrava. Estava coberto de sangue, literalmente, havia matado tantos zumbis, tanto sangue espirrou sobre si, tantos pedaços humanos grudaram em suas roupas, que ele realmente parecia um deles.
Admirado com a recém-descoberta, Lee começa a andar lentamente por entre os zumbis, caminhando em direção à loja, e sentindo aquela adrenalina percorrer seu corpo por estar tão perto dos mortos.
Ao chegar no telhado, Lee se abaixou rapidamente ao dar de cara com três homens com armas apontadas em sua direção. Escapando dos tiros, ele corre até a cobertura mais próxima, se escondendo atrás de alguns tubos de ventilação.
Pelo que viu, os três homens estavam armados com pistolas, nada mais, se for contar isso, ele tinha mais poder de fogo, uma pistola em sua cintura, e uma escopeta em suas costas.
Ele embainhou o facão, pegando a escopeta e se preparando para agir.
Dois dos três homens começaram a atirar em sua direção, enquanto um deles avançava rapidamente com a pistola em mãos.
Lee conseguiu ouvir seus passos apressados, se posicionou e esperou mais algum tempo. Ao perceber os passos, agora bem mais próximos, Lee sai de sua cobertura e atira com sua escopeta, satisfeito ao ver o enorme buraco que abriu no peito do homem, e sentindo seus braços ficarem dormentes pelo coice da arma. Fazia alguns meses desde a última vez que atirou com uma arma tão pesada.
Os outros dois homens avançaram em sua direção, com pelo menos um deles atirando. Pelos passos, eles vinham de lados diferentes
Xingando mentalmente, ele avança contra o homem que atirava em sua direção, saindo no momento exato em que o homem ficou sem balas. Lee apertou o gatilho, observando a cabeça do homem explodir em uma bola de sangue.
Ele foi se virar para o último homem restante, porém, o mesmo parecia já esperar por ele, e disparou em sua direção.
Três tiros, um errou, dois deles acertaram seu abdome.
Lee arregalou os olhos e respirou assustado, sentindo aquela dor aguda se espalhar pelo seu abdome a cada instante, e sangue escorrer pelos ferimentos.
Jogando seu corpo para o lado com certa dificuldade, Lee escuta o homem avançar em sua direção novamente. Se abaixando, ele atira nas pernas do seu inimigo, fazendo o mesmo cair, depois, ele se levantou rapidamente e atirou mais uma vez contra ele, dessa vez, acertando-o na cabeça.
Lee se escorou em um dos tubos de ventilação, jogando a escopeta, agora sem munição, para o lado. Em movimentos rápidos, mas trêmulos, ele rasga parte da manga da sua camisa, e a amarra ao redor de seu abdome, diminuindo um pouco seu sangramento.
Gemendo de dor, ele se levanta, deixando sua pistola em mãos e caminhando em direção ao prédio, ignorando a dor que se espalhava pelo seu tronco, e os pensamentos desesperados que tentavam invadir sua mente.
Autor(a): louiz_st
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Lee caminhava lentamente pelo extenso corredor do hotel, sentindo seu corpo doer, os ferimentos em seu abdome latejarem, cada vez que puxava o ar para seus pulmões, uma onde de dor se espalhava pelo seu corpo. A esse ponto, ele estava mais se arrastando do que andando, o jeito forte com o qual amarrou sua blusa ao redor do ferimento estava fazendo um bom trabalho em ...
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