Fanfic: O Duque e Eu - Evansson - 3° Temporada | Tema: Scarlett Johansson, Chris Evans, Evansson
23 de Junho 1816
Inglaterra, Somerset
Christopher
Definitivamente, se Christopher tivesse se preocupado mais com Romain seis anos atrás, naquele momento ele seria um problema a menos.
Filhos davam trabalho, coisa que ele sabia bem, afinal, tinha três, mas Romain estava dando muito mais trabalho que Simon e Scott juntos.
Chegando em casa, ele notou uma movimentação a mais dos criados, mas não se importou, provavelmente Scarlett estava aprontando alguma coisa com a decoração e organização da casa.
Estava para chamar as governanta ou o mordomo, quando a voz de Poppy, em um claro tom repreensivo, falava com os filhos.
— Está chegando a hora do jantar e os mocinhos não tiraram nem a sujeira dessas mãos — Praticamente embasando o pensamento anterior sobre filhos, Evans viu a babá entrar na sala com os dois menininhos com um sorriso travesso no rosto apesar do olhar baixo. — Já para o banho! Quero entregar dois bonitinhos, cheirosinhos e parecendo dois príncipes aos pais de vocês — Resmungou a mulher.
— Será que eu quero ouvir o que vocês aprontaram? — Com uma voz séria e o um brilho divertido no olhar, Christopher encarava os filhos.
— Papai! — Correndo até o Duque, Simon pulou no colo do homem o abraçando com força. Das coisas que amava em ser pai daquelas pessoas, receber todo aquele amor e carinho era a melhor delas. — Nós fugimos da Poppy, e ficamos na estufa fazendo bolinhos.
— Na estufa da vovó Lisa? — Simon fez que sim, com um sorriso travesso.
Das coisas que a mãe de Christopher adorava fazer, em segundo lugar, estava jardinagem. Isso explicava a grande estufa no lado oeste da casa, que era seu lugar de estimação.
— Já providenciei que organizem a estufa, Vossa Graça — Poppy informou, com um sorriso ansioso. — Simon, vamos? Ou não estarão prontos para o jantar. — O apressou.
Colocando o menino de volta no chão, Christopher pegou Scott para um breve abraço, conferindo que o filho também estava bem sujo.
— Poppy, por um acaso, você viu a Scarlett? — Ele se lembrou de procurar antes que tivesse de olhar a casa inteira sem necessidade.
— Ela está na biblioteca com Charlotte — Informou, sem se virar.
Assim que os filhos saíram de seu campo de visão, ele seguiu para a biblioteca atrás de Scarlett. Romain e seus problemas poderiam ficar para depois.
Se aproximando da porta, Evans podia ouvir uma voz masculina que ele não reconheceu de imediato, mas a voz controlada de Scarlett sim, a conversa não deveria ser das mais agradáveis, quase uma discussão.
Entrando no ambiente, Christopher voltou a sentir todo o corpo esquentar. Scarlett, com Charlotte nos braços, em um lado da biblioteca, usando o sofá que dividia o ambiente como escudo e Romain do outro lado, mais próximo de Christopher por estar perto da porta.
— Os meninos estão com a Poppy no quarto deles, vá até eles — Evans disse sério, olhando diretamente para Scarlett, que fez o que ele tinha pedido. Passando pelo Duque, ela seguiu para o segundo andar até o quarto dos filhos. — Sabe, estava voltando para casa e me perguntando o porquê de não ter dado um fim em você a anos atrás quando seria muito mais fácil, porque assim, hoje, você não estaria complicando tanto a minha vida. — Fechando a porta atrás de si, Christopher andava calmamente pelo ambiente, organizando seus pensamentos
— Se você não tivesse aparecido na minha, imagino que nenhum de nós fosse empecilho na vida do outro. — Rebateu e Christopher notou o quão confortável ele estava.
— Como infelizmente não tivemos essa sorte, ainda acho que deveria ter deixado claro que você não seria bem-vindo novamente — Evans ressaltou, se sentando na cadeira de Scarlett.
— Assim fere meus sentimentos, Vossa Graça — Fazendo um grande drama, Romain levou a mão ao peito, fingindo dor.
— Uma pena não me importar com seus sentimentos, Senhor Dauriac — Replicou em um tom sério. — Mas, posso ter algo para acabar com esse sofrimento.
— Uma pena que talvez eu não queira aceitar — Respondeu implicante, forçando um sorriso.
— Sem nem ter ouvido o que tenho a dizer? — Evans disse, mantendo o ar de mistério.
— Ah, dessa vez tem uma proposta?! — Surpreso.
— Não teria, mas a sua insistência em me importunar, me fez pensar em uma.
— Bom, o que tem a propôr, Vossa Graça? — Fingindo um exagerado interesse, Romain dava toda sua atenção ao Duque.
— Mil libras, você assina os papéis do divórcio e desaparece — Propôs.
— Dez mil libras, converso com Scarlett, assino os papéis e nunca mais me verá — Contrapôs.
— Cinco mil — Barganhou — E não chegará perto de Scarlett.
