Fanfics Brasil - Eu sou Draco Malfoy e essa é minha história. O leão e a Serpente

Fanfic: O leão e a Serpente | Tema: Harry Potter Drarry


Capítulo: Eu sou Draco Malfoy e essa é minha história.

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Londres: Alguns anos atrás;


 


Era um dia nublado como qualquer outro dia de inverno. A neve caia solenemente. O frio ainda persistia, mas eu não me importava porque o inverno sempre foi o melhor dia do ano para mim.


Mas aquele foi o pior ano de todos e o frio nunca pareceu tão desagradável. Nunca existiu um inverno pior que esse. Pelo menos, não que eu possa imaginar.


Harry Potter sentou-se no balanço ao meu lado, me lançou um olhar revoltado e depois se voltou para encarar o jardim de gelo. No início não dei muita atenção, mas pelo jeito ele não se importou se eu dava ou não atenção a ele. Harry voltou a me lançar olhares cheios de revolta. Pela vigésima vez eu tentei entender aquele leonino idiota que vivia me questionando se podíamos ser amigos. E Como sempre eu dizia não.


— Você vai embora? — Harry Perguntou.


Juro que senti a mágoa em suas palavras, mas ignorei essa parte louca da minha mente. Harry era o típico de pessoa que arrumava amizades facilmente e não se aquietava até ter todos da escola como amigo. Era apenas isso, ele queria minha amizade e eu o neguei diversas vezes.


— Sim — Passei a me balançar ignorando seus olhos cheios de mágoas e revoltas. — E mesmo se eu quisesse ficar aqui, não há como um menor de idade ficar sem seu responsável.


— Então você não quer ficar? Você quer ir embora?


Respirei fundo e busquei toda a paciência que um dia eu tinha com aquele drama leonino.


— Não é isso Harry — Respiro fundo e o lanço um olhar sincero. — Se e pudesse escolheria ficar aqui.


Com você. Eu não estava mentindo quanto a isso. Nunca desejei sair de Londres, muito menos começar a vida em um país onde não conheço ninguém. Eu detestava ter de recomeçar.


— Eu sei — Harry abaixa a cabeça e no mesmo instante, percebo sua tristeza. Por uma razão que eu ainda não conseguia entender, aquilo me doeu.


Harry e eu éramos amigos por assim dizer. Harry era um leonino que se autotitulava meu melhor amigo e eu vivia fugindo dele tentando faze-lo entender que não existia amizade entre nós. Como explicar isso a um leonino dramático? Ou pior, um leonino insistente?


— Adeus Harry — Levanto-me do balanço, mas não consigo sequer dar um passo. Sou puxado pelo antebraço e envolvido em braços magrelos, mas aquecidos. O inverno não parecia mais frio e sim quente como o primeiro dia de verão.


—Você vai voltar? — Ele fungou no meu ouvido. Mais uma vez senti aquelas sensações estranhas. Era como ter borboletas em meu estomago. Era como se Harry aquecesse algo dentro de mim e eu não conseguia fugir daquele calor tão gostoso. Porque no final, eu gostava daquelas sensações. — Isso não é um adeus. E quando você voltar eu vou estar te esperando.


Harry me deixou com um selinho inocente antes de fugir as pressas. E Antes que ele se virasse completamente para ir embora, pude ver a silhueta de uma lágrima escorrer por sua bochecha.


Porque meu lábio parecia formigar e porque meu coração parecia bater tão desesperadamente? E porque eu me sentia tão triste? Tão sozinho? Aquele calor que Harry me proporcionava fazia tanta falta que até doía.


Eu não tinha ideia do estava sentindo ou o que era aquelas sensações diversas. Até eu voltar para Londres. Então tive a descoberta que eu sempre fui perdidamente apaixonado por aquele leonino.


 


França: Alguns anos atrás;


Escola é sempre cheia e barulhenta, não importa se você está na França ou em Londres. Pior, ainda temos de usar aqueles uniformes apertados e sem nenhum estilo. Se Pansy estivesse aqui ela teria uma síncope ao ver os uniformes deselegantes. Ainda me pergunto como esse colégio conseguiu ter tanta fama.


Minha primeira aula era história. Porque que temos de aprender sobre o passado? O que isso vai mudar no presente? Meu pai é um senador famoso aqui em Paris. Ele sempre me disse que a história nos mostra o caminho para o futuro e nos mostra onde nossos antepassados erraram para então, consertarmos esse erro. Uma vez ele me disse que as primeiras constituições foram criadas no passado e foram seguidas até hoje. Talvez eu até entenda em parte o benefício de aprender história, mas eu odeio história e isso não vai mudar nem no presente ou futuro.


