Fanfic: Desventuras no Dormitório Hirawa | Tema: Comédia Romântica
Durante a sessão da meia-noite de sexta-feira, Junichirou parecia desanimado e, por isso, Yumi resolveu perguntar, já que ele não estava se concentrando direito.
— O que lhe incomoda, ser de escuridão?
— Não é nada, não.
— Acredito que seja o mesmo da última vez.
— O que quer dizer?
— Mizuki e vós quase não estão se falando de novo, não é mesmo?
— Como sabe?
— Ora, ora, parece até que não me conhece. Isso não tem nada a ver com o fato de ouvi-la te xingando pelos corredores.
— Na verdade, aquilo foi um acidente.
— Um acidente intencional?
— Só um acidente. Na semana passada, enquanto estudávamos: Makino, Mizuki e eu, ela acabou tropeçando e eu fui segurá-la antes que ela caísse, mas...
— Mas?
— Acidentalmente, minha mão encostou no... Você sabe, né? É muito difícil de dizer.
— Compreendo a situação.
— Tem alguma orientação?
— Não, por que teria?
— Mas...
— Não temas, ser de escuridão. É lógico que eu tenho uma solução: fale com Ikustan-san sobre isso. Creio que sua personalidade prestativa e cuidadosa será bem útil.
— Quem?
— Vai me dizer que não a conhece? — Yumi perguntou nervosa. — Ontem mesmo você a estava ajudando a fazer alguns manjares dos deuses.
— Ontem? Manjares? Ah, fala da Nat-san?
— Que rude chamá-la desse jeito depois da comida que ela nos proporcionou.
— Desculpe, erro meu.
“É melhor eu não a contrariar”, pensou.
— Fale com ela pela manhã e tudo se resolverá. Você e Mizuki precisam fazer as pazes antes do início do Festival Cultural, já que todos nós estaremos juntos.
— Obrigado pelo conselho, Yumi, digo, Lady Lunny. Caso queira alguma coisa como meu agradecimento, é só pedir.
— Já que falou nisso...
“Ela vai me pedir agora? Espero que eu não tenha falado demais”, pensou.
— Deixemos isso para mais tarde, se concentre em suas prioridades neste momento. Não podemos fazer uma sessão, se sua mente não estiver presente, caso não queira que as forças desconhecidas o persigam por todo o seu caminho.
— Entendo.
— Terminamos por agora.
— Com sua licença, irei me retirar.
Depois que ele saiu do quarto, Yumi ficou falando sozinha.
— Eu tinha um pedido a fazer, mas achei melhor deixar para outra ocasião.
* * *
Pela manhã, Junichirou procurou uma oportunidade para falar com Natsuki a sós no colégio.
— Ajudar a fazer as pazes com a Mizuki?
— Sim, acho que já sabe que tivermos uma pequena briga na semana passada, já que você a conhece a mais tempo, talvez tenha alguma dica.
— Hum... Tem razão. Que tal um passeio no domingo?
— Mas se eu a convidar, com certeza, ela vai recusar.
— Não se preocupe, quem vai falar com ela sou eu. Mas chegue um pouco mais cedo para conversarem um pouco a sós.
— Entendido. Muito obrigado, caso precise de algo é só me dizer.
— Bom, eu queira que...
“Por que parece que já vi essa cena antes?”, pensou.
— Eu digo outra hora, pense em formas de alegrá-la.
— Até, então.
“Será que se eu pedi isso, seria um pouco egoísta de minha parte?”, ela pensou depois que ele se retirou.
Junichirou passou o dia pensando em alguma forma de consertar as coisas.
* * *
Como havia sido combinado com Natsuki, Junichirou chegou ao local um pouco mais cedo do que elas. Natsuki havia lhe falado que combinou às nove horas com Mizuki e que apareceria quinze minutos depois. Ele se escondeu e a esperou chegar na hora marcada, porém, quando ela chegou, se surpreendeu com as roupas casuais que ela estava usando, mas pelo menos não estava com a cara irritada como hoje pela manhã quando ele a cumprimentou, só que nem respondeu de volta. Ela olhou para o relógio da praça e depois se sentou num banco à sombra de uma árvore e ficou esperando Natsuki que havia lhe falado para ir na frente, pois ainda estava se arrumando. Ele respirou fundo e tomou coragem para falar com ela.