— Então nada feito — Concluiu decidido, encarando o duque de forma desafiadora.
— Por que Scarlett tem que estar incluída? — Quis saber, incomodado com a situação.
— Eu sei que você é um duque, mas, até que eu assine os papéis ela é minha esposa — Reforçou, sentindo os olhos de Christopher em si, o estudando. — Posso denunciá-lo a qualquer departamento da coroa por sequestro.
— Dez minutos é o suficiente? — Questionou, não muito disposto a dar mais que aquilo tinha aceitado não pela, mas porque queria se livrar logo dele.
— Uma quantidade parca de tempo, mas imagino que não queira adicionar mais alguns minutos — Supôs.
— Obviamente — Concordou — Então, mil libras, dez minutos, assina os papéis e nunca mais nos vemos? — Retomou o acordo
— Não eram cinco mil?
— Isso antes de você exigir uma conversa com a minha mulher — Justificou.
— Certo, não vamos continuar essa discussão — Se levantando do sofá, Romain se colocou a frente do Duque, estendendo a mão para firmar o acordo.
— Ótimo, vou providenciar as coisas, no máximo, até depois de amanhã — Evans deu o aviso, apertando a mão do homem.
— Imagino que agora eu deva voltar para o meu confortável aposento — Sugeriu.
— É claro — Confirmou, forçando um sorriso.
No andar de cima
Scarlett
Ela tinha apenas passado no quartos dos filhos, que estavam tomando banho, deixando Poppy fazer seu trabalho. A loura seguiu com Charlotte para o quarto da bebê, se sentando na poltrona com ela nos braços.
Sempre achou que Romain fosse inofensivo, ainda mais da forma como ele a deixou ir, sem brigar, sem contestar, apenas deixou que fosse.
Só que toda a situação que acometeu o sequestro, a deixou assustada. Ela poderia ter perdido o bebê, perdido a própria vida com o incêndio e só os pensamentos a deixaram arrepiada de pavor.
Colocando Charlotte no berço, a menina já deveria estar com o corpinho todo dolorido de tanto ficar no colo e ser apertada pela mãe.
Charlotte a olhava com os olhinhos brilhantes, deixando Scarlett derretida. Colocando um dedo na palma da mão da menina, Charlotte o agarrou com força.
— Quanta força nessa mãozinha, pequena — Sorrindo, ela se inclinou no berço, beijando a testa da filha.
Os barulhos do lado de fora do quarto não vinham, queria Christopher ali, ele não estava com a maior das paciências quando o assunto era Romain, também pudera com tudo o que tinha acontecido era de se esperar que ele não fosse o mais gentil dos homens naquela situação, mas imaginava que ele não faria nenhuma besteira, não com os filhos e ela em casa.
Percebendo os olhinhos da filha começarem a se fechar, Scarlett passou a cantarolar uma música que costumava cantar para os filhos para dormir e rapidinho Charlotte estava apagada.
Soltando a mãozinha da bebê, Scarlett organizou algumas coisas do quarto. Estava quase saindo, quando a porta se abriu e Christopher apareceu.
— Ah, aí está você — Ele sorriu, indo abraçá-la. — Está tudo bem — A tranquilizou
— Eu disse que deveria ter se livrado dele antes da bebê nascer — Repreendeu, se afastando um pouco dele.
— Eu sei, meu amor, mas se tivesse feito isso não poderíamos assinar os papéis do casamento. — Ela o encarou confusa, tentando entender. — Com Romain aqui, os papéis do óbito dele não valem mais nada, logo vocês ainda estão casados, assim, nós não poderíamos nos casar a menos que queira ser presa por bigamia.
— O que? Bigamia?
— Casada comigo e com Romain ao mesmo tempo, legalmente falando, te levaria para a cadeia — Resumiu. — Ele vai embora assim que assinar os papéis e… Romain pediu para conversar com você.
Scarlett o encarou atordoada. Conversar o que? Não tinham nada para falar, tudo o que tinha para dizer a ele já tinha dito antes que ele ateasse fogo na casa. E ele ficou quase um mês a mantendo presa, podia ter falado com ela. Quando ele entrou no escritório, e seu sangue pareceu congelar em seu corpo, Romain começou dizendo que queria conversar, mas ela não estava muito disposta. Sabia que pelo horário, Christopher estava para chegar e, como ela prévia, ele chegou a liberando daquele tormento.
— E você concordou? — Perguntou indignada.
— Era isso ou matá-lo, Scarlett. — O tom um pouco mais grosso surpreendeu a loura, Christopher nunca tinha alterado o tom de voz com ela daquele jeito. — Desculpa, eu estou nervoso por ter que esperar mais para te fazer oficialmente minha, ter que deixá-la conversar com ele — Desabafou, a envolvendo novamente em seus braços. — Me desculpa, meu amor, não queria ser grosso com você. — Pediu, beijando os fios louros.
— Continua assim e eu vou querer o divórcio de você — Murmurou contra o peito dele.
— Não, não vai não. — Negou a abraçando como um pouco mais de força — Você é minha, Petit. — Declarou.
— Vamos dormir em quartos separados hoje. — Avisou ainda emburrada e ele sorriu.
