Fanfics Brasil - Savannah Você está sozinho, parceiro!

Fanfic: Você está sozinho, parceiro! | Tema: The Walking Dead


Capítulo: Savannah

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Seus olhos castanhos estavam fixados na estrada deserta na qual seguia. Apesar da atenção na estrada, volta e meia Lee se perdia em seus pensamentos, revisando o plano em sua cabeça diversas vezes e tentando se convencer de que era uma boa ideia fazer o que iria fazer.


Clementine queria encontrar seus pais, ela parecia determinada a isso, e ignorou quando Lee disse que Savannah era uma cidade morta, e que as chances de seus pais estarem vivos era bem pequena, mas, a garota retrucou dizendo que as chances deles estarem vivos também era pequena, e eles estavam vivos, então, seus pais também podem estar.


Ela disse com certa raiva em seu tom e uma voz um pouco mais alta, Lee não queria começar uma discussão, ou construir uma inimizade com a garota, ela poderia passar muito tempo pensando que ele havia abandonado seus pais, e seu relacionamento com ela poderia ir por água abaixo.


Ele revisava vezes e vezes os passos que faria em sua mente.


Assim que chegassem na cidade, passaria pelos subúrbios, evitando as áreas centrais de Savannah, pelo mapa, tinha algumas estradas que davam direto para o hotel em que os pais dela estavam ficando, se desse para entrar no lugar, ótimo, ele entraria e convenceria a garota de que seus pais se foram, mas se não desse, eles dariam meia volta e sairiam da cidade, sem olhar para trás, sem hesitar, não importa se a garota ficasse com raiva dele depois disso.


Ele não conseguiu dizer não para ela, tinha que dar ao menos uma chance, ele sempre fez isso com as outras pessoas, com a garota não seria diferente, apesar de não ser um dos melhores planos que já teve.


Porém, se seguisse os passos certos, tinha fé que daria tudo certo.


Não estava tão longe da cidade agora, talvez meia hora de distância. Os primeiros raios do sol iluminavam a estrada, deixando a paisagem, apesar de abandonada, incrivelmente bela.


Seus olhos caíram em Clementine por alguns instantes, a garota dormia encolhida no bando do passageiro, uma face serena, tão tranquila e calma, era um dos motivos de Lee simplesmente não conseguir “não”, ele sabia disso, e se repreendia por isso.


Aquele pequeno momento de paz foi interrompido por um tiro que acoou pela floresta, pelo barulho, não havia sido muito longe dali, bem perto da estrada.


Seguido do tiro, o grito de um homem também ecoou pelos seus ouvidos, um grito desesperado, gritando por um nome de uma mulher.


Lee pensou em ignorar, pisar no acelerador e continuar dirigindo como se não tivesse escutado nada, como se não se importasse, mas sua natureza bondosa o impedia de ser assim, e mesmo se lembrando de que era algo arriscado a se fazer, ele ainda diminuiu a velocidade e parou no acostamento.


Clementine- O que foi aquilo?


A garota perguntou, ainda um pouco sonolenta, mas já ficando mais ativa. Ela coçou os olhos rapidamente e se endireitou no assento, olhando pela janela para o lugar, supostamente, de onde seria a fonte do grito.


Lee- Não sei, fique perto de mim.


Avisou, pegando o fuzil de assalto no banco de trás e o colocando em suas costas, ao lado de sua mochila, e verificando a pistola em sua cintura, junto com seu facão. Ele saiu do veículo e o trancou ao ver a garota sair também. Ela ainda tinha a pistola em sua cintura e a faca que Lee havia dado a ela.


Ao verificar a garota, ele começa a andar a passos rápidos em direção ao outro grito que ecoou por entre as árvores.


Alguns zumbis também caminhavam em direção ao barulho, e Lee matou quantos ele conseguiu ver em seu caminho, sempre checando seus arredores com olhos atentos, e sempre olhando para Clementine, que o seguia logo atrás.


Não foi difícil chegar até o local, e mais um tiro ecoou. Antes de decidir ajudar, Lee se escondeu atrás de uma árvore e observou o desenrolar da situação a frente.


