Fanfic: O Duque e Eu - Evansson - 3° Temporada | Tema: Scarlett Johansson, Chris Evans, Evansson
01 de novembro de 1815
Inglaterra, Kent
Scarlett
Scarlett não achou que voltaria a sentir tanta falta de Christopher quando já tinha se acostumado com ela uma vez. Porém era diferente daquela vez, sabia que ele voltaria, que logo estaria com ela e com os filhos, mas nada tirava a sensação de abandono.
— Mamãe — Um Simon sonolento invadiu o quarto de Scarlett, subindo na cama da mãe.
— O que foi, meu amor?
— Papai — Disse deitando a cabeça no colo da mãe, recebendo um cafuné. Scarlett sorriu com a naturalidade que ele tinha aceitado Christopher como pai. Tinha demorado um pouco, é claro, às vezes ainda o chamava de tio, mas era difícil de acontecer.
— Está com saudades dele? — Perguntou sabendo que ele estava com saudade, ela também estava. — Mamãe também — Confessou, voltando a deitar, o puxando para seus braços. — Logo ele volta. — Garantiu.
Simon se aconchegou melhor nos braços da mãe. Sentindo o calor e o conforto familiar dos braços da mãe, Simon caiu no sono novamente. Scarlett sorriu ao ver que o pequeno estava dormindo mais um vez,,a loura se ajeitou na cama fazendo uma continha com o filho dentro, sentindo seu cheirinho e dormindo também.
02 de novembro de 1815
Inglaterra, Kent
Scarlett, Florence e Brie
— Eu queria entender porque você está tão indecisa — Desconsiderando a preocupação de Scarlett, Brie completava sua xícara de chá com um pouco de leite e açúcar, antes de voltar a atenção para a amiga.
— Sinceramente, eu também não — Acompanhando o raciocínio de Larson, Florence encarava Scarlett em busca de alguma explicação melhor.
Depois de se reencontrarem, as três estavam mantendo o contato e sempre se viam para o chá uma vez na semana. Estavam na hora do chá na casa de Florence, que ficava no meio do caminho entre as duas outras, e Scarlett precisava de conselhos.
Depois de algumas tardes de chá e conversas, Scarlett tinha contado a Brie tudo o que tinha acontecido entre ela e Christopher, assim como tinha feito com Florence, agora incluindo a novidade de dois pedidos de casamento que tinham sido feitos em semanas anteriores.
Com Christopher longe, Scarlett tinha deixado clara a falta que sentia dele enquanto resolvia os assuntos pendentes em Somerset. Aliás, não só ela estava com saudades, mas os filhos também. Mas ainda estava indecisa sobre aqueles pedidos. Estavam pendentes de respostas que ela não sabia se queria mesmo dar e precisava da ajuda das amigas.
— Vocês não vão entender, os casamentos que vocês têm são perfeitos! — Lamentou com um suspiro, afundando alguns centímetros no sofá.
— Eu ainda bem casei — Advertiu Brie, bebendo o chá.
— E não é perfeito. Tenho vontade de matar o Timothée às vezes — observou Florence casualmente. Scarlett riu com a resposta, às vezes também tinha essa vontade com Christopher — Mas, ainda assim, não justifica ter recusado dois pedidos de casamento dele! — exclamou indignada, voltando ao ponto da conversa.
— Eu já mencionei os outros dois casamentos dele? E como eles acabaram? — Comentou irônica, pegando um dos biscoitos amanteigados.
— Mas não foram com você, com quem ele tem dois filhos — Lembrou Brie — Scarlett, de verdade, qual o problema?
— E não adianta dizer que não é ñada porque nós sabemos que é mentira — pressionou Florence.
— Tudo bem — Concordou a loura, respirando fundo antes de falar — Acho que estou com medo que depois do casamento as coisas mudem mais uma vez — Contou tentando evitar que as lágrimas se formarem, mas ela já sentia a garganta fecha indicando o choro — Quando estávamos tentando ter Simon tudo era as mil maravilhas, mas não muito tempo depois as coisas mudaram da água para o vinho — Lamentou.
