Fanfic: O Duque e Eu - Evansson - 3° Temporada | Tema: Scarlett Johansson, Chris Evans, Evansson
15 de abril se 1816
Somerset, Inglaterra
Hayley, Simon e Scott
— Titia! — Scott ria, protestando contra Hayley que o enchia de cócegas.
— Não, o mocinho estava me cutucando agora é hora da minha vingança — Enchendo o sobrinho de cócegas e beijos, Hayley soltou o menino, deixando que ele respirasse por um segundo antes de voltar a atacá-lo.
Simon brincava com seu trenzinho de brinquedo, montando sua pequena cidade. Hayley o estava ajudando, brincando com o sobrinho. Poppy tinha chegado a pouco tempo com Scott, deixando o menino brincar com a tia e o irmão.
Como algumas peças eram pequenas e Scott curioso demais, Hayley o colocou em seu colo para que ele não colocasse nada indevido na boca. Porém Scott não tinha achado os brinquedos tão interessantes quanto os desenhos do vestido da tia. Deitando a cabecinha no colo da mulher, ele passava os dedinhos pelos contornos na barriga da tia, a apertando de vez em quando, fazendo Hayley distraí-lo quando os apertões ficavam mais doloridos.
Da porta, Tom observava a morena brincar com os sobrinhos imaginando quando teriam os próprios filhos.
— Sabe, minha avó dizia que quando um bebê se entrarem dessa forma com a barriga de uma mulher, quer dizer que logo vem um bebê ou já tem um no ventre — Comentou Hiddleston, entrando no quarto e sentando na poltrona próximo a eles. — Aliás, bom dia. — Desejou, se inclinando um pouco, já que Hayley estava próxima, beijando a testa dela.
— Bom dia — Retribuiu a morena — Bom, talvez tenha mesmo. Estamos tentando com tanto empenho — Considerou, direcionando um sorriso carinhoso ao marido.
— E vejo que tem passado mais tempo com as crianças. — Comentou. Naqueles últimos dias, ela estava passando muito mais tempo com os meninos. Tom achava fofo.
— O que posso fazer? Eles me amam — Se gabou, rindo em seguida — Mas Simon me pediu para brincar com ele e então eu vim — Respondeu. Tom assentiu, continuando a observar a brincadeira.
Em determinado momento, Simon foi até o tio com um cavalinho para que Tom se juntasse a eles, o que foi feito prontamente.
Rochefort, Somerset
Christopher e Jeremy
No ponto de encontro determinado, Christopher contava os segundos para que Jeremy chegasse antes que tivesse um colapso.
— Me diz que sua irmã deixou alguém responsável pela casa todos esses anos — Pediu o Duque, assim que viu Jeremy se aproximar.
— Romain está com ela — Respondeu categórico, muito nervoso. Christopher passou as mãos no rosto, visivelmente transtornado.
Se em algum momento Jeremy achou que Evans teria calma para pensar em algo antes de agir, o pensamento acabava de ir por água abaixo.
— Como?! — Foi o que ele conseguiu formular até onde sabia, Romain tinha morrido anos atrás na América.
— Como acha que Scarlett explicaria um filho sem um marido presente? — Replicou arqueando a sobrancelha.
Bufando, Christopher colocou as mãos na cintura, pensativo. Não tinham tempo para discutir e precisavam chegar o quanto antes a Romain para descontar sua raiva.
— Quanto tempo leva até chegar a casa? — Quis saber. Se lembrava de onde se localizava o imóvel, mas não tinha noção do tempo.
— Dez minutos no máximo — Calculou.
— Então vamos. — Montando em seu cavalo novamente, Christopher nem esperou que Jeremy o acompanhasse, saiu em disparada para a antiga residência de Scarlett.
Scarlett
No primeiro momento, ela tentou não entrar em pânico. No dia anterior ela tinha importunado o bebê o quando podia. Tocando a barriga, conversando e cantando, distraindo a si mesma com o bebê. Talvez, e essa ideia era a qual ela mais se apegava, o neném só estivesse cansado e resolveu dormir um pouco mais, ficar mais quietinho por um tempo maior.
Depois de um tempo, a paciência dela começou a diminuir, ela já estava acordada a quase três horas e nada de sentir mexer.