— Bom dia — Junichirou falou ao se aproximar e sentar ao lado dela.
— O que faz aqui, criatura? — Ela perguntou rispidamente.
— Indo para um encontro. E você?
— Não preciso responder essa pergunta.
— Vamos, é só para passar o tempo.
— Eu vou esperar em outro lugar.
Quando ela se levantou, institivamente, ele a segurou pelo pulso.
— Não me toque, idiota — ela falou se soltando.
— Desculpe. Será que não podemos nos dar bem só hoje?
— Por que deveríamos? — Ela perguntou o encarando.
— Oi, pessoal — Natsuki falou por detrás de Mizuki.
“Salvo pelo gongo”, pensou.
— Me desculpem por deixá-los esperando.
— Como assim? — Mizuki indagou.
— Acho que poderemos nos divertir juntos hoje.
— C-Claro, por que não? — Mizuki falou para disfarçar sua frustração.
Ela não queria fazer uma cena na frente de Natsuki.
— Mas acho que essa roupa ficou um pouco estranha em mim, não?
— Você está ótima — Mizuki falou e segurando suas mãos. — Tenha mais confiança em si mesma.
— M-Muito obrigada — ela respondeu, mas, no fundo, estava apenas tentando acalmar os ânimos.
— A Mizuki tem razão, essa roupa ficou bem em você
— Fiquei bem? Obrigada — ela falou de cabeça baixa, pois não esperava ouvir aquilo.
— Ei! E eu? — Mizuki rapidamente se voltou para encarar Junichirou.
— S-Sim, quero dizer, você também ficou bonita, é isso, e...
— Tanto faz. Vamos para o passeio — ela falou se voltando para Natsuki.
Mas Junichirou percebeu que ela havia ficado um pouco corada.
“Certo, não posso me descuidar. Vou fazer tudo conforme o plano”, pensou.
Depois disso, ambos caminharam juntos para o tal passeio triplo.
* * *
Natsuki os levou ao parque de diversões e, durante o caminho, ela conseguiu sibilar para Junichirou tentar se aproximar mais de Mizuki durante o passeio. Depois de pegarem o trem e chegaram no local, eles foram em diversas atrações diferentes que Natsuki indicou: montanha-russa, carrossel, sala dos espelhos, além de terem feito uma pausa para tomar um sorvete. Brincadeiras à parte, Junichirou tentou se mostrar o mais atencioso possível e tentando acompanhar o ritmo da duas, mas, aos poucos, Mizuki começou a relaxar um pouco. Fazia tempo que ele não a via sorrindo perto dele e Natsuki se esforçou ao máximo para deixar tudo preparado para mais tarde.
— Eu estou me divertindo muito. E vocês? — Natsuki perguntou.
— Sim, está sendo divertido — ele falou.
— Não posso negar. Até que não está tão ruim.
— Mizuki-chan, em qual devemos ir agora? — Natsuki a indagou, mas já sabendo muito bem o que ia fazer.
— O que você escolher, está bom para mim.
— Está bem. Agora, a gente vai na roda-gigante.
— A famosa roda-gigante da sorte? Ela é bem alta — ele comentou.
— Está com medo de altura, criatura?
— Não estou com medo, só estou comentando.
— Vamos logo — Natsuki falou ao puxar as mãos dos dois.
A fila estava demorando e quando chegou a vez deles, o responsável falou:
— Apenas dois por cabine, por favor — ele falou para Mizuki e Junichirou que eram os próximos.
— E agora, Nat-san? — Junichirou falou ao se voltar para trás, mas ela não se encontrava mais lá.
— Ei, vocês estão atrasando a fila, andem logo — o funcionário do parque lhes falou.
— Mas... — Mizuki falou.
— Não temos o dia todo — o funcionário retrucou.
Meio contra a vontade e para não causar uma confusão, ela entrou e falou resmungando:
— Anda logo, sobe aí.
— Tá — ele respondeu sem jeito.
