Fanfic: Confiar em um Lobo - Vondy - TERMINADA

Cortou a ligação e Dulce se levantou, golpeando o chão com os pés e destrambelhando como um caminhoneiro. Cinco minutos mais tarde o carro de Christopher entrou no caminho de acesso. Um segundo mais tarde golpeava a porta.
— Dulce, abra a porta — demandou.
— Vá embora, Christopher — insistiu ela.
— Jogarei a porta abaixo, Dulce. Tem dez segundos.
O tom mortalmente sério em sua voz jogou por terra sua determinação.
Abriu a porta, deixando-a de par em par.
— Pois já esta, aberta! Espero que agora esteja muito contente!
Ela bateu pé emburrada, retirando-se da porta aberta para que entrasse.
Fechando de um golpe a porta, Christopher caminhou com largas pernadas detrás dela, tomou seu braço com firmeza e cuidado ao mesmo tempo, e a deu a volta para que lhe encarasse.

— O que está acontecendo contigo? — Sua fúria se moderou pela genuína preocupação.
— Disse-te que estou cansada, não acredita nisso? — espetou-lhe.
Esforçando-se por não deixar-se levar por seu mau humor, Christopher inspirou profundamente.
— Dulce — começou, determinado a estar calmo e razoável. Sua intenção se viu detida ao compreender uma das possíveis razões para seu comportamento — … OH!
A cólera virando vergonha.
— Sim, “OH”. Maldito seja, maldito seja, maldito seja! Sabia! Você e isso… Isso que tudo o cheira! Por que não podia te limitar a te manter afastado?
Separou-se dele, cruzando os braços em um gesto defensivo.
— Dulce, carinho, está menstruada. E daí? É por isso que está tão perturbada?
Christopher se sentiu perdido. Ali tinha que haver algo mais que isso, mas simplesmente não dava com o que.
— Estava tentando poupar-lhe resmungou isso ressentidamente.
— Me poupar o que?
Esforçou-se por não mostrar sua exasperação.
— O aroma. Toda essa conversa é sobre seu tão sensitivo nariz. Não acha que cheire mal? — A dor matizava sua relutante pergunta.
A compreensão já despontava.
— Estava preocupada porque pudesse pensar que fede? — Ao vê-la assentir, encheu-se de compaixão ante a desnecessária ansiedade que ela tinha sofrido. Colocando as mãos brandamente sobre seus ombros, ignorou os músculos tensos que havia sob suas mãos. Amável mas firmemente a fez dar a volta. Fê-lo, mas não lhe olhou. Uma mão paciente tomou seu queixo e a levantou para que seus relutantes olhos lhe olhassem —. Amor, o único modo de que alguma vez pudesse cheirar mal, para mim e sob qualquer circunstância, seria se decidisse deixar de tomar banho. E mesmo assim, posso te assegurar que nem isso importaria. Não cheira mal — a reconfortou com seriedade —. Seu aroma é… intrigante.
Um sorriso relutante, nascido da vergonha, curvou seus lábios.

Obrigada Sol :D