Fanfic: O Duque e Eu - Evansson - 3° Temporada | Tema: Scarlett Johansson, Chris Evans, Evansson
14 de junho de 1816
Casa do Senhor Riddler
Christopher e Robert
O testamento de Riddler já estava pronto há duas horas.
A tortura de Christopher tinha começado a uma.
O Duque já tinha tentado ir embora algumas vezes, Robert tinha perdido a conta depois da décima, mas Riddler sempre arrumava um jeito de estender um assunto, algo novo a ser mostrado, um copo a mais de Whisky, talvez um bourbon…
Christopher só sabia dizer que estava agitado demais para continuar ali e já estava a ponto de inventar algo muito constrangedor para ir embora.
— E então, Evans, acho que já falei demais sobre mim. Me conte, como está seu pai? Faz alguns bons meses que não o vejo — Puxando mais um assunto depois de terem ficado alguns segundos em silêncio.
— Ele está bem, viajando algumas vezes para ver os amigos… — Comentou sem muita vontade, olhando para Downey de forma suplicante.
— A conversa está ótima, Senhor Riddler, mas temos que ir — Se levantando, Robert disse com pesar, esperando que o senhor não os levasse para um passeio pelos jardins da casa.
— Ainda vamos servir o jantar — Protestou o senhor, se levantando também.
— Sinto muito, mas… — Antes que Downey pudesse arrumar uma desculpa qualquer, um mensageiro entrou na sala.
— Pois não? — Riddler, se aproximou do homem, esperando a mensagem. Assim que a mensagem foi entregue o senhor passou os olhos pelo papel e pela caligrafia feita às pressas e franziu o cenho antes de sorrir e se virar para as outras pessoas na sala. — Evans, meus parabéns, parece que seu filho nasceu — Anunciou o senhor.
As palavras de Riddler pareciam não fazer sentido na cabeça de Christopher. O bebê não deveria nascer naquele dia, ainda faltava um mês, trinta dias.
Scarlett estava bem quando ele a deixou algumas horas antes.
Se lembrava que, com Scott, ela tinha mantido uma postura firme até que ele a pressionar para que contasse o que estava acontecendo. Será que a loura já estava sentindo as dores do parto e não quis falar?
"O seu filho nasceu"
A frase ecoava em seu cérebro como as badaladas do sino de uma catedral.
Seu bebê tinha nascido.
Ele era pai outra vez.
— Selem um cavalo. Eu preciso voltar para casa — Ordenou o Duque, tão logo ele conseguiu pensar de forma coerente.
Ele precisava estar em casa o quanto antes, precisava ver o jogo membro da família Evans. Precisava estar ao lado de Scarlett.
Mansão Somerset
Scarlett
Fazer aquilo pela terceira vez não poderia ser tão difícil. Alguns minutinhos fazendo força e pronto, certo? O bebê estaria em seus braços, não é?!
Obviamente não. Não se tratando de Scarlett.
O líquido que havia escorrido tinha sido apenas o suficiente para molhar o carpete em uma poça considerável, mas não para fazer o bebê nascer.
As contrações estavam espaçadas, mas bem fortes, ela tinha certeza que em pouco tempo elas se regulariam para que o bebê nascesse.
— Remy, já mandou chamarem o Christopher? — Quis saber, preocupada que o Duque não chegasse a tempo de ver o bebê nascer.
— Scarlett, foi a primeira coisa que eu fiz — Relembrou, a acompanhando com os olhos, enquanto a irmã andava impaciente pelo quarto.
— Faz quanto tempo?
— Scarlett, respira, logo ele estará aqui. Agora se concentra no bebê que está para nascer — Repreendeu indo até a irmã, massageando os ombros dela.
— Esse bebê só vai nascer quando o pai dele estiver aqui — Esbravejou, se soltando das mãos dele, sentindo uma contração mais forte. — Aí, como isso dói — Reclamou, se segurando no balaústre da cama.
— Eu até acreditaria em você se essa não fosse a terceira vez que você traz uma pessoa ao mundo — Brincou Jeremy.
— Jeremy! — Repreendeu a loura.
— Não estava com você no parto de Scott, mas tenho quase cem por cento de certeza que você disse que não teria mais filhos e aqui estamos novamente. — Debochou, rindo da carinha fechada que ela fez.
