Fanfic: Quando o Helébore Florescer | Tema: Crepúsculo
O vento frio que bate no meu rosto me faz tremer, mas Seth parece completamente confortável. Caminhamos pelo chão congelado e eu tomo mais cuidado do que o normal enquanto ando. De jeito nenhum eu vou cair de cara nesse gelo penso enquanto imagino a cena ridícula que seria se eu realmente caísse no chão.
Esme não parece muito incomodada com o frio e anda na frente com Seth logo atrás dela. Acompanhamos a parece externa da casa até o ponto onde a parede faz uma curva fechada. Assim que viramos o canto da casa avisto uma estrutura que parece feita de metal e vidro bem no meio do que parece o quintal da casa.
—Wow! Seth exclama enquanto corre para construção. Ele corre até a estrutura como uma criança em direção à um brinquedo novo. Assim que alcanço Esme, pergunto baixinho —O que é aquilo?
—É uma estufa Anne. Esme fala seguindo logo atrás de Seth. Estufa? Quem diria que isso estava aqui. Penso impressionada. Eu realmente não vi nem a metade dessa casa.
Ando ainda com calma até a entrada da estufa.
Quando Esme abre a porta, lá dentro é primavera. A temperatura é amena e o cheiro de flores invade o ar. Flores belíssimas de todas as cores foram plantadas ali. A visão é deslumbrante.
Um pequeno caminho de pedras leva a uma mesa no centro da estufa. Esme deve apreciar as flores aqui, penso enquanto observo toda beleza do lugar. As plantas vão subindo pela estrutura de metal e ficam penduradas no telhado. Não tem um canto naquele lugar que não esteja tomado por plantas.
—O que você acha? Fiz um bom trabalho? Esme pergunta olhando para Seth.
—É perfeito! Onde achou essas flores? Seth fala analisando de perto as flores. Ele não consegue ficar parado e está andando para todos os lados, os olhos grandes brilhando como uma criança na manhã de natal.
—Não foi fácil, mas tenho meus métodos. Esme fala com um ar de orgulho. —Queria mostrar para você primeiro.
Esme e Seth começam a falar sobre as flores e os nomes científicos fazem a conversa difícil de acompanhar então me concentro nas flores que mais me chamam atenção.
Seth parece gostar de uma flor em particular. Ele fica encarando um pequeno canteiro de flores azuis e roxas. Ele parece fascinado e sorri muito. Ele estica as mão como se fosse tocar uma das flores, mas ele parece ter tocado algo no solo. Ele olha para mim e vem correndo na minha direção.
—Olha o que eu achei! Seth exclama e caminha na minha direção com algo nas mãos e um enorme sorriso no rosto. Ele coloca as mãos bem na minha frente as abre para me mostrar o ser mais asqueroso que já vi na vida, me fazendo gritar e me afastar correndo dele.
—É um sapo!!! Eu grito me escondendo atrás de Esme.
—Que isso Anne. Esme fala rindo da minha reação. É só um sapo. Ele deve ter entrado para se abrigar do inverno. Não é só um sapo! É o mais asqueroso de todos os sapos!
—Eu não gosto de sapos. Podemos sair agora? Falo com urgência na voz enquanto me escondo atrás de Esme. Não quero mais ficar aqui. De onde veio aquele sapo, com certeza tem mais.
—Me desculpe, eu... Seth tenta se desculpar, mas eu nem consigo olhar para ele. Esme continua rindo de mim.
—Ah… essa foi ótima. Esme fala ficando sem fôlego de tanto rir. —Não acredito que só por causa de um sapinho você ficou assim. Esme está rindo demais na minha opinião.
—Eu vou esperar lá fora. Eu falo saindo rápido da estufa.
Continuo caminhando até notar que estou longe suficiente da estufa. Me agacho e sento sobre uma pedra que parece seca. Com as mãos no rosto tento me acalmar. Cair de cara no chão teria sido melhor penso repassando o episódio vergonhoso na minha mente.
—Desculpa, mas você tem que admitir que foi engraçado. Esme fala contendo o sorriso. Não notei que ela tinha me seguido para fora da estufa. Eu não olho para ela e mantenho a cara séria enquanto tento manter alguma dignidade.
