Fanfic: O filho de Zatanna | Tema: Liga da Justiça
Naquela noite um temporal estava caindo, o frio tomava de conta da atmosfera assim como a água tomava de conta das calçadas, os trovões ecoavam como grandes explosões, mas Sarah não se importava com o barulho do céu acima dela, ela continuava correndo em meio aquela chuva, seus batimentos cardíacos se intensificavam a cada passo que dava, seu coração estava quase saltando do peito, a única coisa que importava para ela era sumir da vista de seus perseguidores que também corriam debaixo daquela chuva atrás dela, algumas esquinas atrás eles tentaram agarra-la a força mas ela conseguiu se desfazer deles e agora precisava correr pela sua própria vida. Sarah agora enfrentava o medo que toda mulher encara quando está andando em uma rua deserta a noite, o medo de não conseguir chegar no final dela. A rua estava deserta, e mesmo se tivesse cheia, ninguém se importaria com Sarah, afinal de contas, era Gotham City.
De repente, por um deslize do destino, seu pé escorregou e seu rosto se encontrou com o concreto molhado da calçada, a água da chuva que escorria pela calçada se tornou vermelha, com o sangue de seu nariz, ela começou a chorar, entrou em desespero, Sarah sabia que o seu fim tinha chegado. Os quatro homens que a perseguiam, altos, fortes, a alcançaram, a cercaram.
- Calma gata! A gente só vai se divertir um pouco.
- Não! – Seus gritos de desespero se intensificam mais – Não! – Seu rosto chorava, sangrava, e as gotas da chuva deslizavam sobre ele também.
- Anda! Levanta! – Um deles a ergue do chão pelo braço quando de repente...
A água parou de cair, os trovões silenciaram, a lua e as estrelas brilhavam mais fortes, assim como a luz do porte acima deles na calçada, a tempestade cessou, como um passe de mágica.
- Olha só, que esquisito – disse um dos homens, percebendo que a tempestade parou bruscamente.
No outro lado da rua, apareceu uma figura, parecia ser um homem, baixo, de aparência jovem, na casa dos vinte anos, pela estatura e o volume do seu corpo esse jovem não teria a mínima chance defendendo a moça dos outros quatro, mas ele não precisava nem se mexer para isso.
Os quatro homens e a Sarah olharam imediatamente para esse ser parado na calçada do outro lado da rua, ele olhava fixamente para o céu, tinha algo de assustador nele, ele estava vestido de roupa social, terno, uma flor vermelha no bolso do paletó, cabelo liso penteado para cima, um topete com um pequeno filete caído na testa como uma pequena franja, dava um charme em seu visual, mas naquela circunstância, pouco importava seu charme, por cima do terno, um grande sobretudo escuro lhe dava um ar sereno e sombrio, Sara sentiu que aquele visual era semelhante ao de algum herói da liga da justiça, então ela gritou.
- Socorro! Me ajuda! Socorro! Por favor me ajuda!
- Cala essa boca! Sua... – o homem foi interrompido pela voz calma e grave do ser misterioso do outro lado da rua.
- Eu conheço essa sensação – Ele abaixou a cabeça, naquele momento, Sarah percebeu que ele não era nenhum herói da liga, era um estranho, com uma expressão sombria, fria e calculista no rosto, seus olhos, tinha algo neles, uma escuridão, ele continuou falando enquanto atravessava a rua lentamente com as mãos nos bolsos do sobretudo – a sensação de que acabou, a sensação de que não a nada que possa ser feito, a sensação que faz seu corpo travar, o medo.
O ser misterioso finalmente chegou na calçada em que Sarah estava com os seus agressores.
- Quer se divertir com a gente? Ela tá morrendo de medo – disse o homem que a segurava pelo braço.
- Não! Por favor, me ajuda! – Sarah continuava gritando agonizada se contorcendo enquanto tentava lutar contra os braços do que a segurava, mas ela foi interrompida pelo ser misterioso que novamente abriu a boca, só que dessa vez, estava mais perto.
- Tenho certeza que ela está com medo, mas eu não estou falando dela.
Os quatro homens caíram em gargalhadas.
- Você acha mesmo que a gente tá com medo de você? Tá de sacanagem né baixinho!
- Deveriam, afinal de contas... Eu fiz a chuva parar.
Os três homens partiram para cima do jovem, mas eles não chegaram nem perto, ele apenas tirou as mãos dos bolsos do sobretudo e fez um movimento sutil com elas, os três homens voaram para a vidraça da vitrine da loja do outro lado da rua, seus corpos quebraram o vidro e caíram em cima das prateleiras desacordados. Só restava um, o que estava segurando o braço de Sarah, ele a pegou pelo pescoço como último movimento desesperado para sobreviver.
- Se tentar qualquer coisa, eu mato ela! – Mas a ameaça sequer fez a expressão no rosto daquele jovem demonstrar qualquer sinal de surpresa, ele era frio, enigmático, seu estilo sereno era implacavelmente assustador, ele respondeu.
- Como eu disse, o medo, a sensação de que tudo acabou, tá sentindo ela agora Ray?
- Como é que você sabe meu nome? Quem é você seu maluco? O que é você?
- Você chegou em uma questão interessante Ray.
