Fanfics Brasil - CAPÍTULO 8 - Seja feliz SE LEMBRE NOVAMENTE...

Fanfic: SE LEMBRE NOVAMENTE... | Tema: Inuyasha


Capítulo: CAPÍTULO 8 - Seja feliz

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Notas do Autor


 


Dessa vez eu me atrasei demais né? Me desculpe queridos leitores, mas não é tão fácil conciliar todos as tarefas do dia a dia e ainda sobrar tempo para escrever.
Agradeço de coração à todos que comentaram, e favoritaram, fiquei muito feliz.

Aproveitem a leitura! # os personagens não me pertencem e sim a Rumiko Takahashi. # as imagens não são de minha autoria.

 


Capítulo 8 - Seja feliz


 



☙ ☙ ☙   KAGOME ☙ ☙ ☙




 


Depois que Inuyasha me deixou enquanto tentava pensar numa resposta à pergunta dele, eu ainda fiquei lá parada, refletindo no que ele queria dizer com elas…


“Se eu estava fazendo planos para ficar na minha era? E que eu não pretendia voltar com ele para a nossa casa!”, mas como assim? Ele… ele achava que eu deveria voltar mesmo com ele?  Largar tudo, minha casa, família, meus amigos, meus estudos e carreira? Mas porque me parecia que eu já tinha feito essa escolha, porque parecia que não era tão absurdo assim?! 


Então me lembrei das conversas que tivemos eu e minha mãe, onde ela me contou desde quando comecei a viajar no tempo e lutar contra youkais, e depois a decisão de ficar por lá com Inuyasha, mas no momento tudo me parecia um conto de fábulas da era medieval, não conseguia entender como uma pessoa largava tudo para ficar em uma era totalmente diferente, sem recursos nenhum, tendo que batalhar para sobreviver e com certeza uma vida muito diferente do que tenho hoje. 


Minha cabeça parecia explodir, então resolvi descer e ir até a farmácia resolver a situação mais urgente, que era tomar a pílula do dia seguinte, eu não podia tomar uma decisão dessas de ter um filho agora, principalmente de um hanyou que eu mal conhecia.


Então desci o mais silenciosa possível e saí em direção à farmácia, depois de comprar o que precisava, voltei e subi direto para meu quarto, eu não queria ter que encarar Inuyasha novamente e não ter respostas para as perguntas que ele me fez, como estava próximo do jantar então resolvi tomar outro banho, mas dessa vez foi na banheira, coloquei alguns sais que são bons para relaxar e desintoxicar a pele. Por sinal, eu tinha um muito bom de sálvia com alecrim, era excelente e foi o que acabei usando.


Estava já há uns 20 minutos curtindo meu banho de imersão, estava mesmo precisando, porque ainda sentia meu corpo dolorido e uma leve ardência em minha intimidade, quando ouço baterem na porta, era minha mãe que dizia haver trazido meu jantar e deixado no quarto, eu agradeci, me enxaguei e sequei, abri a porta e o quarto estava escuro, já havia anoitecido. 


Me vesti e peguei meu jantar para comer, nem tinha notado, mas estava com fome, comi tudo, nossa estava muito bom, minha mãe era uma cozinheira maravilhosa. Enquanto respondia algumas mensagens de minhas amigas  ouvi baterem na porta:


– Filha, posso entrar? - era minha mãe.


– Sim mamãe, não precisa nem perguntar - respondi e a vi entrar sorrindo, ela sempre era assim, tinha um sorriso acolhedor sempre para mim.


– Já terminou seu jantar? Percebi que estava no banho e que não queria descer, então trouxe para você, estava bom? - disse já pegando o meu prato para levar.


– Como sempre estava maravilhoso… - respondi – Mãe, você pode ficar aqui um pouquinho? - ela assentiu, colocando o meu prato na mesinha e sentando ao meu lado.


– Diga filha, o que está acontecendo? Eu percebi que vocês chegaram tarde ontem e depois ficou um clima estranho entre vocês, aconteceu algo grave?


– Nós saímos para conversar e as coisas passaram um pouco dos limites - contei, tentando não entregar tudo o que tinha acontecido para minha mãe – Mas depois ele me trouxe aqui e conversamos, e foi depois dessa conversa que discutimos e ficou tudo confuso.


