Fanfics Brasil - Capítulo 3 Amor Inesperado - Ponny

Fanfic: Amor Inesperado - Ponny | Tema: Ponny (Anahi e Alfonso)


Capítulo: Capítulo 3

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  Ninguém havia lhe dito que a vida seria fácil, mas as vezes pensar nela dessa forma poderia ser uma maneira de tranquiliza-lo. Quando perdeu sua mãe Alfonso ficou sem saber o que fazer, ela era sua fortaleza, sua base, sua alegria, seu motivo de acordar todos os dias.


  E a vê-la tão debilitada, fazendo quimioterapia constantemente, perdendo seus lindos e longos cabelos, o quebrou em mil e um pedacinhos. Mas independente de tudo, ele nunca a viu chorar uma vez ou lamentar pela desgraça que a vida havia lhe dado. Ela sempre estava feliz, brincando e combinando os laços da cabeça com suas vestisses.


  No dia que ela se foi, Alfonso soube que uma parte dele foi junto. Saber que nunca mais veria aquele sorrindo, ouviria aquela voz, teria aquele abraço apertado, era pior do que facadas. E pior era saber que nem ele foi capaz de salva-la.


  No ano em que sua mãe descobriu o câncer de mama, Alfonso estava em seu primeiro ano de residência. O que era para ser um ano divertido, estressante e de novas descobertas, se transformou em apenas estressante. Pois além de passar horas e horas em pé cuidando dos pacientes, ao chegar do trabalho ele mergulhava de cabeça em estudos científicos de tratamentos para ajudar na cura do câncer avançado de sua mãe.


  Três meses depois ela se foi e seu último pedido ficou gravado em sua alma. Ele lembrara de tudo como se fosse hoje:


— Mamãe, por favor, não fale mais nada. Apenas descanse, já já o médico chegará e essa dor passará logo. - agarrava a mão da mãe com força, enquanto a mesma queimava em febre.


— Eu tenho um médico na minha frente meu filho, e nem você foi capaz de fazer esta maldita dor passar - tossiu e Alfonso correu para lhe entregar uma garrafa de água, a mesma dispensou - Sinto que eu estou por um fio meu filho, e eu queria lhe falar minhas últimas palavras... - lhe olhou profundamente, Alfonso já se segurava para não chorar.


— Não diga uma bobagem dessas mamãe, a senhora ainda vai viver muito, vai ter muitos netos lhe chamando e morrerá bem velhinha. - a olhou com os olhos marejados, sua mãe sorriu, ela sabia a verdade, e sabia que tudo o que Alfonso falara não passaria de uma ilusão... uma boa e linda ilusão. Mas a realidade era diferente, ela sabia que a vida lhe pregara uma peça e não poderia viver um terço do que seu único filho lhe falara.