— Como quiser, Vossa Graça. — Concordou irônico, beijando a testa dela.
Batidas a porta os fizeram se soltar, olhando quem ocupava o umbral.
— O jantar está servido, estão esperando por vocês — Anne os avisou, entrando. — Eu fico com a bebê. — Disse apontando Charlotte.
— Ela acabou de dormir, acho que vai dormir por mais uns trinta minutos — Scarlett avisou, checando a filha mais uma vez antes de sair com Christopher para o jantar.
Todos já estavam na mesa quando o casal chegou na sala de jantar. Assim que os dois se sentaram o jantar foi servido e tudo aconteceu como sempre: as conversas rotineiras, Simon e Scott mais aprontando do que comendo, o que acabava divertindo os adultos entre uma bronca e outra.
Por fim, depois da sobremesa, cada um foi para seu canto da casa, nos últimos momentos da rotina.
Scarlett foi colocar os filhos para dormir, enquanto Christopher se ocupava de organizar os papéis para o dia seguinte, tentava deixar as solicitações de Romain para que fossem o quanto antes cumpridas e que francês ficasse longe deles o quanto antes.
◆◇◆
— Achei que fosse dormir no escritório hoje — Scarlett reclamou, assim que ele entrou no quarto. Estava morrendo de sono, só estava o esperando para dormir.
— Não precisava ter me esperado, Petit — Relevou, indo até ela, beijando-a na testa. — Estava terminando algumas coisas para amanhã. Desculpa por demorar.
Scarlett apenas assentiu, o vendo entrar no banheiro. A loura estava quase dormindo mesmo, quando Christopher apareceu, ocupando seu lugar na cama, a fazendo correr para se aconchegar nos braços dele.
— Demorou demais hoje — Reclamou, sentindo o corpo relaxar com o cheiro dele.
— Só estava distraído. — Replicou, beijando a testa dela. — Boa noite, Petit.
— Boa noite — Scarlett disse em um fio de voz, quase inaudível.
Não demorou muito para que ambos estivessem dormindo.
Mais tarde naquela noite
24 de Junho de 1816
Scarlett
Scarlett se virou na cama, procurando o corpo de Christopher para voltar a se aconchegar, mas não o encontrou.
Abrindo os olhos, a loura encontrou a cama assim como o quarto vazio.
Não tinha amanhecido ainda, a falta de barulho e Scarlett não conseguia ver nenhum raio de sol passar por debaixo das cortinas.
Saindo da cama, ela vestiu o roupão por cima da camisola, indo procurá-lo. Passando pelo quarto de Simon e Scott, os dois seguiam dormindo tranquilos como não eram acordados.
Passando no quarto de Charlotte, a porta entreaberta e uns murmúrios vindo de dentro. Devagar, ela abriu a porta e sorriu assistindo Christopher conversar com uma Charlotte completamente acordada, os olhos bem abertos indicavam que ela não iria dormir tão cedo.
Prestando mais atenção, ela ouvia a conversa, mais um monólogo que conversa, dos dois.
— Quando você for maior, papai vai levá-la para cavalgar, seus irmãos adoram e tenho certeza de que você também vai gostar — Charlotte parecia prestar atenção ao que estava sendo dito, os olhinhos passando do rosto do pai e a parede. — Quem sabe também te ensine a atirar, mas a mamãe não vai poder saber.
— Christopher, ela não tem nem um mês e você já quer colocar minha filha para fazer coisas perigosas? — Entrando no quarto, Scarlett o repreendeu.
— É feio entrar sem bater, sabia? — Tirando os olhos da bebezinha, ele encarou a mulher com um sorriso.
— Dos sustos que você já me deu por entrar sem bater na porta, surgindo do nada — Relembrou, se sentando no braço largo da poltrona. — Então, o que faz acordado a essas horas?
— Perdi o sono — Deu de ombros, voltando a atenção para Charlotte, colocando o dedo indicador entre os dedinhos da menina, rindo ao sentir o aperto.
Scarlett os observava fascinada. Apesar de todos os defeitos e tudo o que tinha acontecido, ele era um bom pai. Era carinhoso, atencioso, paciente… mesmo de querer colocar os filhos em todas as situações arriscadas possíveis. Mas era um bom pai. E com Charlotte… ele realmente estava apaixonado pela menina.
Ele era apaixonado pelos três, mas com a caçula, Scarlett tinha certeza de que ela seria a garotinha do papai.
— Ah, Christopher, por quê será que eu tenho a impressão de que você vai estragar essa menina? — Scarlett cantarolou, passando os dedos pelos cabelos dele.
— Mimar minha filha é estragar? — Considerou, se virando para ela com um sorriso zombeteiro. — Quer dizer que estraguei você, Vossa Graça?
— Veja bem, eu sou sua mulher. — Disse divertida.
— E ela é nossa filhinha, ou seja, merece ser ainda mais mimada — Refutou, a fazendo rir. — Vem cá — Ele a puxou para o seu colo, a acomodando, junto com Charlotte, que começou a resmungar, ensaiando um choro.