— Vou te trocar pela Hayley — Reclamou, voltando a andar pelo quarto para se distrair das contrações.
— Hayley está mais nervosa que você. Só não entendi o porquê — Divagou um pouco confuso.
— Já chamou a parteira e o Doutor Stephan? — Encher Jeremy de perguntas deixava Scarlett distraída das dores que estavam se tornando mais ritmadas.
Conhecendo os sinais do próprio corpo, Scarlett estava ficando assustada pelas coisas estavam andando com mais rapidez do que das últimas vezes, apesar de estarem demorando pela dor que sentia. A bolsa já tinha estourado a duas horas e sentia o bebê baixando.
Talvez fosse coisa de sua cabeça por Christopher não estar com ela, por não saber onde ele estava e quando chegaria.
— Já chamei todo mundo que precisava estar aqui, senhora Evans, como disse — Respondeu com um longo suspiro. — Agora relaxa e concentre-se em trazer meu sobrinho ao mundo.
Ela estava tentando, de verdade, mas queria Christopher ali com ela. Queria os braços dele a amparando e dando forças para que o novo bebê chegasse ao mundo e iluminasse a casa como sempre.
Christopher
O caminho de volta para a mansão Somerset costumava ser mais rápido, levando geralmente uns cinquenta minutos, mas no nervosismo e ansiedade que estava, Christopher estava com a impressão de que estava naquela estrada a dias e não a apenas alguns minutos.
A ansiedade de chegar logo em casa fazia parecer que tinham mais tempo na estrada.
Scarlett não poderia dar à luz sem ele. Evans tinha prometido a si mesmo que nunca mais perderia o nascimento de um filho e ali estava ele torcendo para que o puro sangue desse conta de levá-lo de volta para a casa a tempo.
Mansão Somerset
Simon, Scott e Hayley
— Titia, a mamãe tá bem?! — Com o olhar assustado, Simon encarava a tia, esperando a resposta.
— Está, meu amor, ela está bem — Como forma de contradizer a morena, um gemido um pouco mais alto de Scarlett os alcançou no quarto de brincar dos meninos.
— Isso não parece estar bem, querida — Tom observou, achando graça.
— Tia Hayley? — Simon voltou a chamar, preocupado.
— Meu bem, está tudo bem, é só que um bebê exige certo esforço para nascer — Tentando contornar a situação, ela voltou a distrair os sobrinhos com os soldadinhos com que brincavam à sua frente.
Não funcionou por muito tempo, uma vez que em poucos minutos um gemido, quase grito, de Scarlett voltava a ecoar pelos corredores.
Talvez não fosse uma boa ideia ficar tudo perto de onde os frutos vinham. Mesmo que estivessem um andar acima do quarto de Scarlett. O quarto de brincar ficava próximo as escadas, o que fazia com que eles ouvissem o que se passava no andar inferior.
Scarlett
— Vossa Graça, devido ao avanço das suas dores, creio que a melhor opção seja se deitar. O bebê pode sair a qualquer momento e eu…
— Doutor Stephan, só irei para aquela cama quando Christopher chegar! — Disse em um tom mais ríspido do que gostaria, mas estava com dores e o medo de que o Duque não chegasse a tempo a angustiava.
Stephan assentiu, encarando Jeremy com um olhar consternado, levando o irmão da loura para um canto do quarto.
— Ela precisa se deitar, o bebê pode nascer a qualquer momento e, com ela de pé, não conseguiremos amparar a criança — Compartilhando suas preocupações com Jeremy, o doutor observava a loura que continuava a andar de um lado a outro para tentar aliviar um pouco da dor.
— Eu conheço a minha irmã, e quando está determinada ela não desiste fácil — Disse também preocupado. — É melhor que Evans chegue logo.
No lado de fora do quarto
A cena era a mesma de quatro anos antes, Karsten, Melanie, Robert e Lisa estavam sentados na antessala do quarto, ouvindo apenas os murmúrios e movimentos do quarto, aguardando o momento o chorinho que anunciaram que eram avós mais uma vez.
