Fanfics Brasil - Olhos Dourados Quando o Helébore Florescer

Fanfic: Quando o Helébore Florescer | Tema: Crepúsculo


Capítulo: Olhos Dourados

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Já disse que não preciso dessa recepção Jenny.  Alice fala olhando para a pasta que a secretária lhe entrega.


É uma formalidade e uma questão de respeito. Também, faz algum tempo que a senhorita não vem até o escritório então achei que uma recepção calorosa a faria se sentir mais à vontade. Disse a secretária. —Me perdoe se fiz mais do que deveria.


Alice apenas sorri e segue pelo tapete com Jenny em suas canelas. Esme e eu seguimos logo atrás delas.


Pegamos mais um elevador, mas Alice não desce no mesmo andar que nós.


Vou voltar o mais rápido possível ela fala. —Se divirtam!


A porta do elevador fecha e eu e Esme seguimos com uma das mulheres de uniforme até o 10º andar. Quando as portas se abrem um andar enorme de roupas se revela a nossa frente. Isso. Roupas. Eu fico olhando aquele lugar tentando processar o que está acontecendo.


A Alice é DONA desse lugar??? Mas é só dessa loja? Ou do shopping? E porque o andar de roupas? Esme vai fazer compras?


Nenhum pensamento faz sentido na minha cabeça enquanto sigo Esme e uma mulher que se apresentou como Patrice. Ela agora nos guia até uma das pontas da loja até passarmos por uma onde se lê “somente funcionários”. A porta nos leva até uma sala ampla com roupas para todo os lados.


Um provador à direita e um pequeno palco no centro da sala cercado 180 graus de espelhos. Olho mais perto para as roupas. Algumas são de verão outras de inverno, mas todas extremamente coloridas e, para meu horror, obviamente do meu tamanho. Esme vai caminhando pelas roupas e entregando algumas para Patrice que as passa para outra funcionária que eu nem notei que estava ali.


Esme olha para mim e vê o pânico obviamente estampado no meu rosto. 


Não se preocupe. Não vou fazer você provar todas. Alice provavelmente o faria, mas eu vou encurtar o processo para você. Esme fala pegando a primeira roupa da mão de uma das funcionárias.


Ahm….então…, eu... Nada que sai da minha boca faz sentido. Eu sinceramente não esperava que elas fossem comparar roupas para mim. Achei eu ia usar algumas roupas usadas de Alice ou de outra pessoa. Eu não tinha pensado nisso até agora, mas enquanto olho essa pilha de roupas na minha frente, o primeiro pensamento que vem na minha mente é o fato de que não tenho nem um centavo de crédito, pelo menos eu acho que devo ter algum crédito em algum lugar, mas não acho que seja o suficiente para comparar nada nessa loja.


É um presente, mas também algo que sei que você precisa. Quando disse que ia te ajudar, quis dizer que vou fazer o pacote completo. Esme fala me entregando a roupa. —E isso inclui as roupas. Só sinto muito que Alice tenha se empolgado demais.


Eu… Minha mente estúpida ainda não consegue encontrar as palavras.


—A esposa do meu filho mais novo passou pela mesma coisa. Bem a situação é diferente, mas não é tão ruim. Tem bolo e chá. Esme diz apontando para uma mesa do lado de um sofá vermelho em frente ao pequeno palco onde alguns bolos e duas xícaras de chá fumegante.


Não pense demais. Afinal de contas Alice é dona desse lugar. Não é como se ela estivesse gastando dinheiro. Esme continua com um sorriso, e sei que ela quer me deixar mais confortável, mas saber que eu não sou a única a passar por isso ou me lembrar que Alice é a dona desse lugar não deixa as coisas mais fáceis, nem melhores. Quando eu provar essas roupas vou ter que convencê-la a levar o mínimo possível. Penso enquanto pego a primeira. Tomara que não seja difícil convencê-la.