— Alguém quer mamar — Tirando a bebê do colo do pai, a ajeitando em seus braços, sendo amparada por Christopher. Abrindo alguns botões da camisola, abaixando o tecido e, em segundos, Charlotte sugava com vontade. — E agora, quer me contar por que acordou no meio da madrugada?
— Perdi o sono, meu amor — Repetiu, distraído, tocando com cuidado o cabelinho de Charlotte.
— Você nunca perde o sono, Christopher, tem alguma coisa te incomodando — Pontuou, esperando que ele respondesse, mas Evans se limitou a um dar de ombros. — É pelo Romain? — Pensando, aquilo seria a única coisa que o preocuparia.
— Não queria que acontecesse, mas sei que é necessário — Respondeu pensativo. Scarlett esperou para que ele continuasse. — Se… se não tivéssemos as crianças, e tudo não passasse de um affair, como no início. Você voltaria com ele?
— Não. — Respondeu de imediato, sem nem pensar muito. — Quando meu pai disse que você tinha me escolhido ao invés da Hayley, eu fiz de tudo para convencê-lo de que deveríamos fugir, que ele não poderia me deixar chegar até você, porque eu sabia que, a partir do momento que ficasse sozinha com você não teria mais volta.
— Não teria mesmo. — Concordou, a beijando o ombro. — Seria você, sempre foi você. — Afirmou. — E eu amo você.
— Também amo você e, se sua filha não precisasse tanto da minha atenção, te daria um beijo.
— Vou cobrar assim que colocá-la no berço — Ela sentiu mais um beijo em sua pele, sorrindo pelo contato.
— E ainda sobre o Romain, ele não se mostrou o homem que eu pensei que fosse, do tipo que se preocupa com a família que quer construir. Ele simplesmente me entregou de bandeja a você, sem pensar em como isso nos separaria, só pensando em agradar o meu pai. — Lamentou. — Mas aí veio você e, apesar de tudo, você é a pessoa que eu confio e amo. — Concluiu feliz.
— Apesar de tudo, Scarlett? — Implicou, apertando uma dobrinha nas costas dela, que riu.
— Eu ainda não estou ganhando um diamante por dia, Vossa Graça, e acho que Charlotte está ganhando mais atenção que eu — Respondeu brincando.
— Imagina, meu trabalho nem fica de lado para dar atenção a senhora. — Respondeu no mesmo tom — E sobre os diamantes, vou a falência desse jeito.
— E por mim não valeria a pena? — Instigou.
— Claro que valeria, ma petit.
Mais alguns minutos ali e Charlotte estava satisfeita e com os olhinhos quase colados de sono. Scarlett a acomodou mais uma vez no berço, sendo envolvida pelos braços de Christopher assim que a bebê estava confortável no colchão.
— Meu beijo — Ele cobrou com um sorriso malicioso. — Você prometeu.
— Não prometi, não. Você disse que me cobraria por ele — Refutou, dando um leve beijo no canto na boca dele.
— Pois bem, estou cobrando: meu beijo — Pediu a deixando a centímetros de sua boca.
Bom, não teria porque fazer joguinhos, ela queria o beijo tanto quanto ele. Passando os braços pelo pescoço dele, Scarlett sorriu ao sentir ambos os braços a prenderem pela cintura, a boca dele cobrir a sua.
Os toques, cheiros e o gosto dele, se misturando ao seu, a sensação de paixão que já conhecia, mas mesmo assim a deixava ansiosa, sempre querendo mais dele.
— Vamos dormir? — Evans sussurrou ofegante contra os lábios dela ao fim do beijo. A loura assentiu, sentindo o calor da mão dele em sua lombar, a guiando para fora do quarto.
Deixando a porta do quarto de Charlotte aberta, eles seguiram para o próprio quarto. Deitados na cama, ambos ficaram alguns minutos em silêncio.
— Se fosse ao contrário? — Scarlett perguntou de repente, se virando para Christopher, que a encarava sem entender. — Se fosse você no lugar de Romain, anos atrás, o que teria feito de diferente?
— Não teria deixado você ir. — Respondeu de imediato — Sendo minha esposa, a pessoa com quem compartilharia a vida. Eu não teria aberto mão de você… — Parou, pensando um pouco — Eu sei que ter feito essa proposta ao seu pai na época não foi a coisa mais cordial do mundo, mas se fosse seu marido você não sairia do meu lado.
— Mesmo que fosse um pedido do rei?
— O imperador em pessoa poderia vir aqui, exigir a sua presença, que ainda assim não abriria mão de você. — Garantiu, a apertando mais em seus braços. — Seremos eu e você para sempre. — Declarou e a sorriu satisfeita. — O que acha de dormir? Está tarde.
Scarlett assentiu, se aconchegando melhor nele, voltando a dormir.
Naquela manhã
Simon
Abrindo os olhos, Simon via a luz do dia sair por entre as cortinas pesadas, Scott dormindo na cama ao lado um sono pesado, porque ele estava com a boquinha aberta e babando um pouco.
Já sem sono, o menino se levantou da cama. Ainda era bem cedo, não tinham barulhos pela casa e Scott continuava a dormir, então teria que se virar sozinho.