O professor passa a matéria e explica algo que eu não tenho vontade de prestar atenção. Agora eu estou focado no gramado e vejo o time de futebol treinando com corridas em volta do campo. Um deles fala algo e o treinador o repreende e sinaliza com o indicador o chão. O mesmo menino para de rir e revira os olhos. Agora ele está no chão fazendo flexão e eu não consigo tirar o olho dos músculos de suas costas em movimento. Aperto os lábios e tento expulsar a imagem que se forma em minha mente, mas ela não some e só parece piorar. O garoto se levanta e todos do time agora estão saindo do campo. O garoto de antes, o que fazia flexão, está ao lado de um menino de pele morena, cabelos bem escuro e sorridente. Eles conversam por um tempo, batem os punhos um no outro e se despedem. O menino então tira a camisa e sacode. Vejo melhor os músculos definidos do seu corpo. Mais uma vez balanço a cabeça e expulso os pensamentos pervertidos, mas eles não querem ir. Meu subconsciente parecia mais hipnotizado quanto eu. A pele branca como leite tinha algumas pintinhas que pareciam se destacar por suas costas largas e de músculos bem definidos. E então me lembro de quando ele fazia flexão, os músculos marcado pelo tecido fino e suado da camisa do time, mostrando-me a magnitude de cada movimento que contraia e descontraia a musculatura de suas costas.


— Senhor Malfoy? Senhor Malfoy! — A voz do professor me tirou dos pensamentos pervertidos. — Posso saber o porquê você está pregado no vidro da janela?


Coro intensamente e recuo me endireitando no acento. Lanço mais uma vez um olhar para o campo e o garoto agora está deitado no gramado. De olhos fechados, ele parecia se deleitar com o sol morno do inverno. Seus olhos se abrem e ele me encara. Tenho absoluta certeza que ele está me observando. Um sorriso travesso surge em seus lábios e mais uma vez recuou tão vermelho quanto um tomate. Talvez agora eu devesse prestar atenção na aula de história.


 


 



O refeitório era enorme. Tão grande quanto o refeitório da escola de Londres e mesmo assim era incrivelmente cheio. Pelo o que notei cada mesa tinha seus grupos. Não foi uma surpresa saber que o garoto do gramado estava na mesa mais lotada, com vários outros garotos do futebol e mais umas meninas que pareciam querer se fundir aos garotos. Dois deles eu reconheci. Um era o garoto que rira do treinador e teve de fazer flexão, o outro era o moreno sorridente. Os dois tinham garotas pregadas como carrapatos em seus braços. Eu também conhecia aquelas garotas. Já as vi no treino de líderes de torcida. Como imaginei. Nem tudo muda. Toda escola tem seu grupo e as líderes de torcida estão sempre com os jogadores e os populares.


Mas tudo tem exceção. Porque não existe um mundo sem exceções.


— Oi, posso me sentar aqui?


Uma menina de longos cabelos loiros estava logo a minha frente. Ela tinha em suas mãos uma bandeja e parecia um tanto relutante em me olhar. Rolei os olhos e empurrei a cadeira com o pé.


— Fica a vontade — Comentei. — A mesa e a cadeira não são minhas.


A menina sorriu tímida e sentou-se. Talvez eu devesse mudar meu humor. Ou então minha forma de falar. Talvez eu tenha sido um pouco grosseiro com ela.


— Obrigado.


Sua comida era pouca. Parecia mais comida de passarinho. Tinha algumas ervilhas e sementes. Não encontrei carboidrato ali. Algumas folhas e uma maçã. Como ela conseguia sobreviver?


— Ei você é do grupo de torcida também, não é? – Perguntei um tanto intrigado por ela estar comigo e não no grupo dos populares.


Ela abaixou a cabeça e mexeu distraidamente nas ervilhas em seu prato. Já estava quase desistindo da resposta quando ela decidiu se pronunciar. Confesso que me surpreendi com a resposta.


— Elas não gostam de mim — A menina comentou.


Franzi o cenho e a encarei esperando uma resposta mais elaborada, porque eu não conseguia entender o que ela ainda fazia aqui, sentada a minha frente.


— Eu sou da turma, mas a Sophia não gosta de mim e as meninas sempre me... — Seus lábios tremeram e notei que a conversa estava encerrada.