—De qualquer forma isso é bom. É como se você tivesse recuperado uma memória ou pelo menos seu corpo parece se lembrar. Esme diz. Eu balanço a cabeça sem olhar para ela.
—Ah… Bem, tenho certeza que é um avanço! Ela fala se mantendo positiva, já eu, não sei se isso é algo bom.
—O Seth está vindo. Melhor pedir desculpas, você sabe que não foi culpa dele e você exagerou. Esme fala baixinho perto do meu ouvido enquanto observamos Seth andando em nossa direção.
Argh... eu sei que exagerei, mas para que colocar o sapo não minha cara daquele jeito? Pelo menos ele não riu...
—Ahm… eu... me desculpa Jullianne, eu não queria te assustar. Seth fala de cabeça baixa. Ele tem as mãos postas na frente do corpo. Se a palavra ´me desculpa´ tivesse uma cara, seria a cara dele agora. Seth é… ele é diferente do que eu esperava. Ele é 10 centímetros mais alto que eu e quase tão musculoso quanto Emmett. Cabelo meio longo jogado para trás, olhos castanhos e pele bronzeada. Se eu visse ele andando na rua a imagem de um jogador de futebol americano viria a minha mente. O quarterback do time da escola. O garoto popular. Mas ele é… dócil. Soa horrível, mas essa é a melhor palavra que tenho para descrever ele nesse momento.
Não sei exatamente o que dizer para ele. Esme me cutuca com o joelho me apressando, mas não tenho uma resposta melhor do que repetir o que ela acabou de sussurrar para mim.
—Tudo bem. Eu exagerei. Me desculpe. Falo murmurando. Não é preciso observar muito minha expressão para saber que ainda estou nervosa. Tento não olhar para Seth. A cara de cachorrinho arrependido dele vai me fazer sentir culpada da minha atitude.
—Ótimo! Agora que fizeram as pazes podemos… O som do telefone de Esme interrompe a conversa.
—Só um minuto. Preciso atender. Ela fala se afastando de nós. Seth continua calado, assim como eu.
Nenhum de nós olha para o outro. Eu continuo sentada na pedra e Seth é uma estátua do meu lado. Minha bunda está congelando, mas não quero me levantar. De certa forma, fazer o primeiro movimento vai parecer que eu é quem tenho que pedir desculpas.
—Eu sinto muito mesmo. Seth fala quando se abaixa do meu lado.
—Não se preocupe. Eu não estou mais brava. Falo ainda sem olhar para ele. É embaraçoso ter que olhar para ele e falar essas coisas melosas de ‘me desculpe’, ‘não, foi culpa minha’.
—Eu vou ter certeza que não tem mais sapos na estufa. Se eu fizer isso, você vai voltar lá?
Levanto os olhos e Seth está… perto. Não notei que ele estava tão perto até levantar a cabeça. O olhar dele é sério e eu sinto meu coração bater mais rápido, mas não consigo desviar o olhar dele.
—Eu não sei. Porque? Pergunto com a voz meio tremida. Ele tem que ficar tão perto?? Eu não consigo desviar o olhar.
—Eu só quero te mostrar cada uma delas Seth mantém o olhar fixo em mim. Não sabia que ele conseguia fazer uma expressão tão… séria.
—T-Tudo bem. Falo meio sem fôlego. Como passei de brava com ele para ´coração acelerado´ em um minuto?
Seth dá um sorriso largo para mim. A maioria dos meus sorrisos foi planejada até agora, mas esse vem fácil, como se nossos músculos estivessem conectados. Eu finalmente consigo desviar o olhar.
—Você gosta mesmo delas, não é? Das flores. Pergunto me levantando e dando, na minha cabeça, um discreto passo para longe dele.
—Yeah. Henry Beecher disse que ‘Flores são o sorriso da terra’ e eu concordo. Quando elas desabrocham enchem o mundo de cor. Seth tem um sorriso doce no rosto enquanto fala. Ele parece um homem apaixonado, mas nesse caso não por alguém, mas pelas flores.
—É verdade. Mas não duram muito tempo. O que é bonito não foi exatamente feito para durar, não é? Tudo que consigo pensar é no fato de que aquelas flores só estão vivas porque estão dentro daquela estufa. Aqui fora elas só sobrevivem pelo tempo que dura a primavera. Existe uma beleza triste na curta e frágil vida delas.