— Alfonso, quando você chegou a este mundo foi o dia mais feliz da minha vida. Sabia que você tinha vindo para me mudar, mudar seu pai e mudar o mundo. No começo achava que você seria político - sorriu fraco junto a ele - Conhecia todos da nossa rua e todos lhe amava, você era um garoto querido por todos e amado por todos. Mas quando você chegou na adolescência, vish, começou a aprontar sem parar, lembra-se da vez que fugiu para ir na casa da Aninha? - ele assentiu com a cabeça, deixando as lágrimas lhe escaparem - Vocês eram inseparáveis, brincavam juntos toda hora e brigavam também - sorriu mais abertamente - E independente de termos nos mudado a amizade de vocês permaneceram até hoje. E foi na adolescência que eu achei que você seria astrônomo, você amava tanto passar horas e horas naquele telescópio velho que seu pai comprara por menos de cem dólares. Mas quando ele se foi com a nova mulher, você se trancou para o mundo e jogou fora a última lembrança que tinha do seu pai, mesmo que isso lhe doesse a alma, você o fez e não por mim, por você mesmo - Alfonso tentou interrompe-la, doía lembrar dos maus bocados que ele e sua mãe passara quando seu pai se foi e os deixou com uma mão na frente e outra atrás. Mas não adiantou muito, sua mãe persistiu em permanecer falando - Deixe-me terminar de falar por favor, eu preciso disso para descansar em paz... - Alfonso só conseguiu assenti, se sua mãe pedisse para mata-lo agora ele deixaria, não queria falar não para ela neste momento - Aqueles anos depois do seu pai ir foram os mais difíceis, doeu ter que te levar para comer em abrigos, doeu ter que pegar dinheiro emprestado com quem eu nem tinha intimidade, doeu ter que te tirar da melhor escola da Filadélfia para lhe colocar em uma escola simples do Brooklyn, doeu ter que te afastar da Aninha para irmos parar em uma casa abaixo da própria cidade, doeu te vê me perguntando o que tínhamos para comer e saber que eu não tinha nada para lhe oferecer... - a primeira lágrima caiu dos olhos de sua mãe e Alfonso tratou logo de seca-la - Mas percebo que tudo foi necessário para você se transformar neste homem, foi na escola do Brooklyn que você se encontrou, foi morando em uma casa abaixo da cidade que você se reergueu e me trouxe para morar nesta casa agora, a melhor do bairro, foi morando naquele lugar perigoso que você se transformou neste homem forte e imbatível, e foi nesta situação que eu lhe vi se encontrar de verdade na profissional que lhe defini: a medicina. Quando você passou para a faculdade eu não cabia dentro de mim, você finalmente havia se encontrado e será muito feliz... - sua mãe suspirou, falar tanto coisa acabou lhe cansando - Meu último pedido, antes do meu último suspiro, é que você se especialize em mastologista, salve mulheres que podem ser salvas, diferente de mim neste momento, traga felicidade para elas novamente, não que eu tenha sido infeliz nestes últimos anos, na verdade foram os mais felizes da minha vida. Mas as faça sobreviver e faça elas terem a oportunidade de serem avós e terem muitos netinhos a gritando, a oportunidade que infelizmente eu não terei... Salve elas Alfonso, por favor... Principalmente as mulheres do Brooklyn, elas precisam de você... Agora eu estou indo, mas saiba que sua mãe lhe seguirá para o resto da vida e estará te acompanhando ali de cima - aponto para o céu fora da janela - a estrela mais brilhante será a minha morada... - pegou a mão de seu filho e a beijo, enxugou as lágrimas de seu filho que chorava descontroladamente, olhou para o céu e deu seu último suspiro. Foi naquele momento que Alfonso soube que lhe perdeu para sempre.


— Mamãe, por favor não vá - Alfonso gritava enquanto chorava no peito de sua mãe, no peito que o coração não mais batia - Por favor, fique aqui por mim. - chorou ainda mais forte em cima de sua mãe.


  Lembrar de tudo lhe doía a alma, mas o último pedido de sua mãe foi cumprido. Ali estava ele, médico especializado em mastologia indo em direção da ONG “pela vida”, que possuía uma clínica voluntária para tratar mulheres carentes que não tinha condição de bancar o tratamento de câncer de mama.


  Independente de dois anos já terem se passado, a falta que sua mãe lhe causava era enorme. Cada dia que passava, mais ela fazia falta, mas saber que estava fazendo o que ela lhe pediu o deixava feliz, sabia que de onde estivesse estaria feliz com suas escolhas e com o homem que ele se transformou.


— Olá Doutor Herrera, como está? - Amanda, a recepcionista da clínica, me recebeu sorridente.


— Estou muito bem e você? - lhe retribuiu o sorriso - o que tem para mim neste dia tão azul? - se referia ao céu que estava limpo e sem nuvens.


— Seu dia será corrido, Dona Amélia tem quimioterapia com o senhor as nove da manhã, e as cinco da tarde tem um encontro para conversar sobre o câncer de estágio dois com a senhora Benedita. Além de que hoje chegará a sua nova residente, provavelmente virá por volta das dez da manhã. Vocês iram trabalhar em conjunto já que Cecilia, sua antiga residente, quebrou o pé e ficará seis meses em casa para fazer a cirurgia. - disse tudo de uma vez, deixando Alfonso de mal humor, odiava trocar de residente já que os que vinham sempre queriam saber mais que os próprios médicos, e depois quebravam a cara e ele teria que explicar como realmente funciona a vida de um médico mastologista de uma clínica voluntária.


— Obrigado Amanda, quando a nova residente chegar peça para que ela vá até minha sala. Já estou preparado para gritar um pouco em cima de alguém. - piscou para Amanda que sorriu e assentiu digitando alguma coisa no computador.


  Alfonso saiu para sua sala e alguns minutos depois saiu para chamar Dona Amélia, que já se encontrava sentada só o esperando. Ela era uma mulher jovem igual sua mãe, a diferença delas era que Dona Amélia se encontrava no estágio dois progredindo para o estágio um e daqui uns meses estaria curada do câncer, diferente de sua mãe que foi descobrir o câncer já no estágio quatro não sendo mais possível fazer algo para que ela sobrevivesse.


— Meu amor, já chegou? Ainda faltam vinte minutos para a sua seção. - Alfonso foi até Dona Amélia e a beijou na testa.