– Kagome, tem que entender a sua situação, à poucos meses você sofreu um ataque de um youkai, quase morreu e ficou em coma por três meses, e o resultado foi a perda de sua memória e vivências de tudo o que aconteceu no Sengoku Jidai*. São muitas coisas pra você se acostumar e se adaptar, então não se cobre tanto, você irá sentir-se insegura, cometer erros, mas nunca se esqueça que sempre tem um aprendizado em tudo aquilo que vivemos, sejam nas coisas boas ou ruins, no final sobrará só fortalecimento.


Enquanto minha mãe falava eu ia assimilando tudo e cheguei a conclusão que estava me cobrando demais por tudo que passei, que o tempo iria acabar me dizendo o que preciso para acalmar meu coração. Um pouco depois mamãe saiu e eu fiquei só, e a minha frente a caixa do comprimido que eu deveria tomar, mas não conseguia, minha família vinha de descendentes de sacerdotisas e monges que trabalhavam no templo e em prol dos necessitados, eu também tinha sido criada nessas mesmas crenças, meu interior estava em um conflito terrível, aos mesmo tempo que eu queria tomar para que não surgisse nenhum problema futuro, por outro lado tinha minha fé que não suportava a idéia de interromper uma vida, e não qualquer vida, um filho meu, se é que eu estava esperando um. Então lá se foi a caixa para o lixo, minha escolha estava tomada, fui dormir tentando não pensar muito a respeito do que acarretaria essa decisão.


 


(...)



 


Nas duas semanas seguintes, como tinha prometido, não pensei muito a respeito do que decidi e me concentrei nos meus problemas atuais, eu precisava ir atrás da papelada para fazer minha inscrição para a faculdade, procurar um trabalho, porque precisava ajudar minha mãe, agora que eu já tinha idade suficiente para isso.


Tentei interagir o menos possível com Inuyasha nesse tempo, eu não sabia o que falar e nem como agir perto dele. Não contei que não havia tomado a pílula, eu não sabia como conversar sobre isso, resolvi esperar e ver se realmente eu estivesse grávida, aí sim teríamos essa conversa.


Eu fui me encontrar com minhas amigas ainda algumas vezes, mas não vi mais o Houjo, achava melhor dar um tempo e não ter que dar explicações para o que aconteceu naquela noite, eu não saberia o que dizer. Quando eu voltava para casa, via Inuyasha sempre me olhar esperando algo, mas depois ele voltava a continuar o que estava fazendo. E por falar nisso, ele era uma presença constante, ajudava sempre o vovô com seu estoque de pergaminhos e itens raros e sagrados do templo, também estava o tempo todo auxiliando a mamãe em casa, seja para arrumar alguma coisa quebrada ou até para estender as roupas no varal, tirar o pó e até lavar o banheiro! Fiquei admirada como ele aprendia rápido as coisas que não sabia fazer, até jogar vídeo game com o Souta ele tinha aprendido e pelo jeito jogava bem, percebi depois que vi meu irmão brigar com ele quando perdeu.  


Era somente comigo que a distância se fazia presente, mas eu sabia que era por minha causa, eu quem estava sempre me esquivando, fazia minhas refeições rápido e ficava no meu quarto, ou saía com minhas amigas, também fui atrás da minha inscrição na faculdade, mas sempre mantive a distância dele. 


Eu não queria me apegar, mas ficava cada vez mais difícil, todos gostavam muito dele, teve até um dia que minhas amigas vieram me visitar e ficaram encantadas em vê-lo novamente, pois é, eu não me lembrava desse momento, mas elas lembraram de quando passaram a tarde aqui conversando com ele, claro que ele estava o tempo todo de boné para esconder suas orelhas. Depois de tomarmos chá com biscoitos, elas fizeram todas as perguntas mais inconvenientes possíveis para ele, no final do dia todas saíram de casa animadas e sorridentes, dizendo o quanto Inuyasha era gentil e educado, como ele tinha olhos lindos e um cabelo que era diferente, mas belíssimo, que o deixava muito sexy! 


– Meninas! Chega de falar do Inuyasha, vocês gostaram mesmo dele ein! - reclamei depois que saímos de casa. Eu estava com elas no ponto de ônibus esperando cada uma pegar o seu.


– Kagomeee! Como vocês não estão namorando mais? Me conta como isso aconteceu? - desta vez foi Ayumi quem perguntou toda curiosa. 


– Pois é amiga, você vai deixar esse gostoso a solta assim? Não vai demorar muito pra alguém laçar ein?! - Yuka falava com os olhos brilhantes e sonhadores.


