Fanfic: No seu olhar | Tema: Original
Esse capítulo terá alguns acréscimos. Coisas que não chegaram acontecer, mas a pessoa em si pediu para que eu os colacasse. São os sonhos mais íntimos e ocultos, que ela guarda dentro de si. Mas como a pessoa íntegra que ela é. Jamais, ela faria esse tipo de coisas.
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Medo, foi uma coisa que sempre carreguei dentro de mim, e um desses medos, era perder os meus pais, pois eles sempre foram o meu porto seguro. E justamente no final do ano de 2020, Deus levou meu pai, para ficar junto dele. Aquilo, foi como se arrancasse parte de mim, fiquei uns três meses naquele luto profundo. Chorando sempre, sentindo aquele vazio, e aquela saudade, que doía. Passei o ano de 2021 assim, tentando seguir com a minha vida, e carregando essa saudade dentro de mim. Ainda bem, que a casa da minha mãe, fica ao lado, porque assim eu também posso cuidar dela, como eu cuidei do meu pai, até o último suspiro da vida dele.
No final, do ano de 2021, tive um sonho, e você estava lá me olhando daquele jeito. Eu não sei se no dia anterior você estava no meu subconsciente, mas eu acredito que não. Esse sonho, era como se fosse uma prévia do casamento. Nele como sempre estávamos distantes, e você me olhando, e eu também retribuindo. Só que com aquela típica discrição, que eu costumo carregar dentro de mim.
E o mês de janeiro, chegou, e com ele outro casamento, só que o da minha prima. Após ter passado por tantas coisas, novamente estávamos no mesmo ambiente, que era a casa da minha tia, ao qual você sempre fica, toda vez que vem para Itaipava com a sua esposa filho e sogra. Assim que entrei pela porta da sala, juntamente com a minha mãe. Meu coração acelerou. Até troquei as bolas por conta disso, dando boa noite ao senhor que estava sentado na ponta do sofá. Sendo que era de dia. Doida eu. Risos. Mas e assim que acontece, quando eu estou no mesmo ambiente que você. Eu troco tudo, fico fora de mim, perco por alguns segundos a minha consciência, e flutuo. Deixo de ser a capricórniana racional e pessimista que eu sou, para ser uma lunática romântica e iludida. Depois de cumprimentar a todos, e também a você, que foi um dos últimos, eu fui para a cozinha.
E lá eu cumprimentei a minha tia, que me parabenizou. Pois no dia anterior tinha sido o meu aniversário. Fiquei um pouco na cozinha conversando com a minha mãe e ela, enquanto eu a observava preparar ovos mexidos com queijo e presunto. Depois disso, ela colocou os ovos mexidos em cima da mesa que tinha na sala, juntamente com a manteiga e o pão, que também estava sobre ela. Observei as pessoas se servirem, e depois eu peguei um pão e sentei no sofá para comer. Após acabar, fiquei observando você o seu filho e a sua esposa, falando, sobre ele ser parecido com quem, e você e a sua esposa disseram, que ele era parecido com você, só que sem o seus olhos azuis. E realmente eu sempre achei ele parecido com você, tanto que as vezes eu olhei para os dois, não nesse dia, mas das outras vezes das quais eu não me lembro.
E na cozinha, lavando o resto das coisas que a minha mãe tinha deixado, só porque, eu tinha pegado um copo de água para beber. Eu virei um pouco do meu corpo, e levei um susto, ao vê-lo atrás de mim, segurando uma xícara transparente que você tinha tomado café, enquanto eu dei um pequeno sorriso dizendo:
--- Pode deixar que eu lavo. --- Olhei para você, mas não exatamente em seus olhos.
--- Não, pode deixar que eu lavo. Pois eu vou colocar a xícara de volta na bolsa. --- Você também deu um sorrisinho, só que com os lábios fechados.
Virei novamente para lavar a louça, e senti meu corpo estremecer, juntamente com uma sensação, que foi irradiando, para o meio das pernas. Desejo talvez fosse a palavra certa.