— Não faz alguns anos que isso aconteceu? — Indagou Brie — E se você continuar vivendo os acontecimentos do passado nunca vai deixar uma oportunidade para o futuro de vocês — Aconselhou — Você já não o perdoou?
— Perdoei.
— Então por quê a cada duas memórias sobre o fantástico Duque de Somerset, três são sobre essa parte? — Argumentou Florence.
Scarlett ficou alguns segundos pensando no que acabara de ouvir. Talvez ela tentasse lembrar da fase ruim para não se perder na felicidade. Era a forma de manter os pés no chão de certa forma.
— Se eu puder dar uma opinião — Se intrometeu Brie, mesmo que já estivesse fazendo aquilo — Pode ser que esteja focando demais na parte ruim para, caso algo dê errado, não se magoar de novo. — Opinou
— Não é… é? — Perguntou Florence, tentando ter certeza do palpite de Brie. A falta de resposta dela, junto com os olhos uma boa resposta.
— Ela está certa — Confirmou a loura — Acho que é por isso que recusei as duas propostas de casamento e adiando outra gravidez apesar de querer mais filhos também — Considerou, pegando o seu chá e sorvendo uma grande quantidade do líquido âmbar — O que acham que eu devo fazer?
— Faça o que você tem vontade! — Respondeu Larson, óbvia — Ele te ama e você corresponde. Já está na hora de você deixar de tentar fazer tudo certinho, e já viu o que deu, não é? Quase perdeu o amor da sua vida para a sua irmã.
— É, Scarlett, ela tem um ponto muito bom — Reforçou a anfitriã, comendo um dos aperitivos que estava a sua frente.
— Tudo bem — Respirando fundo, Scarlett secou as lágrimas que estavam prestes a cair e colocou um sorriso no rosto — Agora podemos falar do fato de que você está estranha hoje — mudando o foco da conversa, ela encarava a mulher à sua frente de forma curiosa. A Florence intensa e enérgica tinha sido substituída por uma cautelosa e calma, o que estava deixando Scarlett desconfiada.
— Estou normal — Afirmou, mas mais insegura que o normal. As duas mulheres à sua frente a olhavam de forma a enxergar até a alma dela — O que? — Vendo um sorriso se abrir no rosto de Scarlett, Florence tentava entender o que ela tinha percebido.
— Daqui a alguns meses eu espero estar no batizado como madrinha — Disse Scarlett, super calma, imaginando que aquele fosse o motivo de tantas mudanças no comportamento de Florence que ela estava vendo.
— Você está grávida!? — Exclamou Brie, quase gritando.
— Quer publicar em uma coluna de fofoca? É mais fácil de toda a Inglaterra ficar sabendo — repreendeu — É, estou grávida. Ainda não contei a Timothée, porque quero ter certeza primeiro.
— Não precisa esperar mais, você está grávida — Garantiu Scarlett — Você está bem menos agitada, mais controlada e comeu quase tudo da mesa, incluindo todos os muffins dessa mesa — Comentou Scarlett, repreendendo por não ter deixado os doces para ela — Enfim, grávida!
— Você ficou assim? — Quis saber Brie, criando uma lista mental para analisar aqueles comportamentos depois que estivesse casada com Lorde Hemsworth.
— Só a parte dos doces, das duas vezes sempre fiquei com vontade de doces. Comidas no geral me deixavam enjoada e eu estava sempre cansada — Comentou, segurando o riso pelo olhar aterrorizado de Florence.
Depois disso a discussão em torno do tema maternidade, enquanto Scarlett tentava responder às dúvidas das amigas de forma adequada.
Inglaterra, Somerset
Christopher
Em toda sua vida, Christopher jamais imaginou que ficaria irritado por estar em casa.