Saindo do quarto, ele seguiu para o terceiro andar, para o quarto de brinquedos, estava empenhado em montar uma cidade para o conjunto de trenzinhos que o pai tinha comprado recentemente.
O portãozinho de madeira, feito sob medida para Scott não sair e se machucar nas escadas, tinha uma tranca de fecho simples, que Simon conseguia abrir com facilidade e entrou.
A brincadeira não durou muito, logo o sono bateu de novo, o chão com um carpete mais grosso foi algo confortável para o menino que acabou dormindo em segundos.
Scarlett
— Bom dia — A voz animada de Christopher a fez sorrir.
— Bom dia — Retribuiu, se erguendo um pouco e o beijando a bochecha. — Dormiu, senhor Evans? — Indagou, sabendo que, por mais que ele fosse o primeiro a acordar, naquele dia ele não estava com cara de descansado.
— Dormi. — Afirmou, mas ela ainda estava em dúvida. Bom, ele estava mentindo.
— Vamos fazer assim, eu vou ver as crianças, enquanto isso, você vai para o outro quarto e eu te encontro lá? — Sugeriu, se sentando na cama.
— Scarlett, está tudo bem — Relevou a puxando de volta para seus braços. — Eu só não dormi direito, é isso. — Scarlett reclamou, se contorcendo para tentar sair dos braços dele, desistiu assim que ele apertou mais o abraço. — Quando colocar as crianças para dormir a tarde, você pode me fazer cochilar também — Considerou malicioso, mordendo o lóbulo da orelha dela.
— Christopher! — A loura o repreendeu, sabendo que não podiam, ainda estava se recuperando do parto de Charlotte. — Já que não quer dormir mais, irei me arrumar.
Christopher deixou que ela fosse, pegando o travesseiro dela para abraçá-lo, sentindo o cheiro dela. Por fim, ele acabou pegando no sono de novo. É, ela estava certa, ele precisava dormir mais.
Assim que saiu do banheiro, Scarlett sorriu ao ver que Christopher dormia, sem ela na cama ele se esparramou pelo espaço, igual Simon costumava fazer ao dormir.
Algumas batidas na porta a distraem e, em seguida, Anne ao ouvir a confirmação de que poderia entrar.
— Acordou cedo hoje — Constatou, entrando.
— Sono agitado — Scarlett justifica, se sentando na penteadeira.
— Imagino — Concordou a morena, com um sorriso de canto. — Algo especial para esses cabelos hoje?
— Pode ser criativa — Deixando a escolha a Anne, Scarlett olhava as jóias dispostas na penteadeira, decidindo o que usaria naquele dia.
Quase vinte minutos depois, Scarlett estava com um rabo de cavalo, com vários detalhes de tranças e cachinhos. Os brincos, que eram pequenos fios de ouro, pareciam completar o penteado.
— Tem que acrescentar uma bonequinha nessa correntinha — Dos diversos colares fininhos que Scarlett usava, tinha o que era usado diariamente, independente da combinação, uma correntinha com dois bonequinhos.
— É, agora eu tenho uma bonequinha também — Concordou, encarando seu reflexo no espelho, gostando do resultado. — Estou pronta para que eles me desarrumem. — Concluiu, se levantando do banquinho.
Christopher continuava a dormir e assim ela deixou, indo para o quarto de Charlotte que estava acordada e começava a resmungar.
— Bom dia, bonequinha — A pegando no colo, Scarlett a ninou um pouco antes de colocá-la no trocador e tirar aquela roupinha de dormir.
Das coisas que estava gostando de ter uma filha era de poder combinar as roupinhas com seus vestidos ou colocar coisas mais cheias de frufrus em Charlotte.
Agora que os filhos estavam maiores era mais fácil de vesti-los, mas quando eram pequenos como Charlotte era um pouco entediante, não tinham muitas opções.
— Pronto, uma bonequinha — Disse satisfeita, penteando os fios louros e finos. — Acho que está com fome, certo? Não chorou a noite toda depois que conversou com o papai. — Diz carinhosa, se sentando na poltrona do quarto.
Scarlett deu de mamar a menina que, assim que ficou satisfeita, ficou molinha pelo mama, arrotando em seguida, muito satisfeita mesmo.
Charlotte não dormiria pelas próximas duas horas, pelo menos, então, Scarlett saiu com a pequena até o quarto de Simon e Scott.
— Bom dia — Entrando no quarto dos meninos, Scarlett varre o lugar com o olhar procurando pelos dois filhos, encontrando apenas Scott com os olhos ainda pescando de sono e Poppy apreensiva ao lado.
— Mamãe — Scott resmunga, esticando as mãos para a mulher, querendo colo.
— Oi, meu bebê — Com um pouco de dificuldade, por ainda estar com Charlotte nos braços, ela se sentou ao lado do menino na cama. Scott vai até ela, se sentando no colo de Scarlett e deitando a cabeça em seu peito. — Simon? — Questiona a babá ao não ver o filho mais velho.
