Fanfic: O filho de Zatanna | Tema: Liga da Justiça

    A terra subitamente se transformou em um grande inferno, sem o brilho das estrelas no céu, a atmosfera estava mais densa, pesada, um tom vermelho tomou de conta de toda a superfície, os seres humanos estavam bem longe dali, todos, crianças, adultos e idosos, de todas as nações, civilizações, sendo nativos ou não, Trigon finalmente conseguiu, não por muito tempo...

    Zack andava pelas ruas desertas de Jump City, olhando para o alto, procurava algo.

- Vamos! Vamos... Onde será que se meteu?

    A cartola de sua mãe, agora estava em sua cabeça, sacou uma varinha mágica preta do bolso de seu paletó, na outra mão, as chaves de ShadowCrest.

- Onde se meteu?

    De repente, um grande barulho suou atrás de Zack, como se um raio tivesse caído do céu, ShadowCrest, Zack, se virou lentamente e viu a grande mansão parada ali, em plena rua, fazendo erguer uma leve poeira vermelha, “os boatos eram reais”.

    Zack subiu a escadaria frontal que davam para uma grande e pesada porta de madeira, a entrada principal, com as chaves em mãos, destrancou e entrou, ao atravessar o primeiro salão, quase ficou tonto, os efeitos invertidos da casa, os cômodos de cabeça para baixo, escadas infinitas, mas conseguiu chegar na grande biblioteca, o grande acervo que guardava os segredos do universo, para sua surpresa, lá estava Billy, na forma de Shazam, sentado em cima de uma mesa lendo um livro de magia kriptoniana.

- Tá de sacanagem – percebeu Zack.

- E ai maninho, você é o tal do filho da Zatanna né? Que andam falando.

- O que faz aqui campeão?

- Pelo visto eu também não fui aba cadabrado por Trigon, a mansão me deixou entrar, maneiro né?

- Você é o último campeão do conselho dos magos né?

- Sim, eu sou Shazam.

- Quer dizer que Trigon não pode te prender também? Interessante.

- Vamos arrebentar ele!

- Eu vou arrebentar ele – corrigiu Zack – ele é meu, quero que me ajude a encontrar um livro.

- Veio aqui atrás de que livro Zack?

- Trigon sempre teve essa tara por destruir mundos, mas ainda tem alguma coisa errada nessa história toda – Zack começou a falar enquanto revirava as prateleiras com a ajuda de Billy - Alguém sabia que isso tudo iria acontecer, aquela velha maluca que me criou, eu pensava que eram lendas, ela disse que eu nasci no mesmo dia que o filho de Trigon, Jared, que seriamos eternos inimigos – Zack começou a jogar os livros no chão, uma grande massa de poeira se ergueu sobre ele – Ela disse como se fosse uma profecia, e eu quero saber, que raios de profecia é essa sobre mim, achei! - Do fundo de uma das prateleiras, ele tirou um grande papel empoeirado e enrolado, como um pergaminho. Levou até a mesa e o estendeu abrindo-o. Era um papel um tanto diferente, mas resistente, porém, mas velho e sujo. Billy olhou e entendeu de cara o que era.

- A genealogia dos Homo Magi... Olha aqui, o nome de Sindella, não é sua avó?

    Uma grande árvore estava desenhada sobre o grande pergaminho, com os galhos cheios de conexões, apresentando todas gerações, desde os primeiros magos, inclusive, as futuras, porém, estavam borradas, ao lado do nome de Zack Zatara, tinha um outro nome, porém, borrado, apenas a primeira letra aparecia, intacta, um “R”, abaixo dele, o nome de seus filhos.

- Olha só cara, você vai ter filhos, com uma tal de R – Observou Billy.

- Pouco me interessa o futuro, o que eu quero está....

    De repente os olhos de Zack arregalaram, seu corpo paralisou, seu rosto estava direcionado fixamente para uma parte da genealogia, debaixo do nome de Zatanna, tinha outro nome, além do seu, Zafira.

- Há não, você não me disse que tinha uma irmã.

    Uma raiva incontrolável invadiu o coração de Zack, a fúria tomou conta de seus olhos, seus musculosos tensionaram, ele não conseguia falar mais nada, um ódio incalculável tomou conta dele, não disse mais nenhuma palavra, caminhou até a janela mais próxima, tomou impulsou, seus olhos estavam vermelhos, suas mãos fechadas, e seu corpo ganhou voou para fora, em alta velocidade, quebrando a janela de vidro. Shazam ficou para trás, observando os estilhaços de vidro caindo, “quer dizer que ele também voa”.

