Fanfic: Confiar em um Lobo - Vondy - TERMINADA

— Sei, mas me dá um pouco de medo estar aqui sem ti — explicou —. De qualquer maneira, custará menos esforço que esteja em casa, já que tenho todas minhas coisas ali. Amanhã tenho que ir trabalhar, por isso necessitarei meu carro.
— Poderá chegar bem a sua casa? — perguntou Christopher, com aparente preocupação —. Se o desejar, quando acabar de fazer a bagagem te deixo em casa ao sair da cidade.
— Não há necessidade, posso chegar bem. Chamarei a Anahí. Ou melhor, ainda, chamarei um táxi. Assim lhes deixarei seguir com o que estejam fazendo — reconsiderou ela.
Christopher assentiu. Pôde ver que sua cabeça estava no que ia encontrar quando chegasse a Montana. Quando tomou sua bolsa e desceu ao piso inferior, Dulce se arrastou como um cãozinho sem dono. Na porta principal Christopher deixou cair a bolsa e se girou, para encontrar Dulce mordendo o lábio, com os olhos brilhando com as lágrimas não derramadas. Só teve que abrir os braços, para que ela se enterrasse no quente refúgio que lhe proporcionava.
— Não chore, carinho. Estarei de volta em um par de dias.
Sentiu-a reclinar a cabeça contra seu ombro.
— Sinto muito, pareço um bebê. Mas é que estávamos começando a nos entender e vai, vou sentir saudades suas.
Tornou-se para trás, para poder olhá-la no rosto.
— Eu também sentirei saudades, pequena. Veja-o desta maneira — disse em tom de consolo —. Agora terá um par de dias para te recuperar. — Seu olhar se voltou abrasador —. Tome alguns banhos de espuma. Assim te desentorpece para quando eu retornar.
Dulce riu e passou seus braços ao redor de seu pescoço, lhe abraçando ferozmente.
— Farei-o — aceitou, logo se retirou, seus olhos se converteram em suaves piscinas de cor cinza brumosa —. Tome cuidado.

Os olhos dourados trocaram a âmbar.
— Não se preocupe por mim, estarei bem. — Seus braços se apertaram ao redor dela, mantendo-a perto —. Sei que, como você bem há dito, “estávamos começando a nos entender”, mas quando retornar teremos um bate-papo bastante sério você e eu.
— Outro bate-papo sério? Parece-me que está me assustando. — Seu trêmulo sorriso contradisse suas cinzentas palavras.
A mão de Christopher se arrastou para baixo, acariciando com delicadeza seu arredondado traseiro.
— Não seja uma engraçadinha, ou terei que te surrar.
— Christopher…
Dulce se sentiu acender imediatamente por estas encantadoras palavras.