Um homem tentava afastar alguns zumbis que se aproximavam de si, havia um corpo de uma pessoa, viva até alguns instantes atrás, a poucos passos desse homem, e uma mulher estava escorada contra uma árvore, com um ferimento na parte inferior de seu abdome, sua mão já encharcada de sangue fazia pressão no ferimento, tentando impedir que sangrasse mais, o que não estava funcionando muito bem.


Eles estavam sendo lentamente encurralados, e o homem parecia desesperado de mais para conseguir lidar com os zumbis de forma rápida, ou prática, além de estar visivelmente cansado, não conseguindo dar golpes fatais nos zumbis, não de primeira. E parecia que havia ficado sem munição em sua arma.


Se virando rapidamente para Clementine, e se certificando de que não havia nenhum zumbi os cercando, ele sai de trás da árvore e decide ajudar o homem, que estava de costas para si, totalmente exposto para os dois zumbis que estavam terrivelmente próximos.


Em movimentos rápidos, Lee mata os dois cadáveres, fincando seu facão na nuca do primeiro, depois, se virando para o segundo, segurando-o pelo pescoço e o esfaqueando na têmpora.


O homem se virou desesperado ao ouvir o barulho dos corpos caindo no chão, olhou rapidamente para Lee, com receio, hesitação, e depois, para os zumbis mortos aos seus pés.


Não sabia quem ele era, e era óbvio sua desconfiança, mas Lee percebeu que ele aceitou a ajuda de bom grado, e se virou para lidar com os outros zumbis.


Lee fez o mesmo, dando uma rápida olhada em Clementine, que ficou ao lado da mulher ferida, olhando fixamente para ele, aquele mesmo olhar intenso no qual ela sempre o olhava quando ensinava algo, matava zumbis, ou lutava contra humanos.


Era como se ela o analisasse, aprendesse apenas observando seus movimentos, e isso apenas lembrava Lee de que Clementine era diferente.


Após alguns minutos lidando com os zumbis, Lee suspirou ao retirar seu facão da cabeça do último que matara, e, aparentemente, o último ao redor. Passando seus olhos por entre as árvores da floresta, ele se vira lentamente para o homem que salvara. O mesmo estava ofegante, seu corpo estava trêmulo, e ele se apoiava em seus joelhos, descansando enquanto mantinha seus olhos na mulher a sua frente.


Lee se aproximou, também olhando para o ferimento da mulher. Ela não parecia muito velha, talvez entre 25-30 anos, tinha o cabelo ruivo, algumas sardas manchando seu rosto pálido.


- Ah...Bonnie...Bonnie você tá bem?


O homem perguntou, ofegante e preocupado. Ele se agachou em frente a mesma, e logo, olhou para Lee e Clementine, claramente confuso, mas agradecido.


- Eu...err, obrigado, obrigado pela ajuda, essa passou bem…


Foi interrompido por um barulho vindo atrás de si, ele se virou um pouco, olhando para o zumbi que se aproximava pelo canto do seu olho. Perto de mais, um dos corpos que ele pensou que havia derrubado se levantou, e iria mordê-lo na região do ombro, se não fosse por Lee, que agiu rápido e fincou seu facão no crânio podre do que antes havia sido uma mulher.


-...Perto.


Terminou de dizer, olhando com olhos arregalados para o corpo caído a poucos centímetros de si.


Os olhos de Lee vagaram entre o homem, a mulher, e o corpo recente de outro homem largado no chão, com uma faca ensanguentada ao seu lado. Não foi difícil somar um mais um e perceber o que havia acontecido.


Lee se agachou em frente a mulher, colocando as costas de sua mão em sua testa.


Lee- Ela está com febre, a faca deve ter perfurando um rim…


Começou, retirando a mão dela sobre o ferimento, era visível que tanto ela, quanto o homem ao seu lado, estavam meio desconfiados, incomodados, mas não sabiam o que fazer, a mulher não tinha forças para fazer algo, e o homem simplesmente estava confuso com toda a situação, e ter uma criança, uma garotinha tão perto de si, o deixou ainda mais confuso.


Mas ele deixou Lee fazer o que tinha que fazer, ele não parecia uma pessoa ruim, e poderia ter os abandonado, ignorado a ambos e continuado seu caminho.


Lee-...Ela está com infecção, não parece ser muito ruim.