Faziam 9 dias, entre a viagem e estar em Somerset, que estava em Somerset House, a casa em que passou a vida toda, onde cresceu e viveu, em que boa parte da sua história tinha acontecido e não se sentia em casa. Nem mesmo no chalé acalmava sua ansiedade de voltar para Scarlett e os filhos. Casa e lar seriam onde eles estivessem.
O relógio marcava duas da tarde e ele tinha se programado para sair de Somerset dali a uma hora, mas estava tão impaciente que mal conseguia se concentrar no almoço que decidiu fazer antes de partir. Comendo a muito custo, Christopher não ficou para a sobremesa ou um chá. Apressou o cocheiro e o valete para saírem um pouco antes do programado para que conseguissem chegar à noite ou no dia seguinte bem cedo em Kent.
Seria bom chegar antes de Scarlett acordar, talvez conseguisse tomar um banho e trocar de roupas antes dela acordar. Porém antes que conseguisse fazer tudo o que estava imaginando, tinha que enfrentar algumas horas dentro da carruagem saculejante.
★☆★
Depois de algumas horas observando a casa, era hora ser um pouco mais ativo em suas pesquisas antes de colocar o plano em prática. Faziam alguns dias que observava a casa, mas não via movimentação comum que era esperado em uma casa com pessoas morando. A entrada e saída de criados era óbvia, mas a senhoria dali nunca dava as caras, delatando que eles não estavam em casa.
Batendo a porta, depois de ver a carruagem sair, a pessoa esperou que alguém atendesse. Como sempre, o mordomo atendeu a porta com a rapidez e eficiência típicas.
— Como posso ajudar? — Perguntou prestativo, vendo que não se tratava de ninguém importante.
— O Duque de Somerset está? Ou Grã-Duque? — Perguntou direto.
— Receio que chegou em péssima hora. A família Evans ainda está em Londres — Informou o mordomo, analisando desconfiado a pessoa a sua frente. Parecia familiar, mas não se lembrava de onde. — Quer deixar algum recado? Adiantar o assunto?
— Não, obrigado — Pensando um pouco antes de ir, parecia triste com as informações recebidas — Sabe quando voltam?
— Infelizmente não tenho essa informação — Lamentou o homem — Quer deixar um nome para que eu os informe quando retornarem? — Sugeriu prestativo recebendo uma negativa — algo mais em que posso ajudar?
— No momento não, mas obrigado — agradecendo mais uma vez, a pessoa deu meia volta e foi embora, se perdendo entre às ruas
Estava com raiva. Imaginava que o Duque não estivesse em casa, mas os outros membros da família sim. Para o seu desgosto, teria que esperar por mais tempo, pelo menos teria como aperfeiçoar os detalhes do que estava planejando.
Inglaterra, Kent
Scarlett
A chuva torrencial não era esperada.
Talvez chovesse naquele dia apesar do céu limpo, ainda era Inglaterra e sempre podia chover. Infelizmente acabou acontecendo quando Scarlett estava no meio do caminho de volta para casa, molhando a loura até chegar ao calor de dentro de casa.
— Não sabia que tinham animais em casa, Simon — A voz inconfundível fez a loura sorrir — Bem Vinda, Vossa Graça.
— Olá Jeremy, lembrou que tem família? — Indo até o irmão, que brincava com o sobrinho na sala de estar, ela o abraçou mesmo molhada.
— Mulher, você está encharcada! — Reclamou, mas retribuiu o abraço — Senti sua falta — Contou a soltando.
— Mas demorou meses para voltar — Reclamou fazendo a sua melhor carinha de cachorro abandonado.
— Eu já me desdobro muito com você e com a Hayley, precisava de alguns meses só pra mim — Considerou lembrando que faziam alguns meses desde que ele tinha parado de correr de uma para outra. — E vocês também não são as mulheres mais fáceis do mundo — Acrescentou comicamente.
— Vai ficar quanto tempo?