– Yuka! Desse jeito a Kagome vai pensar que você está interessada nele? - ralhou Eri.


– Calma meninas, eu também acho ele tudo isso, mas a gente estava namorando quando aconteceu o acidente, e agora eu não me lembro de mais nada, nem dele e nem do nosso namoro, então resolvemos ficar amigos por enquanto, pelo menos até que eu consiga minhas memórias de volta, se voltarem - expliquei. 


– Nossa amiga, que barra essa sua situação não?! Mas você não sente nada por ele, não lembra de nadinha?


    – Não Ayumi, não me lembro de nada, sobre sentir, eu tenho sentimentos sim, mas não sei se são tão fortes para sermos namorados ou algo mais. Eu também acho ele muito bonito e ele mexe comigo, mas estou muito confusa com tudo o que aconteceu, é tudo muito recente.


    – Mas isso de não ter sentimentos é só da sua parte, né Kagome? - Questionou Eri – Porque amigaaa! Ele só tem olhos pra você, o tempo todo ele ficava te olhando e chegava a brilhar de tão apaixonado que ele está por você!


    – Eu também percebi! Só faltava ele babar em cima de você! 


    – O que? Para com isso Yuka, não é pra tanto assim?! - estava muito constrangida com tudo que elas falavam.


    – Kagome, sabe que somos suas amigas e praticamente irmãs, e não falaríamos nada para você ficar triste ou sentir-se mal. Mas amiga, não demore muito para ter certeza sobre seus sentimentos, porque eu percebi que o amor dele é imenso, mas nada, nada mesmo aguenta a indiferença, nem o amor, ok? - Olhei e todas concordaram.


Depois de Eri dizer isso, me deu um abraço e correu para seu ônibus que já estava chegando, logo após Yuka e Ayumi também pegaram seus respectivos ônibus e eu voltei para casa com mais essa conversa em minha mente a me atormentar.


Estava subindo as escadas do templo quando olhei para cima e vi Inuyasha lá parado encostado de braços cruzados, nossa como estava lindo, tentei me segurar e não babar. 


– Inuyasha você está bem? - perguntei, percebi que seu semblante estava triste.


– Não Kah, não estou nada bem… - me olhou profundamente suspirando – Precisamos conversar. 


– E… eu não acho uma boa idéia, quem sabe outro dia? 


– Eu posso esperar, mas não muito - se virou e entrou cabisbaixo.


Percebi que a conversa deveria ser séria, deve ser sobre a pílula, ele deve achar que tomei, melhor conversarmos mesmo, esclarecer isso, para as coisas não piorarem. Mas antes vou comprar um teste de farmácia amanhã e dependendo do resultado a conversaria será agradável ou não, entrei em casa pensando que amanhã esse assunto seria resolvido e isso me deixou muito ansiosa.



(...)


 


Acordei cedo no dia seguinte e desci para tomar meu café da manhã, estava minha mãe toda arrumada preparando nosso desjejum, vovô e Souta, Inuyasha não tinha descido, achei estranho.


– Filha, que bom que já acordou! - disse mamãe enquanto colocava os alimentos na mesa.


– Obrigado mamãe, mas onde a senhora vai toda arrumada assim? - perguntei enquanto abocanhava um oniguiri, estava delicioso - Hummm que delícia Sra Higurashi, já pode casar! De novo! - brinquei, e todos na mesa riram.


– Pare com isso filha, casamento para mim é um só, e foi com seu pai que eu amava e ainda amo - ralhou sorrindo – E sobre a roupa, seu avô recebeu um telefonema de um primo do interior avisando que faleceu, e parece que tem uma parte de herança para receber.


– Nossa vovô, vai ficar rico ein! 


– Minha netinha, se for muito dinheiro eu prometo que substituo sua bicicleta por um carro pra você, o que acha? - disse vovô todo eufórico.


– Uau vovô, aí sim! Isso que é presente, e não aquela mão mumificada de um kappa que me deu no meu aniversário de 15 anos, lembra? - Todos caíram na gargalhada, lógico, menos vovô.


- Então filha, voltando ao assunto, - cortou minha mãe – eu vou acompanhar seu avô e provavelmente voltaremos somente amanhã por causa da distância, e para não te dar trabalho vou levar o Souta junto, ok? 


– O queeeeeeeee? - falou meu irmão com uma voz esganiçada.