Disse, pegando sua bolsa e a colocando em sua frente, abrindo-a e pegando algumas coisas. Um frasco com algum líquido em seu interior, algumas bandagens e uma caixa de pílulas.


Lee- Isso vai doer.


Olhou nos olhos castanho-claro da moça, que deu um resmungo como resposta, enquanto revirava os olhos, como se dissesse um “que ótimo” irônico.


Lee pegou uma gaze e colocou um pouco do líquido do frasco sobre a mesa, passando gentilmente sobre o ferimento. A mulher se contorceu imediatamente, soltando um grito dolorido e apertando com força o braço do homem ao seu lado.


Ele passava gentilmente a gaze sobre o ferimento, limpando-o e tirando o excesso de sangue teimava a escorrer. O bom, é que ainda não havia se formado um “bolsa de pus” em seu ferimento, o que deixava as coisas um pouco mais fáceis.


Lee- Clem, pode abrir essa caixa de comprimidos e dar um para ela?


Perguntou, recebendo um aceno da garota, que fez o que ele pediu, colocando o comprimido na boca da moça, que não recusou a ajuda e agradeceu mentalmente a garota ao seu lado.


Após isso, Lee pegou algumas bandagens e começou a enfaixar a mulher.


Lee- Isso precisaria de pontos pra cicatrizar mais rápido, mas eu não tenho nada pra fazer isso, então, vai ficar uma cicatriz e vai demorar um pouco mais para sarar completamente, tome esse antibiótico todos os dias, e daqui a algum tempo, você vai ficar bem.


Disse, terminando de enfaixá-la e se levantando, entregando duas bandagens para o homem, e uma cartela do antibiótico, agradecendo mental a Katjaa por ter lhe ensinado algumas coisas.


Os dois olhavam para ele com olhares gratos, e a mulher tinha um sorriso aliviado no rosto, e o homem abaixou a cabeça, agora bem mais calmo e relaxado, respirando fundo, tranquilizando seu corpo.


- Cara… Muito obrigado, de coração, muito obrigado.


Agradeceu, se levantando e dando a mão para Lee apertar, que o fez de bom grado, acenando com a cabeça.


Lee- Não foi nada, agora é melhor saírem daqui, estão por conta própria?


Perguntou, abaixando sua mão e colocando sua mochila em suas costas novamente.


- Não...não, nós temos um grupo, acampado não muito longe daqui, nós viemos procurar por suprimentos e, esse cara tentou nos roubar. Vocês podem vir com a gente, sabe, o grupo ia gostar de ter mais pessoas.


Explicou rápido, fazendo Lee ter certa dificuldade em entendê-lo, e ofereceu uma vaga em seu grupo. Lee sorriu, mas balançou a cabeça em negação.


Lee- Obrigado, mas vou passar, nós...temos outras coisas a fazer por agora, talvez nos encontremos de novo, algum dia.


Explicou, dando um pequeno aceno para os dois enquanto se afastava, escutando Clementine dar um pequeno “tchau” para ambos.


O homem ajudou a moça a se levantar, e eles também acenaram em sua direção, se virando logo depois e seguindo seu caminho.


 


Ele suspirou, talvez pela décima vez nos últimos dez minutos, ainda repetindo o plano em sua cabeça e tentando se convencer de que tudo ficaria bem, mas ficava cada vez mais difícil se convencer disso quanto mais se aproximava da cidade.


E em nenhum momento aquele sentimento ruim deixou o seu peito, como se algo fosse acontecer. Ele apenas queria convencer Clementine de que seus pais já estavam mortos, e sair dali o quanto antes, mesmo que parecesse algo horrível de se pensar.


Verificando as coisas em seu corpo, ele dá uma rápida olhada para a garota ao seu lado, que olhava de forma intensa para os prédios de Savannah.


Lee- Pronta?


Perguntou, olhando para o lugar onde havia escondido o carro, com sorte, nenhuma alma viva o encontraria no meio daquela folhagem, e escondido por entre as árvores.


Clementine- Pronta.


Respondeu, pegando na mão de Lee.


E mais uma vez, ele suspirou, preparando tanto seu físico, quanto seu mental, antes de entrar na cidade.


 


 



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Autor(a): louiz_st

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