— Algumas semanas — Respondeu despreocupado, voltando a se sentar no sofá.
— Folgado — Acusou brincando.
— Cadê o Duque? — Dando falta de Christopher, já que ele costumava ficar agarrado a irmã assim que chegava em casa, Jeremy estranhou não vê-lo.
— Foi resolver alguns assuntos em Somerset — Explicou.
— E você está bem sozinha? — Scarlett arqueou uma sobrancelha com a pergunta, a já tinha ficado muito mais te oi sem Evans.
— Lembra que a um ano atrás ele não estava aqui, né?
— Eu sei, mas vocês andam muito mais juntos nos últimos meses e você tende a crises de carência — Comentou prevendo que, no mínimo, levaria um tapa da irmã.
— Dada a crises de carência é a senhora sua avó! — Xingou, saindo da sala batendo o pé.
Jeremy riu seguindo a irmã, já tinha marcado a saudades dos sobrinhos e agora precisava fazer a mesma coisa com a loura.
★☆★
Apesar de ter passado uma ótima noite na companhia do irmão e dos filhos, Scarlett ainda sentia falta de alguém, um certo cheiro amadeirado com frescor de menta para envolvê-la em seu sono.
— Ele prometeu — Resmungou para si mesma deitando na cama, que estava espaçosa demais, ouvindo o barulho da chuva enquanto tentava pegar no sono, mas sem muito sucesso. A chuva com certeza tinha atrapalhado os planos de Christopher, mas isso não diminuía a saudade em seu peito.
Christopher
Evans trazia consigo um tio em duas roupas. Apesar de terem parado em uma estalagem no meio do caminho quando a chuva se tornou insuportável e voltado para a estrada quando voltou a diminuir razoavelmente, mas ainda assim tinha pego uma grande enxurrada de água.
Apesar do pequeno contratempo, ele estava feliz de poder respirar e sentir o cheiro familiar de casa.
Estava tudo em silêncio, uma vez que eram três da manhã e todos dormiam. Christopher subiu as escadas tentando não fazer barulhos, indo até o quarto dos filhos conferindo que ambos dormiam serenamente. Sorrindo, ele fechou a porta e seguiu para o seu quarto, encontrando Scarlett esparramada na cama dormindo calmante também.
Aumentando o sorriso em seu rosto, Vossa Graça seguiu para o banheiro, tirando as roupas molhadas, as trocando por secas, ansiando se deitar o quanto antes naquela cama com Scarlett.
— Humm — Despertando ao sentir a cama afundar, Scarlett virou-se pensando ser Simon — Você voltou! — Exclamou com voz rouca de sono.
— Disse que voltaria em uma semana, não disse? — Repetiu a promessa, se deitando ao lado dela — Senti saudade — Admitiu a trazendo para seus braços.
— Eu também — Respondeu manhosa, se aconchegando melhor nele, sentindo o calor familiar. — Está caindo do o mundo lá fora, como chegou vivo? — Reparando que ainda chovia, Scarlett imaginava que ele tinha enfrentado muita dificuldade em realizar o percurso de volta.
— Tenho meus truques — Murmurou contra os cabelos dela — Como foram seus dias?
— Temos que conversar agora? Estou morta de sono — Resumiu sonolenta, mas feliz por estar nos braços dele como a dias estava desejando.
Christopher sorriu com o jeito dela, dando um último beijo na loura ele fez o mesmo: fechou os olhos e se entregou ao cansaço. Tinha sido um dia e tanto e ter o cheiro e o peso familiar de Scarlett consigo facilitava o sono.
19 de novembro de 1815
Terras altas, Escócia
Scarlett e Christopher
— Eu quero saber por que estamos aqui? — Questionou Scarlett pela décima vez desde que chegaram à Escócia.
— Porque você não quis ir para a Itália — Respondeu óbvio — Agora você pode parar de reclamar e curtir sua viagem de aniversário?