— Então, quando eu vim vê-los a uma hora atrás ele estava aqui, mas… assim que vim acordá-lo… ele já não estava mais. — Poppy relatou, mexendo nervosamente nas mãos. — E-eu já pedi que as saídas fossem fechas e que todos fiquem de olho, mas não o achamos em lugar algum. — Concluiu chorosa.
— Bom, ele tem que estar em algum lugar. — Pontuou tentando manter a calma, com Scott e Charlotte no colo não podia fazer muitos movimentos bruscos. — Ele pode ter ido até a casa dos meus pais, talvez? — Sugeriu, sabendo que as vezes ele ia até o chalé atrás dos avós.
— Já pedi para procurarem e ele não está lá. — Garantiu. — Estão vasculhando o primeiro e segundo andar. — Informa prestes a chorar — Quer que eu chame o Duque?
— Não, ele não dormiu bem ontem e precisa descansar — Decidiu, respirando fundo, pensando. Ele deveria estar dentro de casa, mas onde? Se procuraram por todos os lugares... — Já olharam no quarto de brinquedos?
— Ele não sobe lá sozinho — Respondeu confusa.
— O Christopher deu um conjunto novo de trenzinhos para ele e é claro que Simon amou. Talvez ele esteja lá em cima — Sugeriu, tentando manter a calma e ser racional.
Ninguém conseguiria entrar naquela casa e sair com uma criança sem ser notado. Os portões da frente tinham segurança e pelos fundos a cozinha e a parte dos empregados, por onde ninguém o deixaria sair sem alguém.
— Eu vou subir — Avisou saindo do quarto, atrás do menino.
Scarlett ficou ali com os dois filhos esperando Simon aparecer com aquela carinha travessa de quem aprontou alguma coisa. Porém, para a surpresa dela, Poppy entrou no quarto carregando Simon, que dormia.
— Ele estava brincando e acabou dormindo — O colocando na cama, Poppy respirou aliviada. — Achei que ele tivesse sumido mesmo.
— Simon está obcecado com aqueles trenzinhos e em construir uma cidade para eles andarem — Se queixou. — Bom, acho que será bom deixá-lo dormir mais um pouco. — Deduziu, vendo que pelo rostinho do menino ele ainda estava em um sono profundo.
— Scott, vamos trocar de roupa para tomar café? — Poppy chamou, o tirando do colo de Scarlett. O menino resmungou um pouco, mas foi com a babá.
Scarlett saiu do quarto com Charlotte, indo para a sala de jantar.
— Bom dia. — Desejou a Lisa e Robert que já tomavam o desejum.
— Bom dia, Scarlett — Robert desejou, se levantando e indo até as duas. — Como está minha bonequinha? — Já esticando os braços para pegar Charlotte.
— Está ótima — Deixando-a com o avô, Scarlett foi até o seu lugar a mesa.
— E os meninos? — Lisa perguntou.
— Scott já desce e Simon ainda está dormindo.
— Christopher? Ele sempre desce com você — Continuou a mãe de Evans.
— Ele não dormiu muito bem essa noite e resolveu dormir mais um pouco — Respondeu se servindo do chá e dos ovos mexidos.
— Christopher está bem? — O olhar preocupado de Lisa, analisava Scarlett que assentiu, dando um sorriso tranquilizador para a sogra.
— Ele estava se preocupando por bobagem — Relevou para acalmar a outra. Lisa assentiu, desviando a atenção para o marido com a neta.
Robert conversava com Charlotte, balançando com ela pela sala de jantar.
— É impressão minha ou Charlotte Evans já colocou a casa toda a mercê dela e essa garotinha não tem nenhum mês — Lisa comentou com um sorriso bobo também. Ter Christopher já tinha sido um grande feito e ela teria gostado muito de ter uma menininha, felizmente a vida tinha lhe dado uma netinha.
— Disse a mesma coisa a Christopher noite passada, vão acabar estragando a menina assim. — Acrescentou Scarlett.
Logo Christopher e Simon apareceram para o café também. Geralmente Hayley e Tom também estariam por lá, mas, aparentemente, a irmã de Scarlett não estava muito disposta naquela manhã, o que era incomum para Hayley.
— Toc toc — Batendo a porta do quarto da irmã, Scarlett abriu um pouco a porta.
— Oi irmãzinha — Hayley sorriu ao vê-la.
— Você não desceu para o café e disseram que não está bem — Disse preocupada, se aproximando da irmã, se sentando no espaço vazio da cama. — O que você está sentindo?
— O que você sentiu quando esperava Simon, Scott e Charlotte? — Rebateu insinuante, com um sorriso satisfeito no rosto.
— Você está grávida? — Indagou e Hayley assentiu feliz. — Ah, meus parabéns! Quando soube?
— Tem três meses, mas agora que os sintomas estão mais fortes — Disse ajeitando os travesseiros para as costas não doerem. — Não consigo entender como você conseguiu fazer isso três vezes.
— Por mais que eu tivesse enjoos, mal estares matinais, muito repouso e essas coisas, quando eles estão no meu colo, quando me chamam de mamãe, vale a pena — Declarou, sentindo o coração bater um acelerado por falar dos filhos.