– Sem reclamar Souta! Tome seu café, aliás vovô também, terminem logo, precisamos sair para não perder o trem expresso - nisso todos pararam de falar e continuaram a tomar o café-da-manhã, nossa minha mãe sabia comandar as coisas aqui em casa.


Terminados de comer, eu falei pra mamãe deixar que eu lavaria a louça, então todos se arrumaram e despediram, antes de sair minha mãe me chamou num canto para conversar.


– Filha, Inuyasha hoje não desceu para comer, achei ele bem tristinho ontem, leve o café da manhã para ele, por favor, ok?


– Tudo bem mamãe, pode deixar eu levo - nos despedimos com um abraço e todos saíram deixando a casa silenciosa.


Terminei de lavar a louça e guardar os mantimentos na mesa, não antes de separar os que levaria para Inuyasha, coloquei numa bandeja e subi até o quarto do meu irmão.


Toc, toc, toc… 


    – Inuyasha, está aí? - não tive resposta – Se estiver por favor abra a porta… - continuei sem resposta –  Vou deixar o seu café-da-manhã enfrente a porta ok? Por favor, coma, se não irá deixar minha mãe triste - então deixei a bandeja no chão enfrente a porta e enquanto subia senti uma pequena pontada em minha barriga… 


    


 


 ☙ ☙ ☙   INUYASHA ☙ ☙ ☙



 


Estava deitado em meu futon quando ouvi Kagome batendo na porta, naquele momento não queria vê-la então ignorei as tentativas dela tentando me chamar, mas quando ela disse que a mãe dela tinha mandado o Asahogan* e que ficaria triste, decidi comer, lógico esperei ela sair primeiro, quando não ouvi mais nenhum ruído fora, abria a porta e peguei a bandeja, e nossa, na mesma hora me despertou a fome.


Tudo era muito diferente desse lado do poço, principalmente com a facilidade que eles tinham em se alimentar bem todos os dias, e com diversos alimentos deliciosos. Confesso que no começo, quando Kagome começou a trazer essas comidas diferentes eu estranhei muito, menos as batatinhas hahaha, eram deliciosas. Mas agora depois de tanto tempo aqui e comendo todos os dias, aprendi a apreciar diversos tipos de alimentos e hoje posso dizer que gosto muito de todos, e por incrível que pareça, os apimentados também!


Sentei na cama, olhei a bandeja, tinha arroz, sopa de missô, peixe grelhado, tamagoyaki (omelete), tsukemono (conservas), pickles japoneses, nori (alga seca) e chá verde. E claro, não podia faltar minha batatinhas favoritas! Será que foi Kagome quem colocou? - pensei animado, mas logo voltei a realidade, ela não se lembrava do que gosto e de nada do nosso passado. 


Grrrrrr… isso já estava me deixando louco, muito irritado e também triste - pensei enquanto comia - Nós já tivemos muita interação desde que ela saiu do hospital,  hoje ela nem me acha mais um monstro, mas começo a perceber que suas memórias não irão voltar, e quando constato isso, aí sim meu coração dói porque se ela não se lembrar da gente, e não quiser mais voltar, o que vou fazer? 


Continuar aqui tentando? Vendo ela sair, estudar e como ela mesma disse, trabalhar, ou seja, eu vou ficar aqui, só esperando que ela volte para casa e se lembre de nós? E se ela começar a gostar de outro, sair e de repente formar uma família com esse tal… 


Não! Eu não aguentaria isso, seria insuportável, meu lado youkai poderia até tomar o controle de novo e machucar mais alguém, ou pior, até machucá-la! Não suportava mais essa sensação, me sentia um inútil! Eu não tinha nascido nessa era, eu não era daqui!


De repente sinto cheiro de sangue e Kagome gemendo, meus instintos de proteção afloram e subi correndo até o quarto dela, abri a porta sem bater, assim que a vejo deitada encolhida na cama, o cheiro fica mais forte, vou até ela, está de olhos fechado parecendo com dor, me ajoelho ao seu lado e passo a mão em seu rosto.


– Kagome, você está bem? - pergunto acariciando sua bochecha.


– Inuyasha? - ela murmurou no meio de um gemido.


– Sim, você se machucou? Sinto cheiro de sangue. 


Devagar ela abriu os olhos e sentou na cama, mas colocou a mão encima da barriga apertando, o que estava acontecendo?


– Eu estou bem Inuyasha… só com muitas cólicas, cólicas menstruais - murmurou - Você sabe o que é isso né? 