Terminei de lavar o que eu estava lavando, que nem me dei conta, de que você estava ali esperando. E na hora eu fiquei fora de órbita, ou seja ligada no automático, que nem dei conta, de ter dado a esponja nas suas mãos, para que lavasse a sua xícara.
Depois, eu fui para casa da outra tia que mora ao lado, e lá eu cumprimentei o filhinho da minha prima, que tem apenas seis aninhos, que é uma graça de menino muito fofo e esperto. Ela terminou de ajeitar a criança, e depois me pediu para que eu levasse o pequeno lá para tomar café, já que nem ela e a sua mãe, tinham comprado pão. Então eu fui com o garotinho, até lá. E segurei ele pelas mãos, caminhando até a sala. E você estava lá, com o seu filho sentado ao seu lado. Você cumprimentou o garotinho, que balbuciou algumas palavras, e depois eu continuei a caminhada até a cozinha.
Logo após, seguimos viagem para Petrópolis, pois o casamento seria lá. O dia, estava extremamente chuvoso, nós ficamos em um hotel com bastante verde, e próximo do rio que atravessava a cidade. Na recepção, todos nós, ficamos, a espera da moça com as chaves do quarto aonde iríamos ficar. Entretanto, você quase não ficou lá, pois só ficaram a sua esposa e o seu filho que não parava de mexer com uma certa curiosidade em uma máquina de escrever, que as pessoas dos anos 80 costumavam usar. Lembro-me da minha mãe, e também a uma das irmãs do convento, que foi a minha madre mestra, de fazerem um curso de datilografia.
E mais uma vez, de relance, eu peguei você me observando, na hora, eu estava rindo de algo que sua sogra minha mãe e eu, estávamos conversando. Mas depois vira e mexe, nós olhavamos, disfarçadamente, tanto que isso estava me deixando constrangida.
Depois de termos ocupado os nossos quartos, do qual eu iria dormir com a minha tia, prima, e também o seu filhinho, minha mãe e eu juntamente com a sua sogra, fomos até o seu quarto. Sua esposa, estava no banheiro, enquanto você lia um dos folhetos deixado em cada quarto do hotel. Nele informava, sobre o uso de cada coisa que nos sujassemos, ou usássemos, eu até disse algumas palavras, depois de ter entrado junto com a minha mãe, e a sua sogra, porém você não falou nada, ou seja me deixou no vácuo. Mas eu sei que não foi proposital.
Passei a tarde toda no quarto de hotel, assistindo série, com a minha mãe, fazendo babyliss no meu cabelo, já que ele estava escovado, que nem dei conta, que a hora, tinha passado demasiadamente rápido. Tanto que logo após eu fui tomar banho e me ajeitar para o casamento. Coloquei um vestido longo frente única, azul Royal, e nós pés uma sandália preta de salto médio. E como eu não sabia me maquiar bem, eu assisti um tutorial de maquiagem no YouTube, para tentar fazer uma make que ficasse legal. Nos lábios, passei um batom, mate vermelho cereja. Bonita não consegui ficar, mas deu para dar uma pequena melhorada, pois o que nasce estranho, não dá para consertar. E infelizmente eu sou a personificação de tudo isso.
No entanto, a chuva ainda caia lá fora, e mesmo com uma pequena garoa, eu dividi a única sombrinha que eu tinha trazido com a minha mãe. Já que ela não trouxe nenhuma. E quando chegamos ao local aonde seria a cerimônia, minha mãe me deu um perdido, indo para um local próximo ao altar, enquanto eu fiquei na parte aonde tinha tapagem. Já que o casamento iria ser ao ar livre. Mas infelizmente isso não ocorreu por conta da chuva. Por isso eles providenciaram uma tapagem, apenas para o altar. E nós, tivemos que acompanhar a cerimônia um pouco de longe.