— Ah, olha para quem eu fui perguntar também, a mãe mais dedicada de Somerset — Debochou, fazendo Scarlett rir, rindo também.
— Tudo bem, Hayley, agora me conta mais — Pediu, se animando ainda mais.
25 de junho de 1816
Christopher e Scarlett
— Está pronta? — Christopher entrava no quarto atrás de Scarlett para a tal conversa com Romain. Tudo já tinha sido providenciado, só faltava aquela conversa. — Você vai assim?
— O que tem? — analisando o próprio vestido, Scarlett procurava o que tinha de errado. O vestido amarelo de seda e chemise.
— Não acha que está muito chamativo — Explicou, fechando a cara. Scarlett arqueou a sobrancelha entendendo o ciúmes.
— Bão há nada de errado, Senhor Evans. — Indo até ele, ela parou a alguns centímetros dele. — Não tem nada demais, você que está com ciúme e nervoso.
— Está mostrando muito aqui — Apontou o decote que, com a ajuda do espartilho, deixava os seios ainda mais volumosos.
— Meu bem, já usei modelos muito parecidos com esse e você nunca reclamou. — Considerou, ajeitando as saias do vestido. — Além do mais, alguém disse que iríamos sair depois.
— Estou começando a me arrepender — Resmungou a abraçando. — Não deixe que ele chegue perto de você — Orientou, sentindo o cheiro familiar do perfume doce que ela usava.
— E eu nem ia querer isso. — Retribuindo o abraço. — Vamos? Quero terminar logo com isso.
— Ele está esperando no jardim. — Entrelaçando os dedos com os dela, eles seguiram para a área atrás da casa, a mesma de anos atrás onde tiveram uma conversa sobre o rumo da vida.
Scarlett se lembrava de ter dito que não voltaria a casar por amor, que as escolhas seriam feitas de forma racional e ali estava ela prestes a se casar com a pessoa que amava.
— Boa tarde, Vossas Graças — Romain desejou assim que os viu.
— Boa tarde, Senhor Dauriac — Romain desejou, sorrindo para os dois.
— Está muito bonita, Duquesa — Elogiou e Scarlett teve que apertar as mãos de Christopher em sua cintura para segurá-lo.
— Obrigada. — Respondeu cordial. — O Duque disse que você gostaria de falar comigo — Disse direta, apontando para os bancos.
— Eu disse, mas a conversa seria a sós — Disse incisivo, olhando diretamente para Christopher.
— Não acordamos nada disso — Christopher rebateu.
— Eu achei que estava implícito — Argumentou.
— Não, não estava.
— Nesse caso, poderia nos deixar a sós, Vossa Graça? — Pediu.
— Acho que não seria bom, Senhor Dauriac. — Scarlett interferiu — Meu bem, porque não se senta na ponta deste banco — Apontando para a outra extremidade do banco que estavam próximos. — Eu me sento aqui, no mesmo banco e o Senhor Dauriac na ponta deste outro. — Organizou, esperando que assim, eles conseguissem conversar e terminar tudo.
Um pouco a contragosto, Christopher, assim como Romain, fez o que ela pediu, todos se sentando em seus lugares.
— Pois bem, o que você quer me dizer?
— Tem certeza que quer que eu assine aqueles papéis? — Inquiriu carinhoso. — Nós tínhamos tanto pela frente e… eu sei que não fui um exemplo de marido, mas… podemos recomeçar, ter tudo o que você sempre quis. — Disse com sua melhor cara inocente e a voz aveludada.
Scarlett baixou o olhar para as mãos por um momento, o anel de noivado que Christopher havia lhe dado a alguns meses atrás.
Christopher a olhava sentindo um frio na espinha. Ela podia simplesmente aceitar. Ir embora com Simon, Scott e Charlotte sem mais nem menos. Os papéis do casamento deles ainda eram válidos, legalmente os três eram filhos dele e ela sua esposa.
— Por que eu faria isso? — Refutou, o encarando séria. — Você sabe o quanto eu insisti nesse casamento, meu pai não queria esse matrimônio, talvez me casasse com um barão qualquer, tendo um título… mas, eu me apaixonei pela ideia do que você era, do que poderíamos ser e eu insisti.
— Seu pai realmente não estava muito feliz com nosso casamento — Concordou, parecendo se recordar de algo. Christopher apenas observava.
— É, e eu deveria ter ouvido — Afirmou, apertando os dedos em um sinal de nervosismo.
— Eu sei que errei, deveria ter dado ouvidos ao que me disse em relação ao Duque — Reforçou, olhando diretamente para Evans, que retribuiu o olhar atravessado.
— Romain, eu estava implorando para que não me deixasse vir. — Relembrou, girando um anel no dedo. — Você era meu marido, a pessoa com quem eu tinha escolhido passar o resto da vida e parece que não significou nada para você — Lamentou, forçando um sorriso.
— Scarlett, sejamos racionais, seu pai não gostava muito de mim, se fosse uma forma de ajudar na empatia dele. — Ponderou.
— Me entregando para outro? — Questionou indignada.