— Oh meu filho, estou tão ansiosa para que isso acabe logo que sempre que tem quimioterapia eu venho correndo - sorriu ao receber o beijo na testa - também derá, ser recebida assim todas as vezes dá até vontade de fazer quimioterapia todos os dias. - arrancou risadas de todos que se encontravam na sala.


— Doutor Alfonso a sua residente acabou de chegar. Quer que eu lhe mande para a sala de quimioterapia para acompanhar no tratamento da Dona Amélia?


— Por favor Amanda, assim eu agilizo todo o processo. - Alfonso desviou a atenção da Dona Amélia, dando toda para Amanda.


— Pode deixar Doutor. Já volto. - saiu andando provavelmente atrás da nova residente que se perdeu na clínica, todos cometiam este erro.


— Vamos Dona Amélia? Desta vez a quimio demorará um pouco mais. - saiu andando de braços entrelaçados com a senhora, enquanto a mesma concordava com ele sobre como residentes eram perdidos.


— Então Dona Amélia, desta vez será um pouco diferente - Alfonso já se encontrava na sala de quimioterapia - faremos primeiro o exame de toque para tentar encontar o pequeno nódulo e lidaremos diretamente com ele. Focarei a máquina para o nódulo e não o deixarei fazer todo o trabalho sozinho, como normalmente ele faz. Além de que a senhora começará a tomar a quimioterapia em pílula, isso pode resultar, se Deus quiser, no desaparecimento definitivo dos nódulos, lhe trazendo para o estágio um e assim conseguiremos tratar-lhe da maneira mais simples. Até ficar cem porcento curada, e dessa forma poderá aproveitar os netinho. - a colocou sentada na maca enquanto preparava todo o equipamento que iria utilizar, ele sempre falava sobre os netinhos no final de todas as frases para as mulheres que tinham chances ainda de sobreviverem, sentia como se fosse uma parte de sua mãe em cada uma.


  Estava finalizando de preparar Dona Amélia, quando uma suave batida na porta soou por toda a sala.


— Pode abrir - Alfonso falou um pouco mais alto para que a residente pudesse entrar. Sem olha-la ele lhe disse - Entre e pegue seu bloco de anotações, lhe explicarei tudo o que você precisa saber para assim tentar na próxima paciente, você deve compreender que eu sou o médico, tenho dois anos como mastologia e não aturarei qualquer tipo de ousadia ou soberba para cima de mim. Quer dá opinião? Dê, eu as aceito com bom agrado, mas não venha tentar se mostrar ser melhor que eu, para nossos trabalhos fluírem precisamos estar em sintonia, você tentando se sobresair significa que nosso trabalho não está em equilíbrio. Não direi nada, apenas darei seu nome para a supervisora e você estará fora da ONG. Compreendido? - a olhou pela primeira vez.


  E o que viu faltou lhe deixar sem ar. Era uma mulher de pares de olhos azuis e cabelos loiros, longos e lisos lhe encarando assustada. Eles ficaram se encarando por um bom tempo, era algo inexplicável parecia que se conheciam a anos. Alfonso a acho parecida com Aninha, mas seria algo impossível, já que a mesma morava do outro lado do mundo. Já Anahi o achou parecido com seu primeiro amor de infância, o amigo de sua irmã por parte de pai. Como seria possível uma pessoa parecer tanto com outra?


  Eles só sabiam que se encantaram um pelo outro, o corpo de ambos emitiam sinal que nem mesmo sabiam o que significavam, e se não fosse Dona Amélia soltar um risinho para corta a tensão que estava no ar, eles continuariam se encarando. Voltando lembrar como respirava, Alfonso tratou logo de se recompor e incorporar o papel de médico focado que sempre fora.


— Como lhe chama? - lhe perguntou baixo e de forma calma, já havia lhe assustado demais.


— A-Anahi... - respondeu no mesmo tom que ele usara, só que sua voz era mansa e doce, uma voz boa de se ouvir constantemente - e eu compreendi tudo o que o Doutor me disse, estou aqui para aprender com você e me tornar o meu melhor possível.


  Alfonso se surpreendeu com a fala da loira. Normalmente as pessoas já pediam logo para trocar de professor-supervisor, já ela não, Anahi estava disposta a lidar com tudo que poderia vir, nem mesmo que fosse com o professor mais exigente que havia na clínica. Em seu interior ele sabia que se daria super bem com a sua nova residente.


 



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Autor(a): babi.mozarr

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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  • Any_Kelly Postado em 14/02/2022 - 15:25:35

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