Conforme a roda-gigante subia, um silêncio imperava na cabine e os pensamentos de Mizuki e Junichirou eram os seguintes:
“Onde a Nat-san foi? Não acredito que ela me deixou sozinha com ele”.
“E agora? O que eu faço? Pense no que você treinou. Você só vai ter uma chance”.
— Mizuki-chan?
— O que foi? — ela falou sem olhá-lo.
— Eu quero... eu quero...
— Quer o quê?
— Quero fazer as pazes por semana passada — ele falou se levantando. — É sério, eu não queria magoá-la com aquilo.
— Foi para isso que ela te convidou?
— Na verdade, eu pedi ajuda a ela, eu só queria...
Ele foi interrompido quando a roda-gigante parou e acabou caindo por cima dela de novo. Em seguida, ele se levantou rapidamente.
— Me desculpe.
— Você... você... — ela falou ajeitando suas roupas.
— Eu juro que foi um acidente.
— Até quando vai me fazer de idiota. Apenas me deixe em paz.
— Eu só quero que nos dermos bem.
— Droga, por que você tem sempre que ser assim?
— Como assim?
— Sempre tão atencioso, gentil e parece nunca desistir de algo que o incomoda. Isso é irritante.
— Eu só quero que você fique bem e que possamos ser amigos de novo.
— Amigos? Desde quando?
— Desde que comecei a prestar atenção em você.
— Que besteira é essa que está dizendo?
— Você é esforçada e extrovertida no colégio, sempre busca dar o seu melhor em tudo e não gosta de ser deixada de lado ou menosprezada.
— Não sei do que está falando — ela falou com o rosto corado e sem olhar para ele.
— Eu só peço que pense sobre o assunto e se eu puder fazer alguma coisa que a faça entender que só quero fazer as pazes, pode me pedir.
Neste momento, eles nem perceberam que estavam sendo observados por curiosos, havia pouco tempo que a roda-gigante deu a volta inteira e todos os presentes começaram a bater palmas.
— Bom trabalho, jovem — o responsável falou.
— Eu só... eu só...
Enquanto ele tentava se explicar, Mizuki saiu correndo e o puxando pelo braço.
— Ei!
— Cala essa boca e venha logo comigo.
Ela o levou para o mais longe possível daquele lugar e quando já se afastaram bastante, ambos pararam ofegando e ela lhe soltou.
— Você está querendo me matar de vergonha? O que aquelas pessoas vão pensar com você falando aquilo?
— Desculpe, só tentei ser sincero.
— Você não vai desistir disso?
— Não posso, eu ainda quero que me perdoe.
— Ah, que persistência — ela falou e depois sussurrou. — Eu te perdoo, então.
— O quê?
— Eu te perdoo — ela falou mais baixo ainda.
— Como?
— Eu te perdoo. Tá legal. Vamos encerrar isso logo.
Depois ela se virou e respirou fundo.
— Muito obrigado, não vai se arrepender — ele falou sorrindo.
— Não pense que eu gostei do que me disse antes e nem nada disso. Eu vou pensar no seu pedido de desculpas e depois te digo.
— Hã?
— Desculpe a demora — Natsuki apareceu de repente. — Precisei ir à toalete. Perdi alguma coisa?
— Nada, não — Mizuki falou. — Vamos voltar ao dormitório. Estou exausta.
— Tudo bem.
Enquanto caminhavam, Natsuki cochichou como foram as coisas depois que ela saiu, ele respondeu que deu tudo certo graças a ela e lhe agradeceu pela ajuda.
— O que estão cochichando?
— Pensando no que vai ter para o jantar — ele falou.
— Espero que seja curry — Natsuki falou.
— Vamos logo, falando assim, já me deixou com fome.
Depois disso, os dois caminharam ao lado de Mizuki.
Autor(a): Richard F. Writer
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Em um determinado sábado, Junichirou saiu para atender um pedido que Makino fez insistentemente, mas, precisamente, seria em Akihabara. Ela não havia contado sobre o que se tratava exatamente e apenas lhe entregou um bilhete com o endereço e que devia comparecer por volta das 15 horas. Ele chegou meia-hora antes do combinado, mas ao avistar a frente do p ...
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