Se levantar, pular, correr – o que era quase impossível no quarto que não era tão grande –, fazer qualquer coisa que se lembrasse de fazer os filhos mexerem. Scarlett tentava de tudo um pouco para fazer aquela criança acertar sua costela a todo custo. Ela sabia que veria estrelas pelo resto do dia pela dor que aquilo causaria, mas estava valendo se soubesse que o bebê estava bem.
— Vamos bebê, só um chutinho — Pediu, mas nada do bebê reagir.— Amorzinho, assim você assusta a mamãe. Mexe só um pouquinho, por favor — Insistia, tocando vários pontos da barriga que sabia onde geralmente o bebê correspondia.
Para aumentar ainda mais seu desespero, Romain tinha saído a algumas horas e ela não fazia ideia de que horas ele voltaria. Só esperava que não demorasse mais. Precisava que ele chamasse um médico o quanto antes.
Testando pela décima vez a porta que estava trancada, Scarlett cogitava a possibilidade de pular a janela. A barriga a faria perder o equilíbrio, com certeza, além do que, a distância que ela teria que se lançar até chegar ao chão era muito arriscada.
Olhando mais uma vez pela janela, a loura se sentiu aliviada por finalmente ter ajuda ao ver Romain descer do cavalo e entrar em casa.
Não demorou muito para que ele entrasse no quarto com cara de poucos amigos. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Scarlett se adiantou.
— Romain, você precisa chamar um médico. Não estou me sentindo muito bem.
— Você parece bem — Replicou a analisando, um pouco agitado, caminhando até a janela, observando o cenário que continuava o mesmo: praticamente deserto, sem ninguém andando pelos arredores.
— O bebê ainda não mexeu e isso não é normal — Disse ansiosa, sentindo um incômodo na boca do estômago. Algo tinha acontecido e ela podia notar pelo comportamento dele.
— Isso não deveria ser normal? Ainda é consideravelmente cedo — Disse sem dar muita importância, caminhando pelo quarto.
— Não quando se trata dos meus filhos — Garantiu, tomando o lugar dele no parapeito da janela. vc Assim que eu acordo é um chute de bom dia, um para lembrar do desjejum e outro mais agitado logo depois — Explicou — Já fiz tudo o que deveria, o que podia e nada aconteceu.
— E? — Perguntou entediado.
— Eu preciso ver um médico — Falou categórica, tentando não de alterar, ficar nervosa naquele momento não ajudaria em nada — Sei que não vai ter orçamento para chamar o Doutor Stephen, mas algum médico das redondezas — Sugeriu.
— Scarlett, tenho certeza que ele está bem. Deve ser apenas coisa dessa sua agitação — Opinou, caminhando pelo quarto.
Enquanto falavam, Romain ia reorganizando algumas coisas do cômodo, arrastando um pouco mais a cômoda para perto da porta e checava as tábuas colocadas na balsa aos lados da cama – que eram as únicas formas de Scarlett sair segura, já que elas tinham treliças do lado de fora e a cobertura da varanda.
— Tenho certeza de que a minha agitação — Começou tentando controlar a irritação, odiava quando os homens desdenhavam das preocupações ou pensamentos das mulheres por serem agitações, os nervos muito sensíveis ou coisa parecida. Ela se conhecia, conhecia o corpo na gravidez e como os filhos costumavam ser — Eu sei que alguma coisa está errada e que preciso ver um médico — Repetiu, da forma mais clara e calma que conseguia.
— Acha que assim vai conseguir escapar de mim, Scarlett? — Indagou com aquele sorriso presunçoso que a irritava tanto naquelas semanas.
— Não vou desistir tão fácil, se é isso que está pensando — Acrescentou com um leve tom de divertimento — Mas ainda não é a questão. Só estou pensando no meu bebê.
Parecendo não prestar atenção nela, Dauriac voltou para a janela, se agitando ainda mais com o que tinha visto do lado de fora.
— Eu já volto — Avisou de supetão, saindo e trancando a porta.
Com um suspiro cansado, Scarlett se sentou novamente na cama, ouvindo os barulhos comuns dos obstáculos que ele deixava para bloquear a porta. Voltando a roçar a barriga, ela estranhou o barulho de algo líquido caindo no chão.
Romain
Horas antes naquele dia
Abrindo a porta do quarto que Scarlett ocupava, ele entrou no ambiente observando a loira dormir, a mente viajando a época que se conheceram, o casamento…
Scarlett era a representação do que todos os homens buscavam em uma esposa: era bonita, inteligente, doce e educada. Qualquer cavalheiro durante a temporada social cairia aos pés dela para que aceitassem seus pedidos de casamento. Ele tinha tido, além de tudo, sorte para que ela aceitasse seu cortejo.