— É, eu sei, errei por isso, mas ainda podemos tentar — Insistiu esperançoso. — Scarlett, nós temos uma história.
— Que terminou assim que você me deixou ir — Repetiu.
— Vamos ficar andando em círculos, não é?
— Se continuar perguntando e insistindo em coisas assim. — Assentiu, olhando para além de Romain, para Simon e Scott que saíram para brincar com Poppy atrás. Ela sorriu com a imagem, se lembrando de uma coisa. — Acho que essa conversa está encerrada, não é? Mas antes eu queria te perguntar uma coisa — Romain ajeitou a postura, a encarando com mais atenção. — Um pouco antes de Christopher ir passar uns dias em casa e tudo acontecer, eu achei que estivesse grávida, se fosse o caso, ainda assim, você ainda teria ignorado todos os meus pedidos de fugir?
Naquele momento foi a vez de Romain se manter calado, enquanto Scarlett esperava uma resposta.
— Não, talvez não. — Disse por fim.
— Talvez, ainda teria a chance de me deixar sair da sua vida com o seu filho? — Repetiu, chocada. — Era só isso que queria dizer a mim? — Se levantando, Scarlett ajeitou as saias, dando a conversa por encerrada. Romain assentiu um pouco confuso — Sinceramente, Senhor Dauriac, não tinha nenhuma necessidade disso, não depois de quase ter me matado. Como acha que eu conseguiria voltar para você assim? Francamente! — Concluiu severa.
— Vá com as crianças, quando tudo estiver pronto, te chamo — Christopher orientou, se aproximando deles, Scarlett assentiu, indo até Simon e Scott que ainda brincavam do lado de fora. — Podemos seguir para o escritório? Tudo está lá.
Romain o seguiu até o escritório do Duque, assinando tudo o que deveria e recebendo o que tinha exigido.
— Adeus, Romain — Evans disse por fim, entregando uma bolsa com o dinheiro.
— Adeus, Christopher — Retribuiu saindo.
Evans tinha pedido que um dos capatazes seguisse Romain por um tempo, apenas para garantir que ele não voltasse a importunar a família.
Indo para a porta, Christopher pediu que a governanta chamasse Scarlett, iriam deixar os documentos com Robert e fazer um passeio pelo centro, fazia tempo que não faziam nenhum passeio, só os dois.
— Mandou me chamar, Vossa Graça? — Aparecendo no Hall de entrada, Scarlett foi até ele.
— Temos que levar esses documentos para Robert e depois vamos a um lugar — Orientou, a acompanhando para o lado de fora onde a carruagem os esperava.
Scarlett estava ansiosa pelo passeio, foi observando a paisagem no caminho todo, vendo as nuances da mudança da paisagem quando chegavam ao centro com o aumento dos prédios e comércios.
Passar no escritório foi rápido, Robert já estava sabendo das coisas e estava com tudo pronto para encaminhar as coisas para o cartório, em breve eles seriam oficialmente Senhor e Senhora Evans.
— Se lembra? — Abrindo a porta da confeitaria para que ela entrasse, Christopher esperava para ver a reação.
— Lembro, você me trouxe aqui logo depois que te disse que estava esperando Simon. — Recordou com um imenso sorriso, o que o deixou ainda mais feliz.
Assim que pisaram no estabelecimento, um dos funcionários chegou para recepcioná-los, os levando para uma mesa mais afastada como solicitado.
Pedindo um bule de chá e os bolinhos de creme que sabia que Scarlett gostava.
— Nem me perguntou o que eu queria — Ela implicou, sorrindo.
— Sei exatamente o que você gosta, Senhora Evans — Replicou, alcançando a mão dela por cima da mesa. — Acho que a última vez que vim aqui estava empenhado em te reconquistar e fiz um pedido enorme.
— Ah, então era isso!? — Questionou, se lembrando do dia. — Eu tinha acabado de comer metade do pessegueiro e chegamos na cozinha e tinha um mar de doces e eu estava com vontade de comer tudo, e então o Jeremy me disse que não me via comer tanto desde a gravidez de Simon e tudo pareceu se encaixar, eu estava grávida de Scott — Contou, tombando com a cabeça.
— De verdade? — Ela assentiu — Nunca me contou isso. E Charlotte?!
— Eu só… me sentia diferente e estava com muito enjoo, que só passava quando sentia seu cheiro.
— Seu melhor remédio? — Murmurou malicioso.
— Com certeza.
Logo o pedido chegou e Christopher simplesmente ficou a observar Scarlett comer os bolinhos, sabia que ela gostava e só por isso tinha ido ali e feito o pedido.
Pelas próximas horas foram apenas os dois ali no centro, pensando no casamento e no futuro, agora tudo era ainda mais real e palpável.
Autor(a): lety_atwell
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26 de Junho de 1816 Inglaterra, Somerset Scarlett — Mandou me chamar, pai? — Entrando no escritório que o pai ocupava no chalé, a loura estranhou a chamada repentina. Os pais estavam morando definitivamente no chalé, Christopher não tinha visto problemas e para Scarlett não faria diferença, então M ...
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