Mesmo com os protestos de Scarlett, Christopher a arrastou para as Terras Altas da Escócia, apenas os dois, para comemorar o aniversário de trinta anos dela
— Eu estou adorando fazer trinta anos com meus filhos longe — resmungou contrariada. Não estava exatamente feliz por passar seu dia especial longe das pessoas que ela mais amava.
— Petit, precisávamos de um tempo só para nós dois — Lembrou a envolvendo em seus braços, enquanto caminhava com ela pela sala de estar da casa em que ficariam. Não era uma grande casa, era apenas para pequenos retiros.
— De quem é? — Notando alguns retratos com rostos conhecidos, Scarlett se aproximou das imagens tentando lembrar de onde conhecia aquelas pessoas.
— A casa é de Robert. Esse é o pai dele — Explicou, apontando um retrato em específico que era bem semelhante ao amigo.
— O que iremos fazer? Imagino que tenha programado coisas para fazermos enquanto você me mata de tédio, certo?
— É claro que faremos algumas coisas, mas pensei que hoje ficaríamos no quarto — Considerou malicioso, voltando a abraçá-la, subindo a mão indiscretamente para o seios dela.
— Estou exausta graças a essa viagem — Reclamou se afastando dele com um sorriso maldoso — Imagino que os quartos são por aqui — Seguindo por um corredor, ela andava de costas o olhando de forma provocativa.
— Scarlett, Scarlett… — Murmurou retribuindo o sorriso e a seguindo pelo corredor. Ele estava feliz
Naquele primeiro dia, os dois ficaram apenas em casa, descansando da viagem e aproveitando que estavam apenas os dois, sem crianças e interrupções.
No dia seguinte, os dois saíram para uma caminhada depois do almoço, com um dos pratos favoritos de Scarlett. Eles saíram mesmo com a possibilidade de nevar naquele dia, afinal era final de novembro e o frio reinava, mas felizmente a neve ficou para outro momento, assim conseguiram conhecer um pouco mais daquela pequena área em que estavam.
★☆★
— Será que os cavalos não vão fugir? — Indagou Scarlett indecisa, olhando os puro sangues de longe enquanto se afastavam para dentro da floresta.
— Eu os amarrei bem, não irão a lugar algum — Garantiu a puxando para que voltasse sua atenção para a estrada.
— Vai me levar para algum lugar e me matar? — Observou, vendo que a vegetação começava a se tornar mais fechada.
— Claro! Tive todo o trabalho de te trazer aqui para te matar — Ironizou ainda a guiando pelo caminho entre as árvores secas e cobertas por uma fina camada de gelo.
— Não estou acreditando muito nisso, ainda mais com esse barulho de ferro saindo da cesta.
Evans carregava uma festa de vime fechada e parecia pesada, apesar de ele ter dito que não fariam piquenique, e nem tinha como pelo gelo que cobria o chão, além do frio.
— Evans, onde estamos indo? — Perguntou preocupada dessa vez, logo depois de ter escorregado e ser amparada por ele.
— Já estamos chegando — Foi a última coisa que ele disse até chegarem a um grande lago congelado — Chegamos! — Anunciou esperando a imensidão do lado.
— Viemos só ver? — Vendo-o sentar no chão e abrir a cesta, Scarlett estava confusa com o que eles fariam.
— Vamos patinar — Corrigiu, tirando os patins de gelo, que eram basicamente botas com lâminas.
— Você vai patinar — Enfatizou já imaginando a tragédia que seria ela em cima daquilo.
— E a mocinha também — Disse sem se preocupar com a clara rejeição que ela faria a ideia de andar no gelo.
— Não sei patinar no gelo — Disse um tanto apavorada, sentindo um frio na barriga.
— Eu te ensino. — Garantiu, amarrando os sapatos — Vem, deixa eu colocar em você — Tirando mais um par da cesta, ela viu que o par serviria perfeitamente nela.