Robert, não se aguentando de ansiedade, mais uma vez, caminhava pelo pequeno cômodo impaciente. Melanie balançava a perna com a mesma impaciência, assim como Lisa. Apenas Karsen parecia calmo.
— Onde Christopher se enfiou desta vez?! — Indagou Robert, impaciente.
— Lembra que Riddler o chamou hoje mais cedo?! — Retrucou a esposa, ouvindo um resmungo do marido como resposta.
— Já o avisaram? Alguém mandou chamá-lo? — Tornou a perguntar.
— Jeremy já o fez — Melanie respondeu dessa vez, encarando a porta do quarto como se pudesse ver através dela — Por que está demorando tanto? Não é a primeira vez! — Reclamou a senhora.
— Talvez seja porque o bebê deveria nascer apenas no mês que vem — Observou Karsten, prestativo.
— Ainda tem isso — Replicou, ainda mais nervoso por ter sido lembrado daquele detalhe.
Christopher
Ele não tinha tempo de deixar o cavalo nos estábulos ou de descer com calma da sela do cavalo.
Chegando próximo a entrada de casa, Christopher apenas pulou do cavalo, indo desesperadamente para o interior do imóvel.
Entrando em casa, parecia que tudo estava normal, a única diferença é que estava vazio, com certeza estavam no andar de cima, com o novo bebê e só faltava ele.
Com ainda mais pressa, Christopher seguiu para o patamar superior, para o quarto que Scarlett deveria estar.
— Ah, aí está você! — Robert exclamou aliviado.
— Scarlett e o bebê. Onde estão?! — Perguntou apressado, com uma ansiedade que não cabia no peito.
— Scarlett ainda está lá dentro, o bebê ainda não nasceu — Ouvindo as palavras do pai, Christopher não sabia se sentia um alívio ou mais desespero. — Onde vai?
— Entrar para ver o nascimento do meu filho — Disse já dando as costas para os familiares e entrando no quarto.
Assim que entrou no quarto, Scarlett estava curvada sobre a cama, tentando sustentar a dor, Jeremy procurava uma forma de ajudá-la, enquanto Doutor Stephan e uma parteira estavam ao lado, avaliando a situação.
— Finalmente! — Jeremy exclamou aliviado se tivesse que acompanhar mais um parto da irmã, nunca mais chegaria perto de Scarlett ou de qualquer mulher.
— Ainda não nasceu — Constatou aliviado.
— Scarlett está irredutível e só vai ter esse bebê quando o pai chegar — Jeremy repetiu as palavras da irmã, caminhando até a porta, dando dois tapinhas no ombro do cunhado — E como você chegou, eu estou indo, ansioso para ver meu sobrinho.
Christopher não respondeu, indo até a loura que respirou aliviada.
— Agora que Vossa Graça chegou e vimos que está tudo bem, podemos continuar com o parto? — Stephan perguntou cansado, já deveriam ter avançado mais com as coisa, mas a insistência de Scarlett por Christopher tinha desacelerado muito as coisas.
Por um momento, Christopher não entendeu o porquê da fala do Douro até que, ao olhar para Scarlett, ele entendeu: ela o queria ali.
Tomando seu lugar na cama, Scarlett se ajeitou próximo a Christopher, se sentindo, finalmente, segura para trazer aquela criança ao mundo.
Examinando a loura mais uma vez, Strohan viu que ainda faltava um pouco para que fosse viável que a loura fizesse força..
Todos continuavam apreensivos do lado de fora do quarto e, dentro do quarto, Scarlett se perguntava pela décima quinta vez porque continuava a ter filhos.
— Como eu odeio isso — reclamou Scarlett, apertando as unhas contra a palma das mãos de Christopher.
— Você não é a única — Acrescentou o duque.
— Sério, Christopher? Você? Que estava ansioso para aumentar a família? — Comentou irônica.
Evans não teve tempo de retrucar, Scarlett quase arrancou a mão de Christopher ao sentir uma contração mais forte que as anteriores, indicando que, em pouco tempo, o bebê estaria entre eles
— Depois você briga comigo, agora se concentra em trazer a minha menininha ao mundo — Pediu calmo, beijando a têmpora dela e segurando ainda mais forte a não dela, demonstrando apoio.
