Fanfic: O Duque e Eu - Evansson - 3° Temporada | Tema: Scarlett Johansson, Chris Evans, Evansson
25 de Março de 1815
Inglaterra, Somerset
Anne
Anne voltava com o seu chapéu devidamente colocado, com a expressão entre calma e emburrada esperando ver Scarlett no lugar em que a tinha deixado, mas só encontrou o vazio.
— Scarlett?? — Chamou olhando em volta, esperando que a loura aparecesse, mas nada. — Scarlett Ingrid, isso não tem graça, cadê você? — A única coisa que Anne ouvia era o vento soprando os galhos. — Será que ela entrou e eu não a vi? — Perguntou a si mesma, tentando lembrar de algo diferente no trajeto que tinha feito, mas não lembrou de nada peculiar. Se Scarlett tivesse usa um atalho, ela não teria passado pela trilha principal e obviamente Anne não a veria.
Resmungando por ter que voltar todo o caminho mais uma vez, Anne retomou a caminhada em um ritmo apressado, ansiosa por demonstrar sua frustração a Scarlett.
— Poppy, viu Scarlett? — Chegando em casa, a morena encontrou com a babá na cozinha, os meninos estavam lanchando.
— Achei que vocês tinham ido fazer uma caminhada — Enchendo uma colher de aveia com geleia de mirtilos, ela deu a Scott que comia sem reclamar, ajudando Simon com a geleia grudenta que se espalhava por seu rosto.
— Nós fomos, mas vim para pegar o chapéu e quando voltei ela não estava mais lá — Relatou, estranhando.
— Pode ser que ela tenha ido para o quarto. — Sugeriu, voltando a dar comida a Scott.
Anne saiu a procura da loura pela casa toda, mas não encontrou nenhum vestígio de que ela estivera na casa.
— Scarlett, onde você se enfiou, criatura? — Reclamou impaciente, voltando para o primeiro andar.
— Falando sozinha, Anne? — Para o desespero da mulher, Christopher entrou na sala. — Está passando muito tempo com Scarlett. — Brincou sem perceber o desespero da outra. — Aliás, você a viu?
Nesse momento, Anne não conseguiu se segurar, começou a chorar copiosamente e assustando Christopher.
— Anne, o que aconteceu? — Perguntou a segurando pelos ombros, tentando consolá-la.
— Nós íamos fazer uma caminhada e eu precisei voltar para pegar meu chapéu e quando fui encontrá-la novamente, ela tinha sumido — Contou em uma confusão de soluços e fungadas, mas Christopher entendeu… ou quase.
— Calma, Anne, quem sumiu e aonde?
— A Scarlett, senhor, ela sumiu.
26 de Março de 1815
Rochefort, Somerset
Scarlett
Scarlett não se lembrava de ter ido para a cama, muito menos da caminhada que tinha feito com Anne. Estranho, ela raramente se esquecia de algo. Se espreguiçando na cama, ela estranhou o movimento sair mais desajeitado que o normal. A cama parecia menor também e seus braços estavam amarrados?! Abrindo os olhos assustada, Scarlett tentava se situar de onde estava.
As paredes pintadas em um tom de amarelo claro estavam sujas pelo tempo, os móveis dispostos de forma a deixar uma parte do quarto completamente livre.
— Não, por favor, não — Ela sussurrou para si mesma, se recordando de onde estava. Era sua casa a anos atrás quando estava casada com Romain e aquilo só podia ser um pesadelo.
Forçando as mãos, ela tentava se desprender das amarras a todo custo, mas estavam bem presas, assim como seus pés. Ouvindo barulhos vindos do lado de fora, ela parou se atentando ao que acontecia. Primeiro, passos foram ouvidos, depois algo se arrastando e pelo barulho era pesado, o mecanismo da porta avisando que alguém a abria e, por fim, a porta se abriu.
— Romain — Scarlett ofegou a imagem do homem que um dia ela reconheceu como a de seu marido, passou pela porta.
Quais seriam as possibilidades? Eram mais de cinco anos longe de alguém que nem ocupava um lugar em seus pensamentos. De alguém que simplesmente a deixou ir sem questionar o porque ou tentar lutar para que ficasse. E agora, ele estava ali, a frente dela com a aparência bem diferente do que ela se lembrava. A barba por fazer, dando uma aparência ao mesmo tempo relaxada e maníaca.