Seth fica me olhando sério. Eu devo ter falado besteira. Penso enquanto olho para ele e de volta para estufa tentando entender o que falei de errado, mas Esme termina sua ligação e volta antes que eu tenha tempo para descobrir quais palavras aborreceram Seth.
—Vamos para dentro. Se ficarmos aqui fora você vai pegar um resfriado. Esme fala passando o braço em meus ombros e seguindo de volta para a casa.
Entrando no hall, tiro o casaco e troco as botas sujas pelas sandálias confortáveis, e sem dar chance para alguém falar, subo as escadas e vou para meu quarto sem olhar para trás.
—Mas eu ia fazer chá... Esme fala enquanto subo os degraus o mais rápido que consigo.
Assim que fecho a porta atrás de mim consigo respirar melhor. O que foi aquilo? Me pergunto ainda confusa. Porque ele ficou me encarando? Eu falei bem das flores não falei? E aquela cara séria. Ele tem que se decidir se a personalidade dele é tímida ou direta. Ele mal fala ou me olha quando chega aqui e agora coloca uma cara séria e fala me olhando nos olhos desse jeito.
O comportamento de Seth me confunde, mas o meu é ainda pior. Não sei porque, mas me sinto curiosa sobre ele. Ele não deveria ser tão difícil de lidar, mas está se tornando um desafio. Estou com ele a poucas horas e ele já me fez sentir tanta coisa. Isso não é um bom sinal. Não é?
Argh! Eu sei lá! Contanto que ele não chegue perto daquele jeito de novo…
Me jogo na cama e encaro o teto. Um sorriso escapa do meus lábios. Faz, bem faz seis dias, que me preocupo com outra coisa além do fato de que não tenho memória e com o fato de que não sei o que fazer com a minha vida. Hoje foi a primeira vez que minha mente ficou livre dos pensamentos sombrios que causavam os ataques de pânico que fechavam minha garganta a ponto de me sufocar. Agora as preocupações que eu tinha parecem apenas um leve desconforto no fundo da minha mente.
Passo bastante tempo no quarto até que Esme me chama no andar de baixo. Eu me levanto rápido e desço as escadas. Esme está na cozinha, mas só tem um par de pratos postos na mesa.
—Pode sentar. Seth teve que sair e não vai voltar até mais tarde. Esme fala colocando a comida na mesa.
—Onde ele foi? Pergunto ainda em pé.
—Não sei. Ele só disse que ia sair e que não esperasse por ele porque ia voltar tarde. Vamos comer antes que esfrie. Esme se senta à mesa e me aponta a cadeira do lado dela.
Eu me sento, mas me sinto apreensiva. Será que foi por causa do que eu falei? Se eu analisar direito eu devo ter sim insultado as flores e ele também. Foi eu quem perguntou se ele gosta de flores e depois falo sobre como elas morrem fácil.
Esme parece apressada. Ela termina de comer rápido e não fala muito. Não me preocupo com o comportamento dela e passo mais tempo do que deveria me preocupando em como vou voltar a falar com Seth do que acredito que deveria. Vou dormir sem uma resposta e sem ver Seth chegar em casa.
Minhas preocupações tem sumido durante a noite. Tenho tido esse sonho estranhamente tranquilo ultimamente. Eu estou na água, só que a água é de uma coloração verde clara e tem várias bolhas ao meu redor. Eu fico nadando entre elas e estourando algumas por diversão. Eu sorrio bastante durante todo sonho e acordo me sentindo bem. Levanto da cama aproveitando os últimos resquícios do sentimento de estar flutuando até que uma onda de consciência me atinge, me fazendo lembrar do que aconteceu ontem, de como deixei as coisas com Seth.
Lavo meu rosto e escovo os dente enquanto tento pensar na melhor forma de me desculpar. Ele gosta de flores, então falar que elas morrem cedo não deve ter sido legal. Não é mentira, mas ninguém gosta de ouvir que aquilo que mais gosta tem defeitos. Principalmente de quem não sabe nada sobre o assunto. Uma idéia brota na minha mente com o pop. Ele disse que queria me mostrar as flores, então se eu pedir para vê-las primeiro ele vai ficar feliz não? Vou tentar isso primeiro e se não der certo… bem… vamos acreditar no plano A, vamos ter fé no plano A.