— Nossa menina, Christopher — Corrigiu, ouvindo as orientações do médico e da parteira para começar a fazer força.
Para a felicidade de Scarlett, aquela parte do parto foi mais fácil, de verdade, e, na segunda vez que ela fez força, o bebezinho nasceu.
O chorinho fino invadiu o quarto, deixando o casal emocionado.
— Você conseguiu, meu amor — Parabenizou, beijando-a na bochecha.
Enrolando o bebê em uma mantinha, a parteira o passou para o médico que o examinou rapidamente, entregando aos pais que aguardavam ansiosos.
— Meus parabéns, é uma menina — Anunciou o doutor, deixando a bebêzinha nos braços da mãe.
A loura pegou a menina em seus braços, a acomodando para ver melhor aquele serzinho que ela tinha acabado de dar a Luz.
— Oi meu amor — Segurando na mãozinha pequenininha da bebê, Scarlett a encarava com os olhos cobertos de lágrimas. Era mãe outra vez.
— Ela é tão pequenininha — Evans observou em um fio de voz, como se um tom mais alto fosse machucar a bebê.
De fato, a bebê era um pouco menor que Simon e Scott, o que poderia ser pelo fato de ter nascido um mês antes.
— É sim — Concordou a mulher, tocando delicadamente nos fios que um dia seriam os cabelos, mas, naquele momento, era apenas uma leve camada de pelinhos claros.
— E o meu nome, mamãe ? — Christian pediu, aguardando para ouvir o nome oficialmente como havia acontecido no nascimento de Scott.
— Porque eu tenho um papai muito injustiçado já que meus dois irmãos mais velhos têm a inicial da mamãe, vou me chamar Charlotte Rose Evans… Johansson.
— Esse Johansson já foi resolvido, não, senhora Evans? — Implicou o duque, ainda hipnotizado com a filha. — Um casamento e três filhos não são o suficiente.
— É, são — Concordou, descansando o corpo no dele. Os dois encarando apaixonadamente a bebê.
É, eles tinham feito novamente.
Eram pais pela terceira vez.
15 de junho de 1816
Inglaterra, Somerset
Christopher e Charlotte
— Shhh, não chora, a mamãe está descansando — Christopher tentava acalmar a pequena, que parecia prestes a chorar.
— Pode me dá-la, acho que está com fome. — Deduziu, se sentando na cama.
Depois de todo o processo de parto finalizado, Scarlett e a bebê devidamente limpas e realocadas no quarto principal, foram receber os outros familiares entraram no quarto para ver a pequena Charlotte, que descansava no bercinho ao lado da mãe. Simon e Scott já tinham ido dormir quando a irmã tinha nascido – para o alívio de Hayley que não aguentava mais perguntas.
Christopher não saiu do lado da filha nem por um segundo. Admirando a bebezinha a cada suspiro que ela dava.
— Bezerrinho chegando, mamãe — Entregando o montinho cor de rosa nos braços de Scarlett, Christopher se sentou próximo as duas na cama.
— Desse jeito vou me sentir uma vaca leiteira — Reclamou, posicionando a bebê para mamar. — Christopher Evans, você vai acabar dormindo no seu quarto! — Ameaçou ao vê-lo conter um sorriso como se disse que não poderia discordar da argumentação.
— Como se isso fosse acontecer algum dia — Rebateu, puxando os dedinhos do pé dela.
— Simon e Scott ainda não acordaram?
— Quando passei no quarto deles ainda estavam dormindo e a casa continua quieta, então…
— Quero apresentá-los logo — Disse a doida e um pouco preocupada. Se lembrava da curiosidade de Simon nos primeiros dias de Scott e do ciúme que o atingiu logo depois. Simon já não tinha ciúmes do irmã caçula, tinha aprendido a gostar da companhia mesmo que as vezes o achasse irritante, o que era normal para irmãos.
— Será que Scott também terá ciúmes? — Indagou se lembrando daqueles dias.
— Acho que não, ele é muito pequeno. Mas o Simon… — Comentou ainda preocupada.
— Talvez não, ele já está maior…
— É, é um bom ponto — Concordou, voltando a olhar para Charlotte, que a observava curiosa, mesmo concentrada em sugar o máximo de leite — Acho que ela terá seus olhos — Comentou, pareando os dedos na bochecha da menina. — Mas ainda é cedo para saber. Os de Simon eram verdes e agora estão como os seus.