Fitei seu rosto, que raios seria isso? 


– Não Kah, não tem a menor idéia, mas sei que você sangra e sente dor - respondi, estava preocupado com ela - Também sei que todas as mulheres, humanas ou youkais, sangram todos mês, me lembro de perguntar a minha mãe quando era pequeno e ela somente me explicar que todas as mulheres sangravam e que não era educado comentar com elas sobre isso - vi Kagome me olhar e balançar a cabeça sorrindo.


– Isso mesmo, acontece todo mês, somente com as mulheres, por isso não precisa se preocupar.


Vendo a expressão em meu rosto ainda em dúvidas continuou.


– Bom, quando a mulher não fica grávida, o corpo dela expeli o que não foi fecundado, ou seja, uma parte do meu corpo saí e por isso eu sangro, mas não é nada perigoso e nem fatal, ok? Mas isso causa dor abdominal, são as cólicas, nos primeiros dias dói bastante - terminou sua explicação.


– Quer dizer que você não está grávida, é isso? - acho que tinha compreendido.


– Sim, eu ia até fazer o teste hoje para ter certeza, porque você queria conversar comigo e eu queria esclarecer tudo, mas não precisou porque eu sangrei.


Me levantei indo até a janela, respirei fundo, será que foi o remédio que ela disse que ia tomar que fez isso? Não pode ser?


– Kagome, eu preciso perguntar - falei me virando de frente para ela, olhando seriamente – Foi por causa do remédio que isso aconteceu?     


Vi ela abaixar a cabeça, enquanto ainda comprimia a barriga, e respirar profundamente.


– Não, eu não tomei a pílula… - disse me encarando.


Arregalei meus olhos, meu corpo todo tremeu, num ímpeto estava ajoelhado à frente entre suas pernas, minhas mãos segurando seu rosto.


– Porque? Me diga? Você teria um filho nosso se estivesse grávida? – eu não aguentava mais de tanta ansiedade e saudades de tocar a mulher que eu considerava minha.


– Sim eu teria… - meus olhos tremeram - eu… eu nunca conseguiria tirar uma vida inocente, ainda mais sendo um filho que eu estivesse gerando, eu já estava até me acostumando com a idéia, mas… - abaixou a cabeça, as lágrimas caindo de seus olhos molhando minhas mãos.


– Obrigado! Obrigado por me dizer isso, você não sabe como é importante que não me rejeite e nem ao um filhote que poderíamos ter,  porque eu já fui tão rejeitado de todas as maneiras em minha vida… - encostei minha testa na dela, eu estava muito feliz!


– Inuyasha, por favor não confunda as coisas, eu só disse que não tiraria um filho se estivesse grávida, independente se fosse seu, ou de outra pessoa, iria contra minha fé e convicções, entende?


Me senti um idiota, ela tinha tomado essa decisão, não por mim e nem por ser um filho meu, mas sim por sua crença. Cada vez mais eu fazia papel de imbeil, achando que ela teria sentimentos por mim. Quando eu iria aceitar que ela não me amava mais? Eu precisava me conformar para depois tentar suportar a situação. Mas meu coração não queria ceder, eu a amava mais que tudo, como conseguir fazer esse sentimento aqui dentro sumir, era tão grande e infinito.


 – Ei? O que foi? - perguntou me encarando – Você ficou de repente tão sério e pensativo. Inuyasha, por favor, se coloque no meu lugar, o que você faria? Eu sei sobre nós no passado, minha mãe me contou, mas me desculpe se hoje sou uma pessoa diferente do que você espera, estou me esforçando para aceitar tudo isso. 


– Kagome…


– Olha, na minha cabeça, eu nunca fui para lá, não me lembro de você e nem do seu mundo de meio milênio atrás! Está tão difícil pra mim, ter perdido essas lembranças de tantos anos, eu me sinto incompleta - olhei para ele, parecia tão triste - Mas eu não posso parar de viver, sou nova e tenho toda uma vida pela frente, o que são alguns anos perto de uma vida toda que posso desfrutar? 


– Tem toda razão quando diz dessa maneira, mas como fica o meu lado Kah, os meus sentimentos, você não se lembra, mas foi muito difícil me abrir e deixar alguém entrar aqui - apontei para o meu coração - e quando isso acontece, depois de anos à sua espera, o destino brinca comigo e você perde todas as suas memórias, mas as minhas estão aqui, intactas, vívidas e dói tanto… 


– Inu… - Kagome levantou-se e veio até mim, me abraçando. Ahhhhh como seu cheiro me acalmava e me deixava feliz, como eu iria sobreviver sem isso?