Hoje desço para o café sem que Esme tenha que me chamar. Quando chego na cozinha tudo já está arrumado, mas Seth ainda não está lá. Achei que iria encontra-lo no corredor como antes, mas ele deve estar dormindo.
—Bom dia! Esme fala enquanto serve as bebidas. —Dormiu bem? Não ficou muito frio? Nevou tanto ontem.
—Bom dia. Eu dormi bem sim. Não fiquei com frio. Respondi pensando em como alguém poderia ficar com frio com um sistema de aquecimento desses. Fico preocupada com o Sr. Petterson naquela fazenda. Ele sim deve estar com frio.
—Que bom. Não sabia se a temperatura estava boa pra você… Esme disse.
—Estava ótima. Falo começando meu café da manhã.
Converso um pouco mais com Esme. Falamos sobre as flores de ontem, ela riu mais um pouco da minha cara quando vi o sapo, e é claro todo mundo na casa já deve saber o que aconteceu, mas como eu só vejo a Esme ainda não tive que ouvir provocações de ninguém. Conversai e conversa vem, tenho dificuldade em controlar minha curiosidade que só aumenta e finalmente faço a pergunta:
—Mas… onde está o Seth? Pergunto pegando algo para comer. Tento parecer pouco interessada na resposta.
—Ah, ele deve estar dormindo. Ele voltou cansado ontem. Esme responde enquanto bebe seu chá.
—Cansado? Pergunto mais interessada do que queria parecer.
—É. Ele teve que treinar com Sam. Esme fala distraída.
—Treinar?
—Ahm… é…. Treinar. Sabe, ele tem um físico grande para idade dele não tem? Ela fala colocando as mãos sobre os ombros como se quisesse parecer maior para ilustrar o tamanho de Seth. É porquê ele é um ahm… atleta, é, um atleta. Ele faz… ahm… boxe. Esme responde articulando um pouco demais na minha opinião.
Wow. Boxe? Eu tinha chutado jogador de futebol, mas acho que boxe faz sentido…talvez…
—Ah. Eu não sabia. Que legal. Respondo tentando imaginar Seth praticando boxe, mas de alguma forma não consigo imaginar ele lutando em um ringue.
Ouço passos pesados se aproximando da cozinha e vejo Seth aparece na porta meio sem fôlego.
—Seth! Esme fala surpresa. —Porque a correria?
—Eu dormi demais não foi? Ele diz chegando mais perto da mesa.
—Bem, não exatamente, mas não tem problema. Esme fala se levantando e pegando um bule da mesa. —Eu vou esquentar o chá, vai se sentando.
—Não precisa! Ele fala tirando o bule da mão de Esme.
Esme se assusta assim como eu. —Você acordou bem agitado hoje.
Seth se senta à mesa e imediatamente começa a devorar o que vê pela frente. Não posso evitar e fico encarando ele sugar toda aquela comida. Ele vai engasgar a qualquer hora, tenho certeza.
Mas Seth não engasga e engole quase tudo na mesa sem hesitar.
—Aham… Se vocês já terminaram porque não ficam na sala? Apreciem a vista enquanto eu limpo aqui… Esme fala se preparando para retirar a mesa.
—Eu tenho que sair, mas volto assim que puder. Não vou demorar hoje. Seth fala olhando para mim e se levantando e indo em direção a porta tão rápido quanto a velocidade que usou para engolir a comida.
—Tudo bem. Esme fala já para ninguém.
—Hum… Ele está animado hoje. Esme fala sorrindo enquanto recolhe os pratos.
—Pois é.... Falo voltando a realidade. —Nunca vi alguém comer assim.
Esme ri alto do que eu falo.
—Eu estou acostumada. Jake e Sam comem ainda mais! Ela fala.
Não sei se é possível. Ela só pode estar falando isso para me provocar.
Eu vou para a sala logo do lado da cozinha e fico esperando Esme terminar de arrumar tudo. É tedioso só ficar esperando, mas a visão da enorme pilha de neve cobrindo o jardim coloca um sorriso no meu rosto e me deixa calma. Esme tinha razão. Nevou tanto que eu mal conseguia ver o caminho que leva a floresta daqui. A sala de estar dá vista para a estrada que vem da floresta e se estica até a entrada do jardim. O pequeno gazebo está coberto de neve, assim como as árvores ao redor.