Ele estava animado com a perspectiva de uma vida ao lado de Scarlett. Ela seria uma boa esposa, uma ótima mãe. Seria uma boa vida.
Isso até o excelentíssimo Duque de Somerset entrar na vida dos dois.
Hayley deveria ter sido a escolhida. Hayley era a melhor opção. Hayley também era completamente adequado à situação.
Não Scarlett.
Mas Hayley era teimosa, cabeça dura, tinha que se exibir em seu passeio com o duque e suas habilidades de montaria. Acabou que eles sofreram um acidente no percurso e Scarlett tinha ficado encarregada de cuidar do duque e dos ferimentos.
Romain sabia que Scarlett era uma esposa devota e que jamais se insinuaria a outro homem. Porém, ainda era Scarlett. A doçura, dedicação e simpatia a quem desfrutava da sua companhia era evidente e encantadora.
Era óbvio que Christopher se encantaria pela mulher sem nem ter colocado os olhos sobre ela direito.
Tinha pouco conhecimento da vida de Christopher Evans, mas até onde sabia sobre o duque é que era um homem fiel a Emily, esposa dele na época.
Nunca imaginou que, além de buscar uma amante, o Duque tomaria sua esposa para tanto.
Tendo o aval do sogro, Romain se viu derrotado em tentar dissuadi-lo daquela ideia e, semanas depois, o francês se via em um quarto da mansão Somerset enquanto sua esposa estava em algum quarto com Christopher.
Entornando o vinho deixado propositalmente no quarto, ele tentava evitar as imagens que sua mente criava: Scarlett e Christopher em um quarto, dividindo a cama.
Inglaterra, Somerset
22 de abril de 1819
Seis anos antes
Romain
O dia mal tinha amanhecido e Romain já estava de pé.
Na verdade, mal tinha conseguido pregar os olhos na noite anterior. Sabia que o quarto em que Scarlett tinha sido colocada com Christopher ficava bem longe do seu, mas parecia que seus ouvidos ouviam claramente o que era feito naquelas quatro paredes.
Decidindo que já era sofrimento o suficiente o que sua imaginação lhe obrigava a pensar, o homem saiu para uma caminhada pelos arredores.
A mansão ficava em um lugar muito arborizado de Somerset, dando fácil se perder por entre as árvores caso não prestasse atenção na estrada.
Depois de quase uma hora caminhando pela floresta, Romain voltou para casa, encontrando a família Evans, com a exceção de Christopher, Karsten e Melanie a mesa tomando o desjejum com exceção de Hayley, Jeremy e Scarlett.
Se juntando aos demais na mesa, Romain murmurou um bom dia a todos, fuzilando o sogro com o olhar, o colocando como responsável por tudo o que estava acontecendo, mas ele pareceu não se importar.
Logo Jeremy e Hayley juntaram-se na mesa e nada de Scarlett e Christopher.
Os criados já se organizavam para tirar a mesa quando Scarlett e Christopher, finalmente, desceram. Primeiro a loura, que entrou incrivelmente vermelha, provavelmente por saber o que todos estavam pensando. Alguns minutos depois, Christopher que agia como se nada houvesse acontecido.
— Senhor Romain, senhor e senhora Johansson, I Senhor Brolin solicita a presença dos senhores em seu escritório — O mordomo anunciou assim que os Evans saíram da mesa — Senhora Scarlett, ele o espera assim que terminar o desjejum — Acrescentou, se retirando em seguida.
— Claro — Respondeu Karten por todos.
Em uma marcha silenciosa, os três seguiram para o escritório de Brolin. O homem sentado atrás de sua mesa de mogno parecia o próprio rei do lugar.
Karsten se colocou ao lado do cunhado, em pé, enquanto a esposa se sentava no sofá próximo e Romain, sem muito interesse, foi observar a janela. Todos em um silêncio absurdo à espera de Scarlett que surgiu alguns minutos depois. Com um aceno do tio, a loura ficou à frente dos homens na mesa.
— Bem, ele a possuiu? — Perguntou Josh direto, sem rodeios. Karsten e Melanie ficaram claramente incomodados. Romain fechou o punho, desejando socá-lo, assim como Evans.