— Ela tem se ter os seus. Como eu disse, quero que ela seja uma versão em miniatura sua. — Relembrou.
— O senhor anda muito mandão, senhor Evans — Implicou, lançando um olhar divertido a ele que sorriu.
— Acho que alguém acordou — Ouvindo o barulho de pezinhos correndo do lado de fora do quarto e, em seguida, a voz de Scott — Quer que os chame?
— Deixe que eles tomem o desjejum primeiro, ela está quase acabando aqui também — Percebendo que Charlotte estava sugando cada vez mais devagar, nos próximos minutos ela deveria parar de mamar.
— Você também deve estar com fome — Se levantando da cama, ele a beijou rapidamente antes de sair atrás dos filhos e de um café da manhã para a loura.
Assim que pisou na sala de jantar, Simon se colocou à frente do Duque com um olhar ansioso.
— Papai, a mamãe já teve o bebê?
— Já sim. Agora você tem uma irmãzinha — Contou pegando o filho no colo, ele estava cada vez maior e pesado, mas Evans ainda conseguia carrega-lo. — Vamos tomar café, preparar uma bandeja para levar para a mamãe e aí vamos conhecer a Charlotte, pode ser?
— Charlotte? É uma menina — Ele parecia confuso — Não era para ser outro menino?
— Não, Simon, era para ser uma menina dessa vez — Corrigiu, bagunçando os cabelos dele. — Quer conhecê-la? E você, Scott? — Ambos assentiram animados.
Christopher mal comeu, deixando para fazê-lo no quarto com Scarlett. Simon fez a refeição mais agitado do que de costume, Scott, contagiado pela animação do irmão, também estava agitado. Assim que terminaram a refeição, os três subiram para o quarto, Simon, que ia na frente, abriu a porta do quarto quase desesperado.
Christopher interpretou aquilo como algo bom – e era mesmo – e como indicativo de que não haveria ciúmes daquela vez. Não tão grande pelo menos.
— Mamãe, papai disse que eu tenho uma irmãzinha — Praticamente invadindo o quarto, o pequeno correu para a cama, parando quando viu o montinho amarelo no meio da cama com a mãe — É ela?
— É, meu bem, agora vocês tem uma irmãzinha.
— Ela é pequenininha igual o Scott era — Constatou subindo na cama. — Por que?!
— Porque eles são bebês e bebês são pequenos — Puxando o filho mais velho para seu colo, Scarlett o abraçou.
— E eu? Sou um bebê também?
— Se depender da sua mãe, você vai ser um bebê até os cinquenta anos de idade, meu filho — Christopher provocou colocando a bandeja na mesinha de cabeceira.
— Vai mesmo! — Rebateu não se importando com a provocação. — Mas você é um mocinho, está crescendo rápido demais.
Christopher não contestou, era verdade. Scott mesmo tinha nascido outro dia e já tinha um ano, ano esse que tinha acontecido tanta coisa!
— E você Scott, quer ver a bebê?! — Pegando o filho do meio no colo, Christopher contornou a cama, indo para o seu lado, e se sentou com o filho que se inclinou um pouco para ver Charlotte com mais detalhes.
Simon e Scott ficaram longos minutos em silêncio apenas observando Charlotte que, às vezes, se mexia em seu sono.
Scarlett e Christopher, em determinado momento, cruzaram os olhares, sorrindo um para o outro. E, sem precisar dizer uma palavra, eles se entenderam, aquela seria a maior prova do amor deles.
Aquelas três pessoinhas eram muito mais do que poderiam desejar.
Quiero, quiero, quiero que se pare el tiempo
Quiero, quiero, quiero en este momento
Quiero - Anahí
23 de junho de 1816
Mansão Somerset
Christopher, Scarlett, Simon, Scott e Charlotte
Era oficial, Scarlett já não tinha mais espaço na própria cama!
Christopher dormia com uma Charlotte apagada em seu peito, enquanto Simon e Scott estavam esparramados ao lado.
Aproveitando que todos estavam distraídos com Christopher, Scarlett tinha ido tomar um banho para começar o dia.
