Fanfics Brasil - Mordido Você está sozinho, parceiro!

Fanfic: Você está sozinho, parceiro! | Tema: The Walking Dead


Capítulo: Mordido

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Lee caminhava lentamente pelo extenso corredor do hotel, sentindo seu corpo doer, os ferimentos em seu abdome latejarem, cada vez que puxava o ar para seus pulmões, uma onde de dor se espalhava pelo seu corpo.


A esse ponto, ele estava mais se arrastando do que andando, o jeito forte com o qual amarrou sua blusa ao redor do ferimento estava fazendo um bom trabalho em estancar o sangue, ele só tinha que resolver aquele problema e voltar para o carro rapidamente, ficaria bem depois de tirar as balas de dentro de seu corpo, e cobrir aqueles ferimentos.


- Próxima porta a esquerda.


A voz no rádio ecoou brevemente pelo local, Lee suspirou, significava que ele estava sendo observado, e não tinha nem ideia de onde ele poderia estar.


Não queria admitir, mas estava em desvantagem, se aquele cara quiser o matar, ele estaria morto, então, por hora, decidiu obedecer seus comandos, enquanto pensava em diversas formas de sair dali com Clementine.


A garota não saia de sua mente, mesmo com sua própria vida em risco, ele estava pouco se importando com aquilo, sua mente vagava pelas lembranças da garota que tinha, os momentos em que havia passado com ela, bons e ruins, leves e difíceis.


Ele colocou sua mão sobre o boné pendurado em sua cintura, no qual havia encontrado no chão, antes de entrar no hotel.


Abrindo a porta indicada, ele analisa o interior do quarto, procurando por qualquer sinal de alguma alma viva, suspirando ao não encontrar ninguém.


“Claro”.


Entrou e fechou a porta atrás de si, seus olhos caíram quase que imediatamente na única porta dentro do quarto, onde sua maçaneta estava amarrada à porta de um armário com uma corda.


Lee caminhou em direção a porta, erguendo sua mão até a maçaneta para abri-la, porém, um barulho atrás de si, junto com algo frio e metálico tocar a sua nuca, fez o mesmo parar.


- Como vai Lee.


Uma voz masculina ecoou baixinho pelo quarto, e Lee reconheceu na hora que era a mesma voz no rádio. Ele suspirou, controlando a súbita raiva que sentiu, e lentamente, se virou, olhando para o homem que havia sequestrado sua garotinha.


Ele não tinha nada de mais, era baixo, cabelo castanho, parecia ter entre 35-40 anos, magro, e tinha feições simples, até meio “bobas”.


Lee- Por que não me matou ainda?


Sua voz grossa ecoou pelo quarto, mais forte, e com mais presença do que a voz daquele homem.


- Quero conversar antes, e, pelo visto, não vou precisar de muito para te matar, você está horrível.


Respondeu, apontando para o ferimento, que ainda sangrava em pequena quantidade, no abdome de Lee.


Lee- Eu vou matar você, sabe disso, não é?


Perguntou, a raiva presente em sua voz, mas ao mesmo tempo, um certo nível de controle, como se Lee apenas estivesse dizendo fatos, algo que certamente aconteceria. O estranho fez uma careta estranha, rindo um pouco.


- Eu tenho uma arma.


Lee pensou em responder, mas sinceramente, apenas deixou para lá, não estava com paciência para começar uma discussão com aquele cara, e sentia que a qualquer momento pularia em seu pescoço, mesmo se isso significasse em ele ser baleado mais uma vez.


- Coloque suas armas sobre a mesa.


Se afastou alguns passos, acenando com a cabeça, apontando para a mesa. Lee fez o que lhe foi dito, colocando sua pistola, e seu facão sobre o objeto de madeira, pensando nas diversas formas que podia matar aquele cara, nas quais, eram muitas.


Uma das coisas que aprendeu naquele período pós-apocalíptico, é que não era preciso muito para tirar uma vida, apesar de fortes, seres humanos também eram bem frágeis.


Seus pensamentos foram interrompidos por algumas batidas na porta.


Clementine- Me deixa sair!! Quem está ai??!!


A voz da garotinha ecoou abafada, Lee tentou chamar por ela, gritar seu nome, mas o estranho colocou o cano da pistola em sua nuca novamente, colocando o dedo indicador sobre seus lábios.


- Silêncio docinho, lembre-se, se se comportar, vou deixar você sair daqui a pouco.


