Fanfic: Confiar em um Lobo - Vondy - TERMINADA

Antes que a pudesse alcançar, deu um passo para trás.
— Precisamos conversar — disse ela, sentindo uma pontada de mal-estar ante a tolice de pronunciar essas palavras tão famosas e que às vezes antecediam um final.
— Sim, temos que fazê-lo — esteve de acordo Christopher. Caminhou para o sofá convidando-a a sentar-se. Ela assim o fez e Christopher se sentou sobre a mesinha do café que havia diante dela —. Você gostaria de começar? — perguntou ele desapaixonadamente.

— Sim — disse, tomando uma profunda inspiração, reclinou-se no assento e durante um momento organizou seus pensamentos, seus dedos se retorciam nervosos —. Dei-me conta de que esta manhã te machuquei e o sinto. Essa não era minha intenção, mas preciso te fazer ver simplesmente como… de aterrador é tudo isto para mim. — Mordeu os lábios e colocou as lágrimas de lado, determinada a manter o controle —. Amei a meu ex-marido, Christopher. Dava-lhe tudo e ele o desprezou. Nunca soube que tal dor pudesse existir.
Ela olhou para cima, seu olhar ficou preso na dele.
— Não nos conhecemos a muito tempo, mas o que sinto por ti é muitíssimo. Não posso encontrar as palavras adequadas para fazer-lhe entender isso. Às vezes não posso nem acreditar no quanto pude mudar. — Seus olhos baixaram, retorcendo as mãos, seus dedos estavam brancos com a pressão que estava fazendo —. Se algo acontecesse… se você mudasse de idéia, não poderia… Simplesmente não poderia.
Christopher estendeu a mão, pousando-a e cobrindo seus dedos duros. Ele sentia a tensão nela, sentia o medo rasgando-a.
— OH, Dul — murmurou, tomando seu corpo tremente, colocou-a sobre o colo, para assim poder rodeá-la com os braços.
Christopher apoiou o queixo sobre a parte superior de sua cabeça enquanto a balançava. Simplesmente não se deu conta de quão profundo era o medo que a possuía. Sentiu sua dor e sua cólera. Dulce não estava lhe rechaçando, estava lutando contra seus demônios. Obrigou-se silenciosamente por deixar a si mesmo e a suas necessidades egoístas por baixo de seu consolo e segurança.
— Sinto muito, carinho. Não me dava conta de quão duro era tudo isto para ti. Parece-me que ao final não resultei ser um bom negócio depois de tudo — brincou brandamente, surpreso de como os braços de Dulce lhe abraçaram com força.
— Não diga isso — pediu ela —. E menos ainda o pense.

Christopher sorriu abertamente ante a fera que de repente tinha em seus braços.
— Diz que poderia ter alguma outra qualidade que valha a pena?
Uma cintilação iluminou seus olhos e um pequeno sorriso dançou curvando seus lábios.
— Talvez algumas — lhe permitiu.
Seus olhos se empanaram convidativos, seus lábios se separaram. Christopher se inclinou, colocando seus lábios brandamente sobre os dela. O beijo foi comprido, suave e docemente sensual. Ele sentiu o tremor que percorreu seu corpo enquanto ela se movia nervosa em seu colo, pondo máximo empenho em aproximar-se dele. Ele se separou, sorrindo ante seu gemido de frustração.
— Simplesmente uma coisa mais — lhe disse ao tempo que colocava a mão sobre seu peito e brincava com o endurecido mamilo que pressionava contra a blusa —. Depois nos encarregaremos disto. Antes que saísse esta manhã, pediu-me tempo para assimilar todo o ocorrido. Estou disposto a lhe dar isso dentro do razoável — avisou —, porque se tiver que esperar vinte anos para poder te pôr o anel, não há acordo.
Dulce lhe abraçou ferozmente de novo.
— Obrigado, Christopher, obrigado, obrigado, obrigado. — Particularizou cada um destes agradecimentos com um beijo —. Agora me leve pra cima. Quero te mostrar quão agradecida estou.
— Sua mentirosinha — acusou —. Somente me quer para que me ocupe de suas necessidades.
— Isso é certo — confessou com um sorriso descarado —. Em efeito, seria como “matar dois pássaros com um tiro”.
Christopher riu entre dentes, levantou-se e levou a sua companheira escada acima, onde poriam em perigo a todo um bando de pássaros.

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