— Dormiram?! — sorrindo ao ver a cena, Anne parou ao lado de Scarlett.
— E vão acordar com toda a disposição do mundo — Considerou a loura.
— E você tem que moderar na disposição, Vossa Graça, ainda está de resguardo. — Repreendeu Anne, pelo fato de que, apesar do resguardo, a loura continuava a brincar com Simon e Scott, pegá-los no colo… — Depois reclama que está com dores.
— Eu sei, mas não quero que eles se sintam de lado porque a Charlotte chegou — Explicou, indo para a penteadeira. — Me ajuda com o cabelo?
Anne assentiu, se colocando atrás da loura para começar a fazer o penteado.
— O que pretende fazer hoje?! — A encarando pelo reflexo, Anne seguia os olhos de Scarlett que se perdia na cama logo atrás delas que era visível pelo espelho.
— Eu tenho alguma outra coisa para fazer além de ser mamãe? — Replicou de forma debochada.
— Me lembro que Vossa Graça estava organizando um baile — Alfinetou, começando a prender os fios louros com os grampos.
— Charlotte tem uma semana, Senhorita Anne — lembrou em tom repreensivo. A verdade é que estava apavorada em ter que organizar uma coisa tão grande, a gravidez tinha sido uma ótima desculpa com os enjoos e mal estar. Charlotte demandaria muito tempo e atenção nos próximos meses, o que deveria atrasá-la nos preparativos. — Seria mais útil voltar com suas aulas. — Atiçou, lançando um olhar provocativo a ela.
— Pensando bem, vamos deixar como está.
Scarlett riu, fazendo Anne corar. A loura não era a única com medo do que aconteceria assim que aquele baile fosse oficialmente anunciado. Eram muitas coisas para lembrar, como falar, sentar, andar… e Anne sabia de tudo, não só tinha reforçado com Scarlett nas aulas, como praticava diariamente a mesa, quando estava com os meninos ou com Poppy, mas era muito diferente fazer aquilo com quase ninguém em volta, outra muito diferente era fazer em um baile recheado de pessoas que analisaram até o alinhamento do seus nervos.
★☆★
— Vai dar um jeito na pilha de cartas? — Entrando na biblioteca com Scarlett, Anne deixava o cestinho para que Charlotte pudesse acompanhar a mãe nas atividades do dia.
— Justamente por isso que resolvi descer — Abrindo mais as cortinas pesadas que impediam o sol de entrar, Scarlett organizava o ambiente para passar as próximas horas.
— Muitos chegaram nos últimos dois dias.
— Nos últimos dois dias?! Aconteceu alguma coisa?!
— O bebezinho nos seus braços, talvez?! — Sugeriu, colocando o cestinho em uma poltrona e a arrasando para próximo da mesa para que Scarlett visse a bebê. — A senhora Lisa fez questão de enviar cartões anunciando o nascimento. — Explicou ao ver a cara de interrogação da outra.
— Ah! — Exclamou sem saber o que responder, provavelmente precisaria da ajuda da sogra para responder aquilas felicitações. — Sabe se Lisa está em casa?
— A vi saindo faz alguns minutos.
— Amanhã peço a ela que me ajude nas felicitações, então.
Colocando Charlotte no cestinho, Scarlett pegou a pena, tinteiro, papéis e tudo mais que precisaria para responder as cartas, pedindo a Anne uma bandeja de chá com biscoitos.
Separando em algumas pilhas as cartas para serem respondidas, Scarlett esperava não passar o resto da tarde presa ali.
Christopher
— Mal chegou e já está com essa cara emburrada — Robert brincou, ao ver o amigo passar pela porta do escritório.
— Sabe, meus filhos estão em casa — Respondeu mal humorado, sentando-se em sua mesa.
— É, eu sei, Morgan também está em casa com a Gwyneth — Concordou.
— Porque me chamou?!
— Você também faz parte desse escritório, oras — Disse como se fosse óbvio.
— Disso eu sei, mas posso fazer minha parte de casa, então o que me leva a perguntar porque eu precisei vir?
— Seu casamento com a senhorita Johansson vai ter que esperar.
— Por que?