— Já acordou! — Exclamou surpreso, deixando a bandeja que carregava de lado — Sentiu saudades, amor? — Perguntou irônico, abrindo um pouco a janela para ventilar o ambiente. — Achou que eu estivesse morto, não é? Foi o que me disseram também — O tom carregado de desprezo assustou a loura, não só por não esperar vê-lo nunca mais, mas pelo ódio que ela via em seus olhos. — Mas como pode ver estou vivo e bem. Acho que pode deixar de se preocupar com seu marido e voltar a ser uma esposa devota.
— A você?
— E a quem mais seria? A Vossa Graça? — Indagou debochado, passando os dedos pelo rosto dela. — Acho que já dedicou tempo o suficiente a Christopher e suas vontades.
— Romain, por favor. Me solta — Pediu, sentindo a garganta arder e os olhos umidecerem.
— Ah, querida, eu vou, mas não agora. — Disse inexpressivo, se sentando ao lado dela. Scarlett o olhou assustada, com medo do que ele faria. — Está confortável?
— Seria melhor sentada — Disse realmente incomodada. O bebê estava ficando cada vez maior e algumas posições na cama estavam incômodas, deitada de costas era uma delas.
— Está de quantos meses? — Descendo a mão para a barriga dela, Romain esperava atentamente o movimento do bebê que não aconteceu. — Já se mexe? — Scarlett assentiu, um pouco receosa. — Bom, acho que alguém está dormindo, então. — Apesar da falsa alegria na voz, nenhum dos dois sorria. Romain apenas a encarava como se ela fosse algo que ele finalmente tinha conseguido conquistar. — Não me respondeu, querida, de quantos meses está?
— Quase seis. — Respondeu baixinho esperando que ele tirasse a mão de sua barriga, não queria o toque dele principalmente em seu bebê.
— Ansiosa para a chegada de mais um filho, meu amor?! — Indagou com um sorriso amistoso, feliz demais para o gosto de Scarlett.
— Sendo mais um filho meu com o Duque, sim, eu estou muito feliz e ansiosa. — Respondeu arrisca.
— Pelo que eu me recorde das leis inglesas, meu amor, temos três filhos — Disse calmo, a fazendo prender a respiração quando a tocou no rosto. — Todos nasceram sob o nosso casamento. — Lembrou cínico.
Pela lei, mesmo que os filhos fossem biologicamente de Christopher, eles pertenceriam a Romain por ela ter sido casada com o francês. Entretanto, Scarlett sabia que Christopher nunca deixaria que Romain criasse seus filhos.
— Romain, você não quer comprar essa briga com Christopher — Advertiu.
— E o que ele irá fazer? Você é minha esposa. — E com isso, ele se levantou da cama e saiu do quarto.
Quando a porta se fechou, Scarlett ouviu os mesmos barulhos e deixou que as lágrimas que segurava saíssem.
02 de abril de 1815
Inglaterra, Somerset
Christopher
— Como você consegue? — Entrando como um raio no escritório de Christopher, Jeremy olhava o Duque transtornado.
— Consegue o que, Jeremy? — Perguntou sem muita paciência. Não estava com o melhor dos humores havia dias.
— Ela era sua responsabilidade! — Acusou de cara feia e Christopher deixou o corpo se esparramar na cadeira de couro. — O que aconteceu?
Uma semana se completaria desde que Scarlett tinha sumido inesperadamente, sido raptada na verdade. Sem uma solução aparente, Christopher resolveu chamar Jeremy para ajudar com as buscas.
Aquela semana estava sendo enlouquecedora, Scott chorava querendo a mãe, Simon estava birrento pelo mesmo motivo, assim como Christopher estava desolado por não ter Scarlett ali.
— Anne e ela foram fazer uma caminhada, Anne precisou vir em casa buscar algo e quando voltou para Scarlett ela não estava mais lá — Resumiu sem olhá-lo, concentrado a sua frente com os possíveis lugares que deveriam procurar. A maioria já estava com um x marcando que já haviam passado e nada encontrado.