Sempre havia uma exceção e não importa onde você vivesse.


Estendi-me na mesa e estiquei a mão. A menina me lançou um olhar marejado e a sombra da dúvida estava ali em seu rosto, mostrando a não confiança em mim. No entanto, me ofereci a fazer amizade com aquela menina. Por alguma razão que eu ainda não entendia, sentia certa empatia por aquela garota. Eu conseguia ver claramente quanto àquela menina sofria as injustiças de ser excluída, simplesmente porque não era igual a todo mundo.


Eles nos querem perfeitos e iguais a todo mundo e se não formos assim, simplesmente somos excluídos.


— Meu nome é Draco — Me apresentei. — Quer ser minha amiga?


Acho que é assim que a gente começa uma amizade, não é? Isso me fez lembrar-se de Harry. Provavelmente se aquele leonino desesperado por amizades estivesse aqui, ele teria transformado a escola inteira em seus amigos e ninguém ficaria de fora. Nem mesmo aquela menina a minha frente, relutante em aceitar um pedido de amizade.


Para o meu espanto, a menina riu. A gargalhada fora tão intensa que eu não tinha ideia se as lágrimas que escorriam por sua bochecha era dos risos, ou porque antes seus olhos estavam marejados.


— Você é engraçado — Ela disse depois das gargalhadas. Fiz uma careta. Qual o problema dela? 


— Meu nome é Sara e eu aceito seu pedido de amizade.


Qual o problema com o meu pedido de amizade?


 


 



Eu não fazia ideia que conseguiria uma amizade naquela escola. Sentia que jamais me sentiria bem se sentando a mesa dos populares. Eu particularmente os odeio, mas eles não viam meu ódio, principalmente por causa do nome Malfoy. Eles não gostavam de mim e sim do meu nome. No entanto, não falei para ninguém quem eu era muito menos para Sara.


Sara era uma garota cheia de energia e seu entusiasmo era sempre aparente. Ainda assim, aquelas vadias e a líder de torcida a ignorava e Sara nunca me disse o porquê, até certo dia. Eu não sabia do passado dela e como nos conhecemos só tinha uma semana, eu não faria perguntas pessoais. Mas tudo me foi revelado naquele dia.


Pelo o que eu soube, Sophia, a líder de torcida, odiava Sara e desde o início que a menina entrou na equipe, ela a maltratava ou a colocava por último. E havia muito mais, Sara era obesa antes de entrar para o time, mas com dietas ela conseguiu emagrecer e entrar na equipe. Foi uma grande vitória para ela e mesmo assim ninguém via o quanto ela se esforçava para melhorar.


Mesmo depois de muito tempo, ela ainda sofria bullyng pelo seu eu do passado. E mesmo depois da depressão e de quando passava pela bulimia ela não fora vista como uma guerreira. Ela era vista como a menina gorda que queria entrar para a equipe de torcida.


Parei ao lado da porta do banheiro feminino. Não deixei de ouvir a discussão das líderes e quando ouvi a voz chorosa de Sara, não tive como não me sentir irritado. Aquelas vadias estavam a maltratando mais uma vez.


— Eu ainda não sei como uma gorda como você conseguiu entrar no time — Ouvi a voz de Sophia que soava em um tom amargo.


— Porque você diz isso? Eu sou sua melhor amiga! Fiz isso por você! Por nós vamos mudar e nos tornar...


Um baque estalado me fez saltar. Espremi-me na brecha da porta do banheiro e tentei ver o que se passava lá dentro. E o que vi, me fez prender o ar. Meus olhos faiscavam de ódio e tentei controlar minhas pernas para elas não irem até as vadias das líderes.


Sara tinha uma mão no rosto agora vermelho, Sophia ainda mantinha a mão no alto. Não tinha como não notar os olhos marejados de Sara e ainda assim a mágoa era tão aparente que fazia meu coração apertar.


— Não sabia que gostava de bisbilhotar o banheiro das meninas — Uma voz conhecida me fez saltar e recuar de imediato. Bati com as costas no armário e gemi ao sentir a dor do impacto.


Lancei um olhar furioso a Theodoro Nott, o conhecido garoto das flexões, que ria alto da minha pequena tragédia. Certo, não foi exatamente uma tragédia, mas sim uma vergonha inesquecível. Eu era gay, embora ninguém soubesse e mesmo assim, bisbilhotar meninas em banheiro era ridículo, até mesmo para um hetero.


—O que você quer? — Perguntei de forma grosseira.