Antes que percebesse puxei-a num abraço forte e não consegui conter o turbilhão de sentimentos, beijando aqueles lábios que eu amava. Peguei-a em meus braços levando até  sua cama, ainda a beijando até o ar nos faltar, então desci minhas mãos até as laterais e tirei lentamente sua blusa, seus seios ficaram expostos e seus bicos arrepiados, segurei em seu shorts enquanto descia.


– Inu eu estou… 


– Shiiii… - coloquei meu dedo em seus lábios – Eu não me importo, tudo em você é perfeito e belo, até o cheiro do seu sangue me inebria e me deixa louco de tesão, veja - pegue sua mão e coloquei para que ela sentisse meu membro em minha calça, que nessas horas já estava dolorido de tão duro.


– Ahhhh Inuyasha…. 


– Isso, deixa eu ouvir você me chamar, seu corpo todo também me chamando… - terminei de despi-la e rapidamente minhas roupas também estavam  no chão. 


Novamente subi encima dela, sugando aquele bicos duros que clamavam por minha língua e me deixava babando por eles, então suguei tudinho forte e com muita fome, enquanto minhas mãos apertavam as coxas e cintura deixando minha marca naquela que eu tanto necessitava estar o mais próximo possível.


– Ahhh que delícia… mais… - Kagome agora suplicava. 


– Mais é? Me diz o que mais você quer minha fêmea… - vi os olhos dela levemente arregalar e nublar de desejo.


– Quero você dentro… agora… por favor! - implorou, sua voz rouca de tanta excitação que chegava a tremer.


Segurei suas pernas e as posicionei em meus ombros, tive a visão de sua boceta brilhante e babando de tanto tesão, e sem pedir permissão me afundei nela todinha, chegando até o fundo numa só estocada.


– Grrrrrhhhh… - rosnei – Que boceta apertada e quente você tem! Ahhhh como você é delíciosaaaaaa grrhhhh !!!! - gritava e rosnava ao mesmo tempo em que entrava e saída forte e fundo daquela cavidade extremamente molhada, eram muitas sensações, minha cabeça girava e o seu cheiro forte me deixava enlouquecido.


– Eu não estou aguentando… vou gozar… - percebi seu corpo começar a tremer, então com o meu polegar toquei em seu ponto inchado, apertando e girando, para cima e pra baixo, enquanto fodia ela intensamente.


– AHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!! - ouvi Kagome gritar enquanto seu corpo se contorcia e apertava ainda mais meu membro que já estava chegando no limite, senti endurecer e pulsar, jorrando toda a minha semente dentro dela.


– Grrrrrrraaaaaaahhhhhhh Kagomeeeeee!!!!!! - eu não sabia se gritava ou grunhia enquanto ainda terminava de estocar dentro daquela gruta já toda melada com meu gozo, meu corpo caiu ao seu lado enquanto minha mente estava num redemoinho de êxtase e prazer infinitos…


    Kagome ainda tinha a respiração descompassada e seus olhos fechados, um sorriso surgiu em seus lábios.


– Foi sensacional… - sussurrou ainda ofegante.


    Abracei seu corpo e depositei um singelo beijo, enquanto sucumbimos num sono profundo e prazeroso. 



(...)


 


    Acordei com Kagome se remexendo na cama, ela parecia inquieta…


    – Não… pare… - resmungava, parecia estar apavorada – Me deixe... 


    – Kagome, acorde… - tentei chamá-la.


    – Não! - gritava ainda no pesadelo. 


    Eu me sentei e tentei acordá-la.


– Kah, você está tendo um pesadelo… acorde… - eu falava baixo para não assustá-la enquanto tocava em seu ombro.


    – Não me toque!... Ahhhh seu monstro!... 


    Eu me afastei encostando na parede, meu peito subia e meu ar faltava, as lembranças de toda minha vida sendo perseguido e chamado de monstro, besta, anormal surgiam na minha mente sem parar. 


    – Pare!... Inuyashaaaa! - Quando ouvi meu nome com tanto terror na voz dela não aguentei, peguei minhas roupas e num pulo estava próximo a porta, não aguentava aquilo sendo falado da boca de minha amada, era demais para mim.


 


(...)