Um silêncio constrangedor se seguiu antes que Scarlett respondesse.
— Sim — A voz baixa, quase inaudível, denunciavam a vergonha e o constrangimento de dizer aquilo com tantas pessoas ao redor.
— Mais de uma vez? — Quis saber. Encarando a mãe por um segundo, logo em seguida o pai, Scarlett não estava nada confortável em ser interrogada daquela maneira — Você fera que se acostumar a falar sobre isso, querida — Insistiu.
— Sim, mais de uma vez — a loura se viu obrigada a responder, abaixando o olhar em seguida, evitando encarar Romain que tinha os olhos fechados como se alguém o torturasse.
— E ele ficou satisfeito? — A cada pergunta feita, todos na sala se sentiam cada vez mais desconfortáveis, Scarlett já procurava um buraco para se enfiar, apenas Josh parecia se divertir.
— Eu acredito que sim — Foi a resposta que Romain ouviu, sentindo o estômago revirar em desgosto.
— Ele disse isso? — Pressionou, desejando uma resposta mais clara.
— Ele não precisou dizer, tio — Esclareceu a loura.
— Pode ir — Com um sorriso satisfeito pelas respostas, ele a dispensou.
Assim que Scarlett saiu da sala, Romain a seguiu a alcançando no corredor e a puxou para um canto reservado.
O olhar gelado que a loura lançou a ele quando ficaram frente a frente, o fez entender que ele demoraria a reconquistá-la.
— O que acontecer daqui para frente, Romain, é culpa sua. Você deixou acontecer. — Pontuou, o deixando sozinho em seguida.
Depois disso o casal mal se via, salvo em uma ou outra refeição.
Parecia que Christopher a mantinha em uma redoma e Scarlett, definitivamente, parecia não se importar.
A mansão anexa ou o chalé, como costumavam chamar, que tinha sido feita apenas para Scarlett fazia com que fosse ainda mais difícil de encontrar com a loira.
Um dia, revoltado, Romain foi até a casa procurar pela esposa, sendo orientado a esperar na sala de estar. Entretanto, quase trinta minutos tinham se passado e nada de Scarlett aparecer, então, o francês decidiu dar uma volta pela casa e explorar o ambiente por conta própria.
Com certeza a decoração havia sido feita por Scarlett, ele reconhecia o toque dela pelo ambiente. Distraído com o que via, Romain se surpreendeu ao ouvir sons abafados um pouco mais a frente no corredor. Seguindo o que ouvia, ele sabia qual seria a fonte dos barulhos. Os claros gemidos vinham de uma porta dupla que estava trancada.
— Chris… — Ele a ouviu gemer em súplica. A resposta de Christopher veio em uma risada rouca e, em seguida, o som de um baque surdo dos sapatos batendo no carpete. — Ah, ah… assim — O gemido de satisfação da loura o fez espumar de raiva. Ela nunca tinha sequer demonstrado metade da vontade com ele na cama daquele jeito.
Como em uma sessão de auto punição, Romain se abaixou olhando pelo buraco da fechadura, espiando o que acontecia no cômodo fechado.
A imagem de Scarlett curvada na mesa do escritório, sendo invadida por Christopher, as faces coradas de prazer com o Duque tão entorpecido quanto a loura, foi o suficiente para Romain sair dali e procurar o bordel mais próximo para aliviar sua raiva e frustração.
Alguns dias depois daquilo, Romain tinha sido informado de que faria alguns trabalhos pela coroa nas Américas e que partiria em poucos dias.
Em seus dias nos Estados Unidos, Romain só pensava em como se vingaria, sobretudo, se Christopher. Além de ter destruído seu casamento e tudo o que tinha idealizado para sua vida.
Tinha demorado alguns anos, muitas coisas haviam acontecido e finalmente estava realizando seu plano.
Houveram empecilhos, é claro, Scarlett grávida era um deles, entretanto ali estava ele.
E, apesar de ter planejado muito, Christopher continuava a fazê-lo mudar o rumo das coisas. A imagem do cavalo do Duque se aproximando da casa o fez correr com as coisas que planejava fazer dali dois ou três dias, sem Scarlett dentro do imóvel.
O rastro de álcool até a porta de entrada o fez olhar mais uma vez a casa antes de acender o fósforo o deixando cair na poça de líquido inflamável. Observando as chamas se alastrarem pela casa, queimando não dona parte material, mas os sonhos e idealizações que ele havia construído, transformando tudo em cinzas.