Scarlett
A mão da loura parecia que ia cair, já tinha respondido tantas coisas, principalmente par Florence e Brie, as duas tinham enviado muitas cartas.
Charlotte tinha pedido pouca atenção naquela tarde, dormindo a maior parte do tempo que ficaram ali. O sol começava a se pôr e a loura ainda tinha um tempo antes de ter que ir aprontar os filhos e se aprontar para o jantar. Charlotte tinha acabado de mamar e ficaria alguns minutos dormindo, não seria nada mal ler um livro.
Pegando um dia exemplar de Madame Bovary, Scarlett ajeitou Charlotte em seus braços e começou a ler.
Estava acabando a primeira página, quando batidas na porta a distraiam.
— Milagre eu ter conseguido ler uma página. — Murmurou antes de fechar o livro e o deixar na mesinha ao lado. — Entre! — Disse um pouco mais alto.
— Olá sobrinha querida.
— Boa tarde, Tio Josh — O tom irônico saiu bem mais carregado do que ela gostaria, mas Joshua Johansson não lhe despertava o melhor lado. — O que devemos a honra da visita?! — Fazia um tempo que Scarlett não o via, os horários que não se encontravam e Joshua passava mais tempo no centro do que na mansão.
— Me disseram que eu tinha uma nova sobrinha-neta, então vim vê-la. — Entrando no cômodo, ele ficou à frente das duas, com aquele sorriso convencido que Scarlett odiava. — Como se chama? — Se inclinando sobre ela para ver melhor a bebezinha que dormia, a loura tirou o cobertor que cobria a menina, mostrando o rostinho a ele.
— Charlotte. — Disse ainda um pouco desconfortável com a presença dele. Ainda se lembrava do desconforto da conversa depois da primeira vez que tinha dormido com Christopher e de tudo o que envolvia aquela época.
— Ah, que nome adorável. A pequena Charlotte — Se sentando na poltrona a frente, Joshua exibia uma expressão relaxada, levemente divertida. — Sabe, fico feliz que tenha dado a Christopher a filha que ele tanto queria.
— Ou o que? Arrumaria uma substituta para mim? — Desafiou, ajeitando Charlotte nos braços de forma mais protetiva.
— Quem sabe?! Talvez não a você, Vossa Graça é cego por você, mas talvez a parteira possa ter se confundido e, ao invés de um menino, na verdade, seria uma menina. — Sugeriu.
— Um bom plano, sempre funciona, não é mesmo?! A única falha é que Christopher não sai um minuto de perto dos bebês assim que eles nascem — Considerou.
— Nós daríamos um jeito — Replicou, forçando um sorriso. — De qualquer forma, felizmente temos dois meninos saudáveis e essa menininha linda.
— Algo mais Tio?! — Aquele tom era claramente um convite para que ele se retirasse.
— Apenas isso, Vossa Graça. — Se levantando, Josh fez uma reverência exagerada, se retirando da sala.
Josh já não trabalhava tanto em casa, Robert tinha tanto o que ser feito fora de casa que Scarlett nem lembrava que tinha o tio tão perto. Além do tempo que eles ficaram em Kent.
O tio não era uma pessoa desagradável como um todo, mas a forma como ele costumava manipular e coagir as pessoas a fazer o que ele queria era repugnante.
Esquecendo o tio por um momento, Scarlett voltou a pegar o livro, pretendendo terminar pelo menos um capítulo daquela vez.
Ela estava prestes a virar mais uma página, quando a porta voltou a ser aberta. Imaginando ser Simon ou Christopher, já que Scott não teria tamanho para abrir a porta, ela continuou focada no livro. Quando a pessoa estava na sala a tempo suficiente para dizer alguma coisa, porém ainda não tinha feito, Scarlett levantou o olhar, sentindo um frio na espinha, assim como a necessidade de apertar ainda mais Charlotte em seus braços.
Autor(a): lety_atwell
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23 de Junho 1816 Inglaterra, Somerset Christopher Definitivamente, se Christopher tivesse se preocupado mais com Romain seis anos atrás, naquele momento ele seria um problema a menos. Filhos davam trabalho, coisa que ele sabia bem, afinal, tinha três, mas Romain estava dando muito mais trabalho que Simon e Scott juntos. Chegand ...
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