É cansativo, mas não tão ruim. As roupas são todas de grife e muito bonitas então não é exatamente um sacrifício ter que experimentá-las, mostrá-las para Esme e os elogios exagerados das atendentes. Não tem como uma garota não se sentir bem com toda essa atenção. Estou, talvez, até um pouco convencida. 


O que você acha? Esme pergunta enquanto eu me olho no espelho. Essa é a roupa mais simples que provei até agora, uma calça jeans e um moletom branco, e de longe a mais confortável também.


É muito bonita. Falo pela centésima vez.


Sabe… Esme fala. A voz dela me faz virar em sua direção. —Você pode falar o que pensa. Ninguém vai achar você mal educada nem nada do tipo. Você pode falar se quer alguma coisa ou se não gosta de uma das roupas ou qualquer outra coisa que lhe vem a mente.


—Ahm… Não foi exatamente uma resposta, mas emiti um som diante da fala dela.


Você sabia que não sorriu sequer uma vez desde que acordou? 


A pergunta dela me faz pensar. Eu tinha dito a mim mesma que deveria sorrir mais, mas mesmo quando me sentia… feliz… não achei a hora certa para sorrir. Talvez…


Eu não sei se deveria. Mordo meu lábio. Não achei que falaria algo assim em voz alta, mas é Esme. A conexão que senti com ela naquela noite foi real.


Ela deu largos passos e me abraçou.


Você pode fazer que quiser. Você pode chorar, gritar, sorrir, qualquer coisa que você quiser. Você não é um fardo, você é apenas humana. Não precisa esconder seus sentimentos, pelo menos não de mim.


O abraço dela me aquece. Aquele abraço fazia tudo ficar bem. Não existia mais hesitação ou medo. Esme disse que está tudo bem, então está tudo bem.


Eu gosto dessa. É confortável e simples. Falo baixinho, memorizado o cheiro doce do cabelo dela.


Perfeito Esme fala colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. —Vou pegar outras cores. 


Quem liga para o cansaço? Esme está sorrindo para mim. Eu tenho energia para correr uma maratona!


Quando chego no que me parece a metade do monte de roupas, Alice aparece na sala acompanhada da secretária.


Ainda bem que deu tempo! Ela fala animada. Vamos, pode continuar.


Quando finalmente termino de provar a maioria das roupas, Alice pega mais da metade delas, chama uma das vendedoras e entrega-lhe as roupas.


Sinto que minhas pernas vão parar de funcionar a qualquer momento. Finalmente tenho tempo de sentar e me jogo no sofá.


O que achou delas? Ela pergunta olhando para mim.


São lindas. Respondo sem forças e quase deitada.


—Ótimo. Vou colocar no seu armário assim que voltarmos para casa.


Se fosse possível colocar uma legenda em cima da minha cabeça nesse momento ela seria “processando... processando…”. Levo alguns segundos até absorver as palavras de Alice. Olho para a pilha de roupas que as funcionárias estão arrumando e de volta para Alice. Meu primeiro pensamento foi: Só pode ser uma piada.


Alguma coisa errada? Alice pergunta percebendo meu olhar vazio.


O que você disse... sobre as roupas... não foi sério... não é?


Claro que foi. Alice está agindo como se tudo estivesse perfeitamente normal e que eu sou a louca por não entender uma situação óbvia, mas eu estou tendo um mini ataque de nervos bem aqui.


Você não pode ficar usando sempre a mesma roupa. Ela responde como que afirmando o óbvio. —Não sabemos quanto tempo vai levar para você se recuperar e para acharmos seus pais. Você precisa de mais roupas.


Mas… Não era para ser tantas! Grito na minha cabeça. Eu deveria ter convencido ela a pegar só três ou sei lá! 


—Bem como você disse que gostou delas eu já mandei embalar. Não pense demais e aproveite. É um presente meu. Alice pisca e sorri para mim. —O maior prazer de uma garota são as compras.


Eu paro de falar por que essa é uma batalha que eu perdi no momento que decidi provar a primeira roupa.


Andamos em outras lojas e compramos sapatos e outras coisas mais. Passamos por vários lugares movimentados e cheios de gente. No caminho vejo vários pôsteres de artistas e de vários filmes que estavam por vir por todo lado.