Nott arqueou o cenho e pareceu não entender o motivo da minha grosseria.


— Realmente eu não sei qual o seu problema comigo! Você me ignora e me responde com grosseria quando eu tento ser legal com você — Nott se aproximou e me deixando contra o armário. — Me diz o que eu fiz de errado. Me dê uma chance, Draco.


Eu realmente senti que meu mundo desabou ali. E como tenho coração de geleia eu dei uma chance a ele. No entanto, eu não percebi que aquilo foi minha ruína e não sabia que aceitar Theodoro faria minha vida ter um fim trágico.


Eu realmente não sabia que ali eu aceitei um relacionamento abusivo, com um cara que achei que me trataria como um príncipe — Pelo menos, era o que ele dizia no início do nosso relacionamento — Ele até me tratou como um príncipe, mas depois eu virei uma vadia que sustentava suas necessidades sexuais.


Theodoro Nott, me usou, abusou do meu amor e carinho por ele para depois me humilhar.


Depois que namoramos nos tornamos o casal mais romântico que vocês possam imaginar. No entanto, eu não poderia dizer para ninguém, exceto Sara que namorávamos. Ninguém sabia que eu era gay e meus pais não poderiam nem adivinhar. E aquilo foi mais um dos motivos para Theo me ameaçar.


Nosso relacionamento se tornou um fiasco depois de uma discussão por ciúmes. Theo viu uma foto minha com Harry, quando éramos pequenos e aquilo foi um dos fatores para ele iniciar uma crise de ciúmes doentia. Porque Harry sempre foi minha paixonite antiga. Ele passou a me ameaçar e a contar aos meus pais se eu chegasse muito perto de algum garoto. Ele me fez queimar a minha foto com Harry. Eu acho que o ódio que ele sentia por Harry Potter era pior do que o ciúme que sentia por qualquer outro garoto que se aproximava de mim.


Com o tempo eu passei a me excluir de todos e também de Sara. Minha melhor amiga naquela época disse que eu deveria terminar aquele relacionamento não saudável. Eu tentei e aquilo foi um fiasco, porque Theo me ameaçou a espalhar para toda a escola um vídeo em que eu fazia um oral nele. Depois disso, eu continuei com ele. Até o dia em que ele me bateu.


Depois disso, o vídeo foi espalhado por toda escola, meus pais viram o vídeo e eu tive de sair da escola no dia seguinte. Fiquei um ano sem estudar. Depois de me isolar e me tornar uma pessoa fria, me vi isolado e sozinho em uma mansão na França. E por último quando atingi a maioridade, sai de casa e fui morar com Pansy. Consegui me matricular em uma escola em Londres e foi lá que o revi mais uma vez.


Era como se o destino me jogasse para os braços dele mais uma vez e eu não sabia se aquilo seria minha salvação ou minha ruína. Eu havia mudado e me tornado uma pessoa diferente do menino envergonhado e orgulhoso que Harry conhecia. O menino que ele beijou no parquinho em um dia de inverno, havia desaparecido, provavelmente para sempre.


E mesmo destruído como estou, eu ainda sentia que a paixonite por Harry existia. No entanto, eu me tornei uma serpente que soltava veneno para qualquer um e me isolei para não ter contato com mais ninguém.


Eu não poderia correr o risco de ser humilhado mais uma vez.


Sara foi esquecida na França e nunca mais tive contato com ela. Nott foi responder um processo por imagem comprometedora de terceiros e abuso. O vídeo nada mais era eu chorando por ele me fazer chupa-lo depois de eu dizer que não queria mais ele. Sendo forçado a algo que não queria, chorando e soluçando, enquanto ele me gravava e me ridicularizava.


Nunca mais o vi depois disso. Soube que seus pais o tiraram da escola e foram embora da França. Mas isso não mudou nada para mim. Poderia ter terminado com ele, mas Theo me destruiu de uma forma que eu não tive certeza se teria como montar cada caquinho de novo.


Essa é a minha história trágica. Eu sou Draco Malfoy o garoto mais ferrado que vocês possam imaginar. 


 



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Autor(a): 0alpha

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Depois de contar a minha história para Harry, me senti mais leve, mas isso não mudava o medo que eu sentia. Temia que Harry me odiasse ou sentisse nojo de mim, temia tantas coisas que nem eu mesmo sabia o porquê. E ainda assim eu entendia parte daqueles sentimentos. Eu era apaixonado por Harry e o medo de perdê-lo era devastador. Não sei por ...


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