Gritou de volta, e as batidas cessaram. Lee se virou para ele, observando o homem apontar para as duas poltronas logo atrás de si.


Suspirando, Lee caminhou até uma delas, se sentando, e observando o estranho se sentar a sua frente, ainda com a pistola apontada em sua direção.


- Você sabe quem eu sou?


Lee- Não, deveria?


- Não, eu já esperava por algo assim. Pessoas como você nunca sabem dessas coisas.


Enfatizou, cruzando as pernas e se ajeitando na cadeira, olhando fixamente para Lee.


- Algumas semanas atrás, vocês deram de cara com os St John.


Lee arregalou os olhos, se perguntando em como ele sabia. O homem arqueou a sobrancelha, notando o olhar confuso de Lee.


- Clementine me contou, você devia ter ouvido a forma como ela falou de você, em como tentou ajudar aquele homem que teve um ataque cardíaco, em como poupou a vida de dois psicopatas canibais, muito nobre da sua parte.


Disse com um tom irônico, mudando a posição das suas pernas e se ajeitando novamente na cadeira, agora, um pouco mais inquieto.


-...Por que você os deixou viver?


Lee-...Eles já estavam mortos, Danny estava muito ferido, não conseguiria caminhar muito bem se saísse daquela armadinha, e Andy estava muito machucado para andar.


Respondeu, não entendendo muito bem o motivo daquela pergunta.


-...Danny sobreviveu.


Disse, adquirindo um olhar um pouco mais sombrio, sua voz ficou mais rouca e ele apertou a arma em sua mão com mais força.


- Alguns dias depois, ele apareceu ferido para gente, nós o ajudamos, pois éramos uma família boa, com pessoas boas, um tempo depois, aquele maníaco matou meus dois filhos, colocou uma bala na cabeça do meu filho de quinze anos, e esfaqueou até a morte a minha menininha, ela só tinha oito.


Sua voz ficou embargada, seus olhos lacrimejaram e suas mãos começaram a tremer.


- Eu vi aquele desgraçado estuprar a minha esposa, pouco antes de eu enfiar uma faca no peito dele, essa foi a primeira vez que eu matei.


Ele passou sua mão sobre seus olhos, limpando as poucas lágrimas que ansiavam para sair.


- Você...entende onde quero chegar? Entende… o que quero dizer com isso?


Perguntou, olhando diretamente para os olhos de Lee.


Lee devolveu o olhar, embora que, na sua visão periférica, ele percebeu Clementine saindo pela porta sorrateiramente, caminhando lentamente em direção a mesa, onde estava sua arma, e seu facão.


Lee-… Sim… eu entendo… entendo que você é um fracasso.


O homem arregalou os olhos, e seu aperto em sua arma se tornou mais forte, seus lábios tremeram e suas feições se tornaram raivosas.


-… O que?


Lee- Você não conseguiu proteger sua família de um homem ferido, foi burro o bastante para deixar um desconhecido ficar muito próximo daqueles que considerava importante, e agora quer vir colocar essa culpa em mim.


Clementine pegou a pistola de Lee, mirando lentamente em direção ao homem, que tremia de raiva no momento, mas não parava de escutar o que Lee dizia.


Lee- Sua família morreu por causa da sua incompetência, você falhou como pai, falhou como marido, e é fraco de mais para aprender a conviver com a culpa, e busca desesperadamente em encontrar alguém para culpar. Bom, saiba disso, você é uma decepção.


Lee praticamente cuspiu em sua cara, e o homem chegou ao seu limite. Ele se levantou bruscamente e apontou a arma em direção a Lee, porém, Clementine atirou na lateral de seu abdome, fazendo com que o homem se curvasse em dor, e surpreso.


Aproveitando a oportunidade, Lee avança sobre o estranho, dando um forte soco em sua face, o derrubando, depois, ele se posicionou sobre o homem e começou a enforcá-lo.


Seus olhos castanhos encaravam fixamente os esverdeados do homem no qual lentamente matava, observavam o desespero do mesmo em tentar se soltar, em buscar por oxigênio, seu corpo se debater de forma desesperada, até que enfim, ele começasse a ficar cada vez mais mole, e seus olhos se fecharem para sempre.


Lee se levantou com certa dificuldade, se moveu de forma muito brusca e seus ferimentos latejaram por conta disso.


Seu olhar caiu sobre a garota que segurava a arma trêmula, ela olhava fixamente para o corpo aos pés de Lee, e com um choque de realidade, ela corre até ele e o abraça fortemente, começando a chorar em sua blusa manchada de sangue, sujando um pouco seu rosto.


