Fanfic: Confiar em um Lobo - Vondy - TERMINADA

Dulce, boquiaberta, cravou os olhos em suas costas. Suas emoções eram uma massa turbulenta de desgosto e confusão. Por um lado, sentia que devia correr atrás dele e desculpar-se, mas por outro lado, também se sentia ofendida por sua atitude arrogante.
Vencida por sua indecisão, fechou a porta, caminhou para o carro de Christopher e se acomodou atrás do volante. Arrancando, dirigiu-se para o caminho de acesso, enquanto para uma profunda análise de consciência.

— Christopher te pediu que se casasse com ele, e não aceitou?
Dulce se encolheu sobressaltada ante o tom incrédulo na voz de Anahí.
— Não me neguei. Disse-lhe que necessitava tempo para me ajustar a todas as mudanças que tinham acontecido em minha vida.
Anahí inclinou a cabeça pensativa.
— Sim, posso entender que quisesse tempo para isso. — Dedicou um olhar penetrante a Dulce —. Mas também posso ver que tem medo.
Dulce não disse nada durante um momento, mas mordeu o lábio preocupada. Odiava admiti-lo, mas Anahí estava certa. E Christopher também sabia. Essa era a razão pela que tinha sido tão veemente ao explicá-la que não era como seu ex. Feriu-lhe que não confiasse nele.
Sentindo-se culpada e envergonhada, soltou sem pensar.
— Depois do que aconteceu a última vez que me casei, não tenho direito de ter?
— Sim, tem — a aliviou Anahí —. Mas lembre-se de que Christopher não é seu ex. No referente à honra e a integridade, Christopher tem a baldes. Bem diferente de alguém que ambas conhecemos e desprezamos.
Dulce sorriu ante o débil esforço de Anahí para lhe pôr humor ao assunto.
— Ama Christopher?
— Sim. Muitíssimo.
— Então confia em ti mesma. Christopher é de confiança. Acredito que em seu íntimo saiba.
— Mesmo assim, necessito algum tempo antes de me abandonar ao compromisso. Christopher vai ter que entender que há partes de meu passado que podem afetar meu presente. Necessito tempo para racionalizá-lo, tempo para enfrentar aos meus medos.
— Christopher é um homem extremamente inteligente e razoável. Estou segura que, se o explicar, entendê-lo-á.
Dulce riu.
— Estou segura que se sentirá agradecido por essa descrição tão brilhante de todos seus magníficos atributos.
— É certo, mas muitas vezes não faz falta que saibam quão maravilhosos são. Tendem tornarem-se bastante presunçosos.

— Falando de presunçosos — disse Dulce astutamente —. Disse-te que já não preciso do meu vibrador?
Anahí soltou um gritou de deleite até que as duas irromperam em risadas maliciosas.
Dulce se aproximou da casa com o estômago cheio de mariposas. Determinada a fazer que Christopher visse seu ponto de vista sobre como lhe tinha afetado o assunto do compromisso, e bastante receosa sobre o dano e a cólera com o que se expressaram aquela manhã antes de partir. O que ocorria se mostrava a mesma determinação que ela? Aonde lhes levaria isso?
As lágrimas se amontoaram em seus olhos e zangada piscou para eliminá-las. “Estou sendo ridícula”, pensou com seus botões, enquanto estacionava carro. “Podemos resolvê-lo”. Afligida, sentiu as pernas fracas quando desembarcou do carro e caminhou para a porta.
Respirou profundamente e entrou na casa fechando a porta a suas costas. Tudo estava em silêncio, e se estava perguntando se Christopher estava em casa, quando escutou sua voz chamando-a do escritório.
— Estou aqui dentro, Dulce.
Sentiu como se comprimia seu peito, seu fôlego saia em ofegos pouco profundos devido à ansiedade que sentia. Teria sido imaginação sua ou tinha escutado a voz de Christopher um pouco alterada? Dulce entrou na habitação e encontrou ao Christopher sentado em seu escritório. Logo ficou de pé quando ela entrou e rodeou o escritório. Sua expressão era neutra, isenta de sua usual boa-vinda.