 


    Algum tempo depois, não sei precisar quanto, mas já era noite pois havia escurecido, ouvi vozes subindo as escadas do templo, eram a senhora Higurashi junto com Souta e seu avô, eu já tinha tomado meu banho tentando me livrar do cheiro dela de minha pele, não suportava manter distância depois do que tínhamos feito, então estava na parte externa, sentado ao pé da Goshinboku*.


    – Inuyasha? Querido o que está fazendo aqui fora? - perguntou a mãe de Kagome.


    – Estou pensando na vida… nas decisões que preciso tomar - respondi, logo depois olhei para o céu, não havia estrelas, muito diferente do céu de lá.


          – Sabia que Kagome adorava o céu do meu tempo? Ela sempre dizia que era lindo, que aqui nesse período não haviam tantas estrelas, e não é que ela estava certa… - respondi melancólico.


    – Deve ser mesmo lindo lá, eu queria poder ver também… 


    Eu sorri, percebi que Souta e o vovô já haviam entrado na casa, então me levantei e fui até aquela que hoje eu sentia tanto carinho, olhei em seus olhos, ela sorriu serenamente e me abraçou.


    – Tomei minha decisão… 


    – Eu sei… - ouvi ela suspirar, ainda ficamos algum tempo sentindo aquele abraço, quando ela se afastou me olhando com lágrimas nos olhos – Vou sentir sua falta, filho! - voltando a me abraçar.


    Eu não conseguia falar nada, minhas lágrimas também caíam junto, enquanto apertava meus lábios tentando controlar minhas emoções. 


 


 ☙ ☙ ☙   KAGOME  ☙ ☙ ☙


 


        Acordei me sentindo muito bem, meu corpo ainda estava dormente, mas era uma sensação leve - sorri - nunca imaginei que sexo fosse tão bom, me relaxava e deixava tão calminha hihihi…


    Olhei ao redor e já era noite, nossa dormi demais, estava faminta, a casa estava silenciosa, levantei e fui tomar um banho, depois de me trocar e sair me lembrei do que havíamos feito e nossa, minhas cólicas sumiram - ri alto - que remédio maravilhoso!


    Desci as escadas e devagar abri a porta do quarto de Souta, meu irmão estava lá, então quer dizer que todos já chegaram, mas estranhei que Inuyasha não estava. Continuei descendo e fui até a cozinha, também estava vazia, peguei pouco de cereais e leite, coloquei em uma  Owan*, e comi encostada na pia mesmo, estava com muita fome.


    Onde será que ele estava? pensei enquanto comia meu cereal. Será que está lá fora, está muito quente, coloquei a tigela na pia e sai para procurá-lo, a noite estava escura e fresca, olhei para o céu e não haviam estrelas, que sensação estranha, porque achava que já tinha visto um céu lindo e cheio de estrelas brilhantes? 


    Foi quando olhei e a minha frente estava Inuyasha, sentando próximo a entrada do poço, ele estava com os olhos fechados e com uma roupa estranha, parecia um kimono vermelho, e uma espada, fui até ele.


    – Inuyasha? O que está fazendo aqui?


    – Kagome… - disse levantando-se – estava te esperando.


    Ele se aproximou e nossa! Como ficava lindo nessa roupa e a cor valorizava seus olhos e cabelos, seu olhar se fixou no meu por algum tempo antes dele falar:


    – Estou indo embora… mas antes, preciso te dizer algumas coisas - ele chegou bem próximo, mas não encostou em mim.


    – Embora? Como… 


    – Preciso que me ouça - interrompeu, eu me silenciei para ouvi-lo.


    – Há um pouco mais de 50 anos, fui lacrado naquela árvore sagrada em frente ao templo, e quando acordei senti meu corpo e coração vibrar, num primeiro momento pensei ser uma pessoa que conhecia, pois a aparência e o cheiro eram parecidos, mas depois quando olhei novamente percebi ser alguém diferente… - respirando fundo continuou.


    – Aliás, muito diferente, era uma menina doce, gentil, de coração puro - seus olhos brilhavam enquanto falava me olhando fixamente -  mas também era bem geniosa, até esse kotodama ela ativou para me conter nos meus dias ruins. Pois é, tive muitos dias ruins, e por causa dela, que entrou em minha vida, comecei a ter dias bons e felizes. Depois de convivermos por um tempo, com batalhas entre a vida e a morte, entre as confusões de meus sentimentos de culpa por uma pessoa que pensei amar, pensei porque só depois que descobri o amor verdadeiro é que vi que não era amor o que sentia por essa pessoa, e sim uma amizade e gratidão muito grande, e no final somente o sentimento de culpa por tudo o que eu tinha causado a essa pessoa foi o que restou.