Lee se agachou novamente, puxando a garota para um abraço mais adequado, enquanto tentava acalmá-la.


Clementine- Me desculpa, Lee! Me desculpa!!


Dizia entre seus soluços, sentindo Lee acariciar sua cabeça gentilmente enquanto sussurrava palavras de conforto em seu ouvido.


Depois de um tempo abraçados, eles finalmente se separam, e os olhos dourados de Clementine se focaram no sangue fresco que escorria do abdome de Lee.


Clementine- Você está ferido.


Sussurrou, dizendo mais para si mesma do que para Lee, sentindo aquele sentimento de culpa invadir seu peito mais uma vez.


“Ele se machucou por minha causa!!”


Pensou, sentindo a vontade de chorar voltar mais forte do que antes, mas ficar presa em seu pescoço.


Lee- Eu to bem Clem, eu vou ficar bem, ele não te machucou, não é?


Seus olhos vasculharam o corpo da menina, ficando aliviado ao ver que ela estava bem.


Clementine- Não, não machucou. Me desculpa Lee, eu não deveria…


Começou, ainda com o desespero presente em sua face e tomando conta de sua voz. Lee colocou sua mão gentilmente sobre seu ombro, tentando consolá-la.


Lee- Está tubo bem Clem, é sério, não se preocupe com isso, tá legal? Nós temos que sair daqui o quanto antes.


Disse, caminhando, com certa dificuldade, até a mesa e pegando seu facão, colocando-o em sua cintura, e se virando para a garota.


Lee- E você está esquecendo algo.


Disse em um tom gentil, pegando o boné da garota e a entregando.


Clementine adquiriu um olhar de surpresa, e pegou o boné de sua mão, animada e aliviada.


Clementine- Eu pensei que eu tinha perdido.


Lee- Eu pensei que tinha perdido você.


Clementine- Obrigada.


Agradeceu sincera, o olhando com um certo brilho em seus olhos.


Lee se virou novamente, empunhando seu facão e o fincando na cabeça do estranho, limpando-o nas roupas do mesmo logo depois.


Lee- Ok Clem, fique atrás de mim, ok?


Disse, caminhando até a porta e a abrindo, soltando um pequeno gemido assustado ao dar de cara com um zumbi.


Clementine arregalou seus olhos ao ver que ele não havia mordido, e acompanhou estática os movimentos que Lee fez ao matá-lo.


Clementine-… Ele… Ele não te mordeu!!


Exclamou surpresa, desviando seu olhar para Lee, que agachou ao lado do corpo em decomposição.


Lee- É, eu descobri algo bem útil no caminho para cá, útil e… nojento.


Começou, fincando seu facão no estômago do zumbi, porém, ele se virou para Clementine antes de fazer o que estava pensando.


Lee- Olha Clem, isso não vai ser legal, mas vai ser necessário, Ok?


Não esperou por uma resposta, e assim que terminou de dizer, ele abriu o abdome do zumbi. Aquele cheiro horrível irritou suas narinas e fez seus olhos lacrimejarem, ignorando os protestos de Clementine, Lee pega uma certa quantidade de órgãos e sangue do zumbi, caminhando até a garota que tinha uma expressão de nojo em seu rosto.


Ignorando novamente os protestos da garota, Lee espalhou as entranhas do zumbi pelo corpo de Clementine, tanto em frente, quanto nas costas, e assim que terminou, ele se levantou e pegou seu facão, olhando, com certa diversão, para as caretas de Clem.


Clementine- Isso é realmente necessário?


Lee- Sim, fique perto de mim, ok? Não saia por nada, ande, fique calma, e eu te manterei segura.


Explicou, pegando a mão de Clementine, e observando a mesma acenar para si como forma de resposta.


 


Lee segurava firmemente a mão trêmula da garota, seus olhos dourados olhavam para todos os lados com temor, e ela fazia o máximo que conseguia para não fazer muito barulho devido a sua respiração forte. Apesar do toque de Lee a acalmar, era uma situação totalmente diferente estar rodeada de mortos e mais mortos.


Para todos os lados que olhava, rostos deformados e olhos cinza devolviam o olhar, não conseguiu evitar de se sentir com medo.


Lee percebeu o estado da garota, e se pudesse, a levaria no colo, mas seus ferimentos latejavam forte, ele sentia seu corpo mais fraco, havia perdido sangue demasiadamente, não aguentaria muito tempo sem tratamento.