Cada anuncio parece uma explosão de cor e informação. Artistas famosos promovem filmes e produtos de beleza. A música também está para todos os lados. Vira e volta me pego adivinhando o próximo verso de músicas famosas ou reconhecendo atores e cantores nos cartazes. Paro por um momento encarando um dos posters de um músico que eu definitivamente reconheço. Sei o nome, idade, nacionalidade e música mais recente que ele lançou. Toda essa informação, na minha mente, sobre a vida de outra pessoa. Porque eu sei disso? Porque me lembro disso, mas não do meu nome? Ouço a voz de Esme me dizendo que está na hora de voltar e saio do meu transe. Não estou pronta para falar sobre isso com ela ainda. Preciso entender o que está acontecendo na minha cabeça.


É realmente perturbador analisar a controvérsia disso. Como se pode ter amnésia apenas de lembranças pessoais? Como é possível se lembrar da vida dos outros, mas não lembrar da sua vida, de quem você é? Existe esse tipo de "amnésia seletiva"? Tantas outras perguntas passam pela minha cabeça e eu espero que Carlisle possa respondê-las com o resultado dos exames.


A viagem de volta foi calma e rápida. A chuva batendo na janela me deixou sonolenta. Quando percebi o carro já estava em uma espécie de garagem e eu estava sozinha no banco de trás. Me levanto rapidamente e vejo Esme passando por uma porta, provavelmente que dá acesso a casa, e Alice abrindo o porta malas.


Bom dia flor do dia. Alice fala rindo. —Esme foi buscar o carrier.


Desço do carro e noto um jipe enorme estacionado alguns metros do carro.


Rose e Emmett chegaram. Ela fala. Por falta de referência, não sei dizer se Alice está… séria. Nunca tinha visto aquela expressão fechada no rosto dela. Ela parece… preocupada? Ou nervosa?


Olho para a porta e Esme vem sorrindo com um robô mais robusto que o que fica no meu quarto seguindo ela de perto. Ele é mais alto e ao invés de branco, é coberto por listras pretas e vermelhas. Ele para na frente do porta malas e Alice e Esme penduram as sacolas nos braços largos que saem da lateral do corpo dele como ganchos.


Ajudo elas a descarregarem as sacolas, trabalhando devagar. Estou tentando atrasar o momento de entrar na casa. Então eles chegaram. Minha mente vai tocando vários cenários de como a interação com Rosalie e Emmett vai ser. O que será que eles vão pensar de mim? O que será que vão achar do fato de sua mãe carregar uma completa estranha para dentro de casa e gastar dinheiro nela desse jeito? Seriam eles sensíveis e acolhedores como Alice e Esme ou distantes e frios como Jasper? Ou algo no meio como Carlisle? Tento me colocar no lugar deles e imaginar minha reação a essa situação. Se fosse  eu, chutaria minha bunda para fora da casa na mesma hora.


As sacolas acabam rápido de mais e com um bipe Alice programa o robô de volta para a casa. Esme está bem perto de mim quando entramos com calma na casa. A porta da garagem da acesso a parte de trás da escada principal e já posso ver a porta da frente quando começo a ouvir vozes ecoando pela casa. Não tenho certeza do que estão dizendo, mas estão ligeiramente alteradas. Prendo a respiração esperando o momento do encontro, o momento em que todos os olhos vão se voltar para mim.


Quando aparecemos a conversa cessa imediatamente e meus medos se confirmam. Lá estão eles, aqueles olhos acusadores me encarando. É o meu fim eu pensei.



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Autor(a): purplehelebores

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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No momento em que entro na sala a atenção de todos cai sobre mim. Todos aqueles olhos dourados me encarando faz com que meu corpo congele e minha cabeça fique em branco. Carlisle, Jasper e mais duas pessoas estão na sala de estar quando entramos. Sinto a mão de Esme apertando meu ombro de leve e respiro fundo. Para minha sorte, ou nã ...


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