Christopher
Cavalgar nunca tinha sido um problema para Christopher. Na verdade era algo que ele fazia com facilidade e amava. Até aquele momento.
S'mores parecia mais lento do que de costume. Atiçar o animal com as rédeas parecia não funcionar e a casa parecia não chegar.
O alívio bateu assim que ele viu a casa de Romain.
O cavalo mal tinha parado e Evans já saltava do animal, olhando em volta, ele não notou a presença de Romain ou Scarlett. A única presença era a do cavalo de Jeremy que vinha logo atrás dele.
Circundando o terreno, Christopher viu o cavalo de Romain sair em disparada por uma estrada nos fundos da casa. Voltando imediatamente para o seu cavalo, Jeremy chegava a casa.
— Ele foi pelos fundos, vá atrás dele — Ordenou Christopher. Jeremy assentiu fazendo o que o cunhado tinha pedido sem nem questionar.
O desespero voltou a bater no peito de Christopher quando viu que a porta da frente, assim como as janelas, mostrava as chamas que consumiam o interior do imóvel. Tentando entrar pelos fundos, ele notou a porta trancada e a madeira muito quente, indicando que por ali também não seria possível entrar.
Por um momento, ele se sentiu aliviado. Talvez Scarlett não estivesse ali e Romain tivesse feito aquilo para despistá-los. Voltando para seu cavalo, Evans estava mais uma vez apreensivo, mas mais aliviado. Scarlett não estava correndo perigo.
Ele estava quase montando em S'mores, quando a voz dela o alcançou.
— Socorro!!? — Scarlett berrou da janela — Ajuda, por favor!!!
Com o corpo entorpecido, ele se virou mais uma vez para a casa e a viu na janela do segundo andar.
— Scarlett — Ele ofegou, descendo o pé que tinha colocado na cela para montar o animal.
— Christopher — O notando, a loura sentiu uma onda de alívio.
Estava salva.
Jeremy
Seguir Romain não foi uma tarefa difícil, ainda mais com a raiva que estava.
O francês o conhecia, sabia o quanto as irmãs significavam para ele e não deveria ter feito o que fez.
Se quisesse conversar com Scarlett, ele até daria um jeito de arranjar um encontro para os dois sem que Christopher soubesse e sem que chamasse atenção. Mas sequestrar Scarlett, ainda mais grávida, era algo que ele não perdoaria.
O passado era passado e já não poderia ser mudado, assim como as consequência que tinham acarretado no futuro. Assim, Scarlett já não era mais esposa de Romain e ele deveria ter aceitado da mesma forma passiva que aceitou que o pai tinha entregado a esposa dele a outro.
Notando o caminho que ele fazia, Jeremy se adiantou, pegando um atalho na estrada pensando em alcançá-lo um pouco a frente.
Christopher e Scarlett
O desespero pede medidas igualmente desesperadas. O resultado dessas escolhas só serão vistos momentos depois, depois que a euforia passa e as coisas se acalmam.
Entretanto, naquele cenário, Christopher deveria continuar mantendo a calma. A casa estava em chamas. Scarlett estava dentro do imóvel que era consumido pelo fogo. Ela estava grávida e ele precisava ser rápido.
Não poderia entrar ou seria queimado até a morte antes mesmo de conseguir chegar até a loura. A melhor opção seria fazê-la descer, mas não a faria pular.
Uma escada. Era isso que precisava.
— Um minuto, Petit — Pediu, correndo para um celeiro no vizinho à procura da escada e, por sorte, tinha exatamente o que ele precisava. Posicionando a escada próxima a janela, ele subiu os degraus até chegar a Scarlett. — Achei você. — Sorriu aliviado, assim como a loura que tinha os olhos cobertos de lágrimas.
Christopher a ajudou a pular a janela e a descer as escadas, enquanto a casa era consumida pelo calor do fogo.
Chegando ao chão, Scarlett sentiu o corpo desabar de alívio, chorando compulsivamente nos braços de Christopher, que a amparou, a abraçando com força.
— Acabou, meu amor — A consolou a afastando o quanto podia da casa, o calor que a construção emanava começava a ser insuportável.
Jeremy
— Fim da linha, Romain — Anunciou Jeremy, parando em frente ao ex-cunhado o parando na estrada.
— Você não quer fazer isso, Jeremy — Disse tentando dissuadi-lo.