Eles continuaram caminhando por mais algum tempo, e até Lee tinha que admitir que ficou aterrorizado em estar no meio de tantos zumbis. Agora que a adrenalina abaixou, ele pôde observar com mais detalhe sua situação, eram tantos rostos mortos, tantas bocas podres, era como se ele andasse no inferno, rodeado de demônios.


Ele finalmente pôde ver o seu destino, o prédio no qual se encontraria com o restante de seu grupo, esperava estar dentro do tempo, e que todos tenham conseguido chegar até o local.


Eles entraram em um beco, e logo a frente, estava as escadas que davam para o interior do prédio, e a partir dali, conseguiriam chegar até o telhado, Lee suspirou aliviado, e começou a andar um pouco mais rápido.


Antes de chegarem até as escadas, os dois se surpreendem ao ver um zumbi sair de um amontoado de lixo, e a garota, sem querer, derruba a pistola que segurava, fazendo um pequeno barulho pelo beco, mas foi baixo de mais para causar algo mais sério, e, provavelmente, apenas o zumbi a sua frente havia ouvido. Lee puxou Clementine para o lado, deixando-a longe do zumbi, e fincou seu facão em sua cabeça, se agachando e pegando a arma do chão. Seus olhos logo se focam em Clementine novamente.


Lee- Clem?


A chamou, confuso, e caminhou até ela, colocando sua mão sobre seu ombro, a garota parecia apavorada, tremia mais do que antes e ofegava fortemente. Foi então que, subitamente, Lee sentiu seu braço ser agarrada, e instintivamente, se virou, mas infelizmente, não foi rápido o bastante.


Ele gemeu de dor ao sentir uma parte de seu antebraço ser arrancada de si, e em um movimento rápido com o facão, ele finca sua lâmina no crânio do zumbi, e joga seu corpo no chão.


Os olhos de Clementine pareciam que iam sair de sua cabeça, a cena a sua frente havia se fixado em sua mente, ela ficou apavorada.


“É minha culpa”.


Pensou novamente, olhando para o corpo do zumbi no chão, e se xingando mentalmente, se lembrando de que poderia ter avisado Lee, de que poderia ter pego a arma e o protegido, tê-lo alertado, feito qualquer coisa.


E agora, ela apenas podia reviver a cena de sua mãe arrancando um pedaço do braço de Lee.


E a realidade caiu sobre si como uma bomba…


Lee foi mordido.


Uma sentença de morte.


Ele estava condenado e a culpa era dela.


Lee parou por uns instantes, o desespero tomou conta de seu corpo inicialmente, mas, tão rápido quanto veio, foi embora.


Seus olhos caíram lentamente sobre seu braço, e em um movimento lento, ele girou seu membro, lhe dando uma visão clara do ferimento.


Ele foi mordido.


Qualquer em sua situação teria se desesperado, ou chorado, ou ficado triste, mas não Lee, ao olhar para aquela sentença de morte, ele não sentiu nada, era como se ele já soubesse que um dia isso aconteceria, e que não adiantaria nada chorar por isso, se desesperar ou ficar irritado.


Ele apenas aceitou, como se já esperasse que aquele dia chegasse a muito tempo.


Grossas lágrimas rolaram pelo rosto de Clementine, seus olhos fixados no antebraço de Lee, sangue pingava no chão, um pouco sangue dele espirrou sobre sua face quando ele foi atacado, e aquele sentimento quente em seu rosto queimava como fogo, como se o sangue de Lee havia se tornado brasa.


Clementine-...Você foi mordido…


Sussurrou, colocando as duas mãos em sua cabeça enquanto começava a hiperventilar, seus olhos ainda focados no ferimento dele, tão concentrados que ela nem ouviu ele a chamar, nem sentiu quando ele a pegou no colo e começou a subir as escadas, cansado, ferido, mordido, mas ainda sim, se preocupando com a segurança dela.


E mais uma vez, colocando-a acima de si mesmo.


Lee suspirou aliviado ao ver a grade que dava acesso ao telhado aberta, o cadeado estava no chão, mas ele pouco se importou em trancar a passagem.


Subindo os degraus com pressa, ele nota que a porta de ferro também estava aberta, o que significava que alguém havia estado ali antes dele.


Lee quase chorou aliviado ao ver seu grupo ali, Crista, Omid, Ben e Duck, todos eles ainda o esperando.


Crista foi a primeira que o viu, e correu em sua direção ao ver sua situação.