    – Inu… eu… eu… - estava muito emocionada com tudo o que ele estava falando, as palavras não saíam, trancando minha garganta.


    – Depois que me libertei daquele sentimento de culpa consegui sentir o amor por inteiro em meu coração, é um sentimento imenso, não consigo expressar em palavras a grandeza deste. Mas o destino sempre está pronto a nos empurrar abismo abaixo, e quando depois de destruir uma jóia poderosa, a mesma nos separou para nos privar de nosso amor. Mas isso só nos fortaleceu, foram três anos de trevas e solidão, mas no fim valeu a pena, nosso reencontro foi, deixa eu encontrar uma palavra… PERFEITO! - arfou.


    Olhei, ele estava trêmulo, uma das mãos segurava a espada apertando, e a outra estava fechada, se controlando, eu tentei ir até ele, mas ele se afastou, balançando a cabeça. 


    – Não Kah… eu não posso mais, depois que te trouxe para cá, você ferida à beira da morte, eu não consegui te proteger e a culpa me consumia a cada dia que te vi naquela cama no hospital, desesperado para que você acordasse e me perdoasse da minha falta com você. Daí você acordou, mas não me reconheceu e eu pirei! Não acreditava que o destino novamente estava pregando essa peça em nós, mas estava. 


    – Em parte eu fiquei feliz, você parecia saudável e bem, sua mãe falou que somente suas memórias estavam com problemas, eu pensei que isso seria passageiro e que você se lembraria da gente. Até me iludi quando a gente ficou juntos, achando que suas memórias haviam voltado, mas não, elas não irão voltar. 


    – Inu, me deixa falar… não tem… 


   – Eu não terminei - disse, desta vez sério, se afastando um pouco mais – Eu quero que você saiba que ainda te amo, amo como a minha vida, eu te amo tanto que quero que você faça o que te deixa feliz. Quero que faça sua faculdade, que saia com suas amigas, arranje um trabalho naquilo que você se sinta satisfeita e realizada, e até que encontre alguém que você ame… e que te ame também - sua voz falhou nesse momento e ele fechou os olhos. 


    – Mas eu não vou conseguir ver isso tudo acontecendo à minha frente, seria demais para mim, eu tenho medo de te forçar novamente, como daquela vez… - parou de falar, engolindo em seco, abriu a porta da entrada para o poço, se virou me olhando desolado.


    Seus cabelos balançavam contra o vento, seus lindos olhos brilhavam, mas via o sofrimento neles.


    – Você sabe onde me encontrar, amor da minha vida… 


    – SEJA FELIZ! - desejou, logo após pulando no poço.


 



 


Notas Finais


 


* SENGOKU - O período Sengoku (japonês: 戦国時代, sengoku jidai) foi uma das fases mais conturbadas e instáveis da história do Japão, marcada por constantes guerras, ocorreu entre a metade do século XV e o final do século XVI.

* ASAHOGAN - A palavra Asagohan [朝ご飯] não significa café da manhã como no Brasil, significa literalmente “arroz da manhã", esse nome faz todo sentido porque no Japão é comum comer Arroz no café da manhã.

* GOSHINBOKU - Árvore muito antiga, que existe há mais de 500 anos no quintal do Templo Higurashi, devido à sua idade, também existe na Era Feudal para a qual Kagome é transportada. Segundo crenças xintoístas, árvores muito velhas são a morada de espíritos e deuses importantes para a manutenção da natureza e da vida. A Goshinboku do Templo da família de Kagome seria uma dessas “divindades”, recebendo o respeito dos visitantes e os cuidados do Templo.
Significado do Nome: ご神木 (Goshinboku)
ご – “go” = prefixo que se coloca em alguns substantivos, de respeito e polidez.
神 – kanji de “kami” = deus, divindade
木 – kanji de “ki” = árvore

* OWAN - é um recipiente, estilo tigela, muito utilizado pelos japoneses para servir o arroz japonês “Gohan”, caldos como o “Misso-shiru” e muitos outros pratos japoneses. No caso aqui, Kagome usou para comer o cereal.

Obrigado por lerem e até o próximo! Beijos no coração!


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Autor(a): Carlinha

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