— Por que alguém raptaria Scarlett? — Se perguntou Jeremy, andando de um lado a outro do escritório. — Acho que você não tem tantos inimigos assim.
— Qualquer pessoa que saiba que ela é a minha esposa, mãe dos meus filhos… a Duquesa, já serve — Considerou.
— Isso não ajuda muito — Qualquer pessoa que estivesse morando em Somerset saberia quem era Scarlett, ou seja, qualquer um poderia estar com ela. — E os meninos?
— Desolados. Morrendo de saudades da mãe. — Não que Evans estivesse diferente, além de não ter Scarlett por perto ainda tinha que lidar com os olhares tristes dos filhos.
— O departamento da coroa?
— Estão fazendo o melhor possível — Usando as palavras do chefe de polícia da região, Evans se levantou da cadeira, indo até os vitrais que facão visão ao jardim. Simon e Scott brincavam lá embaixo com Poppy, Lisa os acompanhava, brincando com os netos.
— E… e se… — Conseguindo a atenção do Duque, Jeremy tentava completar a frase sem entrar em desespero. — Se ela tiver saído da Inglaterra?
— Os portos e estradas estão sendo vigiados. — Garantiu, voltando a olhar os filhos brincarem. Queria tanto que o bebê que Scarlett esperava fosse uma menina! Não que deixasse de amar a criança se fosse um menino, o amaria da mesma forma, mas estava ansioso para ter uma filha. E não saber como Scarlett e o bebê estavam o deixava tão angustiado, se sentia tão impotente e culpado. Ele deveria ter ficado em casa naquele dia, deveria ter ido com ela. — Eu já a perdi duas vezes antes por imprudência minha, não é justo que a vida a tire de mim outra vez, não quando eu já entendi que minha vida não faz sentido sem ela. — Desabafou, encostando a testa no vidro frio.
— Nós vamos encontrá-la, Christopher — Garantiu sério.
Rocheford, Somerset
Scarlett
Pelas contas, já tinha se passado uma semana desde que Romain a sequestrara. Uma semana que estava sem os filhos, sem Christopher, sem sair daquela pequena prisão que, um dia, ela já tinha chamado de lar, confinada a aquele pequeno quarto.
A única parte boa daquela semana era que seu bebê tinha crescido mais um pouquinho e que estava completamente impaciente. Ela não saberia dizer se, mesmo ali dentro, ele já tinha sua própria rotina ou se gostava muito de como Scarlett seguia seu dia, só sabia que o bebê de remexia, claramente impaciente, em alguns momentos do dia. Momentos esse que, geralmente, ela costumava estar com Christopher ou com os filhos.
— Você sente saudade, não é?! — Tocando a barriga, ela sentiu um movimento em resposta a fazendo sorrir. — Eu também, meu amor.
Com o passar daquela semana, Romain tinha deixado que a loura saísse da cama, deixasse de ficar amarrada, mas só porque sabia que ela não cometeria a loucura de sair pela janela de um quarto que ficava no segundo andar. Ela tinha uma criança crescendo dentro de si e não cometeria essa loucura.
Os sons que precediam a abertura da porta foram ouvidos e Scarlett pensou se daria tempo de voltar a cama e fingir que estava dormindo, odiava os momentos em que estava na presença de Romain. Odiava que ele a quisesse novamente como sua esposa sendo que nunca havia lutado por eles.
— Bom dia, querida — A voz irritantemente agradável de Romain a alcançou, a enjoando. — Trouxe seu desjejum — Entrando com uma bandeja com chá e alguns biscoitos amanteigados. O estômago de Scarlett revirou com a refeição, já estava comendo aquilo a dias e estava se sentindo enjoada a cada vez que via a xícara de chá que estava fraco e os biscoitos quase sem gosto. — Ah, vamos lá, não faça essa cara, é o que temos até que possa contratar uma cozinha e eu não confio o suficiente na mocinha para deixá-la cozinhar — Comentou, colocando a bandeja em cima da cômoda.
Scarlett apenas o observou se movimentar pelo quarto, imaginando que ele devesse saber que ela não sabia, exatamente, cozinhar. Cozinhar uma batata, ovos com beacon e panquecas talvez fossem algo possível para ela, mais que isso com certeza a cozinha terminaria em chamas.