— Não?! — Disse indignado — Depois de ter sequestrado a minha irmã grávida? Depois de ter colocado fogo em uma casa com ela dentro?
— Sabe que legalmente ela ainda é minha esposa — Recordou.
— Legalmente. — Repetiu como se testasse a palavra — Duvido que ela concorde com isso — Opinou.
— Ela pode não concordar, mas é o que é — Argumentou — Agora, se me der licença, preciso ir — Tentando avançar com o cavalo, Romain foi impedido.
— Você vem comigo, senhor Dauriac — Exigiu.
Romain sorriu em resposta, se ajeitando no cavalo e Jeremy entendeu que ele buscava uma alternativa para sair dali. Aproximando-se do cavalo dele, Jeremy segurou as rédeas do animal. Dauriac não pensou duas vezes antes de descer do cavalo e sair correndo. Jeremy fez o mesmo, correndo atrás do homem.
Não foi difícil para Jeremy alcançá-lo e derrubá-lo no chão alguns metros depois.
— Eu poderia acabar com você aqui — Disse Jeremy ofegante, puxando os braços de Romain para trás. — Mas tenho certeza de que Christopher não vai ter pena de você.
— Por uma amante? — Desdenhou, sentindo os pulsos serem amarrados por uma corda. — Praticamente uma meretriz — Assim que o nó estava bem atado, Jeremy o levantou, acertando um soco na barriga de Dauriac.
O francês se curvou, pela dor, sendo amparado pelo ombro do outro.
— Ofenda a minha irmã mais uma vez e sua próxima casa será a sete palmos abaixo da terra. — Ameaçou o endireitando, dando um sorriso simpático em seguida. — Acho que agora podemos ir — Decidiu, pegando outra corda maior em um dos bolsinhos que tinham na cela, passando ao redor do corpo de Romain.
O ajudando a montar no cavalo e com a corda amarrada para evitar que ele fugisse, Jeremy e Romain voltaram para a casa em chamas.
Christopher e Scarlett
— Mais calma? — Christopher a analisava minuciosamente, Scarlett assentiu, ainda com a cabeça apoiada no peito dele.
Apoiados em S'mores, que estava ocupado comendo um pouco do pasto que tinha em frente a casa, o casal observava o fogo consumindo a casa, se tornando vez mais alto.
Christopher abraçava Scarlett com mais força a cada vez que imaginava que ela poderia não estar em seus braços.
— Podemos ir? — Pediu.
Ela queria a própria casa, a segurança do lar, de estar com os filhos. Precisava descansar na própria cama, abraçada a Evans.
Precisava da rotina e da monotonia de volta.
— Vamos esperar Jeremy mais um pouco. Se ele demorar mais, nós iremos — Ponderou. Scarlett assentiu, tentando se acalmar. Mesmo com toda a euforia do que tinha acontecido, ela não sentia o bebê mexer. A preocupação estava a consumindo e o medo não só pela possível perda, mas também de contar a Christopher.
Os minutos passaram e, por fim, eles viram Jeremy se aproximar. O Duque sentiu Scarlett estremecer ao ver o ex-marido, fazendo com que Christopher a abraçasse com mais força.
— O que faço com ele? — Parando a frente do casal, Jeremy desceu do cavalo indo verificar a irmã. — Vai ficar tudo bem, não é? — A recebendo em um abraço, tendo a resposta positiva dela. — E então? — Erguendo o olhar para Christopher, ele esperava uma resposta.
— Não o leve ao departamento da coroa. Leve-o para a mansão, tem um quarto na ala dos criados que não é usado por ser totalmente fechado, o tranque lá — Orientou o Duque, controlando-se ao máximo para não avançar sobre Romain.
Cumprindo a orientação do cunhado, Jeremy voltou a montar o cavalo, levando Romain para Somerset House.
— Acha que consegue voltar cavalgando? — Scarlett assentiu, sendo ajudada por ele a subir no cavalo. Christopher foi em seguida, a amparando para retornarem a casa.
Autor(a): lety_atwell
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15 de abril de 1816 Somerset, Inglaterra Christopher e Scarlett Ao chegarem em casa, Christopher notou que o ambiente estava praticamente vazio. Provavelmente Jeremy tinha pedido para que todos se retirassem, como estava indo muito mais rápido, acabou chegando alguns minutos antes que o casal. Daquela forma seria melhor, ela poderia se limpar, comer e desca ...
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