- Não importa, eu vou quebrar o pescoço dela! – Nesse momento, um sorriso sarcástico saiu da boca do jovem misterioso, ao ouvir a ameaça de seu adversário.
- Essa é a questão Ray, você pode fazer isso, mas não importa, não para mim, porque eu posso ajeitar o pescoço dela de novo, se você matar ela, eu posso trazer ela de volta a vida, posso fazer essa chuva cair de novo, posso ajeitar o cabelo dela, posso reduzir os batimentos cardíacos dela para que ela se acalme e que seu medo se desfaça, você está com o braço no pescoço dela, mas não interessa, entre todas as possíveis formas de isso acabar, em nenhuma delas sua vitória é possível.
De uma forma peculiar, a fala daquele jovem misterioso acalmou Sarah, a consolou, mesmo seu pescoço ainda estando nos braços de seu agressor, o jovem misterioso continuou a falar.
- Entre todas as habilidades que eu tenho, controle dos elementos, da água, do fogo, da terra, do ar, manipulação de matéria, cura, telecinese, a que eu mais gosto é a telepatia, e a melhor parte disso tudo, é que eu não preciso conjurar palavras de trás para frente como meus ancestrais faziam.
Uma dor absurdamente aguda tomou conta da cabeça de Ray, uma dor insuportável, incontrolável, tal qual ele nunca tinha sentido antes, ele não aguentou, seus braços soltaram o pescoço de Sarah, ela também perplexa por tudo que estava acontecendo se sentou no chão, chorando enquanto Ray se contorcia no chão molhado da calçada com as mãos na cabeça, aos gritos. O jovem misterioso permanecia pleno.
- Tá vendo só Ray, acabou, de nada adiantou tanto drama fazendo um inocente de refém, é de se esperar que os capangas do Trigon andem por ai perturbando moças indefesas, típico de seres das trevas, onde estão seus amigos? Acabei de trombar com uns ali em outra esquina, um esquadrão da laia do Trigon não é tão forte quanto parece, é incrível a capacidade que as pessoas têm de se superestimar. Ray tentava falar gaguejando de dor.
- Co-mo vo-cê sa-be?
- Eu não tô te entendendo Ray, pera aí – a dor em sua cabeça cessou.
- Você não faz idéia de com quem está se metendo bruxo! – A voz de Ray se transformou, ficou mais grave, assustadora, seu corpo se transformou em pó e sumiu instantaneamente junto com os corpos dos outros três caídos na loja do outro lado da rua.
Sarah já não estava entendendo mais nada, talvez estivesse em estado de trauma, sentada no chão da calçada, em posição fetal, chorando, com medo, espantada por tudo que acabara de acontecer, ela estava cansada de tanto correr, já não tinha folego para esboçar qualquer reação, a não ser falar. Ali naquela calçada, só restava Sarah e aquele jovem misterioso, e ela em lágrimas, por não saber quem ele era, gritou.
- Por favor! Não me machuca! Por favor! Não faz isso!
Mas o jovem misterioso retirou o sobretudo que estava vestido e para a surpresa de Sarah, ele se agachou ao lado dela, e pôs o sobretudo em seus ombros, a envolveu, a cobriu com ele, como quem cobre uma amiga com seu casaco em meio ao frio, ela olhou para aquele rosto enigmático com curiosidade.
- Você é da liga da justiça? – O jovem sorriu.
- Eu não pertenço a nenhuma liga e nada sei sobre justiça meu bem.
O sobretudo que ele a colocou em seus ombros teve um efeito muito bom em seu corpo, ela sentiu como se fosse aquecida, não só a temperatura, mas os batimentos cardíacos, a ansiedade, o medo, o trauma, todos de repente se desfizeram e ela sentiu uma leveza, como se nada de ruim tivesse acontecido, como mágica.
- Obrigada - Respondeu Sarah, com uma voz doce.
- Vamos fazer um acordo, eu te ajudei essa noite e agora você vai tomar de conta do meu sobretudo, vou deixar ele com você, mas cuida dele com carinho, um dia eu volto para busca-ló, para onde eu vou agora, é melhor está com roupas menos calorentas, já Gotham City, bem, sempre faz frio. Eu volto para pega-lo em breve.
- Como assim? Quem é você?
- Você ainda vai ouvir falar de mim, mas agora eu tenho que ir, tenho pendências em outras dimensões para resolver antes de minha mãe me conhecer, até mais Sarah, aahh! Já ia esquecendo... Toma cuidado com o sobretudo, ele tem vida própria as vezes – ela olhou para baixo para reparar os detalhes do sobretudo que ele tinha colocado sobre seus ombros e ergueu a cabeça novamente.
- Como é que você sabe o meu... – mas ele não estava mais lá, a rua estava novamente vazia, apenas Sarah sentada no chão, com seu estado interior misteriosamente revigorado mesmo depois de tudo que aconteceu. Sarah olhou para o céu, as estrelas brilhavam muito, imaginando quem seria aquele garoto que fazia as estrelas brilharem mais forte, no céu de Gotham, também brilhava o brasão do homem morcego, mas aquele moça tinha outro herói para agradecer, ela nem sabia o nome dele, mas sem sequer imaginar, já tinha ouvido falar de seu sobrenome.
Autor(a): Gabriel.Costa.C
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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