— E se eu cair? — Perguntou em dúvida
— Eu te seguro
— E se o gelo rachar e eu cair na água? — Cogitou.
— Eu te pego! Nunca te deixaria congelando aí — Garantiu, esperando que ela se sentasse ao seu lado. Ainda desconfiada, Scarlett foi até ele, aceitando que ele colocasse os patins em seus pés.
— Eu estou aqui, não vou deixar nada acontecer com você — Tentando passar alguma segurança a ela, ele tentava acalmá-la, tentando desfazer a insegurança que via nos olhos dela.
— Não me solta! — Pediu quando sentiu um deslizar um pouco diferente, apertando o braço que a segurava.
— Não vou deixar você cair — Repetiu a garantia, rindo da carinha preocupada dela.
Aos poucos Scarlett passou a sentir confiança em patinar, mas ainda precisava que Christopher estivesse a um braço de distância para que ela pudesse se apoiar. Evans sorria com o brilho da felicidade que via nos olhos dela.
22 de novembro de 1815
Terras Altas, Escócia
Scarlett e Christopher
Aniversário de Scarlett
A cama quentinha não deixava Scarlett acordar. Estava tão bom, ainda mais com Christopher a envolvendo daquela forma protetora.
— Bom dia, flor do dia — A voz rouca de Christopher a alcançou, junto com o hálito quente em seu ouvido.
— Bom dia — Retribuiu sem se virar para ele — Algum motivo especial para acordar assim tão feliz? — O tom de voz risonho dele a fez sorrir também.
— Hoje é o dia de alguém muito, muito especial e que eu amo muito — Explicou, mantendo um ar misterioso.
— É? Imagino que seja uma pessoa de sorte — Murmurou brincando com as mão dele que estavam junto às suas.
— Acredito que sim — Comentou indiferente, beijando a nuca dela que se retraiu com o contato — De verdade, ela tem muita sorte, já vai ganhar presente — Saindo da posição que estava, Evans se esticou pegando uma caixinha em cima da mesa de cabeceira e entregando a ela — Feliz aniversário — Desejou assim que ela pegou o embrulho.
— Achei que a viagem fosse meu presente — Comentou sorrindo, enquanto desfazia o laço que envolvia a embalagem. Tirando a tampa da caixinha, ela se separou com um colar, uma correntinha, com duas letras S, obviamente, representando os filhos — Eu adorei — Disse hipnotizada pelo presente. — Obrigada — Agradeceu o beijando rapidamente.
— Feliz aniversário, meu amor — Desejou mais uma vez, a beijando em seguida — Espero que esteja preparada para ser mimada o dia todo — Avisou animado, a ajudando a colocar o colar.
— E eu vou ter outra opção? Depois que você me arrastou para cá? — Questionou sorrindo, imaginando o que ele poderia ter planejado.
— Não, não vai — Respondeu rindo, beijando o pescoço dela onde o fecho do colar ficava — Então coloque um sorriso no seu rosto e vamos aproveitar seu dia — Ordenou saindo da cama e estendendo a mão para ajudá-la a sair. Ela o seguiu, imaginando o que poderia ter planejado.
★☆★
Se Scarlett poderia pensar em uma forma melhor de começar um novo ano, ela não conseguiria imaginar uma forma melhor.
Christopher a mimou o dia todo com mais e mais presente, ainda mais atenção e carinho, além de ter feito tudo o que ela mais gostava.
— Você quer me persuadir a alguma coisa, Senhor Evans? — Questionou quando ele chegou com alguns embrulhos de presente.
— Talvez — sorriu, se sentando perto dela na sala, deixando os pacotes entre os dois. — Abre — Pediu. Scarlett sorriu animada para descobrir o que tinha nos embrulhos.
Botas, um vestido novo de baile, jóias… a vestimenta completa para um baile. Ela já tinha desembrulhado tudo quando Christopher tirou uma caixinha menor do bolso.