—Pronto! Esme fala entrando na sala com uma enorme cesta nas mãos. —Sente-se aqui. Ela fala sentando no tapete bem no meio da sala e apontando o lugar na frente dela para mim.
Sento onde ela me pede e ela abre a cesta e revela vários tipos de linhas coloridas e agulhas de tricô.
—Sei que parece chato, mas esse é o meu hobby no momento. Esme fala. —Minha mãe me ensinou a costurar. Eu costumava ficar horas com ela costurando e eu sempre sonhei em ensinar… minhas filhas a tricotar. Eu que fiz a maioria dos lençóis e cobertores aqui. O véu da sua cama também.
Nossa. Penso impressionada. Ela tem talento. Nunca imaginaria que alguém fez aquele véu a mão. Parece tão perfeito.
—Nossa. Isso é... incrível. Falo analisando a enorme quantidade de materiais que ela vai tirando da cesta.
—Você acha? Alice e Rose nunca se interessaram. Bem, primeiro vamos diminuir essa luz. Esme reduz a luminosidade que vem das janelas e esconde os raros raios de sol que passam pelas nuvens cinzentas carregadas de neve.
—Agora eu vou te mostrar como usar as agulhas. Esme pega duas enormes agulhas de metal com pontas torcidas e começa a enrolar um fio grosso ao redor delas e entrelaça-los dando forma a uma fileira de nós.
—Nossa! Com você faz isso? Fico impressionada com a habilidade que ela tem nas mãos e curiosa com tudo que ela me mostra.
Continuo olhando fascinada para ela enrolando os fios um nos outros enquanto várias linhas vão se formando e se ligando formando algo como o canto de um quadrado.
—Viu como é fácil? Esme me mostra o quadrado que ela fez. —Agora você.
Ela me passa o quadrado pela metade e as agulhas para que eu possa continuar, mas eu nem sei como segurar as agulhas.
—Mas como eu faço isso?
—Aqui, eu vou te mostrar. Esme coloca as agulhas na minha mão e vai me guiando enquanto tento continuar a entrelaçar os fios, mas o meu não fica tão bom. Ficam buracos enormes enquanto tento formar minha primeira linha de nós.
—Você não está apertando o suficiente. Esme fala. —Por isso fica folgado e esses buracos aparecem.
—Ah… entendi. Falo tentando imaginar como posso “apertar” essa linha.
—Vou ter que cortar isso. Esme fala procurando algo na cesta. —Hum? Cadê a tesoura? Será que ficou no quarto?
Esme vai se levantar, mas eu sou mais rápida. Nunca tive a chance de ajudar ela como alguma coisa antes. Cozinhar, lavar a louça, tudo ela faz sozinha. Quando vejo a oportunidade de ajudar ela fico de pé num pulo.
—Pode deixar que eu pego. Falo sorrindo. —Onde está?
—Mas eu posso… Esme fala.
—Não tem problema, eu pego. Falo já dando a volta no sofá.
—Bem, acho que deixei no meu quarto em cima da mesa de cabeceira. Se você subir a escada e seguir o corredor a direita vai ver a porta aberta. Esme me explica.
—Tudo bem. Eu já volto. Falo saindo apressada.
Eu fiz aquilo tão errado que ela vai ter que destruir. Penso suspirando enquanto ando pelo corredor. Fico pensando que nunca vou conseguir aprender esse negócio de costura quando vejo uma porta entreaberta no corredor. Deve ser aqui. Penso seguindo em direção a porta, mas algo entra no meu campo de visão. Eu olho mais a frente e vejo outra porta aberta. Porque tantas portas? Vou tentar essa primeiro. Penso abrindo a primeira porta
Quando entro no quarto a visão dos milhares de livros enfileirados me deixa sem fôlego.
Autor(a): purplehelebores
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Dentro do quarto um escritório enorme foi montado. O tapete avermelhado cobre todo o chão do quarto. Duas estantes enormes estão enfileiradas atrás da mesa separada por um corredor. As estantes brilham sobre a luz no quarto. A visão daquele lugar parece que saiu de uma história. Ando silenciosamente sobre o carpete atraída pe ...
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