Crista- Lee, o que aconteceu com você??


Perguntou preocupada, seus olhos observando o homem colocar Clementine no chão, e se ajoelhar cansado, ignorando os passos que se aproximavam atrás de si.


Omid- Cacete cara! Você não tá nada legal!


Exclamou, caminhando em direção a Lee e tentando ajudá-lo a se levantar, e ficou confuso ao ter sua ajuda recusada pelo mesmo.


Lee- Levem Clementine com vocês.


Disse, se apoiando em um dos tubos de ventilação e se levantando com dificuldade, ganhando um olhar confuso dos demais, um olhar choroso da garota.


Omid- O que você está falando??


Perguntou, e seus olhos se arregalaram ao ver Lee erguer seu braço, mostrando a ferida recente em seu membro.


Ben- A merda cara…


Disse com pesar, colocando suas mãos sobre sua cabeça e andando para trás, nervoso.


Duck o olhava chocado, e logo depois, assim como Ben, com pesar, tristeza e até mesmo um pouco de raiva no fundo de seus olhos.


Clementine- Lee…


A garota o chamou, andando em sua direção, tentando agarrar a barra de sua camisa, porém, Lee se agachou e a abraçou, começando a sussurrar em seu ouvido, baixo o bastante para que só ela ouvisse.


Lee-… Eu te amo Clem, eu sempre quis ter uma filha, e você foi o mais perto que consegui ter, sou grato por ter conhecido você.


A abraçou forte, sentindo as lágrimas, que tanto reprimia, escorrer pelo seu rosto e molhar o ombro da garota, que chorava mais forte do que antes, começando a soluçar alto enquanto abraçava fortemente Lee, apertando seus braços ao redor de seu pescoço, com medo de soltá-lo. Chorava tão forte que não conseguia dizer uma palavra, apenas permanecer naquele abraço apertado, tão diferente dos outros, tão único, tão especial e ao mesmo, tão triste.


Lee aproveitou para tirar o facão de sua cintura, e o colocar nas costas de Clementine, ele não iria mais precisar daquilo mesmo.


Lee- Vão para a marcação no mapa, saiam da cidade o quanto antes!


Disse alto, firme, e sério, empurrando Clementine para longe de si com toda a força de vontade que tinha. A garota se desesperou e tentou agarrá-lo novamente, mas Crista a impediu, a pegando no colo e se afastando alguns passos, olhando para Lee com pena.


Clementine- ME SOLTA!!


Gritou, se debatendo no colo de Crista, chutando, socando, até mesmo a mordendo, mas a mulher não a soltou, apenas a segurou mais forte, entendendo pelo olhar de Lee que era para segurar a garota com tudo que tinha, o mais forte que conseguia.


Lee- Vocês vão cuidar bem dela, não é?


Olhou para Crista, e depois para Omid, precisando ouvir aquelas palavras antes de deixá-los ir de vez.


Omid- Pode deixar cara, faremos o melhor que pudermos.


Aquilo era o suficiente para Lee, que caminhou alguns passos para trás, e deslizou pela parede, se sentando ao lado da porta de ferro, e aceitando seu destino.


Lee- Foi bom conhecer vocês, todos vocês. E Duck, conto com você para ajudar a mantê-la segura.


O garoto o olhou, encarando seus olhos por alguns instantes, intensamente, até que acenou com a cabeça para Lee, dando a sua resposta enquanto começava a se afastar.


Duck- Pode deixar Lee.


Disse, antes de se virar e começar a caminhar em direção a porta mais a frente, sem olhar para trás.


Um a um foi se despedindo de Lee, Ben foi o primeiro, chorando levemente ao acenar simpático para Lee, caminhando atrás de Duck pouco depois.


Omid foi o segundo, dando um pequeno aceno para ele antes de seguir os outros.


E por fim, Crista, que também deu um leve aceno com a cabeça, e se virou, caminhando a passos rápidos em direção aos demais.


Clementine ainda se debatia forte no ombro da mulher, gritando o nome de Lee com a voz embargada, enquanto o observava, com olhos turvos, se distanciar a cada segundo, sentando naquele telhado com a cabeça baixa.


Essa foi a primeira vez que o viu derrotado.


Essa foi a primeira vez que ouviu ele dizer um “eu te amo”.


Essa foi a primeira vez que se sentiu tão desesperada em sua vida.


Essa foi a primeira vez que viu Lee chorar.


E essa foi a última vez que pôde o abraçar.


 



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Autor(a): louiz_st

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