— Pelo menos tem comida — Respondeu ela, indo até a bandeja pegar alguns biscoitos.
— Tem ideia de quando esse bebê vai nascer? — Indagou, lançando um olhar para a barriga dela que Scarlett não gostou nenhum pouco.
— Daqui a uns três meses. Por que? — Lançando um olhar desconfiado ao francês.
— Apenas curiosidade — Deu de ombros. — Na verdade, estive pensando… — Dizendo isso, ele fez uma pausa, sorrindo ao ver que tinha a atenção dela — E acho que devemos enviar esse bebê a adoção assim que nascer.
Scarlett parou o que fazia, analisando a frase por um momento. Um, ele só poderia estar louco de achar que, caso acontecesse de parir ali, ela o deixaria chegar perto do bebê. Dois, faltavam muitos meses até que chegasse a hora de parir aquela criança e, até lá, Christopher já a teria achado. Três, ele não iria querer comprar aquela briga com ela e, principalmente, Christopher.
— Romain, você não vai querer ir por esse caminho — Advertiu, sentindo o corpo todo queimar com a raiva que estava sentindo.
— Qual? O de garantir que a minha mulher tenha apenas os meus filhos. — Respondeu debochado, caminhando lentamente até ela. — Já passou da hora de enchermos a casa de crianças, não acha? — O tom malicioso a deixou zonza de desespero, assim como o toque dele em sua pele.
— Isso não vai acontecer — Respondeu firme. Não sabia o que precisaria fazer, mas ele jamais voltaria a tocá-la.
— Ah, vai. E tenho certeza que você vai querer — Garantiu, a encurralando entre ele e a cômoda. — E eu mal posso esperar por esse dia — Sussurrou perto demais dela, o hálito quente soprando em seu rosto, a nauseando.
— Nem nos seus sonhos, Romain — Protestou, virando o rosto para o beijo que ele pretendia dar. Mais forte que ela, ele a segurou pelo queixo a fazendo encara-lo
— Serão nos seus, meu amor, vai implorar para que aconteça — O tom era de promessa, mas Scarlett duvidava muito que iria cogitar aquela possibilidade algum dia. — Tome o café — Pediu a soltando, saindo do quarto em seguida.
Sozinha novamente, ela se sentou na cama obrigando seu corpo a se lembrar de como respirar.
Ela tinha que sair dali e rápido.
07 de abril de 1815
Inglaterra, Somerset
Christopher
— E assim, o ursinho foi para sua cama e dormiu. Fim — Finalizando o livro infantil do filho. — Agora é hora de dormir, mocinho — Orientou, ajeitando o cobertor no corpo do menino. — Scott já está apagado e agora só falta você. — Disse de forma repreensiva, mas sorrindo. Simon se ajeitou na cama, fechando os olhos, mas abriu em seguida.
— Papai, a mamãe vai demorar para voltar? — Perguntou sentindo. Mais de uma semana sumida, Scarlett fazia uma falta imensa na vida dos três e no resto da família.
— Ela vai ficar mais uns dias na casa da Tia Marple, Simon. — Como desculpa para o sumiço da loura para os filhos, Evans tinha dito que a mãe passaria alguns dias fora para cuidar de uma tia distante e doente até que melhorasse.
— Estou com saudade — Comentou tristonho, assim como Christopher estava.
— Também estou, filho, mas logo ela volta — Garantiu, bagunçando os cabelos do menino saindo do quarto em seguida — Amo você — Disse por fim, ouvindo a mesma frase do filho antes de sair.
Encostando-se a porta fechada, Christopher respirou fundo, sentindo o corpo pesar.
Precisava de Scarlett ali.
— Onde você está, meu amor — Murmurou para si mesmo, saindo pelo corredor.
Autor(a): lety_atwell
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09 de Abril de 1816 Inglaterra, Somerset Scarlett Desde o dia em que Romain tinha dito o que pretendia com o bebê e com ela, Scarlett não estava se sentindo bem. Tinha cada vez menos vontade de fazer qualquer coisa além de ficar naquela cama, que era bem desconfortável para ficar tanto tempo deitada. A verdade é que ...
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