E como a estabanada que eu sou, ao chegar um pouco para trás, choquei o meu corpo contra o seu, acredito ter pisado no seu pé. Já que eu não tinha nenhuma noção de que você estava atrás de mim. Virei a cabeça rapidamente, e te pedi desculpas. E você, disse educadamente, que não foi nada. Depois da cerimônia, nós fomos diretamente para o salão, aonde estava o buffet. Após eu me deliciar, com vários salgadinhos, bobo de camarão, e também escondidinho, eu fui para o local aonde estava a pista de dança. Um grupo bem afinado, tocava e cantava algumas músicas do Bruno Mars. E eu aproveitei disso para tomar um drink, que acabou me deixando levemente tonta. Mas mesmo assim eu não parei, tomando outro drink. E com isso eu resolvi sentar no sofá, já que eu nem sempre fui boa com dança. Você estava como sempre grudado com a sua esposa, dançando e bebendo, bom eu acho, porque eu não notei absolutamente nada. Como sempre displicente. Risos.
Isso foi o que me deu coragem para fazer o que eu desejava naquele momento, que era beija-lo. Era errado: Sim. Mas eu pouco estava me fodendo para isso. Ainda mais depois dos olhares que você me lançou nas vezes que passava na reta do sofá aonde eu estava sentada. Aproveitei que você tinha saído sozinho na direção do hotel, para ir atrás. Ainda bem que ninguém percebeu, porque imagina só se a sua esposa visse o que ela poderia pensar. Nada, porque eu poderia estar muito bem indo para o quarto descansar.
Fiquei escondida atrás de uma árvore, e quando eu vi você passar, eu me pus na sua frente.
--- Opa. --- Foi a única palavra que você disse, enquanto eu apenas sorri.
--- Você acha que eu não percebi o jeito que me olha. --- Falei tocando em seu rosto.
E observei em como o seus olhos azuis fixaram em mim de um jeito, que era totalmente doce. Droga! Nunca ninguém me olhou desse jeito.
--- Não sabe o quanto o seu olhar mexe comigo.
Com isso eu não aguentei, tomando a iniciativa de te beijar. De início a sensação foi maravilhosa, indescritível. Nunca nenhum beijo mexeu comigo dessa forma.
Tanto que senti um arrepio na espinha, e as famosas borboletas no estômago que eu costumo ler nos livros de romance. Eu não sei se isso era por eu está quase seis anos sem beijar, ou porque realmente o seu beijo mexeu de uma certa forma comigo. Você, continuou parado estático, e mostrando em seu rosto o quanto estava surpreso com a minha atitude.
--- Isso não foi certo. Você bebeu?
--- Sim... Por que o espanto? --- Apoiei minha mão sobre o seu ombro, mostrando a minha típica ironia, nas horas que eu costumo usá-la. Mesmo que sejam poucas. --- Pareço santa, mas eu não sou. Não e só porque eu entrei no convento e quase fui freira, que eu não sei apreciar as coisas boas da vida. E você e uma delas.
--- Cadê a sua mãe? --- Eu não sei porque você tinha que tirar a minha mão do seu ombro.
--- Não sei, deve está por aí. Mas não chama ela não.
--- Eu não vou chamá-la.
--- Até hoje eu não sei o seu nome. --- Eu já tinha escutado, mas eu queria ouvir sair da sua boca.
--- Inácio.
--- O meu é Catharina. --- Eu disse com uma voz completamente melosa.
--- Eu sei... Então eu vou lá.
Você fez menção de sair, mas eu segurei em seu pulso, impedindo o.
--- Por favor, fique.
--- Eu não posso, minha esposa está me esperando. ---
Rapidamente você desvencilhou o seu braço da minha mão, e seguiu para o local da pista de dança. Enquanto eu fiquei com cara de tacho, achando que você também estivesse interessado em mim. Burra eu. Por que o seu beijo tinha que ser tão gostoso? Agora eu estou aqui só na vontade de ter o seus lábios gostosos grudados nós meus outra vez.
Fim, ou?
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Infelizmente nem todas as histórias tem o final feliz, principalmente as reais. E essa foi a história do amor Platônico que Catharina nutre por Inácio. Na vida real, esse beijo não ocorreu, até porque Catharina não seria tão ousada a esse ponto, mesmo que ela tenha tido vontade de fazer isso, bem no seu íntimo.
Autor(a): Vondy_fics
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