— O que é isso? — Pelo tamanho da caixinha, e o material, ela sabia do que se tratava. Um anel. Christopher já tinha dado alguns outros anéis à ela, é claro, mas por toda a situação, ela sabia que aquele tinha um significado. — Christopher — Suspirando trêmula, ela não sabia se ria ou chorava, ao vê-lo se ajoelhar à frente dela no sofá.
O pedido era mera formalidade, já que os papéis do casamento estavam sendo adiantados, mas ele faria mesmo assim.
— Apesar de nada ser tradicional quando se trata de nós dois, alguma coisa tinha que ser — Começou tentando não se perder com o nervosismo. — Scarlett Ingrid Johansson, depois de seis longos anos, dois filhos e tudo o que nos aconteceu até chegarmos aqui, você aceita se casar comigo? — Propôs, os olhos brilhando na expectativa de ouvir um sim daquela vez.
— Sim, eu aceito me casar com você — Sentindo as borboletas no estômago aumentarem, Scarlett experimentou o gelado do anel de noivado, assim como os pesos das pedras que formavam uma flor.
— Eu amo você — Declarou-se o duque, se erguendo um pouco para beijá-la.
— Amo você — Sussurrou melosa contra os lábios dele, voltando a beijá-lo com vontade, acariciando os cabelos da nuca dele que se arrepiava com o toque.
Christopher a puxou para seu colo, no chão, deitando a cabeça no ombro dela que admirava a aliança no dedo.
— Essa aliança está na família há três gerações — Contou, distraído com o brilho da pedra também. — Minha bisavó, minha avó, minha mãe e agora você — Acrescentou.
— Não o deu a Emily ou Hayley? — Perguntou surpresa e ele negou.
— Não parecia certo. Minha mãe até tentou me convencer a entregar para Emily, mas eu não consegui. Nem pensei nele em relação a Hayley e com você foi uma das primeiras coisas que me veio à mente quando pensei em casamento — Resumiu, trazendo a mão dela aos lábios, depositando um casto beijo.
— Por isso foi a Somerset? — Conectando as informações, fazia sentido.
— Foi — Confirmou.
— E precisava demorar tanto para buscar um anel? — Reclamou, lembrando-se que tinha sido uma semana que poderia ser encurtada para alguns dias.
— Ainda precisava resolver algumas coisas por lá — Observou desanimado, resolver pendências nunca era divertido.
— Sabe, nós podíamos aproveitar que estamos na Escócia…
— Não vamos a Gretna. — A cortou, sabendo o que ela queria. Gretna Green era conhecido por ser o lugar em que casais desesperados para se casarem e que, por algum motivo, não eram apoiados por suas famílias iam para se casar. — Robert está nos processos finais das certidões e poderemos nos casar no começo do ano que vem — Decidiu.
— Por que esperar até ano que vem se podemos ir a uma capela em poucos minutos — Considerou tentando convencê-lo.
— Porque nada do que vivemos foi como deveria, eu não te cortejei, tivemos dois filhos e agora estamos noivos. Tudo completamente ao contrário do que o costume, acho que quero que alguma coisa seja como deveria — Justificou, esperando que ela entendesse. — Quero te ver entrando na igreja e ficar ansioso para que o padre nos anuncie como Senhor e Senhora. — Disse por fim e Scarlett entendeu, não teriam aquilo, daquela forma convencional em Gretna, além de não terem os filhos com eles.
— É, eu posso esperar até ano que vem — Concordou.
Não faltavam muitos meses e logo seriam, oficialmente, Senhor e Senhora Evans.
Autor(a): lety_atwell
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29 de novembro de 1815 Inglaterra, Kent Scarlett e Christopher — Meus bebês! Eu estava morrendo de saudades! — Apertando ambos os filhos em um grande abraço, Scarlett tentava matar a saudade dos dias longe. — Mamãe! — Simon tentava retribuir o abraço, ...
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