    A ira tomou conta de Zack, seu destino estava escrito, e ele ainda não sabia por quem, mas naquele momento não importava, ele tinha acabado de descobrir que não tinha sido o único a sair do ventre de sua mãe na noite em que nasceu, ele queria respostas, e sabia, que seu inimigo naquele momento poderia ter, o cheiro de Trigon estava forte, ele estava por perto, o vento batia em seu rosto, assim como a fúria batia em seu coração, em um voo rasante pelo arranha céu de Jump City, apesar da transformação repentina, a cidade ainda era a mesma, os carros abandonados nas ruas, os prédios desertos. A velocidade do voou de Zack aumentava a cada segundo, toda sua fúria estava se concentrando em forma de energia no seu punho direito, ele começou a ouvir risadas, risadas conhecidas.

    Algumas quadras perto de Zack, Trigon, sorria, uma risada alta, como se quisesse ser encontrado, pairando no ar, voando, ao redor dele, um grupinho de criaturas monstruosas com asas e chifres, a risada de Trigon aumentava, era um insulto para os ouvidos de Zack, ele não conseguia mais ouvi-la, tinha que para-la. A velocidade do voou de Zack aumentava, seus olhos não estavam mais só vermelhos, tinha sangue neles, o punho super carregado de raiva, Zack rasgava o vento com seu voou em alta velocidade, Trigon, sorria, não parava de sorrir, alto demais, suas risadas foram aumentando, aumentando, aumentando, aumentando, até que de repente.

    O soco de Zack produziu um barulho semelhante ao de uma explosão, em cheio, no tórax de Trigon, as ondas de impacto foram tão intensas que foi possível senti-las como um vento se dissipando em alta velocidade.

    Um, dois, três, quatro, cinco, seis, seis, seis prédios, Trigon atravessou seis prédios com o soco que levou de Zack, as batidas pareciam não ter fim, atravessando a parede de cada prédio, um por um, até cair no chão da praça central da cidade, a distância foi tão grande, que Zack se teletransportou para a frente de Trigon para chegar mais perto. Suas risadas cessaram, apenas gemidos de dor enquanto ele lentamente se levantava, Zack começou a gritar.

- Levanta Trigon! Levanta! LEVANTA! FICA DE PÉ! EU QUERO TER A GLÓRIA DE TE MATAR, VOCÊ ESTANDO DE PÉ! E TODOS SABERÃO, QUE O IMPÉRIO DE TRIGON CAIU!

- A única glória que você terá criança, é a de ser esfolada pelas minhas próprias mãos! – Respondeu Trigon, enquanto se levantava

- Onde está minha irmã? Escondeu ela naquele buraco também não foi? Eu nunca soube dela, ela nasceu comigo não foi?

- Sua irmã, tive que dar um fim nela, gêmeos costumam ser problemáticos.

- Você não faz idéia.

- Ela ainda tá viva, se me matar, nunca saberá onde ela está.

- Eu vou achar ela com minhas próprias mãos, assim como eu derrubarei seu império com elas também. Cada coluna dele cairá.

- Você fala demais criança.

    Trigon o agarrou pelo pescoço e o arrastou pelo céu de Jump City o sufocando, mas Zack se teletransportou para cima de Trigon, agarrou os seus chifres, o girou três vezes até larga-ló, Trigon atravessou um prédio e parou no chão da avenida ao cair em cima de um veículo, com sua tele cinese, Zack jogou outros dois carros e um ônibus em cima de Trigon, o enterrando debaixo deles, mas sua força, sobrenatural, os levantou de uma vez e um dos carros jogados passou de raspão por Zack, Trigon voltou a sorrir, parado na avenida, olhando para cima, para Zack, que pairava no ar, decidindo seu próximo ataque.

- É só isso que o neto de Sindella pode fazer! Patético!

    Longe dali, em outra dimensão, na prisão de Trigon, todos os seres humanos e heróis, reunidos, no grande campo de concentração, lar e sofrimento, de trigon.

- Ainda não acredito que de repente estamos aqui, foi tão fácil assim para Trigon, como é possível? – Questionou Diana, olhando o inferno em sua volta

- Nenhum herói nunca foi páreo para magia pura, em sua essência, os fragmentos das pedras mágicas do mundo de cristal sempre foram conhecidos como geradores desse tipo de magia, mas nunca foi tão simples assim de usar, alguma coisa não tá batendo, como Trigon conseguiu invocar tal poder, alterar a realidade, dominar nosso mundo, em segundos, esse tipo de poder não só é proibido no mundo místico como também é extinto, alguma coisa não tá batendo, Trigon não devia ter esse poder em suas mãos – Explicou Zee, ainda triste, pelo filho que ficou sozinho na terra, contra Trigon.

- A não ser que – continuou John – Ele esteja sugando essa energia de alguém.

- Uma alma como fonte de poder, isso é muito insano, até para Trigon - Respondeu Zee.

- Precisamos nos concentrar em sair daqui – Disse Bruce.

A prisão de Trigon parecia um grande vale, uma floresta, escura, assustadoramente fria, dava para ouvir, de longe, os gritos de várias almas sendo torturadas.

- Esse lugar não tem a menor cara de que